Playing With Blood - Hiatus escrita por Vênus


Capítulo 7
Escarlates.




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“Tudo estava escuro. Ele se sentia sozinho novamente. Era como se fosse a mesma pessoa de alguns anos atrás quando tudo havia sido arrancado dele. Tudo o que lhe era mais precioso. Na imensidão da escuridão, ele pôde ver brotar devagar uma luz que conforme se aproximava extinguia a solidão junto com a escuridão.

Junto a luminosidade ele a viu. Seus olhos verdes o encaravam em tom de culpa, magoa e arrependimento. Ela lhe estendeu a mão e ajudou-lhe a se pôr na altura de seus olhos esmeraldinos. Naruto abraçou Moka e fechou os olhos passando a mão em seu cabelo róseos.  Quando abriu suas orbes percebeu que algo estava errado. Notou que o cabelo na sua mão que antes era rosa, agora tinha um tom de um branco metálico. Assustou-se e quando se afastou para olhar nos olhos da mulher, deparou-se com orbes escarlates e um sorriso perverso no rosto da mulher que era extremamente parecida com sua amada. Ela o derrubou, e ao invés do Uzumaki cair no chão, ele caiu num imenso abismo, encarando os enormes orbes vermelhos de Moka.”

Naruto levantou ereto na cama com sua respiração irregular e com seus batimentos cardíacos martelando em seu ouvido. Olhou para o lado procurando a mulher com quem passara a noite e não havia nenhum vestígio dela. Botou sua box branca e foi caça-la pela casa. Ela não estava em nenhum dos cômodos. Pegou o celular ligou para a mesma. Nada também. Tentou o escritório e a secretária lhe disse que estava em reunião. Ficou mais aliviado, mas isso ainda não explicava o porquê dela ter saído tão sorrateiramente sem dizer nada.

No Q.G., o loiro estava no leito com o Gaara. A situação dele havia piorado um pouco e o Uzumaki temia pela vida do seu amigo.

— Por que não atendeu minhas ligações ontem? – Jiraiya perguntou entrando no quarto.

— Não acho que aqui seja lugar para discutir. – Naruto disse seco.

Os dois seguiram em silêncio para a sala de Jiraiya.

— Então, me diga, por que você não me atendeu? – Perguntou novamente enquanto fechava a porta.

— Eu não quis. Eu precisava de um tempo para pensar. – O loiro foi sincero.

— Você precisava de um tempo para pensar ou precisava de um tempo no meio das pernas da vadiazinha da sua sócia? – Naruto olhou para o homem de cabelos brancos incrédulo.

— Como você ousa dizer tais palavras dela?! – Seus olhos brilhavam de raiva. – Ela não é igual a essas garotas que você come por aí!

— Eu nunca larguei meus compromissos por causa de uma mulher, garoto. E nunca, nunca mais mesmo ouse falar da minha vida, você entendeu?

— Então aja como adulto e não fale mais da Moka dessa maneira. – O loiro suspirou e tentou mudar de assunto. – Você andou me vigiando?

— Claro que não. Eu só fui na sua casa já que você não atendia a merda do telefone. Eu tinha uma missão pra você mas tive que passar para o Kiba. Ele ficou irritado. Se prepare que ele vai te dar um sermão.

— Eu resolvo isso com ele depois. – Deu de ombros. – Tem alguma novidade sobre o que aconteceu exatamente naquela noite?

— Você quer dizer se eu tenho novidade sobre a vampira? Não, nenhuma. Ninguém nunca havia a visto. A primeira vez foi na noite do ataque.

— Você acha que tem alguma possibilidade de ser realmente ela? — Naruto sentiu seus músculos ficarem tensos. Ele queria estar lá na noite em que Gaara foi atacado não só para vê-la mas também para proteger o ruivo.

— Olha, não irei mentir para você. Nós sabemos que Vampiros da Alta Realeza envelhecem até uma certa idade e depois param de envelhecer, então de acordo com as características há uma grande possibilidade se ser ela sim.

O olhar de Naruto ganhou um brilho diferente depois do loiro assimilar as palavras ditas por Jiraiya. O medo e a ansiedade tomaram conta do loiro. Sua vingança estava tão próxima que era quase inacreditável.

— Naruto, não faça nenhuma imprudência. – O loiro encarou o mais velho. – Ela se escondeu durante todos esses anos. Ela não quer ser encontrada, não acha? Vai ser raríssimo encontra-la novamente, então, não faça nenhuma besteira, está bem?

O loiro riu.

— Que tipo de loucura você acha que eu posso cometer, Jiraiya? – O sarcasmo em sua voz era tão evidente quanto suas madeixas loiras.

— Eu te conheço, Naruto. Sei que quando você quer alguma coisa insiste até conseguir. Nem pense em sair pela noite a fora torturando cada vampiro que atravessar seu caminho. Nós dois sabemos que isso pode não acabar bem.

— Estou saindo. Precisando de mim é só ligar.

O loiro ignorou completamente os conselhos de seu tio/mentor. O velho tinha razão sobre uma coisa: se o loiro matasse e torturasse cada vampiro que atravessasse seu caminho, uma hora ou outra as coisas poderiam acabar mal.

Conforme as horas passavam, Naruto ficava mais ