Capítulo 3- Encontramos você! E Como assim “Madrinha”?

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Depois do papelzinho, eu e Miku resolvemos sair em busca de algo para nos alimentar (Ela não precisa mas...).   Já fazia uma hora que perambulávamos pelo local que se parecia muito com uma cidade de interior, calma, com poucas pessoas andando pelas ruas e praças enormes com muito verde ao nosso redor. Tudo pelo que estávamos passando era familiar para mim...Era como se eu vivesse em um constante estado de alienação, como se fosse acordar de um sonho em alguns segundos. Eu sou eu, e é apenas isso que sei.

—Nee Kaito-kun?

—Diga Miku...-Digo me encostando em uma das árvores da praça.

—O Que vamos fazer? Essa moça deve ser uma maluca isso sim ! –Disse fazendo bico.

Ela não estava de fato errada, a moça do papelzinho era muito estranha e eu não consegui entender a mensagem do papel. Resolvi pegar o papel novamente e reler:

“ Nesse mundo

Nada sozinho conseguirás

Se precisar de minha ajuda como um todo

Tente e saberá aonde me encontrar”

Precisava de uma resposta, uma pista, algo que pudesse fazer com que eu visse aquela moça novamente.

Mas o que?! Como vê-la?!

A menos que...

—Miku-chan?

—Haai!

—Já falou em outra língua alguma vez?

—Não e não faço ideia de como se faça isso! –Diz com um sorriso que me mostrava seus dentes branquinhos e retos.

Sinto que estou no caminho certo...”Minha ajuda como um todo...”

Será que esse enigma todo fazia parte de algo que eu deveria me lembrar? Algo que provasse meu valor para voltar á terra ou ir ao paraíso?

O que os seres humanos possuem que independentemente do que seja pode ser englobado? Como no poema mesmo a moça dizia “Como um todo...”

Com a cabeça pensativa, procurei Miku com os olhos, a boneca estava de cócoras na frente de um passarinho que piava alegremente, ela parecia tentar falar com o pássaro que não tardou em voar livremente pelo céu.

Ri dessa cena, quando numa bomba meu cérebro processou o enigma.

Parecia até mágica...

—Miku-chan! É isso ! Descobri o Enigma. –Digo convincente

—éeeee? Então me diga!

— Ela diz que se precisássemos da ajuda dela como um todo, Bastava tentar e saberemos aonde estaria.

—E o que você quer dizer com isso?

—Simples! “Como um todo” pode ser representado como o idioma! Já que é a forma de comunicação englobada quando falamos de população. A questão é tentar, tentar o que ?

Miku sentou-se na grama com as pernas esticadas e passou a encarar o Céu a pensar...

— Se o que tanto queremos é vê-la. Tente dizer essa palavra em um idioma que era universal no mundo dos Humanos.

Boquiaberto, Me aproximo da Boneca numa ação inesperada pela mesma, a abraço fortemente.

—Miku você é uma gênia!!

—Hehe...Claro que não K-Kaito-Kun...

—o Problema é...eu não faço ideia de como falar outro idioma.

.

.

.

Cara...qual o meu problema ?!

—Bom, pelo que eu sei, quando minha mestra me criou a partir de suas memórias, ela me deu umas pequenas informações sobre os humanos para poder lhe compreender melhor, uma delas é, pelo que sei, que a comunicação era o maior bem deles, e existia uma língua a qual era “obrigatória” A maioria saber, pois era uma forma prática de todos do planeta se comunicarem...essa língua era muito utilizada na parte norte do planeta, basicamente fora lá que havia nascido...Bom, isso é tudo que sei.

—É isso! A Língua Universal era...O Inglês! Miku...Você é perfeita! Mas...como se fala “Ver” em inglês?!

—Huuuuuuum...isso já não sei, será que se perguntarmos pra alguém conseguimos a resposta?!

Eu não estava muito a fim de sair perguntando as coisas para as pessoas na rua depois dos olhares que recebemos, mas essa opção, de longe, era a melhor que tínhamos...

—E Temos outra escolha? Venha, vamos ver se encontramos alguém que não nos olhe com desdém e saiba nos responder!

Ela se levanta da grama, limpa seu vestido branco com algumas batidas na saia e juntos fomos andando pelas ruas da cidade, e com uma baita fome por sinal...Queria tanto ser um boneco e não sentir fome...

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—Senhor? –digo pela vigésima vez essa frase. A maioria das pessoas nos ignoravam. O Homem que parecia ter seus 27/28 anos, era uns 3 centímetros maior que eu. Tinha cabelos longos e roxos, e sua pele era bem alva :

—Sim? –Responde com um sorriso, FINALMENTE ENCONTREI ALGUÉM !!!!!!!!

—O senhor conhece o inglês? –Pergunto um pouco receoso.

—Mas é claro! Eu falava inglês fluente quando era Humano! Porque a pergunta?

MEU DEUS, ACHO QUE VOU CHORAR, FINALMENTE VOU PODER COMER!!!!! Eu espero...

—É uma ótima noticia! Pois bem, você saberia me dizer como falar “Vê-la” nessa língua?

—Sim! Podemos falar “See” ou “See You” ! –Ele me diz com um sorriso de olhos fechados.

—...Desculpe, mas não faço ideia de como falar isso. –Sinto que Miku deve estar me olhando com uma gota na cabeça nesse instante...

—Bom, tente falar assim “Siu” Talvez consiga!

Eu tentei e consegui, mas nesse mesmo momento, uma luz branca e forte surgiu no meio da calçada, Miku se escondeu atrás de mim e eu tampava a luz que alcançava nossos olhos. Até o Homem que conversava comigo estava com os olhos bem cobertos.

Aos poucos essa luz ia ficando fraca, pude sentir que Miku ia afrouxando as mãos que antes apertavam meus ombros, e eu já não via necessidade de cobrir os olhos.

—Hey, Kaito? Conseguiu desvendar o mistério? Ouvi você me chamar...-escuto uma voz que vinha da nossa frente, destampei totalmente meus olhos e vejo a mulher com orelhas de gatinho em minha frente! Ela era loira com cachos bem volumosos e seu cabelo era longo, vestia um vestido branco, cuja a saia lembrava uma flor, e por baixo da saia, havia babados pretos, ela vestia também  um casaquinho azul turquesa (verde água) com um laço roxo na frente, em seus cabelos ela tinha uma tiara roxa com umas flores a qual julgo serem margaridas. Seus olhos tinham uma tonalidade de azul ciano o qual eu nunca havia visto em toda minha vida.

—E-Eu sou Kaito. –digo, e automaticamente a moça corre em minha direção e me sufoca num abraço apertado.

—Finalmente! Já não era sem tempo! Achei que não iria decifrar o enigma, você acaba de despertar sua Madrinha!

—Como assim madrinha? Quem é você? Estou me sentindo em um conto de fadas agora...-Digo emburrado.

—Hehe, calma ai rapazinho! Tenho muito a lhe explicar, venha eu te levarei á um lugar aonde esclarecerei suas dúvidas. –Ela me diz com um sorriso.

—M-Mas e Eu? –diz Miku

—Você vem junto, você é a boneca, sua missão é ajuda-lo a se lembrar quem é! Será a companheira dele até a hora chegar.

Ela apenas dá um sorriso, abraça meu braço direito e me dá um sorriso. Sorrio de volta, mas antes:

—Muito Obrigado pela Ajuda!

—Não há de quê, mas tenha certeza, essa não foi a primeira vez que nos encontramos...-E sem nenhuma palavra a mais ele sai com as mãos no bolço da calça preta que vestia. O Olhei surpreso, mas sem perder mais tempo sigo caminho junto de minha...Madrinha e Miku.

...Vai demorar muito para me acostumar com esse nome...