Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma


Capítulo 20
Capítulo Extra – 04


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo curto, mas espero que seja do agrado de vocês.

Boa leitura!



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Aeroporto Internacional de Kansai – Japão

Camilo – POV

Eu, George e Derrick estávamos sentados nas poltronas do escritório administrativo. Alguns outros snipers estavam sentados no chão ou encostados nas paredes. Estávamos todos apreensivos. O general chefe havia se reunido com os grandes líderes mundiais para exigir uma resposta sobre a "doença" que tornava essas pessoas mortos-vivos.

Estávamos há exatos 45 minutos nessa sala. E eu estava totalmente impaciente. Meu pé batia no chão de madeira, causando um barulho irritante.

— Pare com isso, Camilo! Está me deixando nervoso também. – George comentou alto. Parei. Cruzei as pernas e fechei os olhos. Tentando me concentrar em outra coisa. Mas era impossível. Eu sempre focava em Melody, e imaginava se ela estaria bem. E nele... George me fez lembrar de algo que eu queria esquecer. Meu filho. Ele havia morrido para mim. Já faz 9 anos que não tenho notícias dele.

A porta foi aberta com força, batendo contra a parede fazendo a madeira estalar alto. Todos nós guiamos nossos olhares para o General Chefe.

— Então, falaram alguma coisa? – um dos soldados perguntou afobado.

— Nada! – ele falou seco. – Todos fizeram silêncio. Não abriram a boca pra nada.

— Era de se esperar. – George se pronunciou, levantando da cadeira. – Ninguém gostaria de falar a verdade e ser pregado na cruz. Por que afinal, levaria a total culpa pelo que está acontecendo no mundo.

Todos se silenciaram novamente. A observação de George era a mais pura a verdade. Se qualquer um deles mencionasse que sabia da suposta "doença", ele seria julgado, e no pior dos casos. Morto.

— Nós sabemos que a "doença" se originou no continente Europeu. – Derrick comentou alto. – Mas como ela se espalhou pelo mundo?

— Isto é uma pandemia. – me pronunciei e todos me encararam sérios. – Um exemplo de pandemia é a gripe espanhola de 1918. A gripe espanhola contaminou mais de 600 milhões de pessoas e matou mais de 50 milhões.

— Isto lembra a peste bubônica do século XIV. – algum dos atiradores comentou alto.

— Nesse caso, um terço da Europa foi dizimado. – comentei cruzando os braços.

— Como essas doenças acabaram? – alguém perguntou.

— Há várias suposições... Mas, no geral, acaba quando morre muita gente. Pois o vírus fica sem ter pra onde se alastrar. – George terminou meu raciocínio.

— Mas, os mortos, neste caso, "revivem". E fazem mais vítimas. Significa que não há como o vírus parar de se alastrar. – um soldado da força especial japonesa comentou.

— Mas vocês repararam. – desta vez foi o general chefe que se pronunciou. – Apenas os mordidos "revivem", os mortos enterrados não voltam a viver.

— Então isso quer dizer que temos um paciente zero. – Derrick cruzou os braços com uma cara enraivecida. – Então é mesmo uma "doença".

— Agora como ela começou a se espalhar ainda é uma incógnita. - finalmente comentei depois de um longo silêncio.

~~~

Teatro Municipal de São Paulo – Centro

Heero – POV

Eu havia acabado de colocar um grande armário na porta de entrada do teatro municipal. Eu havia fugido de uma horda de zumbis. E o local mais próximo para me esconder era no teatro. Eu caí no chão e soltei um suspiro cansado. Estava exausto. Eu não descansava já fazia três dias.

Retirei a mochila de minhas costas e peguei uma garrafa de água. Era minha última garrafa, e tinha um pouco menos da metade de água. Sorvi um pequeno gole, apenas para hidratar um pouco de meu corpo.

Levantei do chão empoeirado e comecei a andar pelo grande teatro. Haviam marcas de sangue no chão. Obviamente esse lugar deveria estar infestado desses zumbis. Empunhei o pé de cabra que estava sobre minha mão direita. Foi a única arma que consegui achar. Minha pistola havia acabado a munição e eu a descartei no meio da rua.

Andei pelo extenso corredor e vi uma porta aberta. Era um dos palcos do grande teatro. Tinha um grande piano de cauda no centro do palco. Olhei ao redor e não encontrei nenhum desses monstros. Desci as escadas, me aproximando do grande piano. Toquei uma tecla e o som ecoou pelo auditório vazio. Olhei novamente ao redor. Ninguém.

Coloquei o pé de cabra sobre o piano, estralei os dedos e comecei a tocar uma melodia que me era familiar.

— Have where you see such a beautiful night... – cantei no ritmo. Eu gostaria de continuar a música, mas não podia. A outra estrofe devia ser cantada por ela. A pessoa para quem a melodia foi criada.

Desviei meus olhos castanhos pelo auditório outra vez. Como esse lugar estava vazio, o som do piano e de minha voz ecoava muito alto. Eles apareceriam. Afinal, eles são guiados por som.

Nada.

Toquei a melodia mais uma vez, sem cantar mais nenhum verso. Uma sensação de nostalgia me dominou. Peguei minha mochila e fuxiquei ela até o fim, retirando de lá meu aparelho celular. Toquei no botão do meio. Ele indicava 20% de bateria.

Eu deveria ligar para ela? Dá outra vez uma outra pessoa havia atendido. Assim que ouvi aquela voz desconhecida eu desliguei na hora.

Desbloqueei a tela e fui até seu contato.

Ponderei.

Minha respiração era alta.

Apertei "ligar".

Redirecionei o aparelho ao meu ouvido.

Chamou uma vez.

Chamou duas vezes.

Chamou três vezes.

Chamou qua...

— Alô? – Era ela! Eu reconheceria essa voz em qualquer lugar.

— Mel...? – Falei baixo. Meu coração batia com toda a força.

— He-Heero? – sua voz era chorosa. Ela soluçava do outro lado da linha. – Meu Deus...

— Pois é... Graças a Deus você ainda esta viva. – eu também chorava. Minhas lágrimas desciam da minha bochecha até meu queixo.

— Onde você está? Me fale! – ela gritava.

— No Te... – logo todas as luzes do teatro se apagaram, assim como meu celular.

O que aconteceu?

Olhei para o aparelho e ele estava totalmente escuro. Apertei o botão várias vezes. Nada. Tentei reiniciar o aparelho. Nada.

Corri até a porta e li que todas as luzes estavam apagadas. Comecei a correr pelo extenso corredor. Todos os cômodos estavam sem luz.

Não foi uma simples queda de energia. Foi algo maior.


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Notas finais do capítulo

Tirem suas próprias conclusões! :D