Sara Sidle

Mesmo que eu não quisesse admitir, me senti muito mais quente quando Grissom me envolveu com seus braços. Eu sabia que passar uma noite ali não seria fácil, mas Gil parecia estar dificultando tudo, e isso me irritava ao mesmo tempo em que me entristecia. Quando ele fora a festa, eu fiz de tudo para que ele se sentisse o menos deslocado sozinho, posso não haver conseguido, mas tentei. Aqui ele era pior que o advogado do diabo, e parecia que ele gostaria de me ver sofrer com essa mudança.

Respirei profundamente, não deixaria que isso me abatesse.

Do caminho de minha casa até a dele, senti medo. Nunca andava a pé durante a noite, e isto me provocou muito medos. Não somente um ladrão como qualquer outro tipo de ser maligno que aparecesse aquele momento, entrando no bairro dele isto ainda fora mais aterrorizante. Não estava acostumada a ver pessoas armadas ou se drogando, Gil por outro lado parecia que fosse algo cotidiano e nem se importava diante da situação.

— É só não se meter com eles que eles não se metem contigo. – Murmurou Gil ao pé do meu ouvido. – E não fique olhando. – Explicou-me, e só então percebi que olhava para eles fixamente.

“Não se meter. Nada de contato visual.”. Anotei em meus pensamentos.

Quando chegamos a sua casa, joguei-me no sofá quebrado que havia a sua sala. Ao fechar a porta finalmente eu relaxei, era o lugar onde mais me senti segura. Não era a mesma segurança de estar em casa, mas me sentia segura.

Quando olhei uma lâmpada acesa, pensei em banho quente. Banho quente o caralho, Gil não estava brincando, chegando no banheiro procurei incessantemente um chuveiro, mas a única coisa que eu achei fora uma válvula. Quando abri e vi a água caindo de um cano senti vontade de gritar.

— Não vou dar esse gostinho àquele cretino. – Murmurei a mim mesma.

Ao menos havia sabonete, e o cheiro era agradável. Decidida a não lavar meu cabelo, tomei o pior banho da minha vida e por um momento bateu aquela dor de consciência. Era assim que Arthur e Alicia tomavam banho? Todos os dias, as crianças entravam uma água destas? Arthur era somente um bebê. 

Respirei pesadamente. Isso não era uma vida.

Quando terminei o banho e me vesti, estava pronta para o melhor macarrão instantâneo que comeria em minha vida. Mal percebia que tremia de frio até Gil me abraçar e agora me sentia aquecida.

— Está melhor assim?

Assenti somente, e levei meu rosto até o dele. Começamos um beijo quente e caloroso, e agora sim eu me sentia pegando fogo, confesso que por um momento pensei em um outro banho. Gil também se aqueceu, pois ele me puxou mais para seu corpo e intensificou o beijo.

Rocei meu corpo contra o dele.

— Oh Sar. – Ele disse com um gemido.