Olicity - Dark One escrita por Buhh Smoak


Capítulo 7
Capítulo 06




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Oliver

— Eu sei que você deve estar me odiando, Donna. A culpa foi minha por envolve-la nisso.

— Ainda bem que você sabe. – esbravejou Ray.

— Eu criei minha filha para que ela tomasse as próprias decisões, tenho certeza que ela sabia os riscos de te ajudar, mas como posso ter raiva de você se eu já fui salva inúmeras vezes pelo arqueiro.

O choro de Dona aumentou quando a abracei.

— Eu sinto muito por não ser capaz de trazê-la de volta para que você possa se despedir. - se deixando levar pelo choro.

— Vamos velar sua memória, Oliver. Por mais que me doa temos que lembrar da minha menina com toda sua alegria.

Donna sentou no sofá chorando ainda mais. Ray estava com o rosto contraído pela raiva, ainda mais por ver que Donna não estava contra mim como ele.

— Vou embora, quer que eu te leve Donna?

— Não, eu vou ficar. – limpando o rosto. – Preciso criar coragem e falar com essa moça.

Ray se despediu de Donna e saiu me ignorando.

— O luto endurece a gente. Logo ele vai melhorar.

— Duvido muito, Donna. Ele nunca gostou de mim.

— Ciúmes filho.

Os olhos dela encheram de lágrimas de novo, pedindo licença ela saiu me deixando sozinho. Eu precisava voltar para a cidade, mas não conseguia ir embora, não ainda. Olhei para o corredor e me deparei com a Smoak me olhando.

— Ela está bem?

— Vai ficar. Precisar de algo?

Ela não respondeu de imediato, mas eu sabia que algo estava errado.

— Smoak?

Ela segurou na parede e a palidez em seu rosto pareceu aumentar. Me aproximei e estava a um passo quando ela caiu desmaiada me dando tempo apenas de segura-la pela cintura sentando no chão com ela inconsciente em meus braços.

— Oliver? – Donna voltou para a sala e logo estava ao meu lado, me ajudando a levanta-la do chão. – O que aconteceu?

— Não sei, ligue para John Diggle. Meu celular está ali na mesa. É o primeiro número da lista de discagem rápida. Peça que venha o quanto antes.

Peguei a Smoak no colo e a levei de volta ao quarto. Não sabia dizer o que estava sentindo naquele momento, mas sem duvidas entre o misto de sentimentos o que se destacava era o desespero em vê-la desacordada.

Não demorou para que Diggle aparecesse e Barry também chegasse com Dr. Wells. Estávamos na sala esperando que ele terminasse de examina-la, mas eu andava de um lado para o outro incapaz de permanecer parado.

— Além da preocupação normal por alguém que está passando mal, o que mais está te incomodando Oliver?

Parei no meio da sala e encarei meu amigo, verbalizar o que eu estava sentindo era como se as coisas se tornassem mais reais, só que eu estava a ponto de explodir se não desabafasse logo.

— Eu quase perdi o controle quando a vi desmaiando, Diggle. Achei que não teria forças para reagir, mas aí a Donna chegou na sala e eu meio que voltei a realidade.

— Você não está transferindo o que sempre sentiu pela Felicity para a Smoak?

— Esse é o problema, eu nunca me senti assim em relação a Felicity. Saber que ela morreu me abalou, mas é diferente. Nem mesmo sei explicar por não fazer ideia do que está acontecendo comigo em relação a Smoak.

Ele ia dizer algo, mas fomos interrompidos por Barry e Wells que entraram na sala.

— Então?  Como ela está? – questionou Diggle.

— Aparentemente bem.

— Então porque o desmaio? – foi minha vez de perguntar.

— Não sabemos Oliver. – começou Barry, mas foi Dr. Wells que continuou.

— O corpo dela é habituado a outro tipo de clima ou atmosfera. Ela pode estar passando por um processo de adaptação, mas temos que continuar a monitora-la.

— Ela acordou?

— Sim e quer falar com você.

—--

Assim que abri a porta encontrei seus olhos me encarando. O alivio em vê-la acordada era tão grande que precisei me concentrar nos passos que dava para não desmontar ali mesmo.

— Oi.

— Oi. Como se sente? – fechei a porta atrás de mim e me aproximei da cama.

