Rise escrita por Mrscaskett


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente agradecer a 12th Precinct e todas as pessoas que estão acompanhando. Isso me deixou muito feliz. Obrigada

Esse capitulo veio de uma inspiração que tive através de um sonho, espero que gostem

Boa leitura :)



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Mais um dia e eu estou sentada no sofá. Já está escurecendo e eu estou com tédio. Uma semana. Faz exatamente uma semana que estou aqui. Maldita hora em que eu aceitei vir para a cabana do meu pai. Aqui eu só escuto grilos, sapos e o som do vendo tocando as folhas das árvores. É um lugar adorável, para quem vem passar um fim de semana, descansar da vida agitada da cidade. Mas não pra mim, que sou cem por cento urbana. Gosto de cidade, de barulho, agitação. Preferia ter ficado no meu apartamento, eu não poderia fazer nada demais, mas pelo menos tinha tv, internet, o barulho da rua, e qualquer outra coisa que me distraísse, como a visita dos meus amigos. Mas eu entendo que precisava desse tempo, precisava me distanciar de todos e me concentrar naquilo que mais me atingiu, aquilo que virou completamente minha vida de cabeça para baixo. Eu não sei o que fazer. Não sei. 

Agora entendo por que eu não poderia ficar em casa, não era porque meu pai achava perigo e que aqui ninguém poderia me machucar, que ele cuidaria de mim e ficaríamos bem. Não era porque eu não poderia me cuidar ficando sozinha em casa, nem que eu precisava de descanso da cidade. Na verdade eu poderia ter ficado sozinha e não seria nenhum pouco perigoso ficar no meu apartamento, já que com certeza os meninos colocariam vigilância 24 horas por dia. A verdade é que eu estou fugindo. Fugindo de encarar o Castle, fugindo de aceitar o que ele me disse, fugindo de aceitar que eu também sinto alguma coisa por ele, porque sim, eu sinto. Eu não sei bem o que eu sinto mas é forte o suficiente para fazer sentir falta dele até quando estou fugindo dele. Falta de suas caras e bocas, daquele sorriso de criança que o deixa com os olhos pequenos, aqueles mesmos olhos que me encararam tantas vezes, com aquele azul penetrante e hipnotizantes, até das teorias malucas dele eu sinto falta, com certeza se ele estivesse aqui estaria falando ou criando um monte de histórias que não me deixariam nenhum pouco com tédio. Eu sorrio de pensar. Queria que ele estivesse aqui, mas não, melhor não. Eu não poderia fazer isso agora. Ele nem sabe onde eu estou, ninguém sabe. A não ser uma pessoa. Lanie. 

Eu fiz Lanie prometer que não contaria nada a ninguém que eu estava aqui, ela era a única que sabia. Nem os meninos sabiam onde eu estava. E ela vinha me visitar de vez enquanto. Já veio duas vezes essa semana só pra saber como estou, achei até um pouco dramático da parte dela. Mas ela é minha amiga, se preocupa comigo, assim como eu me preocupo com ela. Lanie sabia de tudo o que eu estava passando, sabia que eu me lembrava, sabia que o Castle tinha dito que me amava e sabia o quanto isso era difícil pra mim. Eu não estou pronta pra ter um relacionamento agora. Não agora. Eu acabei de terminar meu relacionamento com o Josh, e isso me deixa um pouco aliviada, não queria estar com ele pensando em outro.

" — Kate, ótimas notícias. Amanhã você já vai poder ir pra casa -disse ele entrando com um sorriso no rosto, lindo. 

— Sério? Ainda bem, não aguento mais ficar nesse hospital sem fazer nada -ele riu

— Mas você não vai poder fazer esforço porque bom tempo, repouso dona Katherine. -ele me olha sério, é o médico que está aqui, e não meu namorado

— Eu sei, mas qualquer lugar é melhor que aqui -nós nos olhamos um pouco e um leve sorriso apareceu em seu rosto. Já no meu.. - Josh precisamos conversar

— Olha eu já pedi licença do hospital por uma semana, assim vou poder cuidar de você o tempo todo. Bom, pelo menos nessa primeira semana, ver como você está reagindo. Seu pai me falou que seria uma ótima ideia -dispara ele ignorando completamente o que eu falei

— O que? Você falou com meu pai? -minhas voz sai alta demais- eu não preciso de babá Josh, eu sei cuidar de mim. Você não precisa se preocupar 

— Mas eu me preocupo. Eu quase perdi você na mesa de cirurgia Kate.. -ele me olha com aquele olhar doce de quando nos conhecemos. Não, eu não posso fazer isso com ele, não é justo

— Josh você não vai comigo pra casa

— Já está tudo resolvido, já falei com meus superiores. Eles me liberaram, não precisa se preocupar..

— Não Josh, você não entendeu.. Eu.. Nós.. Eu preciso de um tempo -acabo dizendo a mesma coisa que eu disse a Castle, mas eu dei esperanças a ele dizendo isso, e eu não quero dar esperanças ao Josh- eu preciso reorganizar minha vida, pensar, ficar sozinha. 

— um tempo.. -ele repete o que eu falei, só que devagar e com uma certa tristeza 

— Josh eu vou ser sincera. Agradeço por tudo o que você fez por mim, não só na cirurgia, porque eu sei que você fez parte da equipe que salvou minha vida e eu serei eternamente grata. Mas.. Josh eu gosto muito de você, mas não como você gosta de mim..

— Kate.. 

— Eu não quero uma babá e nem você merece isso. Ficar cuidando de mim enquanto eu não sei se posso um dia sentir o que você sente por mim. Eu acho que isso não vai acontecer

— Então é um fim ?

