Minefield escrita por undersevenkeys, Jubs L


Capítulo 9
Capítulo 9. Victória


Notas iniciais do capítulo

Heey! Estamos muito atrasadas com o capítulo? Sim, nós estamos!
Pedimos desculpas, e aí está o capítulo 9.
Boa leitura! ;)



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A cena do soco na cara do Leo passou-se em câmera lenta, quando Leo caiu no chão Derek começou a rir, uma risada cruel, Aaron cerrava os punhos, se preparou para continuar a bater, antes que que eu tivesse que interferir mais uma vez, Richard interrompeu a briga.

“O que está acontecendo aqui?” me senti perdida, não demorou muito para que ele percebesse o desespero nos meus olhos. “Vic, você está bem?”

“Si-sim. Tudo.” oi? Victória, acorda. Richard olhou para Derek e Leonard, e transferiu o olhar para Aaron. Fiquei preocupada, pensei que Aaron fosse levar um esporro na frente de todos, mas Richard simplesmente disse: 

“Eu sinto muito por isso garoto.” referiu-se a Leonard. “Derek, parece que vai ter que andar sozinho até o colégio hoje.”

“Me desculpe, senhor eu…” Derek tentou falar.

“Espero que essa situação não se repita.” Leo e Derek assentiram. Leo levantou-se rápido, recompondo-se sem tirar a mão do rosto. “Vic, Aaron. Entrem no carro. Vou levar vocês.”

O caminho foi silencioso, Aaron estava no banco da frente, meu coração batia rápido. Eu não sabia lidar com tudo isso, era muito estressante. Me distraí com meu celular, verificando as mensagens, quando percebi que havia uma notificação que não era da minha mãe, era meu namorado. Meu Deus. Eu esquecera completamente dele. ‘’Faz uma semana que você não fala comigo, Victória.” fazia realmente uma semana, tudo isso me deixou desligada com o restante do mundo. Digitei um texto pedindo desculpas e contando sobre o que estava acontecendo, tentei ser fofa e sutil, mas eu sabia que não seria fácil resolver a situação.

Danilo e eu namorávamos desde o sétimo ano do fundamental, éramos amigos de infância, ele sempre foi o exemplo de namorado para os meus pais, inteligente, rico, atlético, popular, nossas famílias sempre se conheceram e isso só fazia nossa convivência mais frequente. O típico relacionamento utópico. Mas o segundo ano do colégio acabou nos separando por conta de interesses que divergiram demais, as amizades dele já não eram as mesmas que as minhas e as festas as quais ele era convidado eu se quer já tinha feito parte, e então nós começamos a nos distanciar devagar, o assunto já não era mais o mesmo, enquanto eu estava preocupada em ler, estudar e conhecer mais a cultura modernista brasileira, ele só queria sair pra beber, o tempo todo. Eu respeitei, meu relacionamento ainda era tranquilo e meus pais não enchiam meu saco já que o Danilo era o garoto certo para mim. Mas toda essa história mudou no final do ano passado, na famosa festa de fim de ano do João Pedro.

João Pedro era um amigo do meu namorado que era mais velho e repetira o segundo ano duas vezes, era charmoso, metido a descolado que morava numa casa de três andares que ficava num condomínio fechado em São Paulo, era a comemoração do fim do ano letivo, para os amigos mais ‘’próximos’’ do João, esses amiguinhos íntimos dele se totalizavam numa pequena quantidade de quatrocentas pessoas e é claro que entre estas, meu namorado fora convidado, que porventura me convidou também. Eu não queria ir, essas festas nunca foram meu forte, meus amigos nem se quer receberiam um convite, as chances de que eu ficasse sozinha eram grandes, já que Danilo estaria ocupado demais com seus amigos, mas como eu nunca ia nesses festas que ele me convidava, decidi ir.

Eu gostava de festas, as que eu ia com meus amigos também tinha musica e bebida, e eu também bebia, o que me incomodava nas festas em que Danilo tanto amava não era isso, eram as pessoas que ele convivia, as meninas cooperavam forte para difamar a imagem de suas amigas, inimigas ou qualquer outro ser humano do sexo feminino que estivesse num raio menor que trinta metros de distância, e os meninos que não tinham o mínimo de respeito pela sociedade (ou por eles mesmos). Era o tipo de gente que se apegava a estereótipos e acreditava que isso de fato te tornaria melhor que outros.

