How To Be The Princess of England escrita por Emily Rhondes


Capítulo 27
How NOT to cut throat out


Notas iniciais do capítulo

Como NÃO cortar a garganta fora



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Abri os olhos, com o quarto mergulhado em luz solar.
Suspirei.
Eu não consegui voltar ao quarto de Andrew, nem pra limpar nada. O relógio ao meu lado marcava 8:23, mas era como se eu acordasse de um longo sono às 15:30.
Me forcei a levantar, e fui direto tomar um banho.
Minhas roupas estavam guardadas no armário, e uma sensação boa me atingiu quando verti meu short preto e minha regata branca que sempre usava pra acompanhar as caças do meu pai.
Fui pro corredor, e ouvi vozes vindas do quarto de Andrew.
— ... então ele caiu com as fraudas completamente de fora. - a voz de Andrew sorria. Como nunca vi.
O riso de Jean era bom de se ouvir a distância, e percebi que senti muita falta dele.
Suspirei. Se Wanda e ela se conhecessem, se dariam muito bem. Sorri com a possibilidade.
Transformaria Wanda na minha dama de companhia, se ela quisesse, e podia dar a Jean um trabalho como enfermeira lá também. Andrew provavelmente se apaixonaria por alguma moça muito boa, e a tornaria rainha. A guerra acabaria e ele voltaria pra sua família grande e unida. E Jason... Eu não sei quanto a ele. Não tenho certeza quanto a nós.
Mas nada disso aconteceria se nós falhassemos. Temos que ganhar.
Balancei a cabeça, espantando esses pensamentos, e fui até as escadas, pra descer e preparar meu café da manhã.
Sala de estar. Lareira.
Uma voz que eu conhecia de algum lugar, mas era incapaz de reconhecer ecoou pela minha mente.
Sala de estar. Lareira.
Desci as escadas, e fiquei de frente pra lareira apagada.
Fiquei encarando, imaginando porque as profundezas da minha mente me mandavam vir pra lareira.
Comecei a passar a mão por sua estrutura de pedra cinza, até que apertei uma delas, que afundou, abrindo uma pequena porta de pedra no fundo da lareira.
Enfiei minha mão dentro, que provavelmente ficaria suja de fuligem, e achei apenas uma coisa na passagem que eu não sabia que existia: um vidro circular com um líquido vermelho dentro.
Era o mesmo vidro da minha lembrança desbloqueada. O que meu pai usou pra evitar a morte da minha mãe da primeira vez.
Mas ele estava muito mais vazio, como se meu pai tivesse curado um batalhão com aquelas gotas. Talvez fosse isso. Talvez aquelas gotas tenham sido levadas a uma guerra.
(...)
Estava na cozinha, preparando meu café da manhã, enquanto ainda ouvia vozes risonhas vindo do quarto de Andrew.
Esfreguei os olhos.
Eu devia ter dormido mais cedo. Meus olhos pesavam medida que eu remexia minha tigela de cereal.
Eu realmente, devia ter dormido alguma vez esses dias. Todo o cansaço caiu sobre meus ombros, e eu perdi o controle do meu corpo.
Só consegui largar a tigela que espatifou no chão. Me apoiei na bancada, tentando me manter acordada, ou no mínimo em pé.
Aquele sono não era natural, era?
Na verdade, não era sono. Era como se estivessem me desligando.
— EMILY! - Caí nos braços de Jean, e apaguei.
(...)
— Sua imprestável, como uma garota de 15 anos conseguiu fugir?! - essa voz me despertou.
Pisquei devagar, e me vi deitada no chão de um tipo de armazém grande.
Ah não, eu estava de volta a poção de Hanala. Suspirei, e me coloquei de pé.
A outra "eu" de quinze anos, estava escondida atrás de uns barris grandes e sujos, como se ninguém tocasse neles a décadas, ouvindo tudo.
— Ela não é qualquer garota de 15 anos. É uma Rhondes.
