1572 Dias escrita por Day


Capítulo 4
IV — Bônus I (Draco Malfoy)


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE!

LEIAM AS NOTAS INICIAIS E FINAIS!!!!!!!!!!!!

Eu estou aqui por dois grandes motivos:
1) Segunda foi aniversário da Pandora (u/577635/) e ela me infernizou por esse capítulo, então escrevi correndo e aqui está. Se tiver algum erro, por favor, me avisem.

2) No Perfect Design, tá rolando o Fanfic Awards, uma premiação de fanfics, e eu inscrevi a Dramione lá, UHHUL. Então, entrem nesse link (https://docs.google.com/forms/d/1vO35iPbEEJmxaMZNYxlXMZQNkAXRrP4YIryTnaFrRKc/viewform) e votem. A fanfic está na categoria de drama/mistério. E, tem outras duas fanfics minhas concorrendo. Uma coletânea de one-shots Jily (♥), chamada All You Need Is Jily (https://fanfiction.com.br/historia/697471/All_You_Need_Is_Jily/) e uma one shot chamada Primeira Vez, do James Sirius x OC (https://fanfiction.com.br/historia/694079/Primeira_Vez/). Votem nelas ♥ só vale votar uma vez, então votem pelo email de vocês, da mãe, do pai, do irmão, da irmã, dos primos, tios, avós e até do cachorro auehau.

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Passado esse aviso enorme, adianto que esse cap é um bônus, na visão do Draco dos acontecimentos, ou de parte deles, desde antes do sequestro, até onde a história parou. Tá bem curtinho porque, se eu colocasse mais coisa, ia ser encheção de linguiça (um saco né).

Vou encher o saco agora, de novo hahahaha. A fic tem 55 acompanhamentos, o que significa que, de todos que leem, 55 marcaram pra serem avisados. Eu queria pedir que todas essas 55 pessoas comentassem, pra eu saber o que vocês acham. E, aos que não marcaram pra acompanhar, comentem também. Eu juro que sou um amor ♥

Boa leitura ♥



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Não era segredo para ninguém que Lucius Malfoy era um marido terrível e um pai pior ainda, mas ele podia sustentar a mim a minha mãe sem muitos problemas. Seu emprego era bom, apesar de poder ser melhor, e seu salário nos era suficiente.

Narcissa bancava a esposa perfeita aos olhos de todos e me ensinou a seguir seu exemplo, mas não podíamos bancar tais aparências dentro de casa. Lucius se transformava em alguém completamente explosivo, nervoso e impaciente. Qualquer coisa fora de seu lugar habitual causava nele uma sessão de raiva inimaginável.

Na maioria das vezes, tudo isso era descontado em alguém. Perdi a conta de quantas e quantas noites tive de ir dormir ouvindo as súplicas de minha mãe; ela implorava para que ele parasse o que quer que estivesse fazendo. E, na manhã seguinte, voltavam a interpretar o casal perfeito.

Isso tudo se intensificou quando John Granger e Lucius competiram por uma vaga na empresa em que trabalhavam. Parecia fácil que meu pai ganhasse, ele já comemorava a vitória antes mesmo de saber qual seria o resultado. Para não o desagradar, fingi certa felicidade antecipada. Narcissa, por outro lado, realmente viveu uma conquista da qual não se tinha certeza.

Não fiquei surpreso ao saber que Granger tinha levado a melhor. Lembro-me de ver meu pai no maior estado de fúria em toda minha vida; naquela noite, eu soube, iria dormir ao som de gritos no quarto ao lado.

Pelo amor de Deus, pare — ela gritava. — Lucius... Por favor... — e depois, nada mais era ouvido.

Eu não tinha a menor vontade de saber o que acontecia, se, a certo ponto, minha mãe desmaiava ou simplesmente se entregava. Era aquele tipo de dúvida que não me apetecia ser respondida. Nos dias que se seguiram, o clima dentro de casa se tornou insuportável; meus pais não se olhavam e, duas noites depois, Narcissa passou a dormir no meu quarto.

Era o fim, eu sabia. Não tinha chances de uma relação ir a diante naqueles termos. Algumas semanas a diante, eles se divorciaram. Em anos, a paz parecia finalmente reinar em casa. Os dias eram mais tranquilos e as noites eram leves, não havia qualquer indício de discussão ou brigas por motivos fúteis.

Não vi Lucius por muitos meses e, depois de um tempo, proibi-me de chama-lo de pai. Ele vinha, vez ou outra, nos visitar e eram sempre os piores jantares. A áurea de falso interessa na vida um do outro era latente entre nós; a verdade era que nenhum dos lados estava interessado no que o outro fazia.

O que mais se assemelhava àquele sentimento era de que eu tinha perdido meu pai. Como se ele estivesse morto, mas ainda em vida. E era tudo culpa de Granger. Mas, John iria pagar. Pelas noites em que minha mãe foi dormir aos berros, pelo divórcio, pelo desinteresse que existia na minha família. Nada disso aconteceria se ele não tivesse com o emprego que deveria pertencer a Lucius.

