Coringa - O inicio de uma História escrita por Filipe Santos
Notas iniciais do capítulo
Peço desculpas pela demora para postar novos capítulos, acontece que estou meio sem tempo para escrever por causa do trabalho e curso. Mas espero que gostem do que está por vir.
Izobel levou Joseph para a casa de seu pai. Sua mãe faleceu quando ela tinha dezessete anos. Seu pai, que já era idoso de oitenta anos e doente, os aceitou de braços abertos.
O tempo se passou. Ficaram dois anos vivendo sem nenhum grande problema, mas isso não durou por muito tempo. A morte de seu avô acabou desestabilizando suas vidas. Izobel fora sentia de seu trabalho, dias após a morte de seu pai.
O dinheiro deixado por ele durou por algum tempo, o suficiente para dar tempo de Izobel conseguir outro trabalho.
Três anos depois...
Joseph abre a porta da frente e entra com uma mochila nas costas, cabisbaixo, ele entra na cozinha e pega um pote com comprimidos de todas as cores, e enche a mão com eles. Ele vai até a pia, pega um copo e o enche com água.
Joseph colocou um sorriso forçado em seu rosto e foi até um dos quartos da casa. Assim que ele abriu a porta, viu ali sua mãe deitada. O suor tomava conta do rosto dela, a respiração ofegante.
— Oi, querido. - a voz de Izobel era fraca.
— Oi, mamãe, como você está? - ele a beijou na testa. - Aqui os seus remédios.
— Obrigado, meu filho. - ela tomou os remédios e voltou a se deitar com dificuldade. - Estou do mesmo jeito, querido.
— Você vai ficar bem, mamãe. Eu vou cuidar de você.
Izobel sorriu.
— Você não devia estar passando por isso. Você tem apenas nove anos, é só uma criança.
Joseph se afastou e colocou o copo sobre uma mesinha que ficava ao lado da cama. Ele foi até o canto do quarto e se sentou após tirar a mochila das costas.
— Como foi hoje no escola?
— Bem.
— Aqueles garotos pararam de te provocar?
— Não se preocupe comigo, mamãe. Tenta dormir, e descansar. - ele se levantou e foi até ela novamente, segurou sua mão e a beijou. - Eu estou bem. Tenho dever para fazer. Vou ficar aqui caso precisar de algo.
— Obrigado querido.
— Eu te amo, mamãe. Você cuidou de mim durante todo o tempo, e agora é a minha vez de retribuir. Agora descansa.
Joseph ficou ali até Izobel pegar no sono. Os remédios a faziam dormir, para que não sentisse tanta dor. Ele voltou para o canto do quarto onde ficou sua mochila, e tirou os cadernos de dentro dela para fazer seus deveres.
***
O sinal para o intervalo soou. Joseph foi o último a se levantar para deixar a sala de aula. Sra. Collins, a professora, o parou na porta, queria saber como estava sua mãe. E se ele precisava de algo. Joseph sempre foi muito educado, e muito tímido. Ele, por mais que precisasse de dinheiro, comida, e alguém para ajudar nas atividades de casa para mantê-la em ordem, sempre negava.
As outras crianças corriam pela escola brincando de pique-esconde e pega-pega, sorridentes, se divertindo entre si. Joseph não tinha muitos amigos. Aliás, ele não tinha nenhum amigo.
— Qual é, babaca? - Gabriel, um dos garotos valentões, derrubou os livros que Joseph carregava. Joseph não revidava, sempre ficava calado e quieto independente da situação. - Pega do chão. - Joseph continuou parado de pé o olhando com medo. - Eu estou falando com você, esquisito. Pega logo.
Joseph se abaixou para pegar os livros e foi surpreendido com um chute que acertou seu rosto e o derrubou. Ele levou a mão até o nariz e quando tirou a mão, sentiu o líquido quente descer em um fio grosso.
Risos ecoaram nos ouvidos de Joseph que pegou os livros rapidamente com lágrimas nos olhos, e correu dali. Ele sentia o vento bater em seu rosto, mas não se importava. Joseph só queria estar o mais longe possível dali.
***
Joseph chegou em casa ainda chorando, mas para não preocupar sua mãe ele secou as lágrimas e tentou limpar o sangue que já havia secado. Ele entrou devagar para não fazer barulho. E fez a mesma coisa que fazia todos os dias, vai até a cozinha, pega o pote com os comprimidos de sua mãe, enche a mão com eles, vai até a pia, pega um copo e o enche com água, coloca um sorriso forçado em seu rosto para ir até o quarto onde sua mãe está.
Quando ele entrou no quarto viu sua mãe quieta e com os olhos fechados. Ele ficou feliz por ver sua mãe dormindo sem precisar dos remédios. Joseph olhou para o relógio e percebeu que tinha chegado mais cedo do que o normal. Ainda faltavam dez minutos para sua mãe tomar os remédios. Ele os deixou sobre a mesa junto com o copo e se sentou no canto do quarto.
A hora se passou, e Joe se levantou, pegou os comprimidos e o copo com água.
— Mamãe, acorde. Está na hora de tomar seus remédios. - sem respostas. - Mamãe... - ele colocou o copo e os comprimidos de volta na mesa. - Mamãe, acorda. - ele começou a sacudi-la com cuidado. Sem resposta. A partir dali, ele começou a se desesperar. - Mamãe... Mamãe, acorda... - a voz ficava cada vez mais alta. - MAMÃE... - ele se deitou sobre o seu peito aos prantos.
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