Tokyo Ink escrita por Nayara, Ro_Matheus


Capítulo 4
Capítulo Três


Notas iniciais do capítulo

Hello, Minna-san ~-~
Como estão? Vim com mais capítulo porque é de direito de vocês...
Divirtam-se...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/690680/chapter/4

*

Naruto acordou na manhã seguinte com seu celular tocando ás seis e meia da manhã.

Muito cedo para qualquer bom artista que se preze.

Naruto passou por um monte de roupas sujas e limpas perto da cômoda para chegar na porta do banheiro de onde vinha o som de The Weekend, chutou dois tênis até conseguir entrar no cômodo e pegar o telefone de dentro da pia - vazia por sorte.

—Uzumaki Naruto. -falou enquanto olhou para sua aparência no espelho, tão bagunçada como o quarto que acabara de sair.

—Houve uma época em que quando o telefone tocava, você atendia no segundo toque. -comentou uma voz entediada do outro lado. -Você tinha horários.

—Gaara! -disse Naruto empolgado. Bagunçou o próprio cabelo e sorriu para o espelho. -Quanto tempo, Sabaku.

—Menos, Naruto… -o loiro podia imaginar ele revirando os olhos. -O casamento de Temari só foi mês passado.

—Isso é verdade, Dattebayo! Ainda sim parece muito tempo. -ouviu-se um suspiro na linha e Naruto gargalhou. -Como está seu cunhado, Dattebayo?

—Não liguei para falar da vida da minha irmã, Naruto. -houve um chiado breve como se Gaara houvesse tapado o fone para falar com alguém de acordo com o rumor do outro lado e então ele voltou a falar com Naruto. -Então, eu tenho que ser breve. As coisas então complicadas aqui por conta da inauguração.

—Inauguração? Do que, ‘ttebayo?

—Da nova galeria. -ele suspirou novamente e depois veio outro ruido. -Já vou. Atrase-os. Isto é importante. Não me interessa. Eu já falo com vocês. Naruto?

—Oi?

—A inauguração será hoje. Preciso de vocês no evento, teremos muitos canais e muita encenação. Consiga que Sasuke apareça. Pain estará lá, assim como os novos funcionários. Sai está com o próprio estúdio, independente da minha nova galeria. Ino está tentando fazê-lo se casar. -Naruto gargalhou novamente. -Eu tenho que desligar.

—Ser empresário toma muito do seu tempo?

—Um pouco. Mas não tanto quanto ser um artista famoso. -comentou o ruivo dando um pesado suspiro. -Tem alguém na sua segunda linha.

—C-como você? -Naruto parecia perplexo, mas só quando Gaara desligou que Naruto se deu conta que havia realmente um bip irritante de uma segunda chamada. -Uzumaki Naruto.

—Dobe, porque demorou tanto?

—Eu estava falando com o Gaara, dattebayo. A inauguração da nova galeria aqui na cidade está tomando a maior parte do tempo dele, mas mesmo assim ele me ligou para convidar.

—Tsc.

—Vamos lá, teme. Sakura-chan vai gostar que você leve ela para uma galeria. Sai tem um estúdio independente agora, você pode fazer aquele Fuin que você tanto quer no ombro esquerdo. -Naruto riu quando ouviu o assovio do melhor amigo. Sabia que ele estava considerando a proposta. Havia coisas que ele realmente fazia somente para agradar Sakura, mas uma nova tatuagem era um bônus.

—Parece divertido.

—Ótimo, vejo você lá. Tenho que tomar um banho agora e falar com a Tsunade baa-chan.

—Ainda com os pirralhos?

Naruto riu de leve desta vez.

—Ah, sim. Konohamaru-kun pergunta por você todo o dia. Você poderia aparecer lá hoje, Dattebayo. Temos uma nova professora.

—Hn, vou pensar. -retrucou ele.

—Até mais, Teme. -Naruto desligou e entrou no chuveiro.

Tinha dois quadros semi acabados, mas não queria trabalhar neles hoje. Tomaria café da manhã com as crianças, esperaria Hinata e assistiria a aula.