— Acho que bem.

— Precisa de algo? O Barry disse que você queria falar comigo.

Ela olhou para as mãos e demorou alguns segundos para voltar a olhar em minha direção.

— Na verdade não queria falar nada, respondi no automático quando ele perguntou seu queria algo. Desculpa.

Nossos olhares se prenderam por alguns segundos, mas desviei o olhar por começar a sentir vontade de chegar ainda mais perto dela.

— A mãe da Felicity está bem?

— Está sim. Ela vai ficar aqui na casa.

— Porque?

— Porque eu tenho que cuidar de você como eu gostaria que cuidassem da minha filha.

Olhei para trás e vi Donna na porta, que nem ouvi ser aberta, sorrindo.

— Posso entrar?

— Pode? – voltei minha atenção a Smoak.

— Claro.

A passos lentos, Donna entrou parando aos pés da cama.

— Como você está querida?

— Bem, acho.

— O Barry e o Dr. Wells pediram para avisar que precisaram ir na cidade, mas voltam em breve.

— Obrigado, eu tenho que ir para lá também.

Olhei para a Smoak sentindo o quanto ir embora, mesmo que brevemente, seria difícil e aquilo começava a me deixar alarmado.

— Pode ir filho eu cuido dela.

— Fico mais tranquilo por você estar com ela. Qualquer coisa me liga que volto o mais rápido possível.

— Pode deixar.

— Fica bem, ok? – me aproximei sem conseguir evitar de segurar em sua mão, a apertando.

— Farei meu melhor.

E pela primeira vez ela sorriu olhando diretamente em meus olhos. Soltei sua mão e sai do quarto tentando não transparecer o quanto aquele gesto simples tinha me perturbado.

Fiquei parado no corredor por alguns segundos antes de seguir. A ouvi dizer que na terra dela a recepção para nossa Felicity jamais seria tão acolhedora quanto estava sendo com ela. Segui para fora da casa porque eu já tinha adiado minhas responsabilidades por tempo demais e mesmo ciente disso eu só conseguia pensar que de uma hora para outra aquela mulher que parecia a nossa Felicity carregava em seus olhos algo que nunca vi em minha parceira e que me deixava completamente assustado e ao mesmo tempo ansioso para entender o que estava acontecendo.

—--

Entrei na caverna ainda desnorteado com o que estava sentindo, tanto que mal percebi que Laurel, Tommy e Thea estavam presentes conversando com o Diggle.

— Finalmente, achei que teríamos que pedir resgate para te tirar daquela casa. – Thea estava encostada na mesa que era da Felicity com os braços cruzados.

— Tivemos alguns problemas la, por isso demorei.

— Ah ta, achei que era porque você estava encantadinho pela nova versão da Felicity.

Olhei para Diggle que levantou as mãos se defendendo.

— Eu só contei a história para ela, as conclusões são exclusivamente da Thea.

— Ela é mesmo tão idêntica assim? – quis ser Tommy, ainda mais abatido do que quando o vi a alguns dias atrás.

— Sim, se não fosse o cabelo nunca perceberíamos a diferença.

— Meus Deus, que coisa de doido.

— Nem me fala. – sentei exausto e cobri o rosto com as mãos.

— O que faremos agora? – questionou Laurel.

— Não tenho ideia.

Olhei para ela e a encontrei com a testa franzida, e sabia que quando ela fazia isso é porque estava tentando entender algo que tinha pescado no ar.

— A Sara está na delegacia falando com seu pai sobre a lista de desaparecidos, acho que podemos voltar com o revezamento nas rondas e mapeamento dos estragos.

— Posso ajudar? A não ser que você queira que a Layla continue sendo minha babá.

— Nem vem com esse mal humor, só queria te poupar de ver as merdas que teu pai fez. – olhei para Tommy e ele estava de cabeça baixa. – Desculpa Tommy.

— Não se desculpe por eu ter um pai bandido e assassino. – abraçando Laurel pela cintura. – Acho que a única vantagem nisso tudo é ter a Thea de irmã.

— Quero ver até quando vai durar essa alegria. – a vi revirando os olhos, levantei e a puxando para um abraço. – Se você estivesse aqui provavelmente teria ido com a Felicity e se eu perdesse as duas não estaria mais de pé.

