Narração: Mônica

O domingo passou rápido e quando me dou conta já estou me trocando para meu primeiro dia no Colégio do Limoeiro. Não me vesti muito chique não sou dessas eu só quero me sentir bem. Tomei meu café da manhã correndo, despedi dos meus pais e fui para o colégio. Eu tinha que chegar mais cedo tinha que levar um monte de papeis na diretoria cheguei lá tive que assinar uma folha entregar algumas e ainda teria que levar uma folha para meus pais assinarem.

O sinal tocou e o diretor disse que eu poderia ir para sala cheguei lá um pouco atrasada, quando foi recepcionada pelo professor ele me deixou de pé ao seu lado em frente ao quadro.

—Pessoal essa é a nova aluna Mônica, pra quem não sabe ela acabou de chegar na escola... –Ele foi interrompido por um garoto forte que tinha dentes como os meus, ele sentava no fundo da sala.

—Avá se ela é aluna nova, ela estuda aqui a  anos –Ele ironizou deu uma pequena risada como alguns alunos. Aproveitei para correr meu olhos pela sala quando vi aquele garoto que tinha visto sábado, não acredito que ele estuda aqui.

Tanto a minha atenção, quanto a do resto da sala se voltou para a porta onde um casal estava parados de mão dadas. Aí me lembrei era o mesmo casal que estava naquele banco. E como se fosse sintonia olhei para a sala que estavam todos de queixos caídos, tirando um garoto todo de preto e eu, quando um menino que se sentava ao lado do Cebola se levantou e começou a aplaudir.

“Oque está acontecendo” Pensei para mim mesma e alguns alunos também se levantaram  e começaram a aplaudir também. Mesmo não entendendo nada fiquei na minha. O casal caminhou para o fundo e sentaram lá.

—pode se sentar!—O professor sussurrou para mim caminhei até o único lugar vago e me sentei era atrás de uma garota de cabelos curtos e loiros.

Depois de cerca de  meia hora ela se virou e disse:

—Desculpe, eu não falar com você antes, prazer Cascuda! –Ela disse estendendo as mãos e dando um sorriso amigável apertei sua mão e disse.

—Sou Mônica, prazer.

—Então veio da onde? –Ela perguntou. Olhei para os lados antes de responder me certificando que ninguém estava olhando ( Não queria que pensassem que eu era uma filhinha de papai mimada.)

—Da França. –Disse e ela fez uma cara de espanto.

—Da França? Serio? –Ela disse quase subindo seu tom de voz.

—Fala baixo! –Disse e ela tentou se acalmar no mesmo instante.

—Mas... –Ela começou e eu a interrompi.

—Eu já morei aqui, sei falar português muito bem. –Disse e ouvimos o sinal tocar.

—Deve ser difícil se mudar, para um lugar diferente. Se quiser te apresento todo mundo! –Disse se levantando.

Segui ela que foi até o refeitório, fiz tudo o que ela fez e nos sentamos em uma mesa vazia. Comecei a comer enquanto ela falava:

—Bom aqui é assim você tem que ter seu grupo e nada mais.

—Como assim “seu grupo” ? –Perguntei.

—É assim tem  vários grupos “Os populares”, “Os jogadores de futebol”, “Os semi-populares” , “Os excluídos” e outros.

—“Semi –populares” ?-Perguntei.

—É assim: Tá vendo aquela mesa ali? –Cascuda perguntou apontando para uma mesa logo vi Cebola estava lá e o casal que foi aplaudido. Balancei a cabeça com o sinal de sim. –Aqueles são populares. O dentuço é o Titi, O loiro o Xaveco, a ruiva a Denise, o de cabelo rebelde é o Cebola e o com marquinhas nas bochechas é... –Ela deu uma pausa e suspirou como se estivesse apaixonada. –É o Cascão.

—Seu namorado? –Perguntei e ela o fitou e respondeu:

—Não é meu ex. –Ela disse com uma cara apaixonada. –Tá continuando... Naquela outra mesa do lado estão “os semi –populares”.

