Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma


Capítulo 9
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que prometi ação nesse capítulo, mas ele ficaria extenso demais. Daí a ação estará no próximo, prometo!

Boa leitura!



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Alan – POV

Estamos andando pela estrada, chegamos na área residencial do Jardim das Tulipas. Não levaria muito tempo para chegarmos ao posto de gasolina. Olhei para o espelho retrovisor e avistei o mini tanque de guerra. Quando eu o vi pela primeira vez levei um baita susto. Fazia dias que eu não via um carro na estrada, e justo um desse tamanho, foi uma grande surpresa. Mas a maior surpresa foi ter visto ela. Aquela moça – não me recordo o nome dela agora – que estava com uma jaqueta do exército, ela era muito bonita e simpática. Exatamente o oposto da outra morena com olhos puxadinhos. Ela podia ser bem gata, mas aquela arrogância estragava toda aquela beleza.

— Alan! – a voz de Nick me fez voltar a órbita, resmunguei um sim e ela começou – Você acha melhor ficarmos com essas garotas? Não as conhecemos. Elas podem tentar roubar algo nosso.

— Bom, elas parecem estar mais bem preparadas do que nós. Acho que podíamos ver se elas são de confiança. – sugeri de maneira simples.

— Você com esse seu sorriso bobo, elas devem achar que você está tramando algo... Quer dizer aquela – a voz dela saiu num tom agudo de antipatia quando falou "aquela" – garota possa ter suspeitado de algo.

— Ela vai estar suspeitando á toa. Eu não estou tramando nada.

Nick ficou calada durante um tempo, ela pulou pelos bancos e foi para a parte de trás remexendo em uma das mochilas.

— O que você vai pegar?

— É pra eu ter certeza de que ela não vai tentar nada. – Nick me mostrou o seu pequeno punhal e guardou no bolso dianteiro da calça que usava.

Soltei um longo suspiro. Espero que isso não seja necessário.

~~~

Bellatrix – POV

Estávamos a poucos metros de distância do Uno de Alan e Nicole. Remexi no meu cabelo e soltei o pequeno elástico que o prendia. Arrumei ele sobre meus ombros e fiquei me olhando no pequeno espelho do carro.

— Você pensa que eu não notei? – Ana falou, ela estava dirigindo o carro, por que de acordo com Melody, ela conhecia essa bairro e seria mais prático ela dirigir. Senti minhas bochechas corarem.

— Notou o quê? Não tem nada pra notar!

— Acorda, fofa! Até eu consegui reparar que você ficou caidinha pelo moreno de olhos negros. – o tom na voz de Melody soou mais esnobe do que de costume, e eu senti minhas bochechas ficarem mais vermelhas.

— Sua vermelhidão só confirma que estamos certas. – Ana me lançava um olhar de camaradagem que não me ajudava a me confortar.

Precisava fazer elas pensarem em outra coisa para não tocarem nesse assunto.

— Melody, e o celular que você estava escondendo da gente? – indaguei encarando o rosto impassível da morena de traços asiáticos.

— É verdade! – Ana Lúcia gritou, como se estivesse se esquecido completamente. – Por que você não avisou que tinha um telefone?

— Vocês nem perguntaram, e não adiantava muita coisa estar com
ele até algumas horas atrás. Quando ficamos naquele hotel eu deixei meu celular carregando, antes disso, eu mesma tinha me esquecido dele! – Melody começou a se defender elevando o tom.

— Poderia me emprestar? – Ana Lucia pediu com uma voz calma.

Melody pulou para a parte de trás, remexendo no chão, passou alguns minutos até que ela mostrou para nós o aparelho celular.

— Um iPhone 6S... – me surpreendi. Era normal algumas de minhas amigas na escola terem iPhones, mas sempre eram 4, 4S ou o 5C, nunca tinha visto o 6S.

— Essa velharia? Eu já estava pensando em trocar. – percebi que Melody não falou sério, sua voz soava carregada de sarcasmo, como se me zombasse.

Isso não é tempo para piadinhas, "fofa"!

— Me dê! – Ana Lúcia exigiu para Melody.

— Nem pensar, você está dirigindo, e eu não quero ser morta por um descuido seu! Fale o número que eu digito.

Ana Lúcia falou a sequência de números para Melody, ela colocou no viva-voz para que Ana pudesse usar as duas mãos para dirigir e evitar qualquer acidente.

Primeira chamada.

Segunda chamada.

Terceira chamada.

— Alô? Quem é? – uma voz nasal foi ouvida. Parecia que a pessoa do outro lado da linha tivesse chorado durante um dia inteiro.

— Mãe? Mãe sou eu! – a emoção era notável na voz de Ana.

— Lúcia! Meu amor, é você? – Desta vez a voz da mãe de Ana altera entre falar calmas e um choro abafado.

— Sou eu mesma mãe! Aonde você está? – o desespero era visível na voz de Ana.

— Eu e alguns vizinhos estamos na casa do seu Chico. Nos refugiamos aqui pa... – tu, tu, tu.

— Mãe? Mãe! Alô? – a ligação tinha caído, Melody puxou o celular ao seu encontro e analisou o aparelho. – O que aconteceu? Que merda aconteceu? – Ana gritava desesperada.

— O celular está normal. Deve ter acontecido algo onde sua mãe está!

— Não! Não aconteceu nada! Ela está bem! Está segura e eu sei onde ela está! Eu vou atrás dela e... – Ana gritava e batia as mãos com força no volante, descontando sua raiva e frustração.

— Calma aí, querida! Você esta no meu carro, e se quiser ir atrás de alguém vá naquela sua bicicleta! – Melody gritava tentando conter as mãos de Ana de bater no volante, que estava começando a mover o carro para todos os lados.

Melody não estava ajudando muito. Puxei Ana Lúcia para longe do volante, que logo foi pego por Melody, segurava as mãos de Ana com força – o que era difícil, pois ela tinha muito mais força do que eu –, segurei sua cabeça e fiz ela me encarar.

— Você se desesperar não vai adiantar nada! – os olhos amendoados de Ana estavam arregalados e com várias lágrimas. – Você tem que se acalmar! Vamos colocar gasolina no carro, e juntas nós vamos ir atrás de sua mãe. Entendido?

— Juntas? Você está me incluindo nessa? – Melody comentou alto e totalmente irritada.

— Nós respeitamos quando você ficou lá trás chorando pelo seu pai, não te importunamos nem exigimos respostas. Dá pra ser um pouco compreensiva aqui? – Melody ficou quieta.

Suspirei pesadamente e voltei a encarar Ana. Ela limpou as lágrimas e se sentou corretamente, olhando para a frente. Também me sentei e voltei minha atenção para o Uno.

Ele parou. E a mão de Alan fez um sinal para também pararmos.

