Os Mistérios da Mansão escrita por Hana


Capítulo 10
Le retour de l'enfer


Notas iniciais do capítulo

Leitores amaaaaados, desculpa tanta demora pra postar tava sem inspiração, sem inspiração meeeeeesmo. Bom, o importante é que ela voltou e o capitulo está aqui. Sem mais delongas, boa leitura! ~

Chapter IX - "Le retour de l'enfer"
"A volta para o inferno"



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 Joanne estava parada diante de Rurik, boquiaberta.

 - Inútil. – foi o que ela disse, com um olhar desafiador. Como se ele estivesse blefando para ela ter de obedecer-lhe. Ela cuspiu.

 - Querida. – ele começou. – Você sabe que não é de meu feitio ser desonesto para com meus aliados. Mas eu terei de ser se não me obedecer. – ele acariciou-lhe o rosto com uma das mãos. – Está me entendendo?

Ela assentiu, nervosa.

 

 Erik, porém, ouvia atrás da porta. Queria saber o que aquela vampira sedenta estava prestes a falar. Ou o que Rurik faria para convencê-la a lhe obedecer.

 - Espera! – ele disse, rodeando-a. – Há mais alguém aqui. – Erik procurou esconder-se. Sabia o quão esperto era seu primo.

 

 Enquanto isso, naquele quarto, Mel ainda estava subitamente preocupada com o que estava acontecendo no andar de baixo da mansão. Tentava de todas as formas imaginar o que de fato estava acontecendo. Era como se sua mente estivesse fechada para coisas tão inacreditáveis. Quanta agonia.

 - Ela não seria...- - ele mesmo cortou sua fala ao perceber que Rurik ia falar.

 

 - E então? – Ele aquietou-se, um pouco. Esperou a vampira falar.

 - Está certo... – respondeu, contrariada. – o que quer que eu faça?

 - Fique longe do Erik! – ele sussurrou. – longe!

 - Você sabe que não é possível agora. Você sabe que ele pode desconfiar.

 - Dane-se. – ele virou-se, indo em direção ao portal. – Quero que vá ao encontro de Hydan à meia-noite! – dizendo essas palavras, simplesmente sumiu.

 

 Joanne estava boquiaberta; pasma. Erik mais ainda por ter acreditado naquela bandida mau-caráter. Saiu de onde estava e voltou ao quarto, não conseguindo esconder a palidez aos presentes.

 - O que houve? – Márcio perguntou.

 - N-Nada. – Dirigiu-se ao banheiro, onde ficou por algumas horas. Pensava em tudo. Em como Joanne pôde ser tão cínica. Em como puderam acreditar nela daquela forma.

 

 

 A guerra não acabaria tão cedo.

 

 A vampira tinha que tomar uma decisão. Tinha que fazer alguma coisa para despistar todos. Era isso. Ela não iria ao encontro de Hydan. Assim não deixaria suspeitas. E só voltaria a pensar nisso quando Rurik voltasse a ameaçá-la.

 

Ninguém disse que era fácil...

 

 Ela sabia disso. Sabia que não iria ser fácil, mas tentaria lutar para que Erik não desconfiasse, o que seria impossível diante do que ele próprio presenciara, sem ela saber.

 

 Joanne ainda estava tensa, mas tentou transparecer essa tensão ao entrar novamente no quarto de Melisse.

 - v-voltei. – tentava esconder o medo e o nervosismo de estar em frente aos “inimigos” após a visitinha de Rurik.

 - whoooa… - resmungou Erik, saindo do banheiro e batendo a porta com grosseria.

   Joanne não entendera, ou melhor, ela havia entendido, mas fingiu o contrário. Continuando a deixar o medo despercebido, fitava Melisse e Márcio, apreensiva.

 - Aconteceu alguma coisa? – a garota meio-humana percebeu que havia algo errado, realmente seus sensores de anjo ou até mesmo de vampiro funcionavam para alguma coisa.

 Ela pensou um pouco, e em seguida, com um sorriso sem graça, respondeu.

 - Não. Nada. – tentava parecer segura, mas sabia que Melisse não era... burra a ponto de não desconfiar nenhum pouco. Um pouquinho que seja ela sabia. Conhecia Rurik muito bem, conhecia Hydan... até demais. E Rurik havia sumido, por que não teria voltado? Hipóteses existem. Restaria saber a verdade. E a missão dela ainda não fora cumprida.

- Rápido...

 

 Era a voz de uma mulher. Em seu subconsciente.

