Cobaia 0013 escrita por Juuclaudina


Capítulo 21
Capítulo 21 - Get up


Notas iniciais do capítulo

Eae meu povo.
Capitulo novo, ta curtinho. Desculpa, mas acho que logo logo tem outro.
Leiam as notas finais!!
Espero que gostem!



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08 - 09 - 5026   Sábado

 

" Eu estava abraçado com Kalena enquanto acariciava seus longos cabelos.

Pequei uma mecha, levei até o nariz sorvendo seu doce perfume.

E sorri."

 

Mais um sonho com Kalena, mas dessa vez seu perfume parecia tão real. Só ai me dei conta de que havia dormido com seu caderno de desenhos próximo ao meu travesseiro, de onde, obviamente, vinha o perfume.

Decidi tomar um banho para espairecer, depois coloquei uma calça jeans preta e regata de mesma cor.

Precisava ocupar minha mente então decidi treinar um pouco. Mas não fui em direção a academia, fui até um depósito da Companhia. Lá haviam vários tipos de armas, alvos, sacos de areia e etc. Otousan havia comprado aquilo para mim um tempo depois de ter me achado.

Queríamos tentar ter uma vida normal após toda aquela história de cobaia, mas mesmo deixando de ter que treinar todos os dias eu ainda sentia uma necessidade...

Algo que queimava dentro de mim e me impulsionava a lutar.

 

~Flash Back on~

Já faziam alguns meses que eu vivia com Otousan e já não precisava usar a bandagem em meu olho esquerdo, porém não me sentia confortável em mostrar meu olho esquerdo para alguém além de Haysawa.

Eu estava nos fundos da casa e socava um velho pinheiro. Socava com força e sentia os nós dos dedos rasgarem.

Depois de um tempo me senti ser puxado e virado de costas para a árvore.

— Oque foi filho? - Haysawa tinha um olhar preocupado enquanto segurava em meus ombros.

— Eu... Eu... - Não sabia exatamente e comecei a chorar. Então Otousan me abraçou e afagou meus cabelos. - Eu não sei Sr. Haysawa, só não consigo parar de pensar em lutar.

~Flash Back off~

 

Decidi treinar na parte de fora da Companhia, nos fundos, onde havia um grande pátio, precisava respirar, não aguentava mais ficar preso.

Depois de algumas viagens carregando alvos, sacos de areia e armas até o pátio arrumei tudo.

Peguei um arco e flecha e dei uma boa distância dos alvos que tinham altura até meu peito.
Comecei a atirar algumas vezes.
Mas cobaias precisavam ser assim.
Todas as cobaias precisam saber manusear todos os tipos de armas.
Comecei a atirar mais rápido e mais rápido. 
Nem parecia que já haviam anos que eu não praticava. Acertava no meio dos alvos sem dificuldades.
Bom... Sem dificuldades agora, já que essa era a arma que mais tive dificuldade em manusear.

 

~Flash Back on ~

—Você é um vergonha garoto! - Disse um dos supervisores dos treinos enquanto me dava um tapa forte na nuca. -Um garoto desse tamanho não consegue manusear um arco e flecha? Que vergonha!

Não disse nada. Sempre fui cabeça quente, mas já havia sofrido um castigo no dia anterior. Havia brincado com uma das cobaias num momento de treino.

Me posicionei e depois de algumas tentativas encaixei a flecha no local correto. Era tão complicado.

Atirei e a flecha mal chegou ao alvo.

Outro tapa.

—De novo, número 13! - Disse num grito.

Tentei mais uma vez e nada.

O supervisor, um homem grande e careca, pegou em meu ombro com força para que eu me virasse para ele.

—Você não sairá daqui hoje até acertar dez flechas naquele alvo!

~Flash Back Off ~

 

Mais rápido e mais rápido, até que as flechas se acabaram.

Fui até os alvos e tirei as flechas destes. Enquanto fazia isso tentava me lembrar dos rostos das outras cobaias.

Mas não lembrava de nenhum e aquilo me incomodava. 

Agora arrumava os sacos de areia em cima de alguns caixotes de madeira.

Escolhi dessa vez uma lança. Numa ponta havia uma lâmina grande e curva, na outra uma lâmina menor e plana.

Me posicionei em frente a um dos sacos e comecei os golpes rápidos e precisos.

Minha arma favorita desde os tempos de cobaia. Porém não tinha boas lembranças dela.

 

~Flash Back on ~

 

—Hoje teremos aula de lança.- Uma moça de corpo esguio e cabelo curtíssimo falava enquanto girava uma lança com facilidade.   

Todas as cobaias estavam de pé, em fileiras alinhadas e prestavam a devida atenção as explicações da instrutora. Depois cada um pegou apenas um pedaço longo de madeira para aprendermos a manusear primeiro.