— Eu não ligo pra quem ela é! Quero que achem-na, agora! - pude reconhecer essa voz, e essa típica armadura estampada por todos os lugares da minha mente: minha tia avó, Harah.
— Sim senhora. - a loira esbelta concordou, saindo dali.
Dei de ombros. Estava cansada daquilo.
Como ninguém podia me ver, eu era apenas um fantasma vagando pela memória sendo desbloqueada, aproveitei para rodar o lugar.
Fui até uma janela grande, enquanto prestava atenção na conversa tediosa sobre futuros ataques que já ocorreram há 4 anos.
Era uma ilha. Uma bela ilha. Esse armazém era abandonado, diferente do resto da ilha: uma construção com paredes perfeitas e brancas preenchiam grande parte da ilha. Ela tinha janelas azuis refletoras, uma porta cinza que levava há um caminho que se ramificafa para o lado da praia, pra cá no armazém, e algo, que deveria ser um porto com vários barcos ancorados, pontilhada ao horizonte.
Como elas conseguiram um lugar assim?! Um lugar em pleno céu aberto, bem cuidado, numa ilha paradisíaca linda assim?!
Não pude continuar meus pensamentos.
Algo na conversa me chamou muita atenção.
— Ela não tem o cordão, sim, mas o pai deve ter. - Uma morena de armadura igual disse, se apoiando na mesa.
— E depois?
— Depois nós abririamos a ilha. Com toda a população que temos, mais nossos recursos adquiridos nessa ONG, podemos sim, conquistar tudo e todos que queremos.
Elas queriam dominar o mundo. Perdi completamente o ar com essa possibilidade.
Elas já estão planejando o dia da minha morte desde que nasci. Algo me dizia que eu realmente corria perigo.
— Que isso?! - uma voz ao "meu" lado exclama. A garotinha assustada de quinze anos que eu era, grita, e cai pra trás.
Por mais que eu queira muito ver como eu me livrei dessa, eu tinha que sair dali o mais rápido possível, e voltar pra realidade.
Vamos embora.
Eu quero sair.
Não quero mais ver.
Eu não posso mais ver.

Mas só consegui cair em outra lembrança. Mas acho que era uma previsão do futuro, ou algum tipo de alerta.
Jason estava lá. Andrew estava lá. Wanda estava lá. Eu estava lá.
Jason levou 4 tiros, disparados por uma mulher ruiva.
O momento que Andrew levou o tiro na barraca. Seus gritos na sala ainda me atormentam.
Wanda luta com a mesma mulher ruiva, até que cai de um desfiladeiro enorme pro mar.
Tudo porque fui fraca para protege-los.
Até que chega minha vez. Consigo apenas ver minha cara assustada quando o som de balas passam por mim com força.

Abri os olhos ofegante novamente, e pulei pra fora de seja lá onde eu estava deitada antes.
— Emily! Calma! - Jason berrou, segurando meus braços.
Dessa vez eu não tinha gritado, nem chorado, apenas... Estava ofegante, devastada, com medo, e com uma sensação avassaladora no peito.
Certo, se controle, ninguém vai morrer, não agora.
— O que aconteceu? - Jean perguntou, preocupada.
Me sentei bruscamente, tentando reestabelecer a conexão das minhas emoções com meu cérebro racional.
—Temos que ir... - Respirei fundo, com a mão no meu peito acelerado. - Eu sei onde elas estão...
— Certo, vamos com calma. - Ele pediu, se ajoelhando na minha frente. Meus olhos encontraram os olhos preocupados de Andrew, - que de algum jeito estava estava desta do na poltrona à minha frente, como se não tivesse levado um tiro, - mas eu os desviei.
Meu Deus, eu estava prestes a vomitar. Meu estômago todo revirava.
"Você vai ter enjoo" frase de Hanala.
Obrigada por avisar.
— Eu não consigo... Eu preciso... Sair daqui, eu quero ir pro meu... Quarto... - Tentei levantar, mas caí de joelhos no chão.