Passei a noite toda sentada, observando Danilo de longe, que bebia todas que via pela frente, ele sumia no meio das pessoas e voltava, beijava meu rosto e sumia novamente. Foi então que eu decidi caminhar do lado de fora da casa, me sentei perto da piscina que tinha no enorme quintal, e o flashback até hoje me tira do sério.

Quando Danilo me viu sozinha lá fora ele sentou-se comigo e passou o braço na minha cintura. Ele estava bêbado, muito bêbado. Jogamos conversa fora até uma amiga dele se aproximar.

“Ah Vic, é um prazer finalmente conhecer você!” loira, corpo impecavelmente atlético, ela usava uma maquiagem forte que marcava seus olhos verdes. Sua voz era melosa, rodeada por uma falsidade bem característica. Ela sentou-se conosco e começou a conversar, simpática, perguntou-me sobre minha vida, estava com um copo na mão, uma bebida azul.

“Eu vou entrar para pegar alguma coisa para beber, vocês querem algo?” Danilo levantou-se. 

“Não, eu tô bem.”

“Eu também Dan, pode ir eu fico aqui com ela, amor!” a loira sorriu mostrando seus dentes perfeitos. Ela tinha acabado de chamar meu namorado de amor na minha frente. Ignorei. Danilo não estava muito longe quando ela começou a falar comigo de uma forma nada simpática.

“De fato, é estranho alguém como o Dan estar com alguém como… Você.”

“Desculpa, quem é você mesmo?” perguntei.

“Eu sou Alice, a melhor amiga do seu namorado.”

“Alice… Não me lembro de ouvir falar sobre você. Que engraçado.” rebati.

“Pois é, já era de se esperar que ele não contaria.” ela riu jogando seus longos cabelos para trás. “Sabe, Vic, você é o tipo de garota temporária na vida do Dan… Deveria saber que esses namoros de fundamental não é o que ele precisa, você entende né?”

“Ah, eu realmente não entendo.” senti meu rosto esquentar.

"Você sempre vai ser a namoradinha de infância com quem ele não tem coragem de terminar. O que eu quero dizer é que por mais que seja com você que ele pode brincar de papai e mamãe, sou eu quem realmente mexe com ele.”

“Olha, eu vou te dar a chance de sumir da minha frente, garota.” se ela continuasse eu estava verdadeiramente considerando as chances de estourar a cara dela.

“Além de tudo você ainda é instável, meu bem…”

“Acho que agora é você quem não está me entendendo…”

"Já estou saindo.” ela me interrompeu levantando rápido. Eu respirei fundo e tentei ignorar o que acabara de acontecer, até que senti um liquido gelado escorrendo pela minha cabeça manchando e ensopando minha roupa de azul.

“Ops.” Alice falou atrás de mim. Eu não pensei duas vezes, levantei-me e soquei a cara daquela menina, eu bati nela até Danilo chegar a tempo de impedir que eu matasse aquela vagabunda. Ela estava chorando com a maquiagem toda borrada olhando com cara de coitada para meu namorado que me segurava com força para que eu não terminasse o que eu comecei. Outros meninos se aproximaram levando Alice para longe de mim

“Ela é louca, Dan!” ela gritava chorando. Eu continuei xingando até que ela estivesse longe o bastante para não me ouvir.

“Que porra foi essa Victória?” Danilo me virou para ele me sacudindo com força.

“Ela me humilhou, Danilo! Te chamou de amor, falou que ela é a pessoa certa pra você e ainda me jogou essa porra de bebida azul.”

“Victória, você machucou a Alice! Ela estava chorando, será que você não percebeu isso?”

“Você tá defendendo aquela garota?”

“Claro que estou, você agiu que nem uma loca.” eu empurrei-o com força me distanciando.

“Fica com ela então!” gritei e saí andando, Danilo foi atrás de mim, segurou meu braço.

“Para de dar vexame! Você não percebe que tá errada?”

“Para você, Danilo! Fica aí com esse bando de gente que não respeita ninguém.”

“Não é porque eles não te respeitam que eles não respeitam o resto.”

