Nada pra mim escrita por ReMione


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Os direitos autorais (personagens e mundo HP) pertencem à diva Tia JK.



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Rose

Eu apoiei meu corpo sobre a porta do meu quarto depois de fechá-la.

Era uma situação definitivamente estranha. Não era a primeira vez que ele me cantava, ou me olhava diferente. Estava me referindo a Scorpius Malfoy, afinal de contas. Como ele mesmo disse mais cedo, definitivamente não era dos caras mais santos de Hogwarts.

Mas dessa vez as coisas pareciam diferentes. Estávamos mais próximos do que nunca. E ainda tinha aquela bendita sessão de amassos da noite anterior.

Ah, e claro, ele me contou que estava livre e desimpedido depois da carta da Jess.

Eu tentei repetir pra mim mesma que eu não estava na mesma situação. Eu ainda tinha Igor e nosso acordo de exclusividade. Por mais que isso parecesse muito distante no momento, não era como se eu pudesse fingir que ele não existia.

'Em que bela confusão você se meteu, hein, Dona Rose?' Eu disse em voz alta.

Bom... Malfoy provavelmente continuaria a me cantar. Não precisava me afastar dele, somente teria que tomar cuidado para não ceder às suas investidas.

Não estava muito certa de que conseguiria realmente ficar me esquivando se ele persistisse com as insinuações, mas a alternativa de ter de mantê-lo distante me parecia impraticável no momento.

Corri para minha cama e me enterrei embaixo das cobertas.

Minhas pálpebras pesaram: tinha sido um dia bem longo. E adormeci.

...

Na manhã seguinte, me levantei bem cedo. Tomei um banho rápido, e vesti um suéter cinza de gola alta, luvas e uma touca vermelhas, uma calça jeans justa e botas também no cinza.

Ao calçar as botas, me lembrei do comentário que Scorpius fez enquanto as retirava no dia anterior. Não pude deixar de sorrir.

Peguei um pesado casaco cinza-chumbo no armário para finalizar.

O dia seria bem longo.

Antes de ir a Hogsmeade, iria escrever para meu irmão e para mais alguém da família. Já tinham se passado dois dias e ninguém tinha se manifestado ainda.

Me apressei para tomar o café da manhã, mas encontrei uma pequena distração no caminho.

Scorpius estava sentado na Sala Comum.

Ele aparentemente também estava preparado para um dia ao ar livre. Vestia uma camisa xadrez por baixo de um suéter branco. Estava com um gorro, de cor marrom, calça jeans e botas também marrons.

Um sobretudo de couro num tom de marrom mais escuro descansava sobre um dos braços da poltrona em que ele estava sentado.

— Bom dia, Rose!

— Bom dia, Scorpius.

— Também madrugou, então?

— Bom, vou ter um dia bem cheio hoje. E o que fez você ficar de pé tão cedo?

— Pensei em aceitar sua oferta e te acompanhar em Hogsmeade. Sabe, para garantir que você não passe o dia inteiro comprando sapatos de novo e esqueça dos presentes.

Okay, era um motivo no mínimo estranho. E obviamente não era o motivo real. Mas eu estava surpreendentemente adorando a ideia da companhia dele, e não comentei nada.

— Okay. Você já tomou café da manhã?
— Estou te esperando, na verdade. Shelby já deixou as coisas preparadas na Sala de Reuniões.

— Nós não podemos ficar ignorando as refeições da escola assim, sabia?

— Claro que podemos! Deixa de ser chata e vem! - Ele levantou rapidamente da poltrona para abrir a porta da Sala para mim.

Ao entrar, senti imediatamente o cheiro de flores recém-colhidas. E uma sensação gostosa me invadiu. Fechei os olhos e somente respirei fundo. Era como se, por um instante, não existissem tantos problemas e eu pudesse simplesmente relaxar.

— Rose, está tudo bem? - Scorpius me tirou do transe.

— Sim. - E fui em direção à mesa.

Ela tinha um arranjo de centro com flores brancas delicadas, de uma espécie que eu desconhecia.

Scorpius puxou a cadeira para que eu me sentasse. Por mais que eu soubesse que essa ação era por pura cortesia e não tinha nada a ver comigo, não podia deixar de me sentir especial.

Comecei pegando uma torrada com manteiga e um chocolate quente.

— Sabe, se eu continuar a comer essas delícias de Shelby, vou virar uma baleia.

— Deixa de ser exagerada.

— Sério. Eu não sou acostumada a comer tanto assim. E nem sou adepta a esportes feito você.

Ele riu.

— Bom, sempre podemos mudar a última parte.

— Por favor, não sugira que eu comece a jogar quadribol.

— Bom, não era isso que eu ia sugerir. Mas, me conta. Por que você detesta tanto Quadribol? Você não é filha do melhor goleiro da Seleção Inglesa do último século?

