Close escrita por OnceUponAFly


Capítulo 3
End of the happy ending


Notas iniciais do capítulo

Olá flores e floras, olha quem voltou.

Esse capítulo eu dedico a minha xará, Marina ( @jollymari ) que sempre acreditou em mim. E dedico também a Eamca, o ser iluminado que me fez tirar inspiração onde eu não tinha, pra não deixar vocês tão no escuro nas próximas semanas. Esse cap vai ser mais longo, espero que gostem.



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 p.o.v Emma

Não parava de repetir para mim mesma que não estava sentindo nada nessa noite no bar com Killian. Depois de três anos, havia finalmente me dado uma chance de sentir algo novamente, mas não queria que acabasse como da última vez... Por isso continuava com o mantra '' está tudo certo Emma, você não está sentindo nada por esse cara incrivelmente maravilhoso na sua frente.'' Óbvio que isso era em vão, pensava isso e minutos depois já me pegava perdida na imensidão de seus olhos azuis, no seu sorriso. Eu estava cometendo o mesmo erro duas vezes, '' Emma, se liga, ele nunca vai olhar pra você. '' Killian falou comigo, e eu levei um susto:

— O que houve? Você ficou triste de repente.

— Nada, não se preocupe, sério. - Disse sorrindo, não deixaria ele pensar que era algum tipo de bêbada depressiva - Nós deveríamos ir pra minha casa, arrumo o quarto de visitas, enquanto você faz o que tiver que fazer.

— Tudo bem, nós vamos a pé?

— Vamos, a menos que o Sr. Sou sedentário e não gosto de andar, queira esperar um táxi.

— Ha-ha, você é tão piadista Swan, quero ver o quanto isso vai durar se eu te fizesse minha tortura medieval.

— Tortura medieval? Mas que diabos é isso?!

Mal terminei a frase, ele se levantou de seu lugar, deu um sorriso irônico para mim, como se estivesse dizendo '' você não deveria ter perguntado isso ''. Ele levantou meus braços pra cima, chegando seu rosto bem perto de meu pescoço, parei de respirar por um minuto, sentindo teu rosto tão grudado ao meu. Me arrepiei instantaneamente, adivinhando meus pensamentos, ele disse:

— Você não deveria ter me perguntado isso.

Ele levantou a mão e começou a fazer cócegas em meus braços levantados, eu comecei a me contorcer de tanto rir, era muito frágil a cócegas. Essa tortura dele, era realmente um método infalível, poderia fazer qualquer um (eu), revelar até seus segredos mais obscuros. Após algum tempo, eu já não aguentava mais e disse:

— PARA, POR FAVOR KILLIAN, PARA, EU TO ... - Mal terminei a frase, comecei a rir novamente.

— Eu paro, só se você me contar o que está te deixando triste. Foi algo que eu fiz?

Ele era maravilhoso, ele estava sendo incrível comigo, como ele podia falar algo desse tipo? Era um absurdo.

— Lógico que não! De onde você tira essas coisas? Você não tem nada a ver com isso, é só que...

Nesse instante, um indivíduo entrou na porta do bar, eu não podia acreditar. Depois de três anos, como ele tinha coragem de dar as caras na região onde eu moro? Eu estou desnorteada, ele estava se aproximando da mesa. Killian, notando meu estado, disse:

— Emma, você está bem? Está pálida. Parece até que viu um fantasma.

E ele não poderia estar mais certo, eu estava vendo um fantasma. O fantasma do meu passado. Nesse instante, o homem que havia acabado de chegar, se dirigiu a mim e depois a Killian, dizendo:

— Vim até aqui para conversar com você, mas vejo que está ocupada. Prazer, sou Neal Cassidy. - disse ele para Killian, aquilo não podia estar acontecendo. 

— VAI TOMAR NO SEU CU, SEU DESGRAÇA... 

Vendo meu estado, Killian me tirou de perto do Neal antes que eu completasse a frase e disse:

— Sugiro que pare de perturbar a moça.

— Tá toda se achando por conta do namoradinho, não é Emma? Isso vai durar pouco, eu prometo a você.

— Bom, você escolheu, nesse caso, não me resta outra opção.

Foi tudo muito rápido, vi a mão de Killian ir de encontro a cara de Neal, pasma. O rosto dele sangrava. Eu estava completamente abalada.

— Vamos embora daqui Swan, se acalme, vai ficar tudo bem.