~~~

Nicole – POV

Quando finalmente chegamos ao grande posto de gasolina. Só tinha um pequeno porém, haviam muitos zumbis no território. Estávamos há alguns metros deles e mantínhamos uma distância segura.

— São muitos. – Melody analisou. Nossa! Parabéns! Grande resposta!

— Não podemos atirar, o barulho irá chamar a atenção deles e seríamos mortas em segundos. – Bellatrix falou colocando a mão sobre o queixo.

— Armas? Vocês tem armas? – Alan se surpreendeu olhando para Bellatrix. As bochechas dela ficaram vermelhas. Olha só...

— Não simples armas! – Melody voltou a falar. – Um armamento digno de um exército. – o ego dessa garota era enorme, e ela era mais baixa do que eu, como tanto ego cabe numa pessoa tão pequena?

Todos nos sentamos no chão atrás dos carros, pensando em alguma maneira de chegarmos perto do posto, ou afastar todos os zumbis.

— Você não disse que tinha um armamento digno de um exército? Não tem nenhuma granada por aí? – perguntei olhando para as três garotas.

— Acho que não adiantaria muito. – Bellatrix falou.

— Por quê?

— Acontece que eles são mortos apenas com tiros na cabeça, uma granada explodiria e faria eles apenas pegarem fogo, mas continuariam "vivos". – Melody se intrometeu na conversa e permaneceu na mesma posição. Sério, eu estava me estressando com ela.

— É isso! – Ana Lúcia falou alto.

Todos protestamos fazendo um "shhhh" que a deixou totalmente sem graça.

Ela se levantou e foi até o carro onde estava, retirou uma mochila e ficou vasculhando, depois de alguns minutos ela retirou de lá uma pequena lata de milho conservado.

— Milho? Como isso irá ajudar? – Alan falou levantando uma sobrancelha.

— Como a Bella disse, eles são guiados pelo som, então se digamos eu atirar essa lata do outro lado da rua, eles iriam ouvir e ir para o outro lado! Nós poderíamos chegar com os carros e carregar o tanque! – ela estava toda animada, e eu tinha que admitir que não era uma ideia de toda ruim.

— Só tem um porém no seu plano infalível, querida! – Melody se pronunciou. – Os carros fazem muito mais barulho do que a lata. Se apenas ligarmos eles já estariam atrás de nós. – Ana fez uma cara de decepcionada.

— Mas e se um de nós jogar a lata e outro, com um galão pegar a gasolina? Poderíamos encher os tanques sem fazer barulho. – Alan comentou com o seu típico sorriso animado.

— Isso seria brilhante! – Bellatrix abriu um sorriso tão contagiante que até eu me senti aterrada a sorrir. Olhei para meu irmão e seu rosto estava com um pequeno rubor.

— Quem seriam esses voluntários? – Melody falou rispidamente. Despachando toda a alegria do ambiente.

Silêncio.

Todos se entreolhavam. Mas ninguém falava nada.

— Eu jogo a lata! – falei levantando a mão, me oferecendo.

— Você é maluca? – Alan segurou pelos meus braços, me sacudindo. – Você não pode se arriscar dessa maneira!

— Você se esqueceu de quem eu sou? – sorri para meu irmão. – Nicole Sofia Anderson. A aventureira da família. – abracei seu corpo e ele tremeu levemente, suas mãos passaram pelos meus ombros, me abraçando.

Levantei e fui até Ana Lúcia. Estendi minha mão e minha voz soou firme quando eu disse:

— Me dê a lata!


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Notas finais do capítulo

Eu percebi que com excessão Melody e Bellatrix, eu não mencionei a idade dos outros personagens!

Aqui estão:
• Melody – 22 anos
• Ana Lúcia – 24 anos
• Bellatrix – 16 anos
• Alan – 17 anos
• Nicole – 15 anos