— Ei, calma. - Jason me ajudou a levantar, e me pegou no colo. - Tudo bem, vamos pra lá. Fique calma.
Vi Jean saindo pra cozinha, provavelmente pra buscar água.
Fechei os olhos com força, e só abri quando estava no meu quarto, sentada na cama.
Envolvi meu corpo com os braços. Droga, tudo revirava com força.
— Emily, me diz como eu posso ajudar! - Jason disse irritado.
Sim, eu sei como você pode ajudar.
Pulei em sua direção, me sentei em seu colo, e envolvi seu pescoço em meus braços.
Ele estava completamente surpreso, mas entendeu que eu só precisava me sentir pequena em seus braços.
Jason comprimiu minha cabeça contra seu peito, e acariciou meus cabelos de leve.
Minha respiração finalmente estabilizou, e eu me sentia mais calma.
— A água... - Jean. - Hm, então, eu vou colocar aqui e... Hm...
Não conseguia ve-la nessa posição, e riria muito se meu corpo permitisse. Mas eu estava cansada de mais pra me mexer. Depois de ouvir a porta fechando, desmoronei.
— Jas... - resmunguei, sentindo lágrimas começarem a escorrer de meus olhos, juntas com soluços desesperados que dão dor na garganta, batendo de frente com o nó que se formava. Por que eu estava chorando?
— Por que você está chorando, meu anjo? - ele deu um sorriso gentil que abalou todas as minhas estruturas.
— Eu não sei. Eu não consigo. Eu sou fraca demais. - limpei as lágrimas de pressa, sentindo faíscas azuis claras, quase brancas, cobrirem minha pele. Mas elas cobriam Jason também, e não surtiam nenhum efeito nele.
Respirei fundo.
— Elas querem... Sabe, aquela coisa de dominar o mundo que existe nas histórias... Só que dessa vez não existem heróis pra salva-la. Nós dois apenas. Isso não basta.
— Em, você está se subestimando. - O olhei. Não, eu realmente não tinha força pra fazer isso. - Você nunca acredita quando alguém diz como você é especial. Poderosa. Você se subestima 24 horas por dia. Pare de fazer isso, e encara de uma vez que você é incrível.
Pisquei várias vezes. Minhas lágrimas já tinham se extinguindo a muito tempo, mas eu estava confusa com suas palavras.
— Eu me finjo de forte, mas você é forte. - Imagino como feriu seu orgulho dizer essa mentira. Eu ri, completamente descrente. - Ah, você não acredita em mim? Quando eu menti pra você?
Hum, ele mentiu pra mim alguma vez, todo mundo mente... Hum... Não, aparentemente eu não me lembrava de nenhum segundo de mentiras de Jason Londres.
— Viu. Acredite em mim, vai dar tudo certo. Você vai resolver tudo, e eu vou estar do seu lado. - ele deu de ombros com um sorriso pequeno.
Talvez.
— Certo. - Suspirei.
— O que você viu? - ele disse, começando a traçar expirais com os dedos em minhas costas, e eu deitei a cabeça em seu peito.
— Nós todos morrermos. - ele fez uma careta.
— Eu não acredito nesse negócio de destino...
— Tudo bem. - joguei as mãos no colo. - Eu também vi o esconderijo delas. É uma ilha, com prédios brancos e um galpão... Ah, e elas falaram algo sobre uma ONG...
— Espera, ONG?! - Ele arregalou os olhos.
— É. Você...?
— Ah não. Eu sabia que tinha alguma coisa errada com aquela ONG. Meu pai não me ouviu. - Me levantei de seu colo para fita-lo de longe. Ele tinha ficado nervoso assim quando? - Ele sempre está certo, e eu errado. - ele começou a andar de um lado ao outro.
— Ta surtando amigo? - Cruzei os braços.
