Destinos Cruzados escrita por SmileForSpanic


Capítulo 1
10 de Dezembro de 1982 / Dias atuais


Notas iniciais do capítulo

Está aí o primeiro capítulo!! Espero que gostem bastante, ele é bem explicativo. Beijos da @smileforspanic



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10 de Dezembro de 1982-

—Parabéns pra você,nessa data querida,muitas felicidades muitos anos de vida!- Cantavam os convidados comemorando os 9 anos de Gaby.

—Obrigada a todos que vieram me parabenizar! –Dizia Gaby feliz da vida.

—Com quem será... –Começavam o corinho das crianças do bairro.

—Ah não gente isso não! –Dizia Gaby envergonhada em meio a todos.

—É com o Jorge que ela vai casar! –Cantavam as crianças rindo,fazendo Gaby ficar vermelha.

—O Jorge é só meu amigo está bem, seus... seus... mentirosos! –Dizia Gaby rindo mas com uma pontinha de raiva.

—Gaby não chame seus amigos de mentirosos! –Dizia sua mãe pacientemente.

—Eles sabem que é brincadeira não é pessoal? –Perguntou Gaby e todos assentiram com a cabeça. –Viu só? Todos me amam! –Dizia ela sorrindo.

—Ai Gabriela... só você mesmo! –Dizia sua mãe.

Gaby saiu correndo atrás das outras crianças que se divertiam em sua festa. Ela tinha razão todos gostavam muito dela, especialmente Jorge. Ele era um menino bem inteligente, bonito e gostava de brincar com todo mundo. Ele mexia com o coração de todas as meninas do bairro por seu charme estonteante. Mal sabiam elas que o coração dele já tinha dona: Gabriela.

—Ei Jorge, porque você está tão quieto hoje? –Perguntou Gaby segurando os braços dele e os sacudindo.

—É porque fiquei envergonhado na hora do “Com quem será?” somos só amigos certo? –Disse ele sorrindo mas querendo que a resposta fosse outra.

—É claro né Jorgito! Você é o melhor amigo do mundo! –Disse Gaby o abraçando.

—Promete que nunca vamos nos separar? –Perguntou Jorge.

—Prometo! –Disse Gaby selando a promessa com os dedos mindinhos.

Jorge começou a brincar com as crianças e com Gaby. Estavam todos animados na festa brincando pra lá e pra cá. Logo a mãe de Gaby chegou com a pinhata e todas as crianças se puseram a gritar animadas. Ela amarrou a pinhata no varal e entre as muitas crianças escolheu uma para tentar quebrá-la.
Todo mundo gritava “Direita” “Esquerda” e nada dele acertar. Logo foi a vez de outro, Jorge. Com apenas três gritos do pessoal ele acertou em cheio,fazendo os doces voarem pelo ar. A multidão de crianças se espalhava na busca por mais doces que os outros, nisso as mãos dele e de Gaby se entrelaçaram, a fazendo olhar no fundo de seus olhos.

—Gaby você não vem pegar os doces? –Gritou Lurdinha,uma amiga, puxando-a pelo braço.

Jorge sorriu, e ficou ao mesmo tempo com um pouco de raiva. Era o momento dos dois e mais nada.
Após mais algumas brincadeiras,todos foram indo embora. A festa já estava prestes a acabar. Gaby perguntou:

—Mãe, eu posso acompanhar o Jorge até a casa dele? Ele veio sozinho!

—Pode sim meu amor! –Disse a mãe de Gaby.

Gaby e Jorge foram caminhando no bairro pouco iluminado por entre as árvores. Um atalho conhecido dos dois. Jorge se virou para Gaby e disse:

—Bom.. eu sei que eu não trouxe nenhum presente como as outras crianças nem nada, mas eu gostei muito da sua festa!

—O meu presente,foi a sua presença! Afinal você é meu melhor amigo... Sem você a festa iria ser bem chata! –Disse Gaby.

—Bom, na verdade eu trouxe sim um presente,mas estava esperando a hora certa pra te entregar... –Disse ele tomando coragem.

—O que é Jorge? –Perguntou Gaby curiosa.

—Isto. –Disse Jorge dando um selinho demorado em Gaby.

Gaby abriu os olhos assustada e ao mesmo tempo admirada.