 

- O tempo está acabando... garota anjo.

 

 Estremeceu.

 Acabando? Ela não havia decifrado nada até agora. Não poderia ser. Era.

 Continuou perdida em pensamentos, não ouvia nada que falavam para ela naquele quarto. Somente a voz daquela garota. Maldita garota. Ou não. Talvez só estivesse tentando ajudá-la.

 

“E o tempo está correndo agora, eles estão descendo as colinas por trás.”

 

 Literalmente por trás. O clima estava tenso. Joanne sentiu-se obrigada a sair daquele lugar antes que a garota descobrisse o que acontecera. Antes que ela descobrisse sua capacidade de ler pensamentos. Bastou uma desculpa qualquer para a vampira livrar-se daquela situação, ao menos por algum tempo.

 

 Erik, vendo que a vampira mentirosa havia saído da casa, pôde enfim, retornar. Marcio resolveu ir embora para deixá-los a sós, e Marck e Augusto foram junto com ele.

 - Me desculpe ter saído daquela forma. – ele disse, contornando facilmente a raiva. – tenho meus motivos.

 - Eu sei de tudo. – sussurrou, com um sorriso no canto dos lábios.

 

 O vampiro olhou-a, surpreso. Mel estava aprendendo a lidar com seus impressionantes poderes, e isso era bom, afinal, quando a guerra acabasse definitivamente, ela ainda teria que matar o próprio pai para a missão ser concluída, mas... talvez ela gostasse um pouquinho dele. Isso dificultaria um pouco as coisas no ataque final, mas Melisse teria que vencer, ou nunca poderia retornar ao seu mundo. Seu verdadeiro mundo.

 

 - E eu terei que ir até lá. - Melisse estava segura do que falava. – Eu! ... sozinha.

 - Mas ele vai te matar! – Erik gritou, num impulso. – Não posso deixá-la morrer... Não posso... Mel... – ele abaixou a cabeça, evitando encará-la para que ela não visse suas lágrimas, porém, esta levantou sua cabeça, acariciando levemente seu rosto com uma das mãos.

 - Eu irei mesmo assim. Por favor, me entenda... – uma lágrima passageira percorreu o rosto da garota, mas esta a enxugou com as mãos.

 Erik não respondeu, mas sentiu um aperto em seu peito e abraçou-a com força.

 

 Enquanto isso, Joanne estava parada logo depois da casa, naquela escuridão. Alguém puxou seu braço com força, por trás. Ela sabia quem.

- Você vai, não vai? – Rurik indagou, com uma voz grosseira e um tanto quanto rude.

 

 Joanne assentiu, temerosa do que aconteceria ao estar cara a cara com o líder dos vampiros.

 

 Meia-noite.

 Tudo estava preparado. Joanne não estava mais lá, Marck e Augusto estavam no quarto do garoto e Erik tentava convencer Melisse a não ir sozinha.

 - Ele é meu pai, Erik. Não terá coragem de me matar.

 - Ele tem coragem de muitas coisas, e você sabe disso. Ele já te torturou, já esteve sim a ponto de te matar, deixe-me ir com você, se algo lhe acontecer me culparei a vida inteira.

- Deixe ele ir, minha querida. Deixe ele te ajudar...

 

 Aquela garota em seu subconsciente novamente falava.

 - Tudo bem. – ela sorriu, e em seguida, Erik beijou-a com amor. Ele amava-a. Ela era tudo de mais precioso que ele tinha. Mas o tempo estava esgotando e eles teriam de se separar quando a hora de Melisse chegasse, e o vampiro certamente não iria se conformar.

 

 Os dois, então, partiram para o submundo.

 Um lugar quente, escuro, assustador.

 Melisse estava tremendo, amparada pelos braços aconchegantes de Erik, sentia-se mais segura. Ele era, de fato, seu porto-seguro.

 

“Nunca fui muito ligada ao mundo vampiresco; nunca gostei muito de coisas místicas, mas agora... estava ligada a esse mundo, e estava gostando. Exceto pelo fato de não me conformar que meu pai era um monstro. E que eu mesma poderia ser um, mesmo que não quisesse...”.

 

 Era o que Melisse pensava, enquanto atravessavam o portal para submundo; enquanto iam em direção às profundezas do inferno. Erik sempre abraçado a ela, fazendo com que se sentisse segura.

 Melisse suspirou fundo, tinha consciência dos motivos que a trouxeram novamente ao reino torturante comandado pelo seu próprio pai, adentrou os enormes portões infernais, literalmente infernais.