“Como é?” eu estava gritando com Danilo, queria chorar e correr.

“E se você fosse menos tonta talvez existisse mais alguém que te atura aqui além de mim.”

Chegar na porta na escola me tirou da cabeça esse pensamento todo. Richard mandou que Aaron ficasse no carro mais um pouco depois que eu descesse. Andei pelo colégio sozinha e pensativa. Passei o dia sem nem conversar com ninguém direito, lembrar do Danilo realmente estava fazendo meu dia uma bosta. Não vi Leo nem Derek o restante do dia.

Assim que tocou o sinal do fim da aula, eu comecei a fazer o caminho de volta para casa, não quis esperar Aaron ou ver Melany, eu sabia o caminho mais ou menos e estava disposta a ir sozinha. Andando devagar, mas minha solidão foi interrompida.

"Aprendeu o caminho então.” era Aaron.

“Você tem mesmo que me encher o saco? Será que uma vez só você não pode fingir que eu não existo?

“Não tem como, você é irritante demais pra eu simplesmente…”

“Ai, tá bom, Aaron. Já entendi.”

“Você tá abusada demais.” ignorei-o até chegar em casa.

Sem almoçar, larguei minha mochila na sala mesmo e subi para o meu quarto para lidar com uma mensagem que foi visualizada e não respondida. Eu estava de saco cheio, eu não queria chamar ninguém, não queria discutir com ninguém, simplesmente dormi até as quatro horas da tarde. Isso tudo me fez lembrar o real motivo pelo qual eu tinha feito intercâmbio, eu só queria ficar longe do Danilo, uma semana depois da festa eu já tinha programado todo o meu cronograma na Filadélfia, mas com o passar dos meses foi ficando mais difícil ignorar os pedidos de desculpa do meu namorado, então em um mês eu aceitei as desculpas e nós estávamos relativamente bem antes da minha viagem.

Eu me sentei na cama e liguei para Danilo por FaceTime, ele demorou para atender. Quando a chamada foi finalmente aceita eu quase tive um ataque.

“Está com saudades?” era Alice. “Eu esperei muito tempo pra ver essa sua cara. Exatamente essa cara.”

“Sua vagabunda. Eu não acredito que…” eu nem me lembro o que tentei falar.

“Não, querida, não perca seu tempo. Eu só to te avisando como está a vida do Dan…” eu desliguei. Comecei a surtar. Joguei meu celular no chão fazendo a tela trincar. Eu tentava respirar, estava prestes a entrar numa crise asmática. Minha mochila estava na sala e eu precisava me acalmar para descer as escadas, eu sabia disso, mas estava difícil. Eu estava ofegante descendo as escadas devagar. Consegui chegar a tempo de inalar minha bombinha. Deitei no chão e respirei fundo, aliviada,  fiquei lá, que nem uma idiota, derramando lágrimas de raiva.

“Cara, você é estranha.”

“Obrigada.” levantei subindo as escadas rápido e ele me seguiu.

"Você é muito folgada, menina.” eu me virei pra Aaron que estava parado me olhando com aquela mesma cara de quem usa papel higiênico como guardanapo.

“Já acabou?”

“Você sabe que eu não gosto de você, né?” ele falou.

“Sei. Mais alguma coisa?”

“Nossa…”

“Ok, eu realmente agradeço sua atenção, mas agora eu tenho vários nadas para fazer.” eu interrompi abrindo a porta do meu quarto e dando as costas para o mesmo.

Se você fosse menos tonta, a convivência com você seria muito mais fácil.” as palavras dele ecoaram na minha cabeça e eu peguei toda a raiva que estava sentindo naquele momento e descontei dando um belo tapa no rosto de Aaron, que segurou meu braço com força.

“Me bate só mais uma vez pra você ver.” ele ameaçou.

“Vai fazer o que? Me bater de volta?” ele balançou a cabeça soltando meu braço em seguida. “Foi o que eu pensei.” entrei no meu quarto batendo a porta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim ou claro? kkkk
Brincadeiras a parte, tentaremos não atrasar mais. Não deixem de dizer se gostaram ~ou não :( ~
Comentem isso nos faz muito felizes e nos anima muito a continuar!
Até breve pessoas!
Bjus!
Até!



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