—Você... gostou? –Perguntou Jorge com vergonha.

—Foi tão mágico! –Disse Gaby sorrindo e o abraçando fortemente.

Jorge sorriu e deu as mãos a ela e ambos foram caminhando em direção a casa dele.
Chegando lá só puderam ouvir-se os gritos. Ele já estava acostumado, Gaby também sabia o que ocorria lá, porém nunca iria se acostumar com a idéia de seu melhor amigo viver ali. O pai dele era um alcoolatra que vivia fazendo burradas. Além de levar mulheres para dentro de casa, muitas vezes mexia com coisas erradas envolvendo toda a sua família nesse meio, incluindo Jorge. Gaby tinha medo do que eles iriam transformar Jorge, que era tão bom menino mas já sabia de muitas coisas ruins... Jorge se despediu de Gaby tristemente e entrou correndo pra casa onde seu pai o esperava com o cinto na mão.

—Onde você estava moleque? –Gritava ele.

—Eu fui a festa da minha amiga Gaby, não podia deixar de comparecer a festa da pessoa que mais me faz bem! –Dizia Jorge sério.

—Não me interessa,seu dever era estar aqui para entregar as encomendas para os meus clientes! –Disse ele dando uma cintada nas costas de Jorge.

—Para Afonso! –Gritava a mãe de Jorge, Kiara.

—Esse menino só faz o que não deve! –Gritava ele.

—Eu não quero ser entregador de drogas! Eu quero estudar e ser alguém na vida, eu não quero ser como você! –Gritava Jorge chorando.

Gaby ao lado de fora da casa,escutava tudo e chorava junto.

—Eu tenho só 9 anos, e deveria estar estudando ou brincando sei lá,fazendo algo que crianças fazem! Não me metendo neste mundo por sua culpa! –Dizia Jorge chorando de soluçar. –Bendito seja o dia que alguém de encontre e te prenda, ou que Deus me perdoe, te mate! –Gritava ele,recebendo 20 cintadas pela resposta.

Naquele exato dia Gaby estava decidida a entregar sua vida pela de Jorge. Iria estudar bastante e ser esse alguém que iria prender o pai dele.
Os dias se passam e Jorge aparenta estar cada vez mais cansado, machucado e raivoso. O bom menino estava indo embora, a maldade imposta a ela estava tomando conta de si. Ele desmoronava perto de Gaby, ela era seu anjo da guarda. Sempre que estava com ela, sua bondade transparecia como se nada tivesse acontecido com ele.

—Jorge como está tudo na sua casa? –Perguntou Gaby querendo ajudar.

—O mesmo de sempre,eu sou o burro de carga do meu pai e tenho que carregar as “mercadorias” pra gente cada vez mais estranha. –Dizia Jorge querendo chorar.

—Puxa Jorge,que barra. Mas um dia eu sei que eu vou te ajudar! –Disse Gaby confiante.

—Quem dera Gaby... mas eu creio na sua palavra! –Disse ele. –Mas eu tenho uma coisa a te dizer.

—Então diga oras! –Respondeu Gaby.

—Eu ouvi umas conversas do meu pai, e pelo que parece ele está sendo procurado por aqui... –Disse ele baixinho.

—Que ótimo Jorge! –Disse Gaby animada.

—Ótimo?! Você acha ótima a ideia de eu ter que me mudar pra longe? –Disse ele cheio de lágrimas nos olhos.

—Vo..você.. vai se mudar?! –Disse Gaby se sentando no chão novamente sem acreditar.

—Sim, eu vou ter que quebrar a promessa de nunca nos separarmos! –Disse ele chorando.

Gaby o abraçou fortemente sem acreditar ainda que seu melhor amigo iria embora.

—Eu não quero te perder! –Disse Gaby.

—Muito menos eu! –Disse Jorge.

Os dois se entreolharam e foram chegando mais perto um do outro,até que seus narizes se encontraram. Logo depois seus lábios, causando um susto nos dois que se afastaram um pouco. Mas como um imã, logo os dois se juntaram de novo dando início ao primeiro beijo da vida dos dois. Gaby chorava enquanto o beijava apaixonadamente. Era seu melhor amigo, mas ela o amava de todas as formas possíveis. E ele também a amava. Os dois se abraçaram e ficaram a tarde inteirinha juntos aproveitando as últimas horas juntos.

