Completa-me escrita por BlackLady2


Capítulo 19
Capítulo XIX


Notas iniciais do capítulo

Talvez vocês pirem nesse capítulo e, talvez, vão me matar por ser tão curto.
Mas é necessário para deixar vocês mortas de curiosidade rs'
Vamo?



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Por Aaron Warner


Não percebi que Castle falava comigo. Não percebi que Sara e Sonya tentavam me dar notícias sobre alguma coisa. Eu simplesmente apaguei. Dormi, tão profundamente que não lembro se sonhei.

Eu ainda segurava a mão de Juliette. Quente e macia e imóvel, mas não me preocupei.

Quando chegamos da missão imposta por Castle, Juliette estava sentindo muita dor. Ela levara um tiro logo ao lado do osso da bacia, mas não atingiu nenhum órgão. Quase foi de raspão, se não tivesse ficado no corpo dela por centímetros. Apesar de Sara ter tentado me tranquilizar ou de Sonya ter insistido em me convencer de que Juliette estava bem o suficiente para não ter que ficar na ala hospitalar mais que uma noite, eu não quis sair do lado dela.

E ela também não reclamou. Na verdade, pareceu assustada quando as gêmeas pediram que eu me retirasse e aliviada quando me recusei. Apertou minha mão quando a dor ficou mais forte e quando eu tentava tranquilizá-la, ela realmente parecia me ouvir. Sara aplicou algo na parte interna do cotovelo de Juliette, que logo dormiu.

Não vi quando dormi, mas lembro de Sonya estar falando comigo. Talvez eu estivesse muito cansado, porque eu não lembrava sobre o que estavam falando.

— Você tem certeza se não aplicou morfina demais? - disse a voz de Juliette, um pouco enevoada - Ele não acorda de jeito nenhum!

— Ele estava muito cansado, Juliette - declarou Sara - Se você pensar bem, já faz mais de vinte e quatro horas que vocês não dormiam. E Warner estava tão preocupado que não conseguiria dormir sem uma... ajudinha.

— Quer dizer que vocês me doparam? - perguntei, levantando a cabeça da cama onde Juliette repousava.

— Talvez - responderam juntas.

— Por favor, nunca mais façam isso. Eu não suporto a tontura que vem quando o efeito da morfina se vai. Da próxima vez, me ofereçam um calmante.

Elas riram identicamente, claro e cintilante.

— Estão com fome? - questionou Castle, na porta do quarto.

— Eu estou - disse Juliette.

— Eu não - discordei - Na verdade, acho que estou enjoado.

— Vai vomitar?

— Não, mas não consigo comer nada agora.

— Talvez devesse tentar. Está sem comer a muito tempo.

— Castle tem razão, Warner - concordou Juliette, para minha surpresa - Você pode se sentir mal se não comer.

Ela estava com a mesma roupa de antes, ainda suja de sangue e a visão aquilo me fez lembrar de quando meu pai atirou em seu coração. Não recordava de me sentir tão desesperado. Mas seu rosto estava corado e ela estava comendo. Não parecia que tinha levado um tiro a...

— Aliás, que horas são?

— Onze e meia da noite.

— O que? Eu dormi por dezesseis horas?

— Como já dissemos, você estava cansado - disseram as gêmeas.

— Meninas - chamou Castle - O que acham de vocês irem comer alguma coisa? Vocês também precisam estar bem para cuidar das outras pessoas. E, com certeza, não precisam de dieta.

Ele as guiou, empurrando-as com as mãos nas costas delas. Bateram a porta suavemente quando saíram. Levantei para pegar a bandeja que Castle trouxera e senti o mundo girar mais rápido que o normal.

— Warner! - as mãos fortes de Juliette me agarraram antes que eu desabasse, sustentando o meu peso com uma facilidade anormal

— Meu Deus, você não está bem! A quanto tempo não come?

— Não sei - falei, me apoiando em seu corpo com gosto - Acho que comi uma maçã ontem de manhã.

— Uma maçã? Ontem? Você ficou louco? Deixa eu te ajudar...

— Não, você foi baleada e...

— E você está tentando morrer de fome! - ela me pôs na cama onde estivera segundos atrás - Toma - Juliette pegou a bandeja que estava no sofá no lado oposto da cama e repousou-a em minhas pernas - Come tudo.

— Você não vai comer?

— Eu já comi.

— Mas eu não vou comer tudo isso.

— Você é igual a uma criança teimosa!

— Agora sabe o que eu passava com você quando você fazia birra para comer.

— Eu tinha motivos mais consistentes.

— Mesmo? Para mim era apenas teimosia.

— Você está tentando me distrair, mas não vai conseguir. Come isso, Warner. Agora.

Fui forçado por ela a mastigar e engolir cada alimento da bandeja. Não pude negar que me senti em êxtase quando percebi que ela cuidando de mim. assim que terminei, ela tirou o objeto das minhas pernas e sentou-se do meu lado.

— Se sente melhor?

— Sim. Obrigado por se preocupar.

Uma mudança drástica de emoções veio dela - Eu não estava preocupada com você. Eu só preciso de você vivo para proteger Maria e Kat.

— Certo - ergui mais o corpo para ficar de frente para ela - Eu acho que você esqueceu que eu sei o que você sente.

— Então você sabe que eu não me importo com você.

Mesmo sabendo que era mentira, eu me vi segurando a vontade de gritar de amargura e sair correndo. Mesmo sabendo que ela só estava dizendo aquilo da boca para fora, meu coração parou e bateu de forma mais dolorosa do que de costume.

— Não, eu sei que você está mentindo.

— Eu não estou mentindo! Quer saber? - ela se levantou - Eu não sou obrigada a ouvir as suas baboseiras.

Também fiquei em pé, segurei seu braço para fazê-la olhar para mim. Ignorei a vertigem e o pedido choroso que o meu corpo fez para eu me deitar e descansar - Você é obrigada, sim. Você é obrigada a ouvir cada palavra minha. Você é obrigada a responder minhas perguntas. Você me deve as explicações que procuro há sete anos.

— Eu não sei de onde você tirou isso. Ninguém me obriga a nada. Eu não devo satisfações a ninguém!

— Você me deve por tudo o que vivemos. Nós tínhamos uma vida! Uma história, Juliette! Uma história que você deixou para trás.

— Eu deixei para trás, sim. E você deveria fazer o mesmo.

— Não sem entender o porquê. Não sem saber o que eu fiz que te empurrou para longe de mim. Não foi qualquer coisa, porque o que nós tínhamos era mais forte que muita coisa. Eu abandonei meus péssimos conceitos e você deixou de lado o seu medo. Tudo por amor. Por que eu sei que você me amou, Juliette, e eu sei que eu te amei. Que eu ainda te amo.

Os olhos de Juliette ficara marejados e, pela primeira vez desde que a vi, eu senti. Senti um pequeno vestígio daquele sentimento que nos envolvia tão intensamente. Que nos fazia esquecer o mundo depois da porta do nosso quarto.

Amor.

Eu senti e isso me deu esperança.

— É uma pena que você ainda nega isso. Apesar do seu coração gritar que me ama. Por você me ama, Juliette. Eu sei disso.

Ela virou o rosto, respirou, engoliu as lágrimas e voltou a me olhar - E, algum dia, eu neguei que te amava, Aaron?


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Notas finais do capítulo

E então, como estamos? O que acharam? Preciso saber!
Layla Magalhães, meu bem, obrigada pelas suas palavras. Adorei que você curtiu CM, como abrevia minha flor Lau Souza - sim, Lau, eu aderi ao CM - e já li suas fic. Amei!
Beijos.
BL.



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