¤¤¤

Dois anos depois, acabei com Hermione Granger presa em meu porão. Na maioria das vezes em que tentava traçar uma linha do tempo racional, eu não sabia me explicar porque ela estava lá e não seu pai. A resposta, no fim das contas, era muito simples: as vantagens de ter uma mulher ao meu dispor eram infinitas.

No início, eu não conseguia vê-la como uma pessoa, era qualquer coisa a menos que isso. Enquanto a ouvia implorar para ser solta, voltar para casa e dizer que faria de tudo para ser liberta, a sensação de superioridade se apossava de mim. Era a vingança, a revanche, contra John Granger. Mas, não era por Lucius, oh não, era pela minha mãe e, sobretudo, por mim mesmo.

Hermione se mostrou uma ótima pessoa conforme os meses iam passando. Eu a visitava mais vezes do que deveria e passava mais horas em sua presença do que o permitia a mim mesmo. Uma pequena sensação de humanidade me atingia sempre que a via encolhida com dor medo, frio ou fome.

Mas, logo em seguida, saber que seu pai sofria o mesmo que sofri, esse sentimento se esvaía em segundos.

Passei a conviver mais com ela do que com qualquer outra pessoa. Aos poucos, perdi totalmente o contato com Lucius, até ele se tornar uma memória distante, um nome conhecido, só mais um número na agenda telefônica. Narcissa me visitava às vezes, deixava a casa limpa por um tempo e, quando eu dizia que não era necessário, ela se opunha e afirmava que era sua vontade.

— Você é tão parecido com seu pai, Draco.

— Eu não tenho um pai — respondia sempre. — Ele morreu para mim.

— Não fale assim, meu filho. Um dia você vai se dar conta de que pensar assim é errado.

— Quando? Quando, em toda minha vida, o homem que fez dela um inferno irá fazer diferença?

— Quando ele morrer de verdade — ela respondeu com tanta convicção que parecia afirmar que ele morreria em breve.

A possibilidade de Lucius morrer logo era quase inconcebível. Então, tudo que fiz foi dar de ombros e seguir com minha opinião.

¤¤¤

Narcissa parou com as visitas conforme o tempo avançava, até obrigar-me a tirar Hermione do quartinho e trazê-la para cima. Já fazia mais de um ano que ela estava presa, portanto, tudo pareceu novidade. Como se estivesse descobrindo, pela primeira vez, o mundo acima do porão.

Ela parecia mais quieta, temerosa, com os movimentos contidos e a fala baixa e calma. Eu já tinha visto alguém na mesma situação, com as mesmas atitudes. Hermione tinha virado minha mãe, nos episódios em que tinha mais medo.

Por tabela, eu tinha virado Lucius. Odiei-me completamente por isso. Parecia ironia, sarcasmo, da vida, do destino, que eu tivesse me transformado na pessoa que mais me causou repulsa durante boa parte da vida. Eu descontava nela toda a frustração de anos e anos, era a repetição de uma rotina minha que eu detestava.

— É sua mãe? — Hermione perguntou ao ver uma foto na parede.

— Sim.

— Ela é muito bonita. Adoraria conhecê-la um dia.

— Não acho que vai acontecer, Granger.

E eu realmente não achava. O mundo procurava por ela, seu nome e sua foto estampavam todas as manchetes de jornais ao redor do planeta. Era irracional que alguém, além de mim, pudesse vê-la ali.

¤¤¤

— Você chora? — ela perguntou logo que entrei no quartinho.

Não soube o porquê da pergunta, tampouco senti necessidade em responder. Responder corretamente, talvez.

— Defina chorar.

— Você sabe, lágrimas que acompanham algum sentimento. Geralmente ruim, mas pode ser bom também — fiquei a observando enquanto respondia. Parecia animada. — E aí, você chora?

— Você nunca vai me ver chorar, Granger.

¤¤¤

Quebrei minha promessa algumas semanas depois quando meu telefone tocou. Não reconheci a voz, mas as palavras que ouvi foram suficientes para me desarmar por completo. Lucius estava baleado. Baleado, com balas de verdade, munição. Tiros.

Durante toda a vida, em momentos críticos, nunca agi de maneira muito racional. Aquela, com certeza, não seria a primeira vez. Ao invés de procurar saber o que tinha acontecido, apanhei a chave do carro e saí. Parei em cada bar do caminho e, em todos, bebi até não aguentar mais.

Esperei que o álcool levasse a sensação ruim de mim, que fizesse daquela notícia um engano e não permitisse que nada de pior acontecesse. Eu não quis nem ao menos saber por que Lucius terminou com uma bala alojada no fígado ou qualquer outra coisa. Tudo que eu queria era beber, beber para esquecer.

Minha visão estava péssima e minha audição era quase inexistente quando voltei para casa. Fui capaz de ouvir buzinas realmente próximas de mim a ponto de me livrarem de colidir em um muro. Então, logo em seguida, com a cabeça apoiada no volante, senti que não tinha mais como impedir.