*

Hinata teria um longo dia, no entanto acordara mais cedo para compensá-lo.

Saira de casa sem nenhum café da manhã e foi direto para a Universidade para buscar seu caderno de anotações. Já tinha parcialmente a matéria que daria a eles.

O que ela tentava se preparar era para as perguntas que eles teriam. As crianças do orfanato eram curiosas e adoravam perguntar, mesmo que algumas vezes não tivesse nada a ver com o assunto tratado.

Ela não se demorou na universidade, pegando o metro das sete e meia e ainda parou para comprar um café com creme.

Andou devagar após o desembarque e admirou a paisagem no caminho para o orfanato.

A frente do lugar era ainda mais bonita que o estacionamento. Era um prédio colorido, com portas e janelas rosas e mini parques temáticos coloridos. O lugar era bonito e um alto muro separava o terreno da rua, porém o portão parecia estar sempre aberto.

Hinata cruzou os cinco metros do portão até as portas duplas da frente e entrou no hall.

Havia um grande lustre de ursinhos de goma coloridos, como os que Hinata comia quando pequena. Ela fitou-o de todos os ângulos, ele não estava mais alto que ela, mas não era baixo o suficiente para algumas das crianças pegá-lo.

Hinata estendeu os dedos para tocar um dos mini ursinhos. Seus dedos grudaram levemente e ela riu, achando divertido a ideia de todas as crianças comendo o lustre.

—É uma boa ideia não é? -soou uma voz atrás de si. Hinata deu um pulo e afastou-se do objeto virando-se num átimo. Naruto estava parado na porta de um dos corredores.

—O-olá, N-Naruto-san. -ele sorriu daquele modo ensolarado que fez as pernas de Hinata bambearem.

—Como vai Hinata? -ele desencostou do batente da porta e se aproximou dela. -Tive essa ideia depois de Moegui ter me roubado um pacote de M&M’s da minha mochila. Fazemos um lustre comestível bem colorido a cada começo da semana, evitamos usar chocolate porque teríamos que comer na quinta ao invés da sexta. Isso atrapalharia nosso cronograma. -Hinata, ainda vermelha assentiu maravilhada que ele houvesse pensado em algo tão divertido. -Temos uma gincana que fazemos na sexta. Quem ganhar pega quantos quiser, o resto tem que dividir para que ninguém fique sem.

—É-é uma boa i-ideia. -parabenizou ela e ele encolheu os ombros enfiando as mãos nos bolsos da calsa.

—É uma forma que encontrei para dar doces a eles sem que baa-chan me encha o saco.

—Eu ouvi isso, pirralho. -trovejou uma voz seguidas de passos de tamancos no assoalho. Hinata se virou e do corredor paralelo de onde Naruto saíra, uma loira de busto farto e olhos castanhos claros fitando Naruto com os olhos cerrados. Hinata engoliu em seco diante a fúria de quem se supôs ser Tsunade Senju. Naruto no entanto arqueou as sobrancelhas loiras e fitou tranquilamente a matriarca do orfanato.

—Baa-chan, achei que ainda tinha papelada pra rever antes de aparecer. -a petulância de Naruto surpreendeu Hinata, mas aparentemente era corriqueiro para Tsunade que grunhiu e deu-lhe um olhar de aviso.

—Me resolvo com você mais tarde. -Naruto torceu os lábios e desviou os olhos num gesto extremamente infantil que a Hyuuga achou uma graça. -Hinata Hyuuga.

Apenas o nome ecoando na voz grave de Tsunade, fez Hinata estremecer. Esse não era o tipo de mulher que se chamaria a uma briga. Tsunade exalava autoridade.

—O-olá.

—É bom te conhecer pessoalmente. -ela sorriu conforme amansou o tom de voz. Aparentemente alegre que Hinata não saíra correndo -não por falta de vontade, isso era verdade. -Você é muito bonita, e tenho certeza que muito talentosa também. Conheço a família Hyuuga desde que eu era uma garotinha. Bom saber que um deles finalmente se converteu em Ciências Humanas.

Hinata encolheu os ombros rezando para não ter que dar uma resposta ao comentário empolgado de Tsunade.

Naruto deveria ter notado seu constrangimento, ou simplesmente se sentira entediado pois viera ao seu auxílio.

—Tá tá. Boas recepções e tals, mas Tsunade baa-chan ainda temos aulas para dar. -Naruto recebeu um olhar perigoso, no entanto apenas se virou e caminhou para o corredor. Hinata agradeceu-o mentalmente e deu um sorriso amarelo para Tsunade antes de seguir o loiro.

Eles caminharam em silêncio pelo corredor e alcançaram uma das portas de onde o barulho das crianças já era audível.

—O que vai ensinar hoje? -questionou Naruto sem olhar para ela, e Hinata não conseguiu ver seu rosto por conta dos fios loiros que o esconderam. Porém, mesmo amedrontada o conteúdo saiu de seus lábios fluido. Sem gagueira nem nada semelhante.

—Rachuras.

Sem nada mais Naruto entrou na sala seguido por um Hinata confusa.

*

Naruto sorria e o motivo não era rever seus alunos.

Hinata era uma garota esperta e por algum motivo aquilo o alegrava bastante.

—Oe, minna. -disse ele em alto e bom som fazendo toda a algazarra voltar-se para eles. Konohamaru veio aos tropeções para envolver Naruto num abraço. Não havia visto o loiro no café da manhã porque tinha perdido o horário de acordar. O resto dedicou toda atenção a nova professora. Moegui foi a primeira a abraçar as pernas de Hinata e gargalhar quando esta devolveu o gesto com hesitação e um sorriso discreto.

Ela era bonita sorrindo. Bem mais do que quando estava envergonhada, apesar de ser igualmente encantador.

Naruto afastou tais pensamentos. Ela era uma Hyuuga, distante e oposta de todos os seus padrões. Ela estava longe de seu alcance e pelo histórico que tinha com Hyuugas, ele não se sentia insatisfeito com isso. Não mesmo.

—Hey, minna. Temos pouco tempo. Todos sentados. -ele foi obedecido veemente e assim que todos se acomodaram -com um pouco de resistência de Konohamaru que só queria colocar as novidades em dia. -Hoje Hinata-chan vai realmente dar aula, então quero que vocês prestem bem atenção e não me envergonhem.

—Hai, Naruto senpai. -disseram em uníssono, todas as cabeças voltando-se para ela que corou, mas colocou a bolsa que carregava acima da mesa do professor e sorriu juntando as mãos frente ao corpo numa posição pra lá de recatada. Já Naruto sentou-se na cadeira agora dela e colocou as pernas em cima da mesa de madeira.

—Bom dia, pessoal. Hoje falaremos sobre rachuras.

—Efeito de sombra e luz? -questionou Konohamaru franzindo o cenho. Naruto sorriu abertamente, orgulhoso de seu aluno.

Hinata assentiu.

—É o que produz o efeito de luz e sombra ou meia-luz. Basicamente é um traçado de linhas finas, paralelas e muito próximas umas das outras, que se utiliza em um desenho ou gravura para reproduzir o efeito meia-luz.

—É só o que ele faz? -questionou Udon do fundo da sala.

—Não, claro que não. Rachura também criam o efeito de tons diferentes dependendo da proximidade das linhas. O conceito principal é o de quantidade, a espessura e o espaçamento entre as linhas irão afetar o sombreamento da imagem como um todo e enfatizar as formas, criando ilusão de volume, diferenças na textura e na cor. As linhas tracejadas devem sempre seguir o formato do objeto desenhado. -pela cara das crianças, eles haviam se perdido no não inicial de Hinata. Naruto sorriu e abafou uma risada. Ela não ia conseguir nada com isso. Então simplesmente se esticou para pegar um caderno qualquer de cima da mesa e um lápis para começar a desenhar. -Quando utilizadas para representar cores, as linhas tipicamente seguem um mesmo padrão para representar tons particulares. -Entenderam?