No dia seguinte, Gaby se levantou bem cedo , pegou sua bicicleta e foi pedalando bem rápido até a casa de Jorge. Ao chegar lá viu alguns homens colocando as ultimas caixas no porta-malas do velho carro de seu pai. A mãe de Jorge ia na frente chorando, pois não queria ir. Seu pai estava dando o cachê para os carregadores e Jorge estava sentado na calçada olhando por todos os lados. Gaby ao vê-lo gritou em meio as lágrimas que já desciam:

—Jorge!

Ao ouvi-la ele correu ao seu encontro,e a abraçou fortemente. Os dois ficaram abraçados por bons minutos como se não pudessem se desgrudar. Logo o pai de Jorge os separou bruscamente empurrando um pra cada lado, e o arrastou até o carro. Jorge chorava por ir embora, e olhava pelo vidro de trás, o rosto de Gaby pela última vez antes de ir embora.

Dias atuais-

—A juíza Gabriela Spanic se prepara pra entrar. –Dizia o meirinho.

Gaby entrou séria, se sentou em seus aposentos e declarou:

—O tribunal está em seção.

—Já li o caso, e como consta o crime de assassinato comprovado e confessado pelo próprio acusado, podem mandar prendê-lo sob a acusação de assassinato, e ocultamento de cadáver. –Disse Gaby séria.

Os policiais pegaram o acusado e o algemaram o levaram diretamente pra prisão.

—Eu declaro a sessão encerrada.-Disse Gaby.

Sua vida era assim, pelo menos 3 vezes na semana tinha um julgamento. Ganhava bem e podia curtir a vida como bem quisesse. Mas algo lhe faltava no peito e ela sabia bem o que era. Seu melhor amigo que lhe foi tirado, como será que estava? Ela se perguntava toda noite a mesma coisa.

—Olá Doutora Gabriela. –Dizia um dos funcionários do fórum.

—Olá, bom dia! Temos mais alguma audiência hoje? –Perguntou ela.

—Não Doutora, pode ir pra casa,está livre por hoje. –Disse o funcionário.

Gaby sorriu, pegou sua bolsa e foi ao estacionamento onde sua BMW a esperava bem estacionada em sua vaga separada. Gaby dirigia e seus pensamentos voavam. Há anos ela não parava de pensar no paradeiro de Jorge.

 

—Dias atuais (Jorge)-

—Acho melhor a gente esconder essas armas no piso falso embaixo da cama! –Ordenou Jorge para seu cúmplice.

—Porque acha isso? –Perguntou ele.-Atrás do guarda-roupa é mais difícil deles encontrarem.-Sugeriu ele.

—A gente tem meia hora pra esconder todas as armas nessa casa,e fugir. Logo logo a polícia vai bater aqui e precisamos estar no aeroporto já! –Disse Jorge.

—Jorge, posso te perguntar algo? –Disse o capanga Guille.

—Pergunta não mata, mata? –Brincou Jorge.

—Não sei, mas eu queria saber... você não se cansa dessa vida? Viver fugindo pra lá e pra cá. –Disse Guille.

—É claro que eu me canso né, mas infelizmente eu fui posto nessa vida e agora tenho que permanecer para não morrer. Graças ao desgraçado do meu pai. –Disse Jorge com raiva.

—Mas se você sair dessa vida, é morte na certa? –Perguntou ele.

—O desgraçado prometeu minha vida em troca das encomendas. Se eu não entregar todas que estão escondidas no galpão eu não vou conseguir me livrar. E além disso se eu sair, sem dúvidas vou ser vigiado, eles temem que eu possa contar para as autoridades sobre o esquema. –Disse Jorge escondendo as armas debaixo da cama.

—E tem a sua mãe ainda né.. –Disse Guille.

—Exatamente. Se eu paro, minha mãe fica sem tratamento do maldito câncer. Maldita vida. –Reclamava Jorge com lágrimas nos olhos.

—Pois é irmão... eu tenho minha mulher e meus filhos. Eles sabem a localização exata dos 3 se eu sair. Tudo se acaba.

—Disse Guille.