Saímos do bar, e fomos caminhando em silêncio, até meu apartamento. Quando chegamos lá, Killian perguntou se eu queria falar sobre o assunto, eu respondi que não, não naquele momento. Era doloroso demais lembrar de tudo, tudo aquilo devia ser um sinal. Eu jamais deveria me apaixonar novamente.

— Killian, pra ser sincera, eu não tenho certeza de que quero falar sobre isso com você, nunca. Eu já havia prometido que você poderia dormir aqui, mas por favor, não tente me convencer a te contar e ...

Quando eu terminei a frase, ele correu pra perto de mim, colocou o dedo indicador em cima de meus lábios, pedindo pra que eu me calasse. Feito isso, ele chegou mais perto, e me deu tudo o que eu precisava no momento, um abraço. Provavelmente o melhor abraço que eu já havia recebido. Seu toque era intenso, mas ao mesmo tempo, carinhoso. Me senti muito protegida em seus braços, mas não poderia me dar ao luxo de sentir aquilo por muito mais tempo. Eu havia prometido para mim mesma que nunca, jamais, em hipótese nenhuma , iria me apaixonar por Killian Jones. Mas resolvo deixar, pelo menos essa noite. Não tinha nem forças pra revidar.

Então, decidi só ficar ouvindo o coração de Killian, estava batendo em um ritmo calmo, com o tempo, fui me acalmando também. Depois de perceber que estava melhor, ele deu um beijo no topo de minha cabeça e disse:

— Não me interessa o que aconteceu no final dessa noite, todo o restante dela compensou qualquer coisa. Eu estava me sentindo péssimo, e você foi a única pessoa capaz de me alegrar. Eu precisava retribuir isso de alguma forma... e bem, vendo como você ficou abalada com tudo que aconteceu, eu só queria fazer tudo o que você havia feito por mim.

Eu estava sem palavras, ele havia me feito o mesmo bem, apenas com um abraço. Mas eu não fazia ideia que tinha o ajudado tanto assim, eu apenas queria vê-lo bem, desde o primeiro momento, ele me pareceu uma pessoa boa. Eu não poderia, nem iria deixar de ajuda-lo, mesmo não conhecendo-o. Eu sou assim, eu me sinto bem fazendo bem aos outros. Eu iria conta-lo sobre Neal amanhã de manhã, ele merecia saber.

— Você não precisa me agradecer, sinceramente fico honrada em ter te ajudado dessa maneira. Eu te contarei a história amanhã, prometo. Eu só preciso de um tempo pra digerir tudo, e quem sabe de um outro abraço seu? - Pedi, manhosa, fazendo cara de choro.

Ele sorriu, e respondeu:

— Eu sempre vou ser grato pelo que fez hoje, e quanto ao abraço, você é bem abusada né?

— Eu sou carente, mais respeito a minha tão honrada nação dos carentes unidos.

Ele riu e nos sentamos no sofá. Ficamos abraçados no sofá durante um bom tempo, até que eu não estava mais aguentando de sono, resolvi ir para minha cama e dormir. E apesar de tudo o que havia acontecido, iria dormir com um sorriso no rosto.

Na manhã seguinte, acordei sentindo cheiro de tapioca. Não mencionei, mas eu amava a culinária brasileira. Meus avós por parte de mãe eram brasileiros, então aprendi a gostar de sua comida desde criança. Tapioca e pamonha eram as minhas prediletas. Cheguei na cozinha, Killian havia preparado o café da manhã, duas tapiocas para mim, uma de queijo e presunto e outra de leite condensado e coco.

— Como você sabia que eu queria isso? Eu estava louca por uma tapioca. Onde aprendeu a cozinhar?

— Calma Emma, não foi nenhum segredo. Eu simplesmente vi que você tinha um livro de receitas, decidi olhar as que você marcou com a caneta colorida, supus que eram suas preferidas. Resolvi procurar os ingredientes, e aprendi a como fazer essa '' panqueca brasileira '' bem diferente na internet. Espero que goste, eu queria te agradecer, pela hospitalidade, por sua amizade, tudo isso. Você tem sido melhor comigo do que eu mereço.

