Olicity - Dark One escrita por Buhh Smoak


Capítulo 2
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

E lá vamos nós. kkkk



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Oliver Queen 

Virei de um gole só a terceira xícara de café antes mesmo de o dia amanhecer. Estávamos na caverna, ou pelo menos no que tinha restado dela, depois de dois dias inteiros de buscas pelo corpo de Felicity, que sumiu depois da última explosão. 

Muitas suposições sobre o que tinha acontecido surgiram, mas depois de analisar o lugar onde tudo aconteceu era impossível que ela não estivesse onde a vi pela última vez. Barry conseguiu conter a maior parte do impacto da explosão e Felicity estava no centro de tudo, não fazia sentido não encontrá-la. 

— Barry pediu que esperássemos por ele antes de decidirmos o que fazer. – Diggle encheu minha caneca com mais café. 
— Mais alguém a caminho? 
— Sim,  Laurel e o Ray Palmer. 

Meu queixo ainda estava dolorido pelo soco que levei no dia anterior quando contei ao Palmer quem eu era. Não podia culpa-lo por essa reação, afinal era por minha causa que sua namorada corria perigo todos os dias. 

Estávamos esgotados pelos dias sem dormir e pelo estresse. Queria estar na rua vasculhando cada canto da cidade em busca dela, mas eu mal conseguia me manter em pé. 

— Chegamos. – Laurel desceu as escadas com Ray logo atrás. 
— Eu também. 

A voz de Barry sempre assustava a todos porque nunca percebíamos que ele estava vindo até que abrisse a boca. Ray estava parado perto da escada, me olhava com tanta raiva que eu precisei lembrar o que ele estava passando para não ir pra cima e revidar o soco que levei. 

— Vamos ao que interessa. – encostei na mesa da Felicity, encarando Barry. – O que aconteceu? 
— Acho que descobri porque o corpo da Felicity sumiu. 

De todos nós ele era o mais abatido, enquanto cuidávamos da evacuação dos prédios ele ficava com toda a carga de lidar com o que poderia matar a todos.

— Me preocupa por você dizer que sabe o porque e não onde ele está. 
— Desculpa, Oliver. – respirando fundo para continuar. - Queria ter outras noticias, mas as que eu tenho a contar para vocês não são das melhores. 
— Fala logo garoto. – Ray avançou para cima de Barry que deu a volta pela mesa que ficava no centro, o deixando desnorteado. 
— Mas como? – o olhando de olhos arregalados, quando Barry chegou ele mal percebeu como aquela chegada aconteceu por estar desejando minha morte.
— Olha para o uniforme que você vai saber quem é ele. – eu já estava sem paciência. – Agora pode falar logo Barry. 

Mesmo com o Ray o encarando com a mesma cara de espanto, Barry voltou sua atenção pra mim. Eu o conhecia a pouco tempo, mas sabia que o que vinha por ai iria piorar as coisas. 

— A Felicity estava bem no centro da praça onde eu estava tentando manter o fluxo de energia contido. Eu não estava prestando atenção a minha volta, por isso não vi quando o Diggle te ajudou a se afastar e sair de perto de onde ela estava. – a voz dele ia oscilando de firme para contida, eu sabia que ele estava no limite e ainda nem tinha tido tempo de sentir a perda da amiga. - Eu estava a muito pouco de conseguir conter o pior, mas quando o Malcolm acionou a última bomba eu vi um portal de se abrir bem onde a Felicity estava. 
— Um portal? – Laurel, assim como eu não entendia nada. 
— Sim, era como um buraco negro rodeado de energia que estava acima do chão. Eu continuei fazendo o que dava naquelas circunstâncias, mas senti meu corpo ser sugado para aquele buraco. Fiz o melhor que pude para que as coisas não saíssem do controle, mas quando a explosão finalmente escapou do campo de força que eu mantinha não vi mais nada. 
— E onde a Felicity entra nisso? Ela foi sugada por essa coisa? – a voz de Ray era intensa, mas contida. Ele queria respostas e era inteligente para saber que somente as conseguiria se não começasse a esbravejar contra todos. 
— Acredito que sim, Palmer. 

Eu já tinha visto muita coisa nesses anos que eu tinha assumido a vida de Arqueiro, mas até eu sabia que tudo tinha limite. 

— Você está me dizendo que a Felicity foi sugada por um circulo de energia? Que palhaçada é essa, Barry? – perdendo a paciência. 
— Dr. Wells disse que não é a primeira vez que esses portais se abrem. – dando um passo pra trás quando fiz menção de ir ate ele. Há uns quarenta  anos atrás encontraram um homem perdido em uma estrada sem que soubesse o que estava fazendo ali. O levaram para o hospital por conta de queimaduras em seu rosto e braços, mas não descobriram nada do homem, porque ele só repetia que tinha sido tragado por um circulo brilhante e que sua esposa iria acabar com ele por não voltar para o jantar. 
— Barry, faça sentido por favor. – Diggle se aproximou. – Não estou conseguindo entender. 
— Ok... vou tentar explicar de outro jeito. – indo até onde eu guardava as flechas. - Digamos que essa flecha. – pegando uma e colocando sobre a mesa. – é Starling City. E essa outra... – pegando mais uma e a colocando a um palmo de distancia da outra. - ... é Central City e no meio das duas tinha um véu invisível que esconde uma da outra. Elas existem simultaneamente, mas independentes uma das outras. 
— Você quer dizer que do outro lado desse tal circulo de força existe uma outra realidade e que eles também não sabe sobre nós? – eu começava a entender o que ele explicava. 
— Sim. Pelos registros da aparição do tal homem, ele disse que muitas coisas eram iguais do outro lado, mas lá não existia opção de felicidade. Somente aceitação da dor. 

Um calafrio subiu por minha espinha em pensar que a Felicity poderia ser enterrada como indigente em um lugar que não valorizava as pessoas. Olhei para o Palmer e seu semblante era de derrota, assim como deveria estar o meu. 

— O que podemos fazer para traze-la de volta? Se é que isso é real. – Laurel não estava comprando a história do Barry, mas eu estava. 
— Nada. 
— Como assim não faremos nada? Você perdeu o pouco de juízo que ainda tinha nessa cabeça quando estava correndo em círculos na praça? – a raiva já tomando conta de tudo. 
— Não sabemos o que implicaria ir atrás dela. Essas passagens precisam ser geradas como vimos dias atrás e a custo de quantas outras vidas abriremos mais uma? 

A ficha de que provavelmente nunca teríamos como enterrar o corpo dela começou a cair e o desespero começava a me sufocar. Olhei para Diggle e entendi que aquele era o fim. 

— Então é isso? Vocês vão simplesmente desistir de encontra-la? 
— Já procuramos em todos os lugares possíveis, Ray. – Laurel se aproximou, segurando em seu ombro. – Ela se foi. 
— A culpa é sua. – vindo pra cima de mim, mas foi contido por Diggle.
— Eu sei disso, não preciso que você fique me lembrando disso a cada segundo.
— Vocês são uns covardes. Deixaram que ela se metesse no meio disso tudo e agora não tem a capacidade de enterra-la como se deve. – se soltando de Laurel e indo para as escadas.
— Ele está nervoso, Oliver. A culpa não é sua.
— Eu só pedi que ela ficasse aqui. Só isso. – o desespero começou a apertar meu peito.
— Tenho que ir para Central. Preciso saber mais se o Dr. Wells sabe mais sobre essa coisa de portal.
— Não consigo acreditar nessa história.
— Acredite, Laurel. Já vi coisas bem piores que isso.
— Obrigado pela ajuda Barry. Sem você teríamos perdido muito mais do que somente nossa Felicity. Apesar que eu não sei se teria coragem de abrir mão dela em prol de todo o resto. – admiti, nem um pouco orgulhoso com isso.
— Acho que nenhum de nós, Oliver. Ela era a amiga que todos nós precisávamos e agora estamos perdidos sem saber pra onde ir. Difícil viver sem quem costumava nos guiar.

Colocando sua mascara ele foi embora. Ouvimos a porta bater, o que deixava claro que Ray tinha ouvido nossa conversa antes de sair. Já não importava mais.

— Eu preciso ir também. – Diggle pegou suas coisas sobre a mesa.
— Tente manter a Thea com vocês por mais algum tempo, ok?
— Pode deixar. Se tiver mais alguma noticia me avisem.

O silêncio de tudo estava me enlouquecendo. Laurel estava sentada na cadeira que era da Felicity e eu não estava sabendo lidar com a ausência dela.

— Está difícil, né? – olhei pra Laurel, que estava com os olhos cheios de lágrimas.
— Não sei o que sentir.
— Ela era nosso ponto de equilíbrio. Vai ser complicado seguir sem ter ela para nos guiar, como disse o Barry.
— Eu sempre gostei da Felicity. Ela me resgatou da escuridão que eu estava porque depois de tanto tempo vivendo nas sombras, foi o jeito dela que derrubou minhas barreiras.
— Sempre achei que existia mais alguma coisa entre vocês.
— Não, nunca aconteceu nada. Só que eu sentia algo a mais, só não me dei a oportunidade de saber se ela sentia o mesmo. – peguei meu casado e fui até ela, beijando sua cabeça. – E agora eu perdi minha oportunidade.

Eu precisava sair dali. O ar estava pesado e aquela conversa tinha remexido em algo que eu tentava ignorar desde a hora que soube que ela estava morta. Eu só precisava ir para um lugar aberto e tentar voltar a respirar. Subi as escadas de dois em dois degraus e sai em busca da outra escada que levava ao terraço do Verdant. Parte do teto da boate tinha desabado, mas ainda restava uma boa parte em pé. E foi lá no terraço que me escondi para chorar, não somente por não ser capaz de dar a Felicity a despedida que ela merecia, mas por ter a certeza de que nunca mais a teria por perto, uma vez que não fui suficiente para salva-la. 


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