Nada pra mim escrita por ReMione


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Os direitos autorais (personagens e mundo HP) pertencem à diva Tia JK.



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Scorpius

— Espera, Scorpius. - Ela pediu, quando eu saía da Sala Comum, com passos fortes em direção ao meu quarto.

Eu me virei e a encarei.

— Me desculpe pela grosseria. E... obrigada por se preocupar.

— Hmm, okay.

— Eu não fiquei lá fora muito tempo. Fui fazer umas coisas pelo castelo.

— Eu te procurei lá fora, e revirei esse castelo atrás de você. - Eu tinha ficado genuinamente preocupado com o sumiço dela, mas imediatamente me odiei por deixar isso tão aparente.

— Eu estava aqui o tempo todo, na verdade. Devemos ter desencontrado, só isso.

— Posso perguntar uma coisa?

— Fala. - Ela respondeu sorrindo.

Eu voltei para a poltrona em que estava sentado mais cedo, antes de ela chegar. Ela sentou na poltrona ao lado e ficou encarando as chamas.

— Por que raios você foi correndo para a Floresta Proibida mais cedo?

— Ah, é uma mania minha. - Ela respondeu como se fosse a coisa mais natural do mundo. - Eu vou pra lá sempre que quero pensar em paz...

— E ninguém se preocupa de você ir para a Floresta Proibida quando está chateada? Porque, sinceramente, eu fiquei assustado hoje.

— Hmm, mais ou menos. Eu não chego a entrar lá... Por favor, não conta disso que eu vou te falar pra ninguém, tá?

— Tá. - Eu estava espantado. Nunca imaginaria a perfeitinha Rose Weasley correndo para um lugar proibido para alunos toda vez que esquentava a cabeça.

— Tem uma árvore bem na entrada que não tem propriedade mágica nenhuma. É só uma árvore grande, muito boa para se esconder um pouco.

— Bom, eu consegui te ver de longe aquela hora...

— Sim, porque é inverno e ela fica totalmente sem folhas nessa época do ano. Mas em geral é bem cheia de folhas, o suficiente para que eu consiga sumir lá no meio.

— Hmm.

— Foi o Teddy que me contou sobre ela, no meu primeiro ano aqui em Hogwarts. Ele costumava atestar pra todo mundo que eu estava num lugar seguro, e que ninguém precisava ir atrás de mim. Como era Teddy, o cara mais responsável de Hogwarts, todo mundo acreditava. E, como no fim eu sempre reapareço sã e salva, quem convive comigo já é acostumado com isso.

— Teddy é um cara legal. Sinto falta dele aqui.

— Como você e Teddy ficaram tão amigos, afinal? É uma coisa que eu nunca consegui entender.

— Fomos amigos desde sempre. Somos primos, afinal de contas. - E ela fez uma cara intrigada. - A avó dele, Tia Andy, é irmã da Vovó Cissy.

— Mas a Tia Andromeda não tinha sido deserdada pela família Black?

— Sim, mas isso foi quando elas eram bem jovens. Ela e Vovó se reaproximaram bastante depois da Segunda Guerra. Eu ia visitá-la com Vovó Cissy às vezes, e o Teddy morava com ela.

— Teddy nunca me contou isso.

— Teddy nunca conta nada pra ninguém. Esqueceu que ele não é um verdadeiro Potter-Weasley?

E ela riu. Gargalhamos juntos e eu tentei reprimir aquele pensamento de que Rose ficava linda quando sorria.

— Escrevi para ele hoje... Teddy talvez seja a pessoa mais sensata para entender essa confusão toda dos meus pais.

— Falando em escrever... Alguma notícia de casa?

— Nada ainda. Mas, se até amanhã eu não receber nada, vou escrever para o meu irmão. E você?

— Eu o quê?

— Alguma notícia de casa? - Ela perguntou, me pegando de surpresa. Desde quando ela tinha interesse na minha vida?

— Não. Só da Jess. - Eu respondi, sem conseguir disfarçar a raiva na minha voz.

— Algo de novo?

— Na verdade sim. - Respondi em tom irônico. - Ela meio que terminou comigo, por carta.

— Nossa! - Ela respondeu, um tanto surpresa. - Nossa!

— Obrigada pelo apoio. - Eu retruquei ironicamente.

— Mas você me disse que não gostava dela. Passou a gostar só porque ela te deu um fora? - Ela perguntou. Atrevida demais para o meu gosto.

— Claro que não. Quer dizer, eu nunca te disse que não gostava dela. Eu gosto dela. Só não tanto a ponto de pedi-la em namoro, embora até tenha considerado essa hipótese.

— E você queria que ela ficasse te esperando para dar um fora nela? - De novo, atrevida demais para o meu gosto.

— Não. Quer dizer, não sei. Não sou acostumado a tomar muitos foras, e por carta foi realmente uma novidade para mim.

— Levar um fora é bom de vez em quando. Principalmente para gente como você, que está acostumado a sempre ser quem dispensa as mulheres da sua vida.

— Sério, Rose? Qual o problema com você? Estou aqui te contando que estou chateado e você só sabe me ofender? - E ela ficou com a cara vermelha, aparentemente de vergonha.

— Você ficou chateado mesmo! - Ela finalmente pareceu se tocar. - Desculpe, Scorpius. Okay, você tem razão. Nem VOCÊ merece levar um fora por carta no Natal.

