Narração: Mônica

Andei pensando sobre o que a Cascuda me falou no dia anterior, como as pessoas fazem isso com as outras...

Estava na sala de aula, estava na aula de história com uma professora que tinha uma voz totalmente irritante. Ela começou a explicar o conteúdo mas ninguém na sala estava prestando atenção, então, resolvi observar as pessoas.

Bom... agora percebi que só a Cascuda está prestando atenção na professora. Olhei para os lados pode ser que a Cascuda tenha um ponto de razão porque todos estavam conversando com integrantes de seus determinados grupos.

Magali e Marina conversando; Jeremias e Nimbus conversando ; Tikara no celular; Aninha e Maria Melo conversando; Xaveco e Denise namorando; Titi dormindo e Cebola com Cascão fazendo bagunça.

Cebola... será que ele se lembra de mim.

Ouvi o sinal tocar. Troca de sala. Estava saindo quando esbarei em uma garota com grandes óculos e muitos livros. Infelizmente todos os livros foram ao chão e ouvi a garota dizer bem baixinho:

—D-Desculpas. –Ela disse se agachando e pegando todos seus livros, foi aí que me toquei essa era Ramona.

—Sem problemas! –Disse me agachando e recolhendo alguns de seus livros e lhe entregando.

—Obrig-gada. –Ela disse ajeitando seus óculos.

Eu já ia responder quando ouço uma voz familiar. Era Cascuda essa não...

—Caham! —Ouço ela por traz de mim me viro com um falho sorriso no rosto.

—L-Licença – Diz Ramona para Cascuda que apenas faz uma cara autoritária e diz...

—SAI!!! –Ela diz e isso me deixa surpresa ao ponto de deixar minha boca com formato de “o”.

Ela olhou para mim com um olhar mortal. Ok! Confesso que deu até um pouco de medo.

—Poso saber o que estava falando com ela?

—Desculpa. Mas você não pode falar assim com ela! –Disse para Cascuda, que me olhou de cima a baixo e disse.

—Só estou colocando ela no lugar dela. E me desculpe por tentar salvar você! –Ela disse começando a andar na minha frete.

A segurei pelo braço e disse:

—Você não tem o direito de falar isso! Sabia? –Ela se soltou do meu braço e disse- Eu estava te ajuda a não acabar como ela!

—Olha poderia tentar ser um pouco menos grossa!

—Tudo bem. –Ela disse revirando os olhos.

                               Narração: Autora

O dia foi mais um comum dia de aula como sempre.

Lá estava Magali, Marina e Denise. Na casa de Magali conversando.

—Então... oque acharam da garota nova?-Perguntou Marina.

—Ela é na dela. –Disse Magali dando de ombros.

—Ela parece que tem muitos segredos, parece que viveu um drama! –Disse Denise fazendo as amigas. Olharem para ela.

—Tá poética hoje. Hein? –Disse Magali.

—Aposto que é por causa do Xaveco. Certeza. –Disse Marina.

—Ai meninas me deixem. –Denise disse jogando uma almofada em Marina. –Ok mais agora eu tenho uma pergunta para você Magali! Por que você não namora com  o Cascão?

Magali arregalou os olhos se sustando com a pergunta da garota.

—TÁ LOUCA GAROTA! –Gritou Magali.

—Não eu e a Mari já temos nossos amores. –Denise  disse passando o braço entorno dos ombros de Marina.

—Aff’s –Magali revirou os olhos.

—Ai sua sem graça! –Disse Denise mostrando a língua e caminhando até a janela. –Wow! –Denise disse. –O Cebola está na casa da garota nova! –Disse fazendo as outras garotas irem para a janela.

—Como você sabe que a Mônica mora aí? –Perguntou Magali. –Nem eu que sou vizinha sabia!

—Esqueceu? Ela é a Denise. –Disse Marina revirando os olhos.

                               Algumas horas atrás

                               Narração: Cebola

Eu estava saindo da sala de aula quando... Ouço a professora me chama:

—Cebola vem aqui? Fazendo um favor! –Pronto oque aquela velha queria?

—Sim? –Disse me aproximando da mesa dela.

—Leve esse livro, para esse endereço. –Ela me entregou o livro e o endereço em um papel, li o nome da rua era atrás da minha.

Coloquei tudo dentro da minha bolsa e já ia sair quando a velha diz:

—Ela esqueceu o livro aqui! –Ela disse dando um sorriso retardado. Eu tive que zuar.

—Oh serio? Achei que ela tinha te dado de presente! –Ela me lançou um olhar mortal e eu continuei: -Se bem que você não iria enxergar as letrinhas. –Disse e comecei a andar para fora da sala.

—OQUE? –Ela gritou.

Já estava na porta, me virei e disse :

—Tchauzinho! –Disse com um sorriso irônico e sai correndo para fora da escola.

[...]

Já se passaram das três horas da tarde e só agora eu fui me lembrar do raio do livro. Peguei e resolvi ir logo para a casa dessa menina.

Resolvi ir de a pé. Não vou gastar gasolina para ir uma rua antes da minha casa, Peguei o livro e fui. Vi que era uma nova casa e toquei a campainha esperei e pouco minutos depois a mesma garota que levou Maria Cebolinha para casa apareceu, isso está ficando estranho primeiro ela leva a Maria para casa, depois entra na escola e na minha turma e agora eu estou na porta da casa dela.

—Ahn?... Oi. –Ela disse, com certeza estava estranhando minha presença ali.

—Oi. Você esqueceu seu livro na escola! –Disse entregando o livro para ela, que estranhou.

Ela abriu o livro na contra capa e disse:

—Não esqueci não! Esse não é meu livro. –Ela disse e eu olhei para ela com uma cara de surpresa.

—Oque? –Perguntei. –Eu vou matar aquela velha!

Disse e ela deu uma pequena risada só ai percebi como ela é linda. Como não notei isso antes?

Ela olhou para minha mão e perguntou:

—Oque é isso ? –Disse se referindo ao machucada de minha mão.

—A não foi nada, machuquei no trabalho.

Ela pegou em minha mão me deixando sem palavras. Suas mãos eram bem macias. Ela olhou por um tempo em minha mão e disse:

—Você precisa de um curativo! Espere aqui!-Ela entrou para casa e voltou segurando um  band-aid .

—Você não precisa fazer isso! Tá? –Eu disse revirando os olhos.

—Shh... Eu sei o que estou fazendo, minha mãe é enfermeira. –Ela terminou e disse: -É melhor assim se não infecciona!

—Tudo bem. –Peguei o livro me virando para ir embora.

—Tchau! –Ela disse acenado com os dedos.

É essa  foi a coisa mais estranha da minha vida....