Coringa - O inicio de uma História escrita por Filipe Santos


Capítulo 4
Capítulo 3 - Dias de Luta


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas pela demora para postar novos capítulos, acontece que estou meio sem tempo para escrever por causa do trabalho e curso. Mas espero que gostem do que está por vir.



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Izobel levou Joseph para a casa de seu pai. Sua mãe faleceu quando ela tinha dezessete anos. Seu pai, que já era idoso de oitenta anos e doente, os aceitou de braços abertos.

O tempo se passou. Ficaram dois anos vivendo sem nenhum grande problema, mas isso não durou por muito tempo. A morte de seu avô acabou desestabilizando suas vidas. Izobel fora sentia de seu trabalho, dias após a morte de seu pai.

O dinheiro deixado por ele durou por algum tempo, o suficiente para dar tempo de Izobel conseguir outro trabalho.

 

Três anos depois...

 

Joseph abre a porta da frente e entra com uma mochila nas costas, cabisbaixo, ele entra na cozinha e pega um pote com comprimidos de todas as cores, e enche a mão com eles. Ele vai até a pia, pega um copo e o enche com água.

Joseph colocou um sorriso forçado em seu rosto e foi até um dos quartos da casa. Assim que ele abriu a porta, viu ali sua mãe deitada. O suor tomava conta do rosto dela, a respiração ofegante.

— Oi, querido. - a voz de Izobel era fraca.

— Oi, mamãe, como você está? - ele a beijou na testa. - Aqui os seus remédios.

— Obrigado, meu filho. - ela tomou os remédios e voltou a se deitar com dificuldade. - Estou do mesmo jeito, querido.

— Você vai ficar bem, mamãe. Eu vou cuidar de você.

Izobel sorriu.

— Você não devia estar passando por isso. Você tem apenas nove anos, é só uma criança.

Joseph se afastou e colocou o copo sobre uma mesinha que ficava ao lado da cama. Ele foi até o canto do quarto e se sentou após tirar a mochila das costas.

— Como foi hoje no escola?

— Bem.

— Aqueles garotos pararam de te provocar?

— Não se preocupe comigo, mamãe. Tenta dormir, e descansar. - ele se levantou e foi até ela novamente, segurou sua mão e a beijou. - Eu estou bem. Tenho dever para fazer. Vou ficar aqui caso precisar de algo.

— Obrigado querido.

— Eu te amo, mamãe. Você cuidou de mim durante todo o tempo, e agora é a minha vez de retribuir. Agora descansa.

Joseph ficou ali até Izobel pegar no sono. Os remédios a faziam dormir, para que não sentisse tanta dor. Ele voltou para o canto do quarto onde ficou sua mochila, e tirou os cadernos de dentro dela para fazer seus deveres.

***

O sinal para o intervalo soou. Joseph foi o último a se levantar para deixar a sala de aula. Sra. Collins, a professora, o parou na porta, queria saber como estava sua mãe. E se ele precisava de algo. Joseph sempre foi muito educado, e muito tímido. Ele, por mais que precisasse de dinheiro, comida, e alguém para ajudar nas atividades de casa para mantê-la em ordem, sempre negava.

As outras crianças corriam pela escola brincando de pique-esconde e pega-pega, sorridentes, se divertindo entre si. Joseph não tinha muitos amigos. Aliás, ele não tinha nenhum amigo.

— Qual é, babaca? - Gabriel, um dos garotos valentões, derrubou os livros que Joseph carregava. Joseph não revidava, sempre ficava calado e quieto independente da situação. - Pega do chão. - Joseph continuou parado de pé o olhando com medo. - Eu estou falando com você, esquisito. Pega logo.

Joseph se abaixou para pegar os livros e foi surpreendido com um chute que acertou seu rosto e o derrubou. Ele levou a mão até o nariz e quando tirou a mão, sentiu o líquido quente descer em um fio grosso.

Risos ecoaram nos ouvidos de Joseph que pegou os livros rapidamente com lágrimas nos olhos, e correu dali. Ele sentia o vento bater em seu rosto, mas não se importava. Joseph só queria estar o mais longe possível dali.

***

Joseph chegou em casa ainda chorando, mas para não preocupar sua mãe ele secou as lágrimas e tentou limpar o sangue que já havia secado. Ele entrou devagar para não fazer barulho. E fez a mesma coisa que fazia todos os dias, vai até a cozinha, pega o pote com os comprimidos de sua mãe, enche a mão com eles, vai até a pia, pega um copo e o enche com água, coloca um sorriso forçado em seu rosto para ir até o quarto onde sua mãe está.

Quando ele entrou no quarto viu sua mãe quieta e com os olhos fechados. Ele ficou feliz por ver sua mãe dormindo sem precisar dos remédios. Joseph olhou para o relógio e percebeu que tinha chegado mais cedo do que o normal. Ainda faltavam dez minutos para sua mãe tomar os remédios. Ele os deixou sobre a mesa junto com o copo e se sentou no canto do quarto.

A hora se passou, e Joe se levantou, pegou os comprimidos e o copo com água.

— Mamãe, acorde. Está na hora de tomar seus remédios. - sem respostas. - Mamãe... - ele colocou o copo e os comprimidos de volta na mesa. - Mamãe, acorda. - ele começou a sacudi-la com cuidado. Sem resposta. A partir dali, ele começou a se desesperar. - Mamãe... Mamãe, acorda... - a voz ficava cada vez mais alta. - MAMÃE... - ele se deitou sobre o seu peito aos prantos.


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