Fizemos alguns movimentos de frente para a instrutora e depois fizemos duplas.

Eramos instruídos a não ter pena, não tínhamos amigos ali, portanto acertávamos uns aos de verdade.

Estava em uma luta com uma cobaia que tinha aproximadamente meu tamanho. Eramos rápidos e nenhum havia acertado ao outro ainda.

—Rápido! Não tenho o dia todo! - disse o supervisor enquanto a Instrutora observava de longe.   

Eu já estava cansado e o meu adversário não parecia ter um ponto cego, até que fingi tentar acertar seu rosto e ele esqueceu de sua perna direita.  Então acertei sua cocha com força com uma das pontas da madeira, girei a "lança" rapidamente e com a outra ponte dei uma rasteira nele, o que fez com que ele caísse e eu apontasse a a arma rente ao seu rosto.

— Faça. 

— Não! - Eu não iria acertar o rosto dele.

— O que você disse número 13? 

—N..

— Faça Daisuke. - O garoto disse, me cortando.

Fechei os olhos e respirei fundo tomando coragem.

—Abra os olhos número 13.

Abri os olhos, apesar de não lembrar do rosto do garoto me lembro de que apesar de ele ter no rosto uma expressão de coragem, havia um certo medo em seus olhos.

—Me desculpe. - sussurrei 

 

 

~Flash Back off~

 

Quando me dei conta já havia destruído o saco de areia.

—Droga. -Sussurrei enquanto me sentava.

Não sabia se isso estava realmente me ajudando. Mas não queria parar ainda. Me levantei, peguei a lança novamente e me voltei para outro saco de areia.

.

.

Depois de um tempo treinando comecei a sentir fome e me dei conta que já havia passado da hora do almoço. Arrumei aquela bagunça e fui até meu quarto, mas antes de preparar lámen fui tomar uma ducha.

Era terrível ficar sem Kalena, ficar sem trabalhar.

Eu me sentia uma casca vazia sem ela.

Enquanto colocava a chaleira lembra do dia em que ela me assustou sem querer e derrubei o lamén fervendo em mim. Ela havia sido muito carinhosa comigo naquele dia.

.

.

Depois de comer o lamén estava deitado em minha cama, com  a TV ligada sem ao menos prestar atenção no programa que passava.

Só conseguia pensar e Kalena.

Peguei meu celular  para ver que horas eram.

18:30

—Preciso sair daqui.

Peguei meu casaco e coloquei minhas botas, meu punhal e meu celular. Sai de meu quarto e apesar de saber que Otousan não me queria fora da Companhia eu já não me importava. Já estava ficando louco preso, ali.

Saia pela porta da frente como se nada estivesse acontecendo quando Robert me puxou pelo braço. 

— O que  você pensa que está fazendo, Daisuke?

— Saindo. Quer vir junto? Vou ao Cosgrove.

— Daisuke, você me entendeu. Você sabe...

— Sim, eu sei. - O cortei. - Mas não aguento ficar mais aqui dentro, preso. Se quiser pode contar a Haysawa onde vou, ou pode ir comigo. 

Nos encaramos sem trocarmos mais nenhuma palavra e então ele decidiu me soltar.

.

.

No bar havia bastante gente , mas consegui me sentar no balcão do bar.

— Fala Daisuke! Uma cerveja? - Luther, sempre animado.

Acenei de forma afirmativa .

—Só um segundo.

Ele saiu e um grupo de  seis lobisomens entraram falando alto e rindo.

"Não sentem do meu lado"

"Não sentem do meu lado"

"Não sentem do meu lado"

Bom, eles sentaram do meu lado.

Luther voltou com minha cerveja e logo depois foi atender os lobisomens. Tentava não prestar atenção no que eles falavam, mas era difícil.

—Mais alguma coisa, Senhores?

—Tem algum aperitivo de carne humana? - um deles perguntou obviamente tentando provocar Luther

— N... Não. 

—Então deixa quieto, magrelo.

Os outros babacas riram e Luther começou a preparar as bebidas.

Bufei, mas preferi ficar em silêncio enquanto tomava minha cerveja devagar.

Depois de um tempo Luther  terminou todas as bebidas e um dos lobisomens empurrou sua bebida de propósito.

— Ah! Que droga hein magrelo! - exclamou de forma teatral. - Faz outra ai para mim.

—V... Você vai ... vai ter que pagar.

Todos os lobisomens riram.

— Não vou não. Faz logo magrelo.

—Mas...

—Ele disse que você terá que pagar. -Eu disse cortando Luther, sem me virar para o grupo.

—Wow! - O lobisomem riu e veio em minha direção. - Não sabia que o magrelo tinha um namorado. - E os amigos dele riram.

Eu soltei uma risada fraca, terminei de tomar minha cerveja e ainda sentado me virei para ele.

—Wow! Isso era para ser uma ofensa?

Aquilo pareceu afetar um pouco a confiança dele, mas ele não iria se dar por vencido.

—Achou ruim? Paga minha bebida então, china.

Me levantei, tínhamos a mesma altura .

— Primeiro: sou Japonês...

Ele se aproximou do meu rosto e sussurrou.

— Grande diferença.

— Para um ser babaca como você não deve fazer diferença.

Pronto. 

A merda estava feita.

Mighty Long Fall - One Ok Rock

"Quando nos conhecemos, a dor permaneceu

Éramos nós

Então, de repente, para onde você foi?

O sistema explodiu, eu sabia"

 

O lobisomem tentou dar um soco em meu rosto e eu desviei com facilidade. Porém logo os outro cinco vieram. 

  "Desse meu lado eu quero um pouco mais

Mas por dentro ao que parece eu sou apenas um garotinho

Nada mais "

Peguei rapidamente peguei a garrafa de cerveja vazia e acertei a nuca do primeiro, que desmaiou. Aquele com que eu havia discutido pegou meus braços e me mobilizou para que os outros me socassem.

  "Não vá, é uma queda forte e longa

Quando você pensou que o amor estava no topo

Oh, não, é uma chamada para despertar

Quando sua vida entrou em colisão

Parece que a gravidade continua nos puxando de volta para baixo

Não vá, é uma queda forte e longa

Quando você souber o tempo acabou  "

 

Eu ria enquanto levava socos no estomago.

A verdade é que sai com a intenção de arrumar uma boa briga. Já fazia um tempo que não batia em alguém.

"  Uma mentira, dois amores

Dessa maneira consegui de alguma forma resistir, não é mesmo?

Mas assim não vou conseguir mais me enganar, não é?

Então o que fazer? O que farei!?  "

Ainda levava socos no estomago e com certeza algumas costelas foram quebradas. Agora um deles vinha em minha direção com um banco de madeira.

Ok, já apanhei demais.

  "Não vá, é uma queda forte e longa

Quando você pensou que o amor estava no topo

Oh, não, é uma chamada para despertar

Quando sua vida entrou em colisão

Não há amanhã para um futuro que pretende desenhar

Então afinal, se já está doendo, irei continuar ferindo (continuarei)  "

Levantei minhas perna e com força empurrei dois lobisomens. O lobisomem arremessou o banco em direção da minha cabeça, porém fui rápido, dobrei meu corpo para frente, levantando o lobisomem que imobilizava meus braços as minhas costas. O banco acertou este, que caiu.

  "Levante! Levante! levante! levante!

É hora de consertar o que você fez

Levante! Levante! levante! levante!

Fugindo com os demônios em sua cabeça

Vamos gritar a plenos pulmões

Você nunca realmente quis saber

Vamos gritar profundamente alto, oh, oh " 

 

Agora livre acertava os outros quatro lobisomens com socos e chutes até que todos estivessem no chão.

  "Não vá, é uma queda forte e longa

Quando você pensou que o amor estava no topo

Oh, não, é uma chamada para despertar

Quando sua vida entrou em colisão

Parece que a gravidade continua nos puxando de volta para baixo

Não vá, é uma queda forte e longa

Quando você souber o tempo acabou  "

 

O bar estava silencioso apesar de haverem varias pessoas ali.

— Desculpe Luther. -limpei o sangue que escorria de meu nariz. - Vou limpar a bagunça.

Comecei por dois lobisomens e os carreguei para fora do bar.

.

.

Quando terminava de jogar o ultimo lobisomem num beco qualquer e já voltava para o bar vi Robert em cima de uma moto.

—Hey Robert!

—Daisuke? O que...

—Estou bem, estou bem... 

— Ok... vim buscar você antes que Sr. Haysawa de por sua falta.

—Certo. - Subi na moto e peguei o capacete que Robert me entregou. - Já acabou a diversão mesmo.

.

.

Robert queria que eu fosse para a enfermaria, mas se eu fosse alguém iria falar para Otousan, se é que já não haviam falado para ele, então fui para meu quarto tomei um banho e usei algumas bandagens e curativos que eu tinha guardados.

Estava deitado em minha cama de olhos fechados enquanto sentia minhas costelas voltarem ao normal e tentava dormir.

Ainda só pensava nela.

E adormeci.

 

 

09-09-5026   Domingo

 

Acordei com algumas batidas em minha porta e presumia ser Otousan.

—Entra! - Disse ainda sonolento.

Para minha surpresa era Robert.

—Acho que encontramos Kalena.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Voltei a postar no wattpad! link: https://www.wattpad.com/story/77402371-cobaia-0013

Mighty Long fall: https://www.youtube.com/watch?v=UjZqcDYbvAE



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