— ONG Oceanside. É uma organização não governamental aqui no sul, no mar perto de Rottingdean. Ela faz pesquisas marinhas das espécies que apareceram nos últimos 100 anos. Ela surgiu há 80 anos, quando meu avô resolveu financiar o projeto. - ele suspirou. - Então, ele financiava um grupo terrorista sem saber. Passei o ano passado inteiro pesquisando sobre essa ONG, e quando pedia pros meus pais visitar, minha mãe dizia que tínhamos mais o que fazer do que inspecionar um projeto científico falido do meu avô.
Ele deu de ombros, se sentando do meu lado, reconhecendo que precisa manter a calma.
— Quando chegarmos lá. O que você quer fazer? - ele colocou uma das mãos na minha perna.
— Nós devíamos nos entregar pacificamente. Depois, arrumariamos um jeito de prender todas de volta na ilha.
Suspirei. Tinha que dar certo. Tudo dependia de nós. 
— Tá, e se não dar certo? - Ele perguntou.
— Morremos juntos. - dei de ombros, e ele sorriu, antes de segurar minha mão.
— Tudo bem, mas eu não pretendo morrer agora. - Jason sorriu. - Vamos arrumar um jeito de falar com meu pai pra mandar umas metralhadoras pra lá, quando perdermos o controle das coisas.
— Não vamos perder o controle das coisas. - Cruzei os braços, e ele negou com a cabeça.
— Não, Emily. Não é se perdermos o controle. É quando. Não importa o quanto você queira afastar as pessoas disso, não vamos conseguir sozinhos.
Suspirei. Ele estava certo. Não conseguiremos sozinhos.
— Tudo bem. - engoli em seco. - Acho que sei um jeito de chamar ele quando precisarmos. - ele arqueou uma sobrancelha. - Andrew... - Jason abriu um sorriso enorme quando percebeu o que eu queria dizer.
— Você é brilhante! - ele agarrou meu rosto delicadamente, e me deu um rápido beijo orgulhoso.
Eu fiqui de olhos arregalados, estática. Eu não estava esperando isso. Acho que nem ele. Porque parou de sorrir achando que eu não tinha gostado.
— Eu não sou brilhante. - Abro o maior sorriso que consigo, o incentivando a fazer o mesmo.
Segundos depois ele pressionou seus lábios contra os meus novamente e eu passei meus braços por seu pescoço, o trazendo pra mais perto.
Quando nos faltou ar, afastei meus lábios do dele, sem mover minhas mãos.
— Você não estava brincando quando disse que não consegue ficar longe de mim. - sorri.
— Não vou te afastar de novo, eu juro. - ele pegou uma das minhas mãos, e a beijou delicadamente. - Eu vou te proteger. Pra sempre.
(...)
Jason desceu as escadas segurando meu braço, caso eu caísse, mas não acho que seja o caso.
*Não aconteceu nada, gente*
— Como você está, meu amor? - Jean se levantou e veio até nós.
— Estou bem, obrigada. - sorri, e me sentei no sofá maior. Os dois sentaram no meu lado, e Andrew se mantia calado ali, na nossa frente. Evitei ao máximo o contato com os olhos dele.
— Bem... - Jason olhou pra Jean.
— Ela pode ouvir. - dei de ombros.
— Muito bem. Temos um plano, e precisamos de você, Andrew.
— Não poderei ajudar muito nessas condições, então... Como eu puder, ajudarei.
— Você vai voltar pro castelo. - Jason disse, cruzando os braços. Andrew franziu o cenho, mas não discordou. - Teremos que partir daqui a alguns minutos, alguns soldados sobreviveram o ataque, e meu pai não vai demorar supor que estamos aqui. Então eu vou ligar pra ele, e vou pedir pra vir buscar você. Mas você tem que dizer que não sabe de nada. Não sabe onde estamos.
— Mas eu realmente não sei pra onde vocês vão... - São as primeiras palavras de Andrew.
— ONG Oceanside, Rottingdean. Essa ONG é controlada pelas Destructives. - disse, tendo calafrios ao lembrar da visão.
— Nós vamos mandar um sinal. Só quando mandarmos o sinal você conta onde estamos, e manda meu pai mandar um arsenal pra lá. Tudo bem?