— sim.. Acho que sim 

Ele me olha, e eu sei que ele está triste, ele gosta de mim, mas eu não posso mais engana-lo.  Ele vai se afastando aos poucos e quando chega na porta me olha 

— Você sempre terá um lugar especial no meu coração, Kate. Sempre. - ele diz aquela única palavra e eu só consigo assentir, porque aquela palavra já tem dono, e muitos significados. Essa palavra pertence ao Castle. Pertence a nós. 

Ele saindo quarto e eu sinto meu rosto banhado de lágrimas. Eu não consigo controlar, e então me sinto ser abraçada, por uma pessoa que eu conheço bem, uma pessoa que eu amo, que eu confio, que eu quero sempre do meu lado. Minha melhor amiga. Lanie."

Desde que Castle disse que me amava eu não tiro ele da cabeça. Meu pai até me disse que antes de eu acordar eu sussurrava o nome dele.  Eu me lembro vagamente de tudo, mas o momento em que Castle me segurou nos braços e disse as três palavras que me fizeram lutar para viver, eu consigo lembrar perfeitamente. De cada expressão em seu rosto, o medo de me perder, o amor que ele me demonstrou todos esses anos e não percebi. Talvez eu tenha percebido, só não queria aceitar. E desde aquele momento eu não tive dúvidas do que Castle sentia por mim. Ele me amava, muito. Eu só não estava pronta para isso agora. É confuso. Minha vida toda é confusa.

Tapo meu rosto com as mãos soltando um pequeno grito. Quando descubro meu rosto olho para frente e vejo as caixas que meu pai trouxe do meu apartamento. Resolvo abrir algumas. Tem roupas, filmes, livros.. Isso, livro. Vou ler alguma coisa. O tempo passa mais rápido quando eu leio. Começo a retirar os livros, alguns que eu nunca li, poderia ter começado por eles,  mas resolvi procurar mais. E foi aí que surgiu na minha frente aquele livro, capa vermelha e mulher nua armada. Eu amo os livros da Nikki, e é por ele que vou começar, tenho certeza que ele vai me livrar do tédio.

Ainda não posso fazer esforço, mas caminhar devagar e fazer um café eu posso. Se meu pai estivesse aqui provavelmente estaria gritando. "Katie você está louca? Você tem que está descansando" ou "Katie você não consegue ficar parada?" Eu sorrio só de lembrar. Mas assim eu não me sinto totalmente inútil, pelo menos meu café eu posso fazer. 

Sento no sofá novamente com minha caneca de cerâmica quente e pego meu livro. Folheio as páginas e sinto o cheiro das folhas, eu amo esse cheiro. E inevitavelmente Castle vem na minha cabeça. E mais uma vez eu estou aqui, a quilômetros da cidade, tentando fugir dele, e estou lendo um livro dele, o livro que ele fez sobre mim, sobre nós, sobre nosso relacionamento. Porque sim, cada vez que eu lia os livros da Nikki eu imaginava nós dois, e tenho certeza que ele também. Bebo um gole do meu café e faço uma pequena careta, os meus cafés não são tão bons quanto os dele. E então me pego sentindo falta até do café que ele me levava todas as manhãs. Meu deus, o que tá acontecendo comigo? Eu deveria está pensando em tudo, menos em Castle. Eu teria que pensar nele, mas não agora, agora eu tinha que me entender, pra depois enter o que eu sinto, pra depois, quem sabe, aceitar o que Castle me disse. Eu pedi um tempo a ele, e ele tem respeitado isso. Apesar de que ele tem praticamente enlouquecido a Lanie e os meninos por notícias, fiquei até com pena dele quando a Lanie me disse, mas é melhor assim. Quando nós nos falarmos, eu quero ter certeza do que eu vou dizer. Sacudo a cabeça devagar espantando meus pensamentos, respiro fundo e começo a ler.

Nem vejo o tempo passar, quando olho para a janela já está escuro, escuro até demais, não consigo ler. Acendo algumas luzes e coloco mais uma xícara de café. Já estou no segundo livro, e isso tá me fazendo tão bem. É como ter um pouco do Castle comigo. E então me pego pensando nele de novo. Nossa Kate, você tem que parar com essa mania de sentir falta do Castle, você tem longos três meses pela frente. Sento e começo minha leitura, mas então o som de um carro chegando chama minha atenção. Meu pai voltou. Ainda bem, alguém pra conversar. Alguns minutos se passaram e nada dele entrar, achei estranho, mas ele fica brincando com o cachorro lá fora às vezes, e como ele passou o dia todo foro, o  Leopoldo deve está com saudade, já que não parou de latir. E de repente o silêncio. Nada de latidos, nada de voz do meu pai. Eu gelo. O medo de acontecer algo e eu não poder me defender percorre em meu corpo. E então ouço uma batida na porta. Respiro fundo e vou a passos lentos até a porta. Giro a maçaneta devagar e então a última pessoa que eu esperava encontrar hoje está lá. Com as mãos nos bolsos, um sorriso tímido na boca, mas nos olhos, medo. De que ? Eu não sei, mas ele tem medo. 

Eu não consigo dizer nada, apenas abro mais a porta para vê-lo melhor. Eu olho nos seus olhos, que mesmo no escuro ainda são de um azul invejável. Eu amo aquele olhar, é o olhar que ele já me dirigiu tantas vezes e eu pensei que ele apenas estava sendo galanteador. Mas não, é o olhar com sentimentos, cheio de esperanças. Eu não consigo dizer nada, então nós ficamos apenas lá, frente à frente, perdidos um no olhar no outro. 


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Notas finais do capítulo

ansiosos pelo próximo?
Prometo não demorar



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