p.o.v Emma

    Primeiro dia de faculdade. Se alguém me dissesse que isso algum dia iria acontecer, ainda mais em minha cidade natal, não acreditaria. Prazer, sou Emma Swan, no auge de seus 18 anos. Minha faculdade? Comunicação. Nascida e criada em Boston, sou uma jovem um tanto quanto complicada, podemos falar dessa maneira... soa menos como 'completamente louca'.
    Filha de David Nolan e Mary Margaret. Tenho também, dois irmãos mais velhos, Graham e Peter. Minha família é tudo o que mais amo no mundo, quando optei por cursar a faculdade de comunicação, eles não poderiam ter ficado mais contentes. Principalmente Peter, já que sua namorada era formada no mesmo curso. Acho bizarro perceber o quanto meu irmão escolheu bem sua namorada, somos bem parecidas de personalidade.
     Seu nome é Belle, como eles estão namorando a quase um ano, conhecia toda a sua família. Belle era filha de Anastasia e Will, ambos pessoas extremamente boas. Graham também namorava, o nome de sua amada era Regina. Regina, assim como Belle, era uma pessoa extremamente dócil e de fácil convivência. Nos dávamos muito bem. Seus pais eram Cora e Henry, além de Regina, eles tiveram outra filha, Zelena era seu nome.
       Zelena era uma menina adorável, era especial. Ela possuía uma síndrome rara, que ataca os neurônios, mas esse não era o motivo dela ser especial. Ela era uma criança de 13 anos, adorável. Por possuir um certo grau de autismo, por conta da síndrome, supostamente ela não deveria gostar de ficar perto das pessoas. Mas isso não acontecia, pelo contrário, ela trazia alegria a todos e gostava de estar ao redor. Acabei me afeiçoando muito a garota, por algum motivo, me sentia ligada a ela. Havíamos nascido no mesmo dia, porém, eu era 6 anos mais velha que ela. Mas o mês e o dia eram os mesmos.
         Uma vez, Regina me contou uma história de Zelena, que só de lembrar, caio na gargalhada. Regina me disse que portadores da mesma síndrome de Zelena costumam ter crises de choro ou de riso. Zelena tinha crises de riso frequentes, e uma vez teve uma de suas crises em um velório. Cora e Henry tiveram que a tirar as pressas da igreja. Todos ali presentes, antes chorando, se alegraram com a presença da criança, ela trazia luz. Eu amava essa história, não consegui conter o riso. Belle, acordando-me do transe, disse:

— Estamos quase chegando na delegacia Emma, do que estava rindo?

Sorrindo, eu disse:

— Lembrei-me de uma história que Regina havia me contado sobre Zelena, não consegui me conter.

— Entendi. - disse Belle, rindo também - você é muito apegada em Zelena, não é?

— Bastante! Gostaria de poder vê-la mais vezes, já que os pais de Regina não saíram de Storybrooke.
     Storybrooke era uma cidadezinha em Maine, a havia visitado algumas vezes, enquanto Regina ainda morava lá. Sim, meu irmão Graham e Regina haviam namorado a distância durante alguns anos. Até que ela se mudou para Boston, e agora trabalha como delegada. Mas voltando a Storybrooke, era uma cidade encantadora, com um mar deslumbrante. Sempre me agradou a ideia de morar no litoral, porém, nunca tive o privilégio. Mal espero pelas férias que irei passar lá daqui a alguns meses.

Eu admirava muito a força de Regina e sua família. Eles eram uma inspiração pra mim. Após a descoberta da condição de Zelena, Henry foi para a Inglaterra trabalhar, a fim de juntar dinheiro para pagar o tratamento da filha. Cora, Henry e Regina cuidavam tão bem dela. Regina até havia parado  de estudar um período, a fim de cuidar melhor da irmã. Zelena fazia equoterapia, uma espécie de tratamento com cavalos, com o propósito melhorar sua locomoção. A maioria das crianças portadoras da mesma síndrome que Zelena, perdiam os movimentos das pernas e paravam de andar ainda crianças. Mas Zelena estava quase saindo da idade do risco e continuava a andar, isso era extraordinariamente bom. Regina adorava cavalos, então sempre que levava a irmã a hípica para fazer o tratamento, alimentava e cuidava de alguns deles e se sentia muito bem.

Quando me dei conta, nos encontrávamos na sala de Regina. Bati na porta, esperei por sua resposta, ela simplesmente disse:
  

— Pode entrar.
     - Oi cunhadinha, então, estou aqui para a vaga de estagiária da delegacia, que Belle mencionou.
       - Já é sua, Emma. Desde que decidiu pela faculdade de jornalismo, Belle me enche a paciência por isso.

Eu ri e pensei que teria que agradece-la mais tarde por isso.

— OBA! - disse animada - Quando começo?

— Que tal, agora?

        - Você é a melhor, cunhadinha!

  Sai da sala de Regina sem me conter de tanta felicidade. Eu finalmente teria minha tão amada vaga como jornalista investigativa, em uma delegacia de verdade. Escutei Regina falando algo consigo mesma, antes de fechar a porta, do tipo 'entusiasmo juvenil, é disso que estamos precisando.' E como previ, Belle estava no corredor, a minha espera. Vendo minha cara de felicidade, ela disse:

— Pela sua cara, minha cunhada se saiu muito bem, obrigada. Eu estou tão feliz por você! Eu, você e Regina trabalhando no mesmo lugar! Isso é maravilhoso.

Belle trabalhava como jornalista na delegacia, ela começou antes de Regina virar delegada, então conhecia a maioria das pessoas por aqui. Mas não do tipo que eu gostaria de fazer, o investigativo. Ela trabalhava com jornalismo político, eu realmente não sei como ela aguenta. Ela começou trabalhando no congresso americano, porém, foi transferida para a delegacia. Seu departamento alegou que precisavam de representantes políticos na polícia. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Belle saiu correndo ao encontro de um rapaz no corredor, ele aparentava ser dois anos mais velho que eu, no máximo. Supus que também era estagiário.

— Emma, quero que você conheça Killian. O meu melhor amigo da delegacia. É estagiário, como você. Porém, na área do direito. Está cursando o segundo semestre da faculdade de direito em Ohio. ( Ohio era uma universidade em Massachusetts e ficava a poucos quilômetros daqui )

— Prazer, sou Emma Swan.

— Sou Killian Jones, é um prazer finalmente conhece-la, Swan. Belle fala de você o tempo todo.

Era estranho ele mencionar isso, porque Belle jamais havia falado sobre nenhum Killian para mim. Me entenderia com ela depois por nunca ter me apresentado um homem com tamanha beleza. Foquei em seus olhos azuis, eles transmitiam um mar cheio de calmaria, um clima amigável, sem tempestades ou ventos turbulentos. E como eu queria navegar nesse mar...