— Entendi tudo. - ele encarava Jason como se a vida dependesse disso. - E se vocês não mandarem o sinal?
— Conte onde estamos. Espere 3 dias. Se não chegarmos lá em 2 dias, elas vão matar Wanda. Temos que chegar antes. - Enxuguei o suor das mãos na blusa.
Muita coisa estava em nossos ombros.
— Certo. - ele concordou.
Andrew tinha que entender que nossas vidas não valem mais que toda a população do mundo. Ele não podia ser egoísta. Tinha que esperar, ou muita gente vai morrer. Ele sabe disso, tem que saber.
Jean apenas nos observava, confusa, mas não disse nada. 

Depois de acertar todos os detalhes do meu plano, subimos, arrumamos as mochilas, e descemos novamente.
Só o castelo e prédios do governo tinham acesso a coisas como telefones, celulares, tablets e computadores. Então Jason tinha trago um celular para emergências. Ele discou alguns números, e se sentou no sofá.
Algo que ele chamou de viva voz, nos fazia poder falar e ouvir a distância o que o rei falava.
Identifique-se.— a voz irritada do rei mandou.
— Nossa pai. Eu preciso mesmo me identificar? Já disse mil vezes pra adicionar meu número...
JASON?! Jason, onde você está?! Como você saiu assim, sem mais nem menos...?!
JASON? FILHO, AÍ MEU DEUS, ACHEI QUE TINHA MORRIDO!— A voz da rainha berrou. Provavelmente estaria chorando.
— Desculpe. - Jason abaixou os olhos. Com certeza não queria ter deixado os pais malucos de preocupação assim. O rei suspirou.
Onde estão Emily e Andrew?
— Aqui. Andrew... Levou um tiro.
O QUE?! COMO ASSIM?! JASON LONDRES, VOCÊ É UM IRRESPONSÁVEL!
— Pai, gritar agora não vai ajudar. Ele está bem. Se acalma.
Me acalmar? Meu filho, nós quase morrermos de preocupação!
— Eu sei. Desculpe. Mas isso é maior que eu. Nós vamos resolver tudo.
Eu confio em você, mas você tem que voltar. É uma ordem.— ele usou o tom-ameaçador-real. O mesmo tom que Jason usava as vezes.
— Vou desobedecer sua ordem. Desculpa. - O rei bufou, e ficou um silêncio na linha.
— E que negocio é esse da Emily soltar raios? Um guarda jurou que a viu soltar raios pelas mãos.
Jason olhou pra mim.
Ah, pois é. Eu fiquei assustado quando aconteceu na primeira vez, imagina o guarda. Eu a chamo de tomada humana.
O que? Então é verdade? Ela virou uma tomada humana?
Lancei um olhar pra Jason.
— Sim.
COMO ASSIM A EMILY VIROU UMA TOMADA?!— A voz da rainha gritou.
— Não podemos explicar agora. Pai, nós estávamos na casa da Emily, aqui em Brigthon. Agora não estamos mais, mas Andrew está lá, e precisa que vocês o levem pro castelo.
Jason, onnde você está agora?! Você não vai a lugar nenhum!
— Amo vocês.
NÃO OUSE DESLIGAR ESSE TELEFON..!— Jason apertou o botão vermelho, e desligou o telefone, suspirando.
— Vamos.
Nos levantamos, e Jason foi comprimentar Jean.
Meu olhar fixou em Andrew. Ele se importaria se eu o abraçasse agora?
Acho que não. Ele abriu um sorriso pequeno, e eu fui até ele, sorrindo também.
— Está tudo bem. Não diga nada. - ele pediu, e eu o abracei com cuidado para não machuca-lo.
Suspirei. Eu tinha tanto medo de nossa amizade nunca mais ser a mesma que não pensei nele. O quanto ele gostava de mim. - Não ouse morrer, e nem deixa o Jason fazer nêra. - ele piscou pra mim.
Sorri, e me afastei dele.