—Ahn… -disse Konohamaru franzindo o cenho. -Sim? -ele se virou para os colegas e todos balançaram negativamente a cabeça.

Naruto gargalhou de seu lugar, levantando o caderno com um esboço qualquer.

—É tipo isso aqui, gente. -afirmou mostrando uma lula mal feita. Hinata entreabriu os lábios, impressionada. -Traços pequenos que formam o foco de luz no desenho. -ele então deixou cair o caderno no colo e pegou o apagador virando-o para a janela. -Veêm esse lado escuro? Num desenho, como acha que deixaremos essa parte escura?

—Com sombras. -disse Moegui incerta. Naruto sorriu, apontando-lhe um dedo livre.

—Exato. E como faremos sombras?

—Com rachuras! -empolgou-se Fuu, a mais velha do grupo. Desatou em risadas em seguida.

—Isso aí. -concordou Naruto rindo e voltando o foco para Hinata que continuava fitando-o abobada. -Desculpe. Continue, por favor.

Hinata saiu do transe em seguida, se virando para as crianças.

—Bem, que tal praticarmos um pouco? -disse ela sorrindo quando todos se apressaram para o caderno. -Tomem algo que gostem como inspiração e tentem, como Naruto-san usar as rachuras para o foco de luz.

*

Imediatamente todos começaram. Havia alguns murmúrios em um lugar e outro, a maioria confuso então Hinata deixou seu lugar na da sala e passou a caminhar entre as carteiras, admirando os desenhos que surgiam em poucos minutos. As crianças ou eram muito talentosas, ou Naruto era um excelente professor.

Um pouco dos dois, ela suspeitava.

Hinata passou de mesa por mesa até achar algo verdadeiramente interessante na mesa de Moegui.
Ela havia desenhado alguém. Mesmo que esse alguém tivesse o rosto parcialmente negro e olhos desproporcionais. Teria que ensinar a eles proporção na próxima aula, anotou mentalmente.

—Moegui-chan? -a menina levou um susto pulando de sua cadeira e se virando para Hinata assustada. -Quem você desenhou?

—N-ninguém, Hina-chan. -ela balançou a cabeça violentamente com o rosto extremamente corado. Hinata sorriu docilmente e se concentrou no desenho. A pessoa possuía um cachecol, ou foi o que Hinata deduziu daquelas linhas cruzadas. E ao lado da folha havia um lápis de cor azul. Cachecol azul, huh?

Hinata levantou os olhos tendo a impressão de já ter visto um cachecol azul naquela mesma sala. E o encontrou. No pescoço de Konohamaru Sarutobi que estava ao lado de Naruto enquanto discutia sobre algo aparentemente muito importante.

—Konohamaru-kun, é? -questionou ela lembrando com clareza que havia dito “coisas que mais gostem”. -Gosta do Konohamaru-kun, Moegui-chan?

Moegui olhou ao redor, provavelmente procurando uma resposta concreta que pudesse negar. Mas não havia, então ela somente abaixou a cabeça.

—Sim, Hina-chan. N-não conte a ele, por favor.

Hinata segurou a saia e abaixou-se para ficar com a cabeça no nível de Moegui. Sorrindo acariciou a bochecha esquerda da menina, fazendo-a olhar diretamente para ela.

—E porque eu faria isso, Moegui? -disse baixo e docilmente. -Se é você quem deve fazer isso.

Os olhos escuros se arregalaram para Hinata enquanto suas bochechas coravam ainda mais.

—E-eu, H-Hina-chan? -gaguejou embasbacada. Hinata riu baixinho para não chamar atenção.

—É claro. Se gosta tanto dele, ele deveria saber. -ela aproximou os lábios do ouvido de Moegui para lhe contar um grande segredo. -Os homens sempre precisam daquele empurrãozinho. Eles nunca advinham o que sentimos.

