Dani me deixou em casa por volta das 21h, a casa estava toda escura, me lembrei então que Damon estaria no bar, Lord fez toda aquela festinha de quando chegamos e logo foi se deitar no sofá, decidi tomar um banho.

 Tirei minhas roupas e entrei no chuveiro, a água quente caia em minha cabeça, e eu não conseguia parar de pensar no que havia acontecido no almoço, aquilo estava me matando, eu estava muito arrependida, eu queria contar ao Damon, mas sei que ele não vai me perdoar, e ele teria toda a razão do mundo para isso. Terminei o banho e sai enrolada na toalha até o quarto, vesti uma camiseta de pijama e um short, me sentei no sofá da sala e liguei á televisão, Lord provavelmente achava que ele algum shih tzu ou coisa do tipo, porque ele ficou com 80% do corpo em cima de mim, e ele provavelmente pesa o mesmo que eu. Fiquei alisando suas orelhas peludas enquanto assistia á um filme que passava na televisão, sem dar muita atenção á ele.

 Por volta das duas horas da manhã Damon chegou, eu estava cochilando no sofá e despertei com ele me levando para a cama.

— Oi – disse ele ao ver que eu havia acordado, mas sem me colocar no chão.

— Oi – disse esfregando os olhos com a voz rouca – que horas são?

— Tarde – ele disse sorrindo.

  Não sei porque, mas não me importei de pedir para ele me colocar no chão, eu até gostei disso, ri comigo mesma. Damon me deitou na cama, e me cobriu, como se eu fosse uma criança, eu segurei uma risada, ele se virou e estava saindo.

— Damon – chamei, e lentamente ele se virou para mim.

— Sim Lena?

— Eu estava pensando – me sentei na cama – acho que está na hora de você voltar para sua cama – ele me olhou com os olhos meio arregalados, pego de surpresa ficou sem reação – bom, nós não vamos fazer... – não completei – mas acho que não tem problema nisso.

— Não precisa Elena, estou bem no sofá – não entendi o porque dele não querer dormir comigo.

— Damon, por favor – pedi.

  Ok, isso era parte porque eu estava culpada, muito culpada, mas parte por eu ter adorado acordar com ele ali hoje de manhã, e eu acho que está na hora de levar a nossa... Estranha relação á um outro nível.

— Elena, tem certeza?

— Tenho  - disse firme.

— Tudo bem então, se é o que quer, não vou ficar fazendo doce não – ele riu e eu também. – vou só tomar um banho.

   Damon foi até o banheiro, após cerca de quinze minutos ele saiu, secando o cabelo com a toalha, vestindo apenas uma calça de algodão cinza larga, mas que o deixava sexy, mordi o lábio sem querer.

— Está apreciando seu marido? – ele disse se aproximando da cama dando risada.

— Eu só – não sabia o que dizer, qual desculpa dar, então não disse nada.

— Posso? – disse ele levantando o edredom, fiz um gesto com a mão de "vá em frente’’, ele se deitou na cama e puxou o edredom até a barriga, deixando os dois braços por cima – porque de repente resolveu me deixar dormir aqui?

— Não sei – ah eu sei, mas não quero falar – só acho que é um passo á mais no nosso estranho relacionamento – sorri me virando para olha-lo. – Não vai me atacar durante a noite não é?

— Depois do jeito que você me olhou á alguns minutos, quem deveria ter medo de ser atacado sou eu – ele disse num tom falsamente ofendido.

— Damon – dei um tapa leve em seu ombro, senti minha face queimar.

— Vai Elena, pode admitir, você está doidinha pra ter meu corpinho.

— Claro que não – eu ria com vergonha -  Não tem nada a ver Damon.

— Não mesmo? – ele se aproximou mais de mim, seus olhos azuis nos meus olhos castanhos, pude sentir seu ar, ele estava muito próximo, meu corpo queimou por dentro, e eu fiquei sem fôlego, e acho que ele reparou nisso, pois seu sorriso era pura malicia – É, pelo jeito estou certo.

— Não me provoque – disse.

— Não vou, isso foi apenas um teste, para eu ter certeza que você não cairia em tentação durante a noite. – ele disse se afastando novamente, e por um instante, fiquei decepcionada.

— Eu não vou te atacar durante a noite, prometo. – eu ria, com a respiração voltando ao normal.

— Já não prometo o mesmo – disse ele com um sorriso de pura malicia, e se virou de costas para mim.

 Deus como era tentador, eu não posso dizer que me lembrava dos meus sentimentos por ele, mas com certeza o meu corpo se lembrava dele perfeitamente, eu me sentia muito atraída por ele.

— Ah dane-se – eu disse em voz mais alta do que gostaria, porque ele se virou para mim, e antes que ele pudesse falar qualquer coisa, fui para cima dele.

  Nosso beijo era desesperado, cheio de desejo, quase animalesco, eu passava a mão em seus cabelos negros, ele alisava minha cintura, eu ainda estava em cima de seu corpo, seu beijo era tão bom, seu toque fazia minha pele toda arrepiar, eu o queria, com certeza queria.

— Elena – ele disse arfando – Pelo amor de Deus – ele procurava ar, eu ainda estava em cima dele.

— O que foi?

— Você não pode fazer isso, é como se acordasse um urso faminto dentro de mim.

— Deixe-o sair. – por que eu disse isso?

— Elena, não quero que você faça nada que vá se arrepender depois, não quero que você se precipite e depois fique com raiva de si mesma, não quero que você... – eu o interrompi com outro beijo. – Você tem certeza disso? – ele disse ofegante.

— Eu tenho Damon.

 Ele piscou para mim várias vezes, acho que ele esperava algo assim a tanto tempo que não sabia o que fazer, então voltamos a nos beijar.

 Nosso beijo era desejo puro, ele tirou minha camiseta e parou para me observar por um minuto, e então voltou a me beijar, passando uma das mãos pelas minhas costas, me causando novos arrepios. Ele tirou meu shorts, e com delicadeza soltou meu sutiã, tenho certeza que á essa altura, meu rosto estaria vermelho como um pimentão. Damon se virou, ficando por cima de mim, ele passava os lábios pela minha clavícula, deixando um rastro de beijos delicados, parando entre o pescoço e o ombro.

— Ah Elena – ele disse com uma voz rouca e sexy.

 Acabamos de nos despir, e então tudo aconteceu, não posso dizer que nós fizemos amor, pois não foi o caso, nós transamos,  e foi maravilhoso, parecia que meu corpo gritava pelo dele, e vice versa. Após longas horas de prazer, caímos deitados um ao lado do outro, ofegantes e suados.

— Ah Elena, o que você faz comigo? – Damon disse ofegante ao meu lado, e então puxou meu corpo para mais próximo ao dele, e nós dormimos de conchinha.

                                                                               *

 Acordei no dia seguinte, me lembrando das cenas da noite passada, um sorriso involuntário apareceu em meus lábios, senti um peso em minha barriga, e vi que era o braço de Damon, tirei com cuidado para que ele não acordasse, vesti uma camiseta dele e fui até a cozinha.

  Preparei um café da manhã para nós dois, suco de laranja, café, chá, waffles com morango e chantilly, e uma geléia de morango, arrumei tudo á mesa, e quando estava acabando de colocar os copos Damon apareceu vestindo apenas sua calça, ele passava as mãos nos olhos  e bocejou.

— Bom dia – andou até mim e me deu um selinho demorado, fiquei o observando, seu cabelo estava bagunçado, mas de um jeito sexy.

— Bom dia – ele se sentou na cadeira, e eu me sentei á sua frente – preparei o nosso café da manhã.

— Estou vendo – ele parecia feliz ao ver as coisas na mesa – você fez waffles?

— Sim – disse orgulhosa – mas não se preocupe, eu peguei a receita na internet. – nós dois rimos.

 Nos servimos, e começamos a comer, Damon despejou a geléia de morango por cima do waffle com chantilly e morangos, e então levou uma garfada á boca.

— Está muito bom – disse ele surpreso – muito mesmo, obrigado.

— Não entendi porque ficou surpreso – fiz cara de brava, então olhei para ele, que me olhava com aquela cara de ‘’ você sabe sim’’ e nós dois caímos na risada.

  Tomamos café da manhã tranquilamente, conversando sobre coisas aleatórias, mas senti que algo estava incomodando Damon.

— Está tudo bem? – perguntei.

— Está sim, é só que... – ele deu uma longa pausa – não entendi muito bem o que aconteceu na noite passada.

— Você entendeu com certeza – disse debochando dele.

— Você sabe o que eu quero dizer Lena.

— Vai me dizer que você nunca transou com uma garota que conhecia á pouco tempo? - continuei debochando dele.

— Ai é que está Elena – seu tom de voz era triste – eu te conheço a três anos, você é minha esposa, não tinha que ser assim.

— Eu não tenho culpa de não me lembrar – disse num sussurro me sentindo culpada.

— Eu sei – ele abaixou a cabeça por um instante – me desculpe, eu estou sendo um idiota, é que... Na noite passada você me surpreendeu, achei que eu teria que esperar até você ter sua memória de volta.

— Eu tenho medo Damon, medo de nunca ter minhas memórias de volta, e não quero ficar sem você, já disse que eu gosto de você Damon. – ele agora me olhava com carinho – O que você acha se nós começássemos de novo?

— Como assim?

— Começarmos de novo, como se fosse um relacionamento novo, até quem sabe eu me apaixonar por você de novo, te amar de novo, e nós nos casarmos de novo. – ele riu, e fez uma cara estranha.

— Você quer o divórcio?

— Não Damon – eu ri da cara dele – só estou falando para começarmos de novo, bom não do inicio, porque já moramos juntos, mas – dei uma pausa – você me entendeu.

— Sim, entendi – ele riu – por mim pode ser, só quero poder voltar a ter você em meus braços sem me sentir um invasor.

— Estamos de acordo então – sorri.

 Nós continuamos a tomar o nosso café da manhã.

                          DAMON.

 A noite passada foi incrível, eu esperei por ela tanto, que eu achei que fosse um sonho, ter a Elena ali comigo de novo, foi maravilhoso, sei que não foi a mesma coisa para ela, pra ela foi apenas sexo, pra mim foi muito mais que isso. Mas não posso reclamar, foi incrível, nossos corpos continuam em perfeita sintonia.

 Eu entendi o que a Elena estava me propondo, não posso negar que me deu uma dor no coração, mas infelizmente ela não está se lembrando de nada desse jeito, então é o que me resta, eu preciso fazer a minha amada esposa se lembrar de mim, ou então, fazer com que ela se apaixone por mim outra vez.