— Sim, sou. Mas eu mal consigo subir em cima de uma vassoura, morro de medo de altura.

— Sério? - Ele encarou minhas botas com salto.

— Qualquer altura que não envolva sapatos.

— Sabe, uma vassoura pode ser bem mais segura do que alguns sapatos.

— Bom, eu não tenho ataques de pânico quando calço alguma coisa. E eu nunca entendi direito tanto fascínio por quadribol, na verdade. Acho chato.

— Deixa eu ver se entendi direito: você adora História da Magia e acha quadribol chato?

— Sim.

Ele ficou me observando enquanto eu terminava minha comida. E eu estava dando graças a Merlin por ele não tentar me convencer que quadribol era mais legal que História da Magia, porque eu já tinha ouvido esses argumentos centenas de vezes antes.

E uma coruja negra desconhecida entrou pela janela.

— Ei, Herbie! - Ele disse, com um sorriso no rosto, enquanto pegava biscoitos na mesa para alimentar a ave.

— Herbie? - Nome mais estranho para uma coruja.

— É a coruja da Suzie. - Ele explicou, enquanto abria o pergaminho.

— Só eu que não recebo notícias de casa... - Comentei, sem muita animação.

No mesmo segundo, três corujas entraram pela janela, voando em minha direção.

A primeira era totalmente branca. Laka, a coruja de Hugo. A segunda era uma coruja marrom de olhos azuis, May, de Dominique. A terceira era malhada, e não conhecia ainda.

— Pronto, agora você pode parar de reclamar. - Ele comentou, enquanto eu alimentava e acariciava as corujas.

— O que Suzie mandou de novidade? - Perguntei. Ainda não tinha abrido nenhuma das minhas cartas, e estava animada só pelo fato de receber notícia.

Ele me passou o pergaminho para mim, enquanto conjurava um pergaminho, pena e tinta para responder a prima.

"Hey, Corps!

Nossa, ainda é o primeiro dia de férias aqui sem você e eu já estou morrendo de saudades.

Você não me escreve direito mais. Parece que tem um ano que não nos vemos.

Natal não tem a mesma graça sem você aqui... Afinal não tem ninguém que carregue minhas sacolas de compras com tanto bom humor como você.

Trouxe Matt ontem no jantar para conhecer meu pai, que ficou a implicando com o pobrezinho a noite inteira.

Consegui convencer meus pais a me deixarem viajar para Ibiza no Reveillon. A Lizzie alugou um iate para fazermos uma festa na virada do ano. E ela pediu pra dizer que faz questão da sua presença ( sim, ela enfim terminou pra valer com o idiota do Johnny ;).

Não vou aceitar nenhuma resposta diferente de uma confirmação sua. Já entrei em contato com seu pai e ele liberou um andar do resort lá em Ibiza pra gente.

Vai a galera de sempre. Estamos todos contando com você. Vai ser ótimo!

Beijos, beijos, beijos.

Da sua baixinha preferida,

Suzie."

De repente um sentimento ruim me invadiu. Já tinha me acostumado com a presença dele naquele castelo deserto.

— Bom, você vai fazer falta. - Respondi, com a voz transparecendo mais desapontamento do que eu pretendia.

— Do que você está falando? - Ele perguntou

— Do seu Reveillon na Espanha.

— É óbvio que eu não vou viajar sem você. Estou escrevendo aqui para o nosso gerente lá de Ibiza reservar as duas melhores suítes pra mim antes que minha prima ocupe o andar inteiro.

— Você tá louco? - Respondi, com surpresa. - Não vou viajar com você!

— Por que?

— Porque não!

— Pensa, Rose. Vai ser ótimo pra você relaxar. Vamos para a praia, você vai conhecer gente nova. Meus amigos de Nova York são ótimos e sabem fazer uma festa de verdade. Me promete que pelo menos vai pensar no assunto? - Ele disse, já fechando o primeiro pergaminho e pegando uma segunda folha para escrever.

— Quem raios é Thomas? - Perguntei, ao ver o destinatário da segunda carta.

— Meu agente de viagem. Pra reservar as passagens aéreas pra gente.

— Pára, Scorpius. Eu te prometo pensar no assunto. Mas não é pra você ficar fazendo reservas no meu nome.

— O máximo que pode acontecer é nós desistirmos de ir.

— Como assim? NÓS desistirmos?

— Não tem a opção de eu ir sem você. Não vou te deixar aqui sozinha nesse castelo deprimente.

— Bom, você sabia que meu plano inicial era exatamente ficar sozinha nesse castelo deprimente?

— Sim. Mas agora você já se acostumou com a minha incrível companhia.

Revirei os olhos. Não poderia argumentar o contrário, então me voltei para as minhas três cartas ainda intocadas na mesa.


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Notas finais do capítulo

Hey, people!
Enfim alguma novidade! Espero que gostem.
Beijos!!



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