—É-é mesmo Hina-chan? -os olhos de Moegui brilhavam. -Mas e se ele não gostar de mim? -ela abaixou a cabeça, desapontada. Hinata a ergueu novamente.

—Pois então ele será um homem de azar. Porque você é linda, inteligente e meiga. O homem que não poder enxergar isso, não é um homem que mereça seu amor. -Moegui abriu um enorme sorriso.

—S-sim, Hina-chan.

Hinata sorriu novamente e se levantou.

—Agora termine seu desenho. Acho que esse cachecol precisa ser colorido.

—O-obrigada. -então ela se voltou para o desenho, desta vez empolgada. Hinata riu baixo para si mesma e levantou os olhos se deparando com outros olhos azuis celestes lhe fitando com as sobrancelhas loiras franzidas.

Hinata corou e desviou o olhar.

*

Naruto não sabia se devia acreditar no que lhe diziam ou no que seus olhos viam.

Neji havia dito que todos os Hyuugas eram tradicionalmente orgulhosos, de um modo extremamente arrogante e que só pensavam em si mesmos. Porém, Hinata não aparentava ter essa postura. Era corava sempre que olhava para ele. Ela era atenciosa e paciente com as crianças. Levara até alguns biscoitos que ela mesma fizera -uma ótima cozinheira por sinal. Fizeram uma pausa nos desenhos para ter o intervalo do lanche delicioso e então a aula acabou. Hinata se despediu de todos e foi embora.

Naruto por outro lado almoçou com eles e passou a tarde ajudando Yagura e Fuu a limpar os quartos.

Por volta das sete horas que Naruto recebeu uma chamada muito mal humorada de Sasuke avisando que ele estava atrasado para a inauguração de Gaara.

Naruto então tomou um banho rápido e seguiu para o centro com o Chrysler 300C porque não tinha tempo para passar em casa afim de trocar de transporte. Chegou por volta das oito horas e a frente estava lotada de paparazzis, e algumas pessoas fãs de Gaara ou de tatuagens que era praticamente a mesma coisa.

Se Naruto era o exemplo de arte moderna, Gaara era o ídolo das tatuagens. Ninguém sabia mais disso que ele. E ninguém também havia ganhado mais dinheiro nesse ramo que ele.

A galeria era completamente escura, com luzes escarlates na entrada e o tradicional tapete vermelho.

Naruto ultrapassou os paparazzis com sorrisos e acenos e entrou tranquilamente passando pelos enormes seguranças e admirando o interior também escuro. Gaara sempre fora teatral, mas desta vez ele se superara.

As paredes do hall tinham algumas das obras de Naruto mais recentes iluminadas por luzes fluorescentes. Elas fizeram Naruto arquear uma sobrancelha.

Ele encarou a ultima obra que vendeu.

Um esboço qualquer que fizera quando estava entediado.

O comprador havia gasto trinta mil para se manter na discrição e levar a obra.

—Discrição, huh? Idiota, dattebayo! -exclamou Naruto sem deixar de sorrir.

Ele deixou os quadros de lado e se infiltrou na galeria, passando pelo hall e finalmente chegando nos estúdios. O estúdio de Sai era o ultimo do corredor. Naruto tinha certeza pois os inseparáveis tigres enfeitavam o banner do ultimo estúdio. E ninguém apreciava mais tigres que Sai.

O corredor estava cheio, no entanto Naruto não ia parar em nenhum outro estúdio além do de Sai, onde provavelmente seus amigos estavam. Sasuke não perderia tempo passando de estúdio em estúdio.

Com passos largos Naruto cruzou o corredor e passou pela porta de vidro. Sasuke estava no balcão, conversando com Sai, Gaara e Shikamaru. O estúdio estava lotado, mas era grande o suficiente para acomodar todo mundo sem dificuldades.

Havia muitos tatuadores. Naruto podia identificá-los pelo avental negro de dizeres vermelho fluorescente. Naruto era conhecido de todos eles.

