Capítulo 4-O Saguão das memórias

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    Já fazia algum tempo que Acompanhávamos a minha Madrinha, (Kaito: Autora-san não tinha um nome melhor pra esse tipo de pessoa? Isso é muito clichê. Autora: Ta reclamando do que?! A história é minha e faço o que eu quiser! E vê se fica calado e termina de narrar!).  Ela era o tipo de pessoa, espírito ou sei lá, com uma personalidade muito fofa, e ela parecia muito com um gato inclusive, no momento ela andava saltitando com as duas mãos para trás...E eu nem sei o nome dessa louca! Tô Perdido...

Quando chegamos perto de um beco sem saída e escuro, ela entra, sem muita opção, entro contra gosto...Correção:

                                                                        Eu tô muito perdido.

—Chegamos! Esperem só um minutinho, preciso abri-lo aqui para que possamos sair dessa parte dejiyang...

—Abrir o que?! Vem cá você não tá pensando em abrir nenhum portal ou algo do tipo não é? –Pergunto um pouco desesperado, tanto que acabo assustando Miku que ainda abraçava meu braço.

Nem deu tempo dela me responder, uma luz dourada explode na nossa frente, ela passa a mão por cima desta e o que parecia ser o portal se abriu, e por dentro não havia nada, apenas luz branca.

—E Não é que você é mesmo esperto? Ah Meiko-sama não poderia ter me mandado para um Espírito melhor que você!

—Quem é essa tal de Meiko?! Aonde está nos levando? –Pergunto

—Estaremos indo até o saguão das memórias, você será analisado para aí então eu saber de que forma lhe ajudar.

—Pelo amor de Kami*, poderia pelo menos me dizer seu nome?!

—Eu não lhe disse Antes?! Não? Enfim, meu nome é SeeU, sou sua Madrinha, aquela que lhe ajudará no que puder de acordo com suas escolhas e feitios na terra. Se for uma alma considerada Boa terás o direito de desejar o que quiser, se for uma alma considerada Má, terá que viver pagando seus pecados até recobrir suas memórias, sem ajuda alguma minha. Venha vamos seguir caminho...-Ela diz entrando no portal.

Miku entra devagar em minha frente, havia sobrado eu, de início tive receio, e apenas coloquei minha mão dentro do portal, tirei e vi que ela continuava inteira, então em passos largos e lentos fechei meus olhos e passei pelo portal.

Eu não enxergava nada, apenas ouvia uma melodia calma que parecia circular envolta de mim, quando crio coragem abro meus olhos percebo que estamos no alto de uma montanha verde, cheia de grama fofinha. Uau...

—Venha Kaito-Kun!!! O saguão das memórias fica logo á frente. –Diz SeeU em seu tom de voz empolgante

Olho para frente e vejo uma construção parecida com um castelo de cor bege com detalhes em cristais amarelos.

Porque sinto que não vai sair coisa boa disso?...

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—Nervoso? –A esverdeada me pergunta enquanto observava o interior do castelo, que possuía uma decoração angelical e delicada, cheia de espirais no teto entre outros adereços.

—Muito, me sinto sem chão...porque mesmo que tenha algo a temer, Eu não saberia dizer o que...é como se minha existência aqui não tivesse sentido, viver apenas por viver, sem certeza de nada.

—Não se preocupe, independentemente do resultado, estarei do seu lado. -Diz sorrindo.

Eu não tenho ideia do que éramos lá na terra, mas tenho certeza...ela deveria ser muito especial. Aquele tipo de pessoa que você daria a vida para proteger...De certa forma, sinto que possuo um apego a ela, Mesmo que essa Miku não seja a Miku que fez parte da minha vida lá na terra, ela é tão dócil, delicada...inocente. Nem parece uma pessoa...Deve ser esse motivo dela ser chamada de boneca aqui.

—Kaito é a sua vez, mas antes preciso lhe explicar algumas coisas. A Primeira é, faça apenas o que lhe mandarem, segundo, suas memórias virão em flashes muito fortes e não importa o que esteja vendo, não negue nada, mentir ou discutir pode piorar seu julgamento, e por fim, apenas você irá até a Meiko-sama, Eu e Miku acompanharemos o que está acontecendo através deste espelho. –Ela diz enquanto mostra um enorme espelho dourado que estava na parede á nossa frente. –Tenho certeza de que você se sairá bem, acredito em sua pureza! Boa sorte!

Nesse exato momento, uma espécie de maçaneta se cria no espelho, SeeU apenas me olha como se eu soubesse o que eu deveria fazer, Eu tremia de nervoso, apenas girei a maçaneta e a parte de reflexo do espelho se abriu, como se realmente houvesse uma porta, antes de entrar dou uma olhada para trás, SeeU da uma piscadela e Miku segurava as duas mãos fortemente no peito, como se me desejasse sorte, dou um sorriso e entro no local, era tudo escuro por isso viro de costas para fechar a porta, ela acaba por fazer um som de trava e a maçaneta some de minhas mãos, neste exato momento luzes se acendem,

O lugar era como um quarto, sem exatamente nada e na cor branca, quando paro para perceber que já não havia mais porta, me assusto e dou um passo para trás até me surpreender com uma voz :

—Não tenha medo, posso sentir que não está muito confortável...

Olho para frente e vejo uma mulher, de cabelos curtos castanhos e olhos da mesma cor e pele clara. Seria essa a tal de Meiko?

—Venha sente-se aqui, o que teremos aqui é apenas uma conversa. Ela diz fazendo um movimento circular com mão, saíram alguns brilhos vermelhos a partir deste ato, e do nada surgiu uma mesa e uma cadeira forradas em veludo também vermelho. Meiko, que vestia um vestido branco e longo, se senta em uma das cadeiras e faz um sinal para que eu me aproxime. Devagar me aproximo, e desajeitadamente sento na cadeira. Ela me dá um sorriso seguido de um estalo com os dedos, em seguida aparecem um bule de chá, alguns biscoitos beges em formato de estrela. Tinha comida na minha frente...Que fome.

—Pode se servir, deve estar com fome!

Automaticamente pego um biscoito e dou um gole no chá de uma das xícaras, não queria mostrar má educação, mas eu simplesmente não me controlei, depois de engolir o que havia comido, tentei me controlar.

—Kaito, creio que já saiba o porque de estar aqui...

—Sim, SeeU me contou...

—Quero que tenha uma coisa em mente, o que farei aqui não terá minha opinião, apenas fatos vindos de suas memorias, sou imparcial em meu julgamento, e o que posso lhe desejar antes da transferência é, Boa Sorte. –disse séria

—O-Obrigado...-Digo engolindo com força os biscoitos que comia.

—Quem não deve, não teme, por favor estenda suas mãos até as minhas.

Minhas mãos começaram a tremer novamente, como temer de algo que nem sei se existe? Eu deveria entregar minhas mãos, ou simplesmente fugir e não ligar se passaria o resto do meu tempo mendigando pelas ruas de Jiyang? Tudo estava em mil turbilhões dentro de mim, e de olhos bem fechados e num movimento rápido, entreguei minhas mãos até as delicadas dela. Foi quando tudo começou a passar diante de meus olhos...

Eu já não sabia mais o que era real ou não...aliás não importava.