— Como assim, 'nem EU'?

— Sei lá. É tanta garota que fica se lamentando por sua causa por aí que... sei lá!

— É isso que você pensa de mim?

— Pra te ser sincera, sim. Estou acostumada a ver como o Albus fica tratando as garotas e... Nenhuma menina merece ser tratada daquele jeito.

— Você está dizendo que sou como ele? Tudo bem que eu não sou o cara mais santo de Hogwarts. Mas definitivamente não sou como seu primo. - Afinal estávamos falando de Albus Potter, o cara mais mulherengo da história de Hogwarts desde Sirius Black.

— Bom, o currículo de vocês é bem parecido.

— Ah, Rose, me poupe. Seu primo não tem respeito por mulher nenhuma e você sabe disso. Eu não sou assim. Não mesmo!

— Okay, se você diz... - Ela rebateu, ironicamente.

— Você já me viu desrespeitando alguma garota?

— Ver eu nunca vi. Mas eu não sou exatamente a pessoa mais próxima de você. Como disse, eu só fico ouvindo as lamúrias. Lamúrias pelo Potter, lamúrias pelo Malfoy... não são muito diferentes, sabia?

— Sério? - Perguntei, incrédulo. Não podia acreditar que ela me achava tão idiota quanto o Potter.

— Bom, pelo menos é o que parece. Você realmente se acha muito melhor do que o Albus? Vocês disputam o posto de "Maior Cafajeste do Ano" desde sempre!

— Não, não disputamos.

— Sim, disputam. Não sou muito a favor desses rankings, mas... Eu vivo do lado da Dominique e ela não me deixaria ignorar isso.

Eu conhecia muito bem a fofoqueira Dominique Weasley... Só não sabia se Rose tinha conhecimento de que eu e a loira fomos bem íntimos por um tempo. Era um segredo que ela preferia manter longe das fofocas e, consequentemente, do clã Weasley-Potter.

— Estou louco para te perguntar quais são os outros rankings, mas você nunca vai me contar... Ou vai?

— Nunca. - Ela respondeu com voz bem séria.

— Bom, sinto muito em saber que eu disputo o ranking de cafajeste com Albus. É uma das poucas coisas em que eu aceitaria perder para ele numa boa. - Disse, com sinceridade.

— Então, agora que você sabe, poderia parar de aprontar tanto. Que acha?

Eu comecei a rir com vontade e ela me seguiu.

— Vou tentar.

Ficamos parados nos encarando pelo que pareceram infinitos segundos, até que ela desviou os olhos dos meus e olhou em direção ao relógio que ficava do outro lado da sala.

— Já é mais de meia noite. Tenho que ir dormir...

— Deixa de ser metida a certinha! Nós estamos de férias. - Eu queria mais da companhia dela.

— Eu realmente preciso ir dormir, Scorpius. - Ela disse enquanto se levantava da poltrona em direção às sacolas de compras.

— Deixa que eu te ajudo a levar toda essa tralha. - Eu falei, pegando os livros que ela tinha deixado empilhados num canto da sala quando chegou mais cedo.

— Okay. Terceira porta à esquerda. - Ela respondeu, me indicando o corredor dos quartos femininos.

Ela correu um pouco atrás de mim e murmurou um feitiço para abrir a porta.

Eu entrei no quarto e procurei um lugar para que pudesse deixar os livros. Deixei-os sobre uma imponente escrivaninha de mogno.

Ela entrou em seguida, carregada com as sacolas.

— Belo quarto. - Eu disse, enquanto examinava o cômodo.

Meus olhos se demoraram na grande cama de dossel.

— Ei! Pode parar de ter idéias, tá? - Ela brincou, enquanto jogava as sacolas dentro do guarda-roupa.

— Okay, sua chata.

— Chata? Eu? Quem me recusou ontem foi você!

— E você não vai me deixar esquecer disso, não é?

— Não tão cedo. - Ela respondeu em meio a risos, enquanto apontava a varinha para acender a lareira.

— É só você me dar outra chance... - Ela revirou os olhos.

— Só nos seus sonhos, queridinho.

Eu sentei na poltrona que ficava ao lado da lareira. Fiquei observando enquanto ela tirava as botas e deixava os pequeninos pés à mostra.

— Se essa é uma tentativa de me seduzir, Weasley, devo te informar uma coisa... Não fique brincando com fogo.

Ela me encarou espantada. Definitivamente não era o que ela tinha em mente.

— Acho melhor você ir, Scorpius. - Ela se levantou e correu para abrir a porta do quarto.

Levantei da poltrona tentando não fazer cara de derrotado.

— Obrigada por ter me ajudado com as coisas. - Ela continuou, com a voz subitamente séria, enquanto eu me aproximava da porta rumo ao corredor.

— Boa noite, Rose. - Eu disse, já saindo do quarto.

— Boa noite, Scorpius. - Ela respondeu, enquanto fechava a porta rapidamente.

E rumei para o meu quarto.

Caí bem rápido no sono. Nos meus sonhos, como ela mesma dissera, ela me dava outra chance e a noite terminava de um jeito bem diferente.


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Notas finais do capítulo

Hey, people!
Por hoje é isso.
Não deixem de me contar o que estão achando.
Beijos!!



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