Sasori acenou para ele no canto esquerdo do estúdio. Ele estava trabalhando no ombro direito de Kakuzo, que sorriu para o loiro. Hidan estava ao lado com um tedioso e sonolento Deidara. Itachi estava ao lado de uma morena de cabelos presos que estava de costas para Naruto.

O cabelo da garota era longo. Ela tinha cintura fina, coxas largas que estavam bem a vista em seu short pequenino, a parte detrás de suas pernas era tatuada com desenhos discretos e acima do joelho. O top escondia os seios e estava aberto na parte de trás formando um ‘x’ extremamente sensual na opinião de Naruto. As costas dela possuíam um charmoso desenho de dois tigres dente de sabre azuis com manchas brancas. Eles serpenteavam por toda pele, contornando as costelas e dando aos movimentos que ela produzia fluidez inacreditável. A nuca e os ombros eram lotados de desenhos também. Naruto ficou curioso, tinha a sensação que conhecia a garota de algum lugar. O cabelo não lhe era estranho.

Mas ela não se virou para que ele pudesse ver seu rosto, ao invés disso Sasuke tapou sua visão entrando em sua frente com a carranca digna de um Uchiha.

—Dobe, você demorou. -Naruto se esticou para ver sobre o ombro de Sasuke, mas o pessoal parecia realmente contra a ideia, pois uma multidão se colocou obstruindo a imagem da desconhecida. -Onde estava?

—No orfanato. Onde mais, dattebayo? -questionou Naruto suspirando e desistindo de reconhecer a garota. Ele conhecia muita gente, saberia quem ela era mais cedo ou mais tarde. Embora pudesse ser bem mais cedo, ‘ttebayo, pensou exasperado.

De qualquer forma ele não teve muito tempo para especulações. Sasuke o puxou para o grupo de sempre. Ino e Sai haviam começado a namorar, o que provocou um suspiro aliviado por parte de Sasuke ao descobrir que a loira sairia do pé dele por enquanto. Sakura estava feliz pela amiga, mas ainda não ia com a cara do moreno de qualquer forma.

Itachi se aproximou deles pouco depois das onze da noite. Naruto estava no bar -só deus sabia de quem fora a ideia de colocar um bar num estúdio de tatuagem, provavelmente do Sai mesmo, mas viera bem a calhar. Naruto o observou de longe já que a garota misteriosa, como ele carinhosamente apelidara, sumira no meio de tantas pessoas.

Itachi não demorou a notar o olhar demorado do loiro sobre si e se aproximou de Naruto.

—O que foi?

—Quem é a garota de mais cedo? -Itachi arqueou uma sobrancelha. Naruto não se importou, pois sempre diziam que ele não era exatamente cortês todo o tempo. Ás vezes grosseria vinha bem a calhar. A curiosidade estava corroendo o Uzumaki de dentro para fora.

—A morena sensual? -questionou o Uchiha sorrindo de canto enquanto Naruto estreitava os olhos.

—Só poderia ser, dattebayo! -rosnou Naruto desconfiando de algo que Itachi provavelmente sabia e ele não. Bem, Itachi sabia de muita coisa que ele não sabia, mas geralmente quando o assunto era amigos e pessoas Naruto era muito mais sociável do que… hum, Itachi já fora uma vida inteira.

—Por que não pergunta para ela? -Itachi riu baixo indicando com a cabeça algum ponto atrás de Naruto.

Ele franziu o cenho e se virou, só para ter a maior surpresa que já levara na vida.

A morena estava de frente para ele. Tinha tirado o avental e posto uma jaqueta de couro bem estilosa. O top ainda cobria perfeitamente seus seios fartos e a barriga ainda tinha outras tatuagens. No entanto, não foi nenhum dos atributos físicos que chocou Naruto. Foi o rosto angelical com um sorriso despojado que ele nunca a vira dar, mas que ficava extremamente lindo nela.

Diabos, aquela era Hinata Hyuuga.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Haha :D
Por essa ninguém esperava tenho certeza!!!
O próximo está logo ali.
Vão curiosos, vão...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tokyo Ink" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.