—Pois é, mas agora esconde essas armas atrás do guarda-roupa enquanto eu termino de esconder os pacotes debaixo do assoalho. Quando estivermos no aeroporto os enviados virão aqui e vão pegar tudo exatamente no lugar. –Disse Jorge.

—México DF-

Gaby havia acabado de chegar em casa, tirou os saltos e se deitou no sofá. Estava um pouco cansada mas nada que tirasse o ânimo de dar uma volta ao shopping. Ela tomou um banho e colocou um look básico/chique. Desceu as escadas e foi até o carro. Ela se deitou sobre o volante e chorou como uma criança. Não sabia o porque das lágrimas mas sabia que algo estava errado, era um aperto no coração um aviso. Ela resolveu ignorar e dirigiu rapidamente até o shopping. Chegou e foi a uma de suas lojas preferidas e começou as compras quando ouviu na TV:

“Um dos maiores bandidos de Porto Rico fugiu hoje de sua então casa, não se sabe o paradeiro e nada foi encontrado na casa, somente se sabe que ele fugiu. Conhecido também pelas trocas de identidade a todo instante, não se sabe seu real nome mas aqui está o retrato falado.”

Gaby olhou o retrato e mal sabia ela que era Jorge. Como o tempo havia os mudado, ela não o reconhecia por nada. A vendedora trocou para um canal de música e Gaby logo se esqueceu do assunto voltando a comprar mais algumas coisas.

—No Aeroporto-

Jorge e Guille estavam fazendo o check-in com as identidades falsas.

—Meu nome é Carlos Hernandéz Del Carmo. –Dizia Jorge disfarçado com uma peruca loira e lentes de contato verdes.

—Sim Senhor,e você? –Dizia a operária do aeroporto se referindo a Guille.

—Aqui, Gustavo Ortiz.-Respondeu Guille.

—O vôo já está saindo? –Perguntou Jorge.

—Daqui a 5 minutos, podem ir. Portão 16. –Disse a operária.

Jorge e Guille pegaram a bagagem e correram pro portão de embarque. A adrenalina tomava conta dos dois, será que conseguiriam sair de mais essa? Se perguntavam. Logo o vôo foi chamado e os dois apresentaram o passaporte e entraram. A aeromoça os encaminhou ao seus lugares e os dois se sentaram aliviados. Após todos os passageiros entrarem e se assentarem, a aeromoça começou a falar as mesmas instruções de sempre.
Jorge estava atento a ela, tinha um olhar misterioso. Parecia gostar do perigo. Então ele resolveu testá-la. Ficou a observando por onde ia com seu olhar fulminante.

—Que está fazendo cara? –Perguntou Guille rindo.

—Essa aeromoça parece querer algo, então estou testando oras. –Disse Jorge rindo e dando um soco de brincadeira nele.

—Você não gosta, mas a malandragem está no seu sangue. –Disse Guille rindo.

—Pois é. –Concordou Jorge rindo.

Jorge se levantou de seu assento e foi até a aeromoça com um sorriso desafiador no rosto. Ela sorria olhando pros próprios pés.

—O que deseja senhor? –Perguntou ela.

—Olhando pra você,muitas coisas... –Disse Jorge sorrindo –Mas no momento só quero saber onde é o banheiro. –Disse ele rindo.

A aeromoça riu e apontou para o banheiro.

—Qual o seu nome? –Perguntou Jorge.

—Lola. E o seu? –Disse ela.

—Isso não vem ao caso, melhor me chamar do que queira...

—Disse Jorge sorrindo.

—Ok, então você pra mim é...Armando.

—Pode ser, mas agora vou ao banheiro. –Disse ele piscando o olho esquerdo.

A aeromoça sorriu sentindo um enorme frio na barriga. Um homem tão bonito daqueles estava meio que se insinuando pra ela. Mas espera? Se insinuar não era tarefa feminina? Pensava ela enquanto observava a porta do banheiro.

—Me esperando até agora? –Perguntou ele abrindo a porta.

—Claro que não. É dever nosso assegurar que está tudo bem com o passageiro, e também que ele não entre em pânico caso a porta emperre.

Ele revirou os olhos e voltou ao seu lugar. Guille estava dormindo e com o sacolejo que levou quando Jorge se sentou, ele despertou rapidamente.