— Pode deixar. - Jason se aproximou dele, e eu fui até Jean.
— Vem cá, o Andrew não tem namorada, certo? - Sorri abertamente.
— Não. - a a abracei com força em seguida.
— Toma cuidado. Você tem certeza do que estão fazendo?
Olhei pra Jason e Andrew. Não.
— Sim.
— Se você machucar ela, juro que quem leva um tiro é você. - Ouvi Andrew dizer. Jason riu, mas ele se manteve sério, como se não estivesse brincando.
— É mais fácil ela me machucar. - Ele abriu um sorriso, e olhou pra mim, mas eu desviei o olhar antes. - Você tem certeza que não ficará magoado com... Bem... Nós?
Ah, então Jason sabia desde o começo. É claro que sabia.
— Tenho. Quero que sejam felizes. - Jason abriu um sorriso pequeno.
— Volte viva e inteira. - ela me abraçou rapidamente.
— Inteira eu já não sei. - Respirei fundo, e me forcei a afastar dela.
— Ela vai voltar inteira sim. - Jason colocou a mão no meu ombro, e sorriu. - Vamos, tomada humana, a cavalaria do meu pai já deve...
Alguém esmurrou a porta três vezes.
— Guarda real! Representantes legais do rei, solicitam que essa porta seja aberta!
— Ai droga. - ele resmungou.
— A porta dos fundos. - agarrei sua mão, e comecei a correr corredor a dentro. Quando chegamos na cozinha, escancarei a porta, e seguimos pelo quintal abandonado.
Nos escondemos ofegantes atrás de uma árvore.
— Pra onde? - ele perguntou, ainda sem fôlego.
Olhei ao redor. Eu simplesmente não sabia. Pensa, Emily... Vamos...
Siga em frente.
Uma voz ecoou dentro da minha cabeça.
Siga em frente. Você saberá.
Comecei a correr rápido em frente, como a voz mandou.
Eu não fazia idéia de onde a voz vinha, nem se podia confiar nela.
Mas era dentro da minha cabeça, então... Sei que posso confiar em mim mesma.
Jason me segue no mesmo ritmo, sem reclamar. Ele deve confiar em mim.


Continuamos seguindo, até Jason me agarrar pelo braço.
— E...Emily eu não consigo respirar.. Onde nós estamos indo? - Eu Também não conseguia, mas tinha que seguir em frente.
Estava pronta pra responder "Eu realmente não sei" quando vi trilhos sob a grama.
Jason seguiu meu olhar confuso até os trilhos. Quando o mesmo carrinho surgiu do nada, nos assustando. Agarrei o braço de Jason, sobressaltada.
Entrem.
Olhei pra cima. Aquilo não era minha conciência. É você senhor?
Que senhor o que! Entra logo droga!
Tá bom, tá bom.
— Temos que entrar.
— O que? Como você sabia que isso estava aqui? - ele arqueou uma sobrancelha.
— Não sabia. - O puxei, mas ele não saiu do lugar, ainda desconfiado. - Confie em mim. - Pedi.
Ele cedeu, suspirando, e me acompanhou pra dentro do carrinho. Jason fez o mesmo processo de apertar os botões, e colcou a mão sob a alavanca.
— Segura. - Pediu. Obedeci, e ele a abaixou, fazendo o carrinho arrancar.
Fomos mais rápidos dessa vez, desviando loucamente das árvores espalhadas por toda a floresta. Jurava que o carrinho saia pra fora dos trilhos, as vezes.
Jason passou a mão pelas minhas costas, me levando pra mais perto dele.
— Agora é sério, como você sabia? - ele gritou, mais alto que o vento.
— Eu não sabia mesmo! - respondi, sorrindo.
O carrinho fez uma curva brusca, que me fez quase cair do carrinho, mas Jason me segurou.
— Hanala não sabe construir trilhos! - ele gritou. Concordei, sentindo meu estômago revirar.
Algumas árvores a frente, tinham galhos grandes com pontas afiadas, que passavam por nossas cabeças. Tivemos que nos abaixar pra evitar bater de frente com eles.
