Califónia Arizona Califórnia escrita por Sereia de Água Doce


Capítulo 4
Paga minha conta?




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1:00 PM – BEL AIR, LOS ANGELES.

—Aqui. – Scorpius chegou a sua mesa com duas bandejas, entregando uma a Rose.

Haviam ido a um bairro onde eram considerados os melhores restaurantes e lanchonetes. Rose havia ficado na mesa enquanto o loiro fazia os pedidos, decidido a fazê-la ganhar um pouco mais de massa.

—Obrigada. – Rose torceu o nariz pela quantidade de comida, mas sorriu pela  gentileza.

—Sabe ruiva, quando você tem fome na Califórnia, comer em um café é um pecado mortal. Para que comer lá quando se têm essas maravilhosas lanchonetes com os melhores hambúrgueres do mundo todinho! – de fato ele estava animado por mostra-la algo que ele particularmente gostava. Até demais.

—Ande, experimente! Pegue o Hambúrguer, coloque um pouco da pimenta e maionese. Também peque a batata e mergulhe no ketchup e molho barbecue, agora enrole ela na alface da salada. E coma! Todos esses sabores juntos fazem uma explosão de sabores na sua boca e estômago. – como ele continuava magro e sarado, Rose se perguntava. Se sua exaltação só de falar da comida era grande, imagina a comendo.

Decidiu então provar. Seguindo seu ritual, primeiro passou álcool gel nas mãos e embrulhou o hambúrguer em um guardanapo.

—O quê você está fazendo, garota? Esse tipo de comida não é para ser degustada assim! Sei disso porque como essa iguaria todos os dias e já estou cansado de saber como fazer.

—Acontece Scorpius, que se comer desse jeito, os níveis de colesterol, as artérias ficam bloqueadas e VOCÊ TEM UM ATAQUE CARDÍACO!

—RETIRE SUAS PALAVRAS, RUIVA! Não fale isso, sou o único filho da minha mãe! Deus te fez tão bonita, por que não uma pessoa boa também? – Malfoy falou num tom deveras preocupado.

—Quer saber Scorpius? Algum dia estas duas coisas vão parecer as mesmas.

—Isso o que? –perguntou de boca cheia.

—Você e o hambúrguer.

—HÁ HÁ HÁ, engraçadinha. Concentre-se na sua comida. O gosto vai mudar seu ponto de vista.

—Ah é? O que vai acontecer?

—Você vai se apaixonar. – o rapaz respondeu fazendo uma cara sedutora. Quer dizer, o máximo sedutor que uma pessoa de boca cheia pode parecer.

—O QUÊ? – Rose perdeu a cor. Estava pálida e completamente confusa.

Então Scorpius entendeu o que havia dito. Caiu na risada ao imaginar o que a garota havia pensado.

—Não por mim, você vai se apaixonar pela Califórnia!

A ruiva solta um suspiro, ligeiramente aliviada por não estarem dando em cima dela. Não percebeu, mas Scorpius estava dando uma boa olhada nela, de cima a baixo.

—Mas e aí? Você veio sozinha para encontrar o garoto? – podia até não parecer, mas Scorpius era bem curioso quando queria.

—Por quê? Acha que não consigo encontra-lo sozinha? – e ela estava na defensiva.

—Ah não... Já vai brigar comigo de novo? Porque não relaxa, minha rainha vermelha?

Apenas se olharam de forma esquisita.

—Então, você gosta do rapaz? – perguntou se aproximando, com um sorriso no rosto, como se fosse um amigo anunciando em alto e bom som que o crush está passando.

—Eu não o conheço. Ele não estava em casa. Mais alguma coisa? - não estava irritada, apenas indiferente. – Só quero saber quanto mais tempo vou ter que esperar...

—Esquece isso! De qualquer maneira você ia dizer não. Além do mais, você pode enviar uma mensagem ou algo assim mais tarde. Além do mais, você é do Arizona. E se está na Califórnia, passeando na moto de um cara que nem conhece. Pode ficar aqui sentada e comendo hambúrgueres...

—Pode parar por aí! Deixe suas ideias na sua cabeça, por favor. É verdade que sentei na sua moto. Também é verdade que estou sentada aqui com você comendo hambúrguer. Mas isso não me faz fácil, sabia?

Scorpius apenas sorria divertido enquanto mastigava.

—Eu sei que você me ajudou Scorpius. E agradeço isso. Pensei que estivesse certo, por isso achei melhor confiar em um estranho que encontrei um par de vezes do que em um desconhecido.

—É isso que estou dizendo ruiva!- o loiro sorria abertamente agora. Não conseguia mais segurar. –Anda, o que o garoto faz?

—Não sei. Quando se casar vai dirigir a loja do seu pai. – Rose estava com uma cara meio amarrada, olhando para o nada. –De qualquer forma, os garotos da Califórnia já tem isso definido como carreira. Loja do seu pai.

O rapaz imediatamente faz uma cara, obviamente ofendido.

— E o que há de errado nisso? Cuidar da loja e leva-la ao topo é uma arte. Não é algo fácil certificar-se que sua loja está acima do resto. Marketing é tudo!

—Visto por esse ponto, você até que tem razão. Concordo com você.

—Concordou? Tome cuidado então porque pode ter uma vida conjugal feliz. – disse estendendo uma mão para ela, para um aperto de mãos. Ele brincava com tudo, sempre com um sorriso no rosto.

—Que Deus me ajude com aquele tolo, eu ainda sequer me casei... – disse ignorando a mão estendida do rapaz.

—Ele é um tolo também? Que incrível!

—Tipo, se um menino gosta de mim só depois de ter visto uma foto minha, ele não é o maior idiota de todos? Quero dizer, em que mundo você vive? Vamos sentar e conversar. Encontramos a pessoa e aí dizemos sim ou não.

—Isso é demais! Você nem sequer o conhece! – continuava de boca cheia.

Rose fez uma expressão de “não é mesmo?”.

—Como é que ele pode gostar de você vendo apenas uma foto? Onde conheceu esse idiota, ruivinha?

—Ele é filho da melhor amiga da minha mãe.

Scorpius não aguentou e caiu na gargalhada. Nunca pensou que ajudar uma desconhecida fosse tão divertido.

—O PERDEDOR VAI SE ARREPENDER, ISSO SIM! Ele disse que sim depois de ver a sua foto, está assumindo o maior risco! Mais tarde ele vai é gemer pelo seu engano. – e continuava rindo.

—Pode ter certeza de eu isso não vai chegar a esse ponto, sr. Califórnia. Não quero me casar com ele sabendo que é da Califórnia.

—O que quer dizer com isso? – ele parecia meio triste, magoado, mas disfarçava como podia.

—Quero dizer, ele é da Califórnia. Califórnia!

—Por que você tanto insiste sobre a Califórnia?- aparentava estar um pouco irritado. – Os garotos da Califórnia são muito mais inteligentes que os do Arizona!

—Só os garotos da Califórnia pensam assim, se quer saber. –Rose parecia se divertir em vê-lo irritado.

—POR QUE PENSAM! É um fato! Os garotos da Califórnia vão para o Arizona e para o resto do país e se tornam pessoas importantes. ELES GOVERNAM O MUNDO! Tom Hanks? Garoto da Califórnia. Robin Willians? Da Califórnia também!

—Ah é? Então porque eles não se tornam grandes por si só aqui? Tem que ir para fora?- foi um tom desafiador.

—Esse é o ponto. Porque não se trata só do Arizona. O país, não, não , o mundo inteiro precisa dos meninos da Califórnia! Essa é a vantagem daqui. – sorria por ter arranjado um argumento bom o suficiente.

—Eu mereço...- já apoiava a cabeça entre as mãos, desesperada em como havia se metido naquela situação.

—Foi por isso que sua mãe escolheu um garoto da Califórnia. –com um sorriso de canto, Scorpius se gabava um pouco, por pertencer a aquele estado.

—Podemos ir agora Scorpius? – estava de saco cheio já.

—Claro! Garçom! A conta, por favor.

Rose abriu sua bolsa apressadamente para pegar seu dinheiro, irritada pela pequena discussão.

—Ei, o que é isso? Eu te chamei para comer. Deixa que eu pago.

—Estamos em uma nova era, Scorpius. Vamos dividir.

—Você é cheia de regras, hein?

—Você é quem deveria ter algumas.

—A conta, senhor. – o garçom havia chegado de mansinho, apenas fazendo uma rápida figuração.

—Não devia ter não, ruiva.

—Não importa, aqui está minha parte. – depositou o dinheiro na bandeja do rapaz.

Scorpius apenas sorria, fazendo caras e bocas enquanto a via se levantar e sair. Porém, quando foi abrir sua carteira para pegar o dinheiro...

—Ei, ruiva! Pode pagar a minha parte?

—O quê?

—Gastei meu dinheiro todo pagando aquela multa. Eu juro que te pago, é só até tirar o dinheiro. Pode até ficar com algo meu como garantia.

Indignada e surpresa, Rose jogou a parte dele na mesa e disse curta e grossa:

—Seu relógio. – e estendeu o braço para pegá-lo.

Dez minutos mais tarde Scorpius havia retirado o dinheiro e entregue a garota.

—Nunca vi tanta indignação por sessenta dólares.

Rose também nunca havia visto tanta cara de pau.


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