—Eu ainda não entendi isso-Eu disse confusa.

—Seguinte: Aquele é Nimbus, Jeremias, Tikara, Keiko e Toni. –Disse apontando para cada um ali.

—Todo mundo tem nome estranho por aqui? –Perguntei estranhando um pouco, mas por outro lado vendo graça.

—Você não viu nada! –Ela disse. E parece que só agora notei o quanto ela é mandona. –Tá certo espere um minuto.

Ela disse e começou a mexer no seu celular, ela viu algo que fez sua boca virar um “o” e depois de alguns minutos seu queixo aparenta ir ao chão. Estava mais do que certo que eu não estava entendendo nada, e isso já esta me deixando com raiva. Então resolvo perguntar:

—Aconteceu alguma coisa? –Ela vez um sinal com as mãos para eu esperar, e foi até ua mesa não muito longe.

Ela falou algo para uma garota de cabelos lisos e de franja, fique lá tomando meu lache não prestando atenção nela. Quando ela voltou e se sentou disse:

—Continuando... Aquelas ali são as únicas garotas comuns daqui! –Disse apontando para a mesa que estava- As duas da ponta são lideres de torcidas e a outra mais cheinha é a Isadora. Com o tempo você ira conhece-las melhor.

—São suas amigas?- perguntei e Cascuda fez “sim” com a cabeça.

—Tá vendo aquela menina loira na ultima mesa? –Ela perguntou e eu estranhei.

—Nossa como ela é bonita por que ela está sozinha? –Perguntei normalmente uma garota loira, de olhos azuis e que veste roupas de marcas seria popular!

                -Ela é Carmen era popular até semana passada e uma líder de torcida. Mas isso acabou quando ela beijou o namorado da Denise na frente dela... E agora está no grupo do colégio que ela saiu do time de torcida.

                Ah... Então era isso que ela viu no celular.

                -Você não pode conversar com ela, se não todo mundo vai te odiar. Nem com aquela garota de óculos. –Disse apontando para uma garota sozinha, de óculos e cabelos curtos laranjas. –Se você chegar perto dela será zuada, até acabar a faculdade! –Agora eu fiquei com medo eu hein?

                -Por que?-Perguntei.

                -Ela é uma ridícula! Mas... você também não pode falar com aquelas duas ali!- Disse apontando para uma garota de piercing no nariz e outra de cabelos cacheados. –Elas são as piores da escola! –Ela disse comecei a pensar : talvez ela estivesse exagerando, ou talvez elas fossem como a Penha!

                -Como assim? –Perguntei sentindo um arrepio na coluna me percorrer.

                -A de mechas e “marcação de vaca” no nariz é a Magali. –Não esperava que a Cascuda fosse tão agressiva ao ponto de chamar o piercing da garota de “marcação de vaca”.

                -Você esta pegando pesado, não está? –Perguntei com os olhos arregalados.

—Confia em mim nunca chegue perto delas! Elas só ficam na dela... Ah e a outra é Marina, namora do Franja, Dj do Limoeiro!

Parei para refletir um pouco, essa escola é diferente das outras parece que aqui você precisa de algo para te rebaixar e algo para te levantar é estranho? É, mas eu não posso fazer nada...

Ouço Cascuda me chamar e estralar o dedo na frente de meu rosto.

—O que foi? –Pergunto.

—Ouviu oque eu falei? Acho que não... –Ela disse. –As coisas tem se tornado muito estranhas ultimamente, digamos que a Carmen modificou as coisas, no dia em que a Carmen fez aquilo a Marina defendeu a Denise e saiu no grupo que ela foi para o racha com a Magali.

—Racha...?

O dia passou Cascuda me explicou o que era esse “racha” e disse para mim não contar para ninguém, me apresentou também Aninha ,Maria Melo e Isadora. Elas parecem legais e acho que estou entrando para o grupinho delas. Só espero que não coloquem uniformes de torcida em mim.