— Em primeiro lugar, ele não é nenhum ladrão Lola.  E segundo lugar, que moral você tem para falar de alguém depois de aplicar o golpe da barriga? – Pisquei vencedora.

Lola sentiu vontade de me matar, isso eu tinha certeza. Então me fitou irritada.

— Vá lá Sara, e cuida bem do Mario do Bairro. – Disse irritada.

Eu quase gargalhei com a analogia. Virei-me de costas, e ainda rindo baixo voltei a me sentar com meu par.

— Mário do Bairro? – Gil me olhou sério.

— Sinceramente você não iria querer saber. – Sara estava ainda rindo.

— Pelo modo que está rindo, com certeza vou querer. – Piscou.

— Quieto Grissom do Bairro. – Disse rindo.  – Logo isso tudo termina, eu te prometo.

Logo vi Camille se aproximando de mim.

— Posso? – Sorriu.

Acenti.

Logo ela sentou-se a mesa conosco.

— Grissom do Bairro, essa é Camille. Camille esse é o Grissom do Bairro. – Ri.

— Você não presta amiga. – Falou rindo, e fitou Gil nos olhos, vi que ela se encantou com os olhos claros dele. Até demais para o meu gosto. Parecia interessada.

— Onde está Christian? – Perguntei tentando desviar a atenção dela.

— Está com os demais, conversando.  Ele nem queria vir.

— Não era o único. – Bufei.

— Enfim, você é mesmo um mendigo? – Perguntou interessada.

— Depende do que for sua definição de mendigo. – Gil falou desafiador. 

— Não sei. Morar em baixo de uma ponte, juntar latinhas na rua e pedir dinheiro nas sinaleiras?

— Tirando a parte de morar em baixo de uma ponte, sim. – Disse simples. – Porém conheço alguns amigos que o fazem. 

— Interessante. – Camille parecia hipnotizada, e eu queria tirá-la dali a tapas.

Logo fomos interrompidos pelo senhor Riley, ele era um dos organizadores do evento. E sinceramente, era uma das poucas pessoas de prestigio realmente ali. Logo nos levantamos para cumprimenta-lo, e fui para o lado de Gil.

— Olá Sara. Vejo que trouxe companhia este ano. – Sorriu simpático.

— Sim senhor Riley. – Beijei-lhe a face. – Este é o senhor Gilbert Grissom. – O apresentei.

— Muito prazer senhor Grissom. Deve ser um homem de sorte, geralmente Sara vem aos eventos sozinha. Deve ser uma ótima companhia.

— Obrigado senhor Riley. – Então vi ele me fitar sorrindo.

— O senhor trabalha com o que?  - Riley perguntou poucos minutos de conversa depois das apresentações. Vi Gil me olhar apreensivo, como se não soubesse o que falar.