O Convento escrita por Kim C


Capítulo 9
Banheiro




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Narrado por Emma.

 

_Vocês vieram. - diz Clarisse  sorrindo, ela estava mesmo preocupada

 

_Sim. - Daniel olha para a pá na minha mão e pergunta:

 

_Aonde você conseguiu essa pá?

 

_No armário do faxineiro. São incríveis as coisas que você encontra lá.

 

_O que vamos fazer? - pergunta Pedro.

 

_Vamos abrir o banheiro e cavar. - digo rindo.

 

_Certo vamos fazer isso logo antes que eu me arrependa. - diz Daniel abrindo a porta.

 

Quando entramos no banheiro eu senti um arrepio que foi da minha espinha até meu último fio de cabelo. O era muito antigo e com um cheiro horrível.

 

_Certo e agora o que vamos fazer?

 

_E verdade Emma, não sabemos onde ela esta enterrada.

 

_Mariana! - Eu começo seu nome várias vezes até que finalmente aparece. Nós a olhamos com medo mais a expressão dela é de tristeza e angústia. Fico imaginando como ela sofreu todos esses anos calada, sufocada pela dor e pela mentira. Eu chega perto dela e pergunta com a voz tremula.

 

_Mariana... você foi enterrada aqui? - ela só assentiu com a cabeça que sim. Continuo.

 

_Sua irmã matou você não foi? - ela de novo assentiu que sim.

 

_Aonde foi? Como foi? - Mariana levanta seu braço esquerdo e aponta pra mim e toca minha testa. Na hora me sinto estranha como se minha alma saísse do meu corpo.

 

Quando dou por mim estou no convento só que e de tarde, parece verão, esta quente. Olho pela janela e vejo Mariana e a menina da foto Madre Berta. Vou até elas que estão sentadas no chão perto das flores. Me aproximo e escuto a conversa delas, aparentemente elas não podem me ver. Berta era muito bonita tinha a pele macia, olhos azuis, um cabelo loiro macio e muito belo. Mariana esta mais corada e sorridente.

 

Logo depois chega um homem parece ser um padre esta vestindo com a batina. Ele também é muito bonito alto, olhos verdes e cabelos cacheados iguais aos de Daniel. Ele se aproximou e se sentou ao lado delas. Depois de conversarem por um tempo, o homem pegou Mariana e a esta levando a algum lugar junto com um bando de criancinhas. Berta não está com um cara muito boa. Eu sigo os dois, ele a segura pela mão, e a leva para sala de música. Lá ele esta com as outras crianças as ensinando a tocar.

 

De repente ele pega Mariana e a coloca em seu colo. No mesmo instante Berta entra na sala. Não sei o que se passa pela cabeça doentia dela mais ela sai correndo da sala, e vai para seu quarto, ela é louca que mal podia a ver ali? Berta vai até o quarto e começa a quebrar tudo o que vê. De repente tudo parece se desmanchar em minha volta e quando percebo é noite. Estou em um quarto diferente agora, vejo Mariana deitada na cama, e Berta ao seu lado com o travesseiro na mão, ela o coloca sobre o rosto de Mariana que se debate é horrível ela bate na cama e em Berta mais ela não para não para ela não quer parar ela vai mata-la.

 

De repente Mariana para, Berta tira o travesseiro de seu rosto mais parece que ela ainda esta viva. Berta não se conformando pega Mariana pelos braços e a puxa violentamente a arrastando para o banheiro, ela fecha a porta e a tranca lá dentro. Logo depois ela volta com uma pá na mão. Ela tira os azulejos do banheiro cuidadosamente, então cava um buraco no chão, ela retira toda a terra e coloca Mariana lá dentro. Friamente ela termina todo o trabalho lava as mãos e a pá, e depois saí como se nada tivesse acontecido. Que mulher horrível e cruel.

Eu escuto uma voz me chamando bem de longe, que logo sinto que vai ficando mais perto.

 

_Emma...Emma...Emma – e a voz de Clarisse, quando dou por mim estou no chão do banheiro novamente com meu rosto coberto por lágrimas. Clarisse continua me chamando e muito preocupada pergunta:

 

_O que foi Emma? Por que você tá chorando.

 

_Foi ela. Foi a madre, ela matou a Maria e a enterrou ali. - aponto para o local onde Berta enterrou Mariana e volto a chorar desesperadamente abraçada a Clarisse.

 

_O que vamos fazer. - escuto a voz desesperada e confusa de Pedro.

 

_Vamos voltar. Temos que sair daqui. - diz Clarisse me levantando, quando ouvimos uma voz familiar e assustadora.

 

_O que vocês estão fazendo aqui? - Era Madre Berta com uma cara de poucos amigos nos encarando.

 

_Nós fomos ao banheiro.

 

_Que feio Daniel. Um padre contando mentiras você vai pro inferno.

 

_Você é quem vai pro inferno sua vadia imunda. - quando digo isso ela se aproxima de mim e me da um tapa no rosto. Muito alterada e com raiva ele me puxa pelos cabelos e me arrasta para fora do banheiro. Clarisse fica gritando para ela me soltar mais ela continua me puxando. Eu fecho meus olhos e também grito para ela me soltar. Por um instante escuto um barulho e a Madre cai no chão desmaiada. Então percebo que Daniel está com a pá na mãos. Minhas únicas palavras foram:

 

_Obrigada. - Daniel me levantou e saímos correndo, os quatro desesperados.

