Os Mistérios da Mansão escrita por Hana


Capítulo 8
familiären Angelegenheiten


Notas iniciais do capítulo

"Chapter VII - familiären Angelegenheiten"
"Assuntos Familiares"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/69084/chapter/8

Melisse estava atônita, como ela poderia ser... o que ela era?! Sempre havia se perguntado o porquê de tudo acontecer justo a ela, mas agora, sabia a resposta. Porém, não podia revelar agora, tinha que esperar algum tempo.

 

 Naquele momento, - após a descoberta -, parecia estar possuída. Não pelo demônio, mas por algum outro ser inimaginável e mal, pois sua voz mudou de tom, - ficou mais grossa - , assim como sua força.

 

 - Você... NÃO VAI... – ela gritou; sua voz estava irreconhecível. Aonde estava aquela menina meiga e alegre que Erik conhecera? - ... me matar... – ela gritava com todas as suas forças, como nunca gritara antes, estava gastando todas as suas energias. Então, empurrou Rurik de um penhasco, perto de onde ele estava, mesmo sabendo que ele não iria morrer.

 

“Eu vou voltar ainda mais FORTE.”

 

 Ela ouvia a voz em sua mente.

 O vampiro do mal gritava diabolicamente, prometendo – novamente – vingança.

 Melisse estava começando a perder o medo, aparentemente. Graças à misteriosa mensagem que recebera.

 Tendo gastado todas as suas forças, a garota acabou caindo de joelhos. Sua respiração estava ofegante e ela mal conseguia falar.

 

 - Mel... – Erik correu até ela. – Mel, você está bem?

 

 Ela assentiu. Mas o vampiro sabia que ela estava escondendo-lhe a verdade, pois nem conseguia levantar. Ele pegou-a no colo, abriu o portal que separava os dois mundos, e saiu daquele lugar infernal, literalmente.

 

 Chegaram na casa, Melisse ainda estava ofegante, seu coração palpitava fora do ritmo, como se estivesse parando de bater. Ou, tendo uma parada cardíaca. Oras, ela não era disso. Lembrou que segundo a mensagem que recebera, ela não poderia morrer até que sua missão fosse cumprida. Até todos os segredos serem revelados. E até a guerra cessar. Sua missão tinha a ver com o Céu e o Inferno. E ela deveria cumprir. Para ser libertada.

 Ainda desacordada, ela pensava em todos os acontecimentos desde que chegara na mansão, e estava chorando por dentro, mas não queria magoar mais ninguém com sua melancolia, guardaria para si.

 

 Erik deitou a garota na cama, ela era tão frágil! Quanto mais olhava, mais sentia vontade de protegê-la.

 

Mas ele não sabia do segredo ainda... segredos que afetarão ainda mais a guerra entre vampiros e humanos.

 

 

 

 

 Ficou olhando-a por um breve tempo, até lembrar que Joanne, Marck e Augusto estavam sozinhos com aquele monstro, digo, líder dos vampiros.

 

 Deixou-a ali. E desceu correndo as escadas.

 

 Sozinha naquela escuridão de seu quarto, ela tentava lembrar o que acontecera, pois não lembrava de ter falado com uma voz diferente, e nem de ter jogado Rurik de um penhasco. Não lembrava, sequer, de ter recebido a tal mensagem. Como se parte de sua memória tivesse sido apagada. Ou, ela estava inconsciente mesmo. Pegou novamente aquele amuleto, que nunca havia tirado de perto de si, e suas lembranças começaram a voltar.

 

 Lino Hydan, na parte inferior da casa, parecia saber o que se passava com ela, e, mesmo guerreando, conseguiu sorrir maleficamente.

 

 - Logo logo ela vai descobrir... Mais acho que eu mesmo vou contar, Hydan pensava. – MWAHAHAHAHAHA – ele gargalhava, em pensamento.

 

 A mansão parecia mais assombrada que antes, fazendo com que Erik e Joanne tivessem pressentimentos ruins, para a felicidade de Hydan.

 

  Lino queria mesmo pegar pesado com todos os presentes daquela casa. Naquela escuridão, naquele medo. Era a ocasião perfeita para soltar uma bomba. Ele ria descontroladamente, por dentro. Imaginava Melisse, andando alegremente pela casa, deparando-se com ele, no meio de Joanne e Erik. Com aqueles olhos vermelhos assustadoramente hipnotizantes fitando-a compulsivamente, enquanto ela andava ligeiramente para trás querendo fugir. Mas Joanne e Erik não eram como ele. Pelo menos não ainda.

 

 Ele já sabia do acontecido à Rurik, é claro. E mandaria buscá-lo. Só assim a revelação seria emocionante. E faria Melisse cair ao chão, implorando assim, para que ele a matasse, e o faria de MAL grado. Porque, de fato, ele era MAL.

 

 Rurik estava com um pano fervendo em sua testa, bem feito. Mas não sentia nenhuma dor. Só não queria... trabalhar naquele momento, digamos assim. Ele precisava planejar, arquitetar todo o seu plano, desenhar esquemas. Matá-la seria o essencial. Morder seu pescoço com força. E beber aquele sangue humano que era tão ardorosamente viciante para ele.

 Mas o infeliz do Hydan o chamou. Ele devia ir, não tinha outra escolha.

 

 

Atravessou o portal. De volta ao mundo dos humanos. Já estava começando a enchê-lo a paciência. Seres humanos eram inúteis. Só serviam de alimento. Nada mais.

 

 - Estamos aqui... reunidos. – Não, não era casamento. Era coisa pior do que isso. – Para destruir o que ainda resta da família de Melisse Reichert! – ele gargalhou.

 

 Lá de cima, a garota pôde ouvir seu nome sendo pronunciado alto e claramente. E desceu correndo, com uma dor se contrair em seu peito. Teve medo.

 - Ah, que bom que chegou, princesa. – ele falava com um tom de ironia cínico e debochado. – só faltava você para continuarmos a festa. – ele tornou a gargalhar.

 - O que... você... quer? – murmurou, quase caindo, porém, segurou-se no corrimão.

 - Bem, vamos começar.

 

 Ele estava adiando o que tinha para contar, para deixar um pouco mais de suspense. Ele queria que todos ficassem realmente pasmos.

 

“E o tempo está correndo agora...”.

 

 Melisse ficava mais aflita a cada suspiro do líder dos vampiros. Sentia angústia, pressentimentos, até algumas premonições. Revivia os arrepiantes momentos que havia passado naquela mansão, como se estivesse morrendo.

 E então, o vampiro, aparentemente, iria parar de enrolação e ia contar o que sabia logo.

 

 - Ora ora, garota. Não seja apressada. – ele dizia, deixando-a com ainda mas medo. Afinal, era isso mesmo que ele queria. Que ela sentisse medo. Raiva. Repulsa. Ódio. Pois isso só o fortalecia. Ou melhor, o medo só fortalece ainda mais os mais fortes. Ela sabia, mas seu medo e sua angústia eram inevitáveis.

 

 - Mel...? – Erik sussurrou através de pensamentos, já que não podia dirigir-lhe a palavra. – Eu estou aqui, amor. Não precisa ter medo... nunca vou te decepcionar.

 

 Isso a tranqüilizava, mas não era o bastante.

 - Eu amo você. – ele tornou a dizer.

 

 Suas palavras eram tão suaves, românticas, que a faziam flutuar, porém, Lino e Rurik estavam ali, e ela os temia.

No entanto, Joanne e Erik também e estavam, e eles a ajudariam. Tinha certeza. Seu pai e Marck já não poderiam fazer o mesmo. Sentiam tanto medo quanto ela mesma.

 

  Em sua mente, agora, Mel ouvia uma voz diferente. Porém, familiar. Tentou reconhecer, mas não conseguia. Forçou sua mente a lembrar, e não lembrava. Tentou tantas vezes que, enfim, e finalmente, reconheceu. Era sua mãe, como esquecera? Como? Sua própria mãe...

 - Mamãe... – murmurou, em voz baixa.

 

“Desculpe-me por não ter-lhe contado antes o que Hydan irá contar-lhe agora...”

 

 - Melisse, querida. – disse, debochando, e os outros somente observavam. – Você é... você é... – ele não queria falar, tinha nojo, mas ao mesmo tempo era uma sensação incrível poder controlá-la. Augusto parecia estar nervoso, certamente sabia da revelação. – Você é minha filha. – ele finalmente falou. E Melisse, deixou lágrimas caírem de seus olhos, com a boca aberta. Era inacreditável.

 

Ela olhou para o pai. Que retribuiu ao olhar, cabisbaixo. E murmurou, em seguida.

 - Perdoe-me por não ter-lhe contado antes... sua mãe havia pedido segredo... eu não podia... – ele foi cortado pela “filha.”

 - Era sua obrigação... AUGUSTO REICHERT! – ela olhou-o de relance. Pela primeira vez não o chamava de pai. Era estranho.

 

- E agora, garota. Você vem comigo! – ele disse, puxando-a pelo braço.

 - Me solta, desgraçado, me solta! – ela gritava, mas ele continuava puxando-a, com força.

 

 - Você não vai levá-la. – Erik se manifestou.

 - Ela é minha filha, ô imbecil. Posso fazer o que eu quiser com ela. HAHAHAHAHAHA – ele ria descontroladamente. Uma risada assustadora. Melisse tinha medo, embora sendo puxava pelos braços, tentava se encolher. Tentava fugir daquele vampiro que era seu... seu pai.

 Ela não era uma vampira por completo. Era uma... meio-vampira... Por isso o gosto de seu sangue, segundo os vampiros, parecia com o gosto de sangue humano.

 

 Mas... ela não era somente uma meio-vampira... o segredo da mensagem que havia recebido ainda não fora revelado. No entanto... Melisse podia sentir que Hydan sabia a verdade. Ele tivera um caso com a sua mãe! Claro que sabia... é claro.

 

 E agora? Como seria dali em diante? Morando com aquele monstro... provavelmente seria torturada por ele. E seu amado Erik... não poderia ajudar. A não ser, inspirando-lhe pensamentos bons.

 

 Seu pai era um monstro. Seu verdadeiro pai.

 Naquele momento, lembrou, que saíra a força da mansão, brigada com o pai, digo, Augusto.

 

 - Ela nunca irá me perdoar... – ele murmurava à Marck.

 - Irá sim, pai. – ele tentava reconfortá-lo. – Irá sim...

 

 Hydan conseguira o que queria. Destruir o que restava da família Reichert. Mas não por muito tempo, pois algum familiar desconhecido e ao mesmo tempo MUITO conhecido, estava para chegar.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? =]]