Senti seus braços me apertando e quando o nó na minha guarganta estava forte demais eu a foltei.

— Desculpa, Ollie. Eu realmente entendo.

— A Sara está a caminho. – olhando para o celular. – Ela disse que tem novidades, mas que podem não ser muito boas.

— Já não espero mais noticias boas. - Soltei Thea. – Vou lavar meu rosto enquanto ela não chega.

Eu só precisava de um tempo. Por mais que eu estivesse ali conversando minha cabeça ficava me fazendo lembrar da Smoak e me fazendo questionar como ela estava. Lavei meu rosto no banheiro que ficava nos fundos e quando sai peguei meu celular e liguei para Donna. Eu tinha o telefone dela por precaução, mas até aquele dia eu nunca tive motivos para ligar, pelo menos não um motivo que me desse direito de faze-lo.

— Oi querido. Ela está bem. – disse antes que eu perguntasse.

— Ah que bom. Acho que em algumas horas vou estar ai.

— O Ray está aqui.

— Como é?

— Sim, ele está lá conversando com ela.

Respirei fundo e apertei o celular de um jeito que pensei que ele fosse quebrar no meio. – Ela sabe se defender, Oliver. Na verdade eu sai do quarto para atender o telefone e o Ray estava ouvindo conselhos de como superar a perda da minha filha sem descontar em você suas frustrações.

— Sério?

— Sim, essa menina é muito parecida com minha filha, mas tem um lado que ela não tinha.

— E qual é?

— Sabedoria que vem por todo sofrimento que já passou na vida.

— Cuida dela Donna e por favor, me liga se precisar.

— Pode deixar filho.

— E você, como esta?

— Cuidar dessa menina vai me ajudar a seguir em frente sem enlouquecer.

— Logo estarei com vocês.

Desliguei o telefone e quando me virei para voltar para a caverna dei de cara com Laurel.

— Quando eu vi a Felicity pela primeira vez eu sabia que ela era apaixonada por você. Sabia que você não era por ela, mas com o tempo também se apaixonou, mesmo que essa sua mania de afastar as pessoas tenha aberto lugar para o Ray na vida dela eu ainda via brilho nos seus olhos. Só que agora... – me encarando de um jeito que me deixou extremamente incomodado.

— Não sei do que você está falando. – tentei passar por ela, mas ela se colocou no meu caminho.

— Oliver, não perde isso. Não se esconde como você sempre faz. Seja lá quem ela for, ou o que a gente vai ter que enfrentar, não se afasta. Eu te conheço melhor do que muitos e nunca te vi com essa agonia de não estar com ela, com esse brilho diferente no olhar que só aparece quando mencionamos ela.

— Pare de romantizar as coisas. Nem sei quem ela é ou como é. Não existe a possibilidade de eu me apaixonar por ela.

— Se você não quer é porque sabe que tem essa possibilidade. Não nos preocupamos com algo que não pode nos afetar e você está preocupado.

— Chega desse assunto.

Ela saiu da minha frente e eu segui meu caminho. Tudo estava ficando ainda pior e mesmo que eu quisesse fugir tudo me trazia a Smoak de novo na mente.

— E quais são as más notícias, Sara?

— A Felicity está na lista de desaparecidos e precisamos encontrar um modo da Smoak não levar a policia a se perguntar o que realmente aconteceu uma vez que muitas testemunhas viram a Felicity caída na rua. Não faria sentido dela aparecer do nada e ainda com o cabelo de outra cor.

— Precisamos saber o que ela quer também, não podemos força-la a nada.

— Não acho que ela terá escolha Ollie. – disse Sara. – A única maneira dela permanecer em nossa dimensão é assumir a identidade da nossa Felicity.

— Vou falar com ela depois de terminarmos aqui. O que o pai de vocês falou sobre a situação da cidade?

Sara começou a contar o caos que tudo estava. A policia não estava dando conta de tantos furtos e teríamos que intervir. Laurel e Tommy ficariam na caverna para monitorar enquanto iriamos para a rua. Eu queria correr para falar com a Smoak, mas algo dentro de mim me impediu de fazer isso. Eu precisava de um tempo para organizar meus pensamentos e ter a capacidade para encara-la tentando afastar aquele incomodo incomum que eu sentia perto e ainda mais intenso quando eu estava longe dela.


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