—O AVIÃO ESTÁ CAINDO! –Gritou assustado.

—Que está dizendo anta?

—Com tamanho sacolejo que você me deu se sentando aqui foi a primeira coisa que pensei. –Respondeu Guille tomando água.

—Não quero mais nada com a aeromoça não cara, está se fazendo de difícil quando sabe que não resiste a mim. –Disse Jorge sorrindo todo se achando.

—E isso não é bom? Um pouco de orgulho feminino, para dificultar as coisas. – Argumentou Guille abrindo um saco de amendoins.

—Seria bom, se eu não estivesse com tanto sono e apreensão de chegar logo em Cuba.

Ele se virou e cruzou os braços, fechou os olhos e tentou dormir, mas o som irritante do amendoim sendo quebrado nos dentes de Guille os fazia despertar a cada 3 segundos.

—Guille. –Chamou ele sem resposta.-Guille.-Sem resposta novamente.

Ele continuava a comer seus amendoins ruidosamente.

—GUILLE! –Gritou ele assustando todos do avião.

—Que foi homem?! –Perguntou ele assustado derramando metade do pacote em cima de si mesmo.

—Pare de comer essas porcarias, está me atrapalhando a dormir. –Resmungou.

Os passageiros reclamavam dos gritos dos dois que a todo instante os incomodava. A aeromoça foi até os assentos deles e seriamente disse:

—Os outros passageiros estão reclamando de vocês, eu os aconselho a parar de incomodá-los ou temos duas opções: Ou vocês vão ficar sozinhos na ala comum, ou poderão saltar de paraquedas e cair em qualquer lugar do mapa. Vocês escolhem. –Disse ela voltando ao seu lugar.

—Saltar de paraquedas não seria má ideia. –Disse Guille abrindo um pacote de balas Fini.

Jorge já havia fechado os olhos novamente e não pretendia abrí-los ao não ser que fosse para esmagar Guille caso ele fizesse mais ruídos com a comida.

—Jorge.

—Que foi? –Disse ele sem abrir os olhos.

—Anda logo cara, nós já pousamos e estamos até agora dentro do avião. Todos já saíram. –Disse Guille calmamente enquanto terminava de comer suas batatinhas.

—Porcaria! Porque não me acordou? –Resmungou Jorge.

—Ora! A Bela adormecida precisava de um príncipe?- Provocou Guille.

Jorge o olhou sério e arrancou seu pacote de batatas, enquanto olhava no fundo dos olhos dele, devorou-as por completo. Os olhos de Guille se enchiam d’água ao ver o pobre pacote flutuando vazio até uma lixeira.

—Seu..seu.. COMEDOR DE BATATAS ALHEIAS! –Xingou Guille quase chorando.

Jorge riu e pegou suas malas que vinham na clássica esteira de aeroporto. Ele olhou atentamente para cada lado antes de pegar a mala cuidadosamente. Guille pegou sua pequena mala azul, e foi caminhando até o ponto de táxi ao lado de Jorge. Os dois ajeitaram seus disfarces e evitavam olhar diretamente para as câmeras de segurança que conheciam perfeitamente. Eles entraram no táxi e pediram educamente:

—Nos guie até o bairro de La Víbora. –Disseram os dois ao mesmo tempo.

Guille iria abrir as malas para pegar um salgadinho que trouxe nela, mas levou rapidamente um tapa na mão.

—Não podemos abrir a droga da mala! –Sussurrou Jorge no ouvido dele.

Guille chateado fechou a mala novamente e concentrou-se no caminho observando cada ponto dele.
Assim que chegaram no tal bairro, os dois pagaram o táxi metade para cada um. Esperaram o táxi sumir em meio as ruas e começaram a caminhar. Eles mal sabiam onde estavam mas precisavam fazer os serviços. Jorge pegou seu celular e leu novamente o endereço e as referências. Em meio as ruas largas não foi difícil de encontrar um enorme e abandonado galpão. Um homem forte e muito alto estava na porta os esperando assim que eles chegaram na esquina.

—Prazer Marcos Peñarol. –Se apresentou.

—A cumprir seu serviço, Jorge e Guille. –Eles se apresentaram apertando as mãos.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Comentem pessoal!
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