Jason olhou ao redor, mas uma árvore vinha em sua direção, e ele não pareceu perceber.
— Jaso...
O galho bateu em seu pescoço, abrindo um corte que ia da lateral do queixo, até se perder na blusa. Ele gemeu, e colocou a mão no corte, se abaixando de novo.
— Fica abaixado! - Pedi, preocupada.
Seguimos fazendo curvas bruscas, até que notei que os trilhos atrás de nós sumiam, a medida que passávamos por ele.
Começamos a subir um morro coberto de grama, e o carrinho diminuiu a velocidade.
— Deixa eu ver. - Pedi, tocando sua mão. Ele a tirou, revelando o corte completamente insanguentado. Fiz uma careta instantaneamente.
— Está muito feio? - ele se esforçou pra sorrir.
Sim.
— Não. - Isso não me fez mentir bem. - Só está sangrando um pouquinho.
Meu Deus, tá sangrando muito senhor.
Iríamos descer o morro agora. Me segurei no carrinho e no braço de Jason, e fechei os olhos com força.
Era como as montanha russas que eu odeio. Só que sem cinto, sem segurança e Jason estava do lado, pra morrer comigo.
Descemos numa velocidade incrível, que me deu frio na barriga que me fez comecar a gritar e apertar com força o braço dele.
Jason apenas começou a gargalhar descontroladamente.
Resisti ao ímpeto de abrir os olhos e olhar torto pra ele.
Assim que o carrinho chegou em solo reto, os trios acabaram e ele virou na grama bruscamente.
E Jason não parava de rir nenhum segundo sequer, mesmo ferido e com meus cabelos espalhados pelo seu rosto.
— Você pode tirar isso da minha cara? - ele disse, sorrindo.
— Você estava ocupado demais rindo, então achei que não tinha problema. - Me levantei, e esfreguei meu cotovelo dolorido.
— Você estava igual a uma garotinha assustada. - Jason voltou a rir.
— Eu sou uma garotinha.
— Assustada. - completou, se levantando. - Onde estamos? - disse, tirando uma folha do meu cabelo.
— Não sei. Você tem o mapa. Mas primeiro precisamos cuidar do seu pescoço.
— Não, precisamos chegar na ONG.
Tirei minha mochila, e me sentei, de braços cruzados.
— Você não vai a lugar nenhum com esse pescoço. - ele arqueou uma sobrancelha, e sorriu.
— Odeio como você é teimosa.
— Você também é teimoso.
— Mas você é teimosa de um jeito irritante. - ele se sentou do meu lado, e tirou a camisa, revelando o corte por inteiro. Não pude conter a careta quando vi todo o sangue envolvendo grande parte de sua pele. - Tem certeza que consegue lidar com sangue?
— Tenho. - dei de ombros, e abri a mochila, tirando de lá os curativos. - É só que... Bem, depois dos ataques sangrentos delas... Eu ainda lembro de todos os guardas sangrando. - Fechei os olhos, lembrando de tudo aquilo. Tanta gente se sacrificou por minha causa. É hora de eu fazer o mesmo.
Ele tocou meu ombro, querendo dizer "Eu estou aqui". Suspirei, molhei o algodão no desinfectante, e coloquei em cima do ferimento, devagar. Ele fechou os olhos, sendo esse o único sinal que estava ardendo bastante. Depois de limpo, o sangramento diminuiu muito, mas então lembrei do líquido vermelho "mágico" que encontrei. Não tinha testado, mas essa era uma boa hora pra testar.
— Espera. - sorri, e abri a tampa.
— Que isso? - O ignorei, e pinguei duas gotas em seu machucado.
Ele quase pulou de surpresa, mas eu já tinha visto isso acontecer. A carne se fechou completamente, deixando apenas uma cicatriz grande.
Ele piscou algumas vezes, atônito.
— Muito bem, não dá pra tirar a cicatriz?
— Não. - sorri.


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