E meu plano ia por água abaixo a cada palavra que esse homem dizia. Tudo que ele falava tinha um efeito sobre mim que nem eu mesma conseguia entender. Tudo que ele fazia, soava como arte. Tudo que ele dizia, soava como melodia. Eu ao menos havia o conhecido direito e já estava pensando dessa maneira, eu realmente era uma inútil, tinha que manter minha promessa firme. Não iria me machucar novamente.

— Você não imagina o quanto estou grata, por tudo o que está fazendo por mim. Eu simplesmente não tenho nem palavras pra dizer o quanto eu me sinto bem escutando essas coisas. Mas não era necessário, eu já te disse, hospedei você por livre e espontânea vontade, te ajudei pelo mesmo motivo, você não tem que me dar nada em troca, além de sua amizade. Aliás, ela é bem mais do que suficiente.

Deixei bem claro o bem mais do que suficiente, não queria, não iria, não podia amar novamente. Essa era a minha única certeza no momento, se eu ficasse repetindo pra ele e pra mim, que só queria uma amizade com aquele homem incrível, quem sabe um dia eu acreditasse. Percebi que sua feição se contraiu um pouco ao ouvir as palavras amizade e suficiente na mesma frase. Naquele momento, soube que ele queria o mesmo que eu. Mas aquele era um jogo perigoso demais, e eu não iria me arriscar.

— Eu entendo Swan, eu só quis agradar. Você vem para a delegacia agora de manhã?

— Eu tenho aula na faculdade até as 15h. Mas depois eu vou para a delegacia, ficarei lá até as 23. Se quiser sair comigo depois que eu terminar minha aula na faculdade, eu te conto a história de Neal, com calma. Você merece saber, foi simplesmente incrível comigo ontem. Muito obrigada.

Terminamos nosso café, trocamos somente algumas palavras durante a refeição, aquela tapioca estava divina, Killian poderia até ser um chef de cozinha brasileira. Mas resolvi brincar:

— Olha, as bordas estavam um pouco queimadas, e a massa um tanto dura em alguns lugares. Mas de resto está bom.

— O QUE?! Como assim Swan? Isso aqui está maravilhoso. Eu sei que sim. - disse ele, arqueando as sobrancelhas ( algo que percebi que fazia frequentemente )

— Eu sei bobinho, eu só to brincando. Está muito bom, você deveria vir fazer café aqui mais vezes.

Ele ergueu as mãos aos peitos como se dissesse '' Ufa, ela gostou. '' Achei aquilo um gesto muito fofo.

— Ainda bem que gostou, Swan, eu posso tomar banho por aqui? Eu estou realmente exausto, não acho que aguentarei até em casa.

— Claro que pode, estou indo pra faculdade agora, te vejo mais tarde?

— Sim, com certeza.

— E Killian

— O que?

— Vê se não queima as bordas da próxima vez. - Disse provocando-o e fechei a porta a minha frente. O dia hoje ia ser longo.

Chegando na faculdade, encontrei Ariel no corredor. Ariel era a minha melhor amiga, havíamos nos tornado muito próximas durante meu segundo ano do ensino médio. Ela definitivamente era uma das minhas pessoas preferidas no mundo todo.

— Ei gata, que saudade. Como você está?

— Bem, não querendo te desapontar, mas já desapontando, Neal está vindo em nossa direção. Não enlouqueça.

Ariel sabia toda a história de Neal, havia contado para ela uma vez. Ela o odiava tanto quanto eu. Resolveu ficar ao meu lado, esperando que nós dois conversássemos, para que ele não pudesse fazer nada conta mim.

— Olá, Emma.

— Oi. Você está me perseguindo? Porque se tiver, vai pagar caro por isso.

— Você está louca? Eu vim para as aulas da faculdade, passei no exame tanto quanto você.

— Bom pra você.

Pronta para sair em direção a sala, com Ariel. Ele pega em meu braço, me impedindo de ir.

— Pela última vez, o que você quer? Antes que eu lhe dê um soco na cara.

— Eu quero falar com você com calma, só isso.

— Você teve a sua chance, quando eu tinha 16 anos. Se me der licença, tenho coisas muito mais importantes para fazer do que falar com você.

 


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Notas finais do capítulo

E ai gente, beleza? Eu criei o @oncemarifics no twitter para tirar qualquer dúvida que vocês tiverem sobre atualizações, sobre a história. Sintam-se a vontade de falar comigo sobre o que quiserem. E comentem o que estão achando do rumo que essa história está tomando, um beijo e um queijo no coração de vocês.