 - Não se precipite, meu amor. – começou Erik. – ficarei aqui, então. Qualquer coisa, não deixe de gritar. Por favor. – suplicava ele.

Ela assentiu. O garoto abraçou-a com força e beijou-lhe a testa. Em seguida, a garota foi em direção à casa do pai.

 

 Entrou pelos fundos, abrindo as portas com cuidado. Chegou até a cozinha, onde ficou espiando pela porta entreaberta. Joanne realmente estava lá. Armando planos com o pai e com Rurik para destruir sua família e o amor dela e de Erik. Mas ela não iria deixar que isso acontecesse. Era sua missão.  Missão que ela cumpriria com todas as suas forças, antes de morrer.

 

 Ao ouvir seu nome sendo pronunciado alto e claramente, a garota gritou.

 - PAI! - caiu ajoelhada, e chorando. Olhou para o lado, e vendo Joanne, continuou. – traidora... sua vadia sem alma!

 A vampira não contestou, para não criar mais problemas.

 - Pai, pare com tanto mal, pare de me fazer sofrer, sou sua filha, sua filha... – Melisse chorava cada vez mais, e Erik permanecia aflito do lado de fora. – Onegai... (“Por favor”, em japonês).

 

 Hydan olhou-a com um pouco de remorso, mas lembrou que ele era mal, era o REI, o dono de tudo, não podia entregar-se facilmente por um choro de menina mimada. Não era de seu feitio.

 - Se um dia eu quis ter uma filha, foi para maltratar ou transformá-la igual a mim. E não para ser uma... “criancinha linda, meiga e bondosa”. - ele fez as aspas com as mãos. Eu odeio você, Melisse Reicherete, ou seja, lá como for o seu nome.

 - Reichert. – a garota ficou cabisbaixa.

 - É. Isso mesmo.

 - Já vi que não adiantou nada eu vir aqui. Pode continuar com seus planos malignos para me destruir, papai... – olhou para Rurik. – e você também. Foi perda de tempo.

 

 Mel estava indo embora, quando Hydan a chamou.

 - Espere... filha! – pela primeira vez ele chamava-a de filha com certo amor por ela.

 A garota virou para trás, esperançosa.

 - Não é nada. Vá. – sua grosseria voltara, e a garota, deixando uma última lágrima cair, foi embora.

 

 Ao sair da casa infernal do pai, começou a chorar desesperada e descontroladamente. Sentou-se em uma pedra que havia e deixou-se ficar ali por algum tempo. Erik estranhava a demora, mas, pensando piorar as coisas se entrasse no local, decidiu esperar mais um pouco.

 Ainda chorando, Melisse foi ao encontro de Erik, que pegou em suas delicadas mãos e juntos voltaram à mansão.

 - Não fique assim, não, Mel... – suplicava o vampiro.

 - Eu ainda tenho esperanças...

 - Então não chore, chorar só vai fazê-lo te odiar mais, e, se ele está mesmo começando a gostar de você como está me dizendo, deve mostrar que o ama como pai.

 - Tem razão. – ela assentiu.

 

  A guerra por um momento fora esquecida.

 

 

"Tudo o que somos está desaparecendo"

 No caso, ela estaria desaparecendo... aos poucos.

 Percebendo o silêncio na casa, Melisse dirigiu-se ao quarto onde estava Marck, Augusto e Márcio. Surpresa e assustada, deu um grito não querendo olhar o corpo mutilado de... Augusto. Seu pai.

 Sua cabeça estava cortada e ensangüentada, havia perdido um braço e sua perna também fora amputada. Seu pescoço tinha um corte profundo e sangrento. E ele estava morto.

 - O que houve aqui? – indagou Erik, afinal, Melisse estava chocada demais para fazer qualquer pergunta.

 - Eu não sei quem era... não me parecia ser um conhecido... mas deveria estar com muito ódio para tê-lo assassinado tão brutalmente.

 

 E agora? Mais um inimigo solto... seria também um vampiro? Afinal... qual era o mistério do assassinato de Augusto Reichert?

 

 Hydan poderia não ser o mandante, mas com certeza tinha algo a ver com a morte.

- Gomenasai...


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Notas finais do capítulo

Como eu coloquei ali em cima, "Onegai" significa "Por favor", em japonês.
e, "Gomenasai", significa "Me desculpe", também em Japonês, se faltou alguma tradução, por favor, me avisem por reviews
obrigada e boa leitura =D