Impedir-me de chorar. Chorei de medo de que ele morresse; sobretudo, chorei de raiva por estar chorando. Há anos, prometi a mim mesmo que eu não teria mais um pai e agora chorava por ele. A imagem de Narcissa veio à minha mente e chorei por ela.

Eu não deveria ficar mais tempo ali, esperando que colidissem comigo. Independentemente de qualquer coisa, alguém ainda esperava minha visita do dia. Alguém teria tempo suficiente para me ouvir, para me deixar chorar. De repente, Hermione era a única pessoa na qual eu conseguia pensar.

Fui no quartinho tempo suficiente para dizer a ela que as coisas estavam bem, apesar de tudo. Apesar de querer ficar ali pelo resto do dia.

¤¤¤

— Mãe? — atendi o telefone no meio da madrugada meses depois. — O que aconteceu? Está tudo bem?

Ela precisou responder uma única palavra para que o resto do meu dia não fizesse mais sentido.

Morto.

Todas as complicações decorrentes de todas as cirurgias foram mais fortes do que Lucius, afinal de contas. Seus órgãos, um a um, foram vencidos por uma infecção generalizada, a começar pelo fígado atingido. Então, às três e quarenta e nove da manhã, seu coração parou.

Pelo tom de voz de Narcissa, eu soube que o dela tinha perdido algumas batidas também. Fiquei triste por ela, principalmente, por saber que seu marido estava morto. Não só seu marido, mas meu pai. Aquele que, apesar de tudo, havia me ensinado praticamente tudo que eu sabia.

Abracei minha mãe durante todo o dia, dando-lhe toda a força que eu sabia que ela precisava. Narcissa nunca fora a mulher mais forte do mundo, especialmente em ocasiões difíceis. No começo, coube a seu pai a função de deixa-la forte; depois, a Lucius; e agora, a mim.

Vê-la chorando, sofrendo, sentindo a morte dele me afetou mais que o esperado, mais que o planejado e chorei também. Mas, não na frente de todos. Durante o enterro, encarei o caixão fechado sabendo que ali estaria, para sempre, o homem no qual, por muito tempo, me espelhei. E que tinha morrido sendo desprezado pelo próprio filho.

Deixei-me chorar em casa, por horas, na presença de Hermione. Não dissemos nada por muito tempo e tudo que fiz foi deitar e chorar ainda mais. Ela se sentou na minha frente, no chão, e encostou a cabeça próximo de mim. Alguns fios de seu cabelo pousaram sobre minha mão e enrolei-os nos dedos.

Aquilo, aparentemente, me acalmou.

Caí no sono minutos depois. Fui vencido pelo cansaço, pela dor, pela perda. A última coisa que pensei era se valia a pena continuar mantendo-a ali se Lucius estava morto. Não me respondi e acabei dormindo.

Minutos ou horas depois, quando acordei, Hermione estava encostada na parede e dormia tão calma, serena, pacífica. Não havia medo, angústia ou pavor em seu rosto, não enquanto ela era embalada em algum sonho.

Não esperei que ela acordasse e voltei à minha casa. Procurei por todas as fotos de infância e adolescência, todas em que eu estava com meus pais, ou apenas com Lucius. Rasguei uma a uma, pondo fim às lembranças que as fotografias traziam. Eu não queria mais ter de vê-lo, nem mesmo em um pedaço de papel.

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Depois disso, Narcissa ia ainda menos me visitar. Ver minha mãe era um acontecimento esporádico. Mas, eu não precisava mais dela. Eu tinha Hermione.


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Notas finais do capítulo

Comentem, comentem, comentem! Já quis um bônus porque imagino que vocês tenham vontade de saber o que se passa na cabeça do Draco. E mais, talvez eu faça outro, apoiam?

Deu pra entender um pouquinho da visão do Draco ou nem? Apesar de tudo, eu sempre gostei da Narcissa, sempre achei ela a mais doce dos Comensais. Tentei deixá-la bem do jeito que eu a vejo, meio frágil e mais dependente do Lucius.

E GENTE, NÃO SE ESQUEÇAM DE VOTAR NO FA PRA ESSA E PRAS OUTRAS FANFICS MINHAS. POR FAVOR ♥ SE QUISEREM LÊ-LAS, À VONTADE, É TUDO DE HP HAHAHAHA.

Coletânea de one-shots Jily, All You Need Is Jily (https://fanfiction.com.br/historia/697471/All_You_Need_Is_Jily/) e a one shot Primeira Vez, do James Sirius x OC (https://fanfiction.com.br/historia/694079/Primeira_Vez/). FORMULÁRIO PRA VOCÊS VOTAREM (https://docs.google.com/forms/d/1vO35iPbEEJmxaMZNYxlXMZQNkAXRrP4YIryTnaFrRKc/viewform)

Beijos, até o próximo capítulo, que pode demorar porque viajo dia 15 e só volto dia 21.



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