 

_Temos que pedir ajuda. - diz Clarisse.

 

_Como? Todos os telefones ficam no escritório da Madre.

 

_Esperem. - eu paro de correr.

 

_O que foi Emma?

 

_Meu celular. Eu escondi meu celula, esta no meu quarto.

 

_Vamos ter que voltar? - pergunta Pedro assustado.

 

_Sim. Se quisermos sair daqui. Vamos!

 

Voltamos para meu quarto bem devagar e tentando não fazer barulho. Quando finalmente chegamos, entramos, e eu procuro desesperadamente meu celular onde eu o escondi, graças a deus ele estava la. Nós o pegamos quando ouvimos alguém bater na porta. Infelizmente era ela, Madre Berta, ela batia na porta feito louca.

 

_Abram crianças! Eu não vou fazer mal a vocês. Queridos! - ela tentava parecer inocente mais parecia mais uma maníaca.

 

_Temos que sair daqui. Olhem a janela – digo apontando pra janela. Logo nos quatro pulamos para fora. Esta vamos seguros por enquanto. Corremos para mata densa e escura. Clarisse segurava minha mão com muita força, eu podia sentir seu medo. Andamos por uns 20 minutos até chegar em um lugar que achamos ser seguro.

 

_Tá tudo escuro aqui.

 

_Toma eu tenho um isqueiro.

 

_Você fuma Emma?

 

_Não. Quer dizer fumava. E uma longa historia.

 

_O que vamos fazer? - pergunta Pedro.

 

_Liga pra policia Emma, ou pro seus pais. - diz Daniel com uma carinha assustada.

 

_Eles não vão acreditar em nós. - digo sem expressão.

 

_Então vamos continuar andando.

 

_Clarisse esta cansada e eu também.

 

_Então o que vamos fazer me diz?! - Pedro estava exaltado, como se eu tivesse culpa de alguma coisa.

 

_Calma pedro. - disse Daniel tentando acalma-lo. Eu me levantei e olhei para o Pedro.

 

_Não podemos fazer nada agora ok? Eu vou ligar pro Rodrigo e pedir pra ele vir nos buscar.

 

_O Rodrigo Emma? - pergunta Clarisse quase sem voz.

 

_Sim. Ele e o único em quem eu confio pra nos tirar daqui.

 

_E porque não seus pais? - Pedro me pergunta em um tom nada agradável.

 

_Por que eles não vão acreditar em mim. Quem acreditaria que uma freira enlouqueceu e esta tentando nos matar? Meu pais confiam naquela vadia. Fiquem calmos. - eu pego o telefone e ligo para Rodrigo. O telefone toca uma, duas e na terceira vez ele atende com uma voz sonolenta.

 

_Alô Rodrigo? Que bom que você atendeu.

 

_Quem é? Emma? Que horas são?

 

_Não importa Rodrigo. Eu preciso da sua ajuda. Eu e Clarisse estamos correndo perigo, preciso da sua ajuda.

 

_Calma Emma, me conta essa história direito. - faço um prévio resumo da história quase que chorando e muito nervosa.

 

_Preciso da sua ajuda meu amor, agora mais do que nunca.

 

_Tudo bem, me espera amor, eu vou te buscar. Só que vai demorar um pouco de Windsor até ai. Me espera e se protege que eu já to indo. Beijos e eu te amo.

 

_Eu também te amo muito. Beijos.

 

_O que ele disse.

 

_Ele vai vir só que...

 

_Só que o que? - pergunta Pedro nervoso.

 

_Ele só vai chegar aqui de manha. - todos me olham cansados e desesperançosos.

 

Eu olho para Clarisse e os outros, não sabia mais o que fazer. Abracei minha irmã o mais forte que pude. Ficamos ali por um bom tempo. Por mais que eu tivesse com medo, tinha que me manter firme, eu me sentia a mais forte de todos eles, de certa forma eu os estava protegendo.

 

Ficamos ali por uns 20 ou 40 minutos, quando escutamos cachorros latindo. Eu já sabia que era ela. Clarisse e Pedro que dormiam acordaram assustados. Eu me levantei e mandei todos correrem, segurei forte a mão de Clarisse e corremos juntas pra bem longe. Quando dei por mim Pedro e Daniel não estavam mais correndo com agente.

 

_Aonde estão os meninos? - Clarisse me pergunta desesperada.

 

_Não sei. Fica calma Clarisse nós vamos achar eles. - o que eu estava dizendo, não sabia nem ondem nós esta vamos quanto mais Daniel e Pedro.

 

Enquanto eu e Clarisse nos escondíamos em algum lugar daquela floresta escura, Pedro e Daniel também corriam, só que para o azar deles os dois se separaram.

Daniel correu por entre os matos e se escondeu em uma caverna, mais o Pedro não teve a mesma sorte. Ele correu mais não o suficiente para que os cães não o pegassem. Eles o morderam na perna o fazendo cair e gritar de dor.

Eu e Clarisse continuamos andando sem saber pra onde ir, estava tudo escuro e muito frio. Ouvimos um barulho de passos, então saímos correndo, sabíamos que era ela, corremos o mais rápido que podíamos, só que Clarisse estava tão fraca que caiu no chão. Quando voltei para levanta-la senti que os passos ficavam mais perto e mais perto ate que...


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Notas finais do capítulo

Suspense... tem mais no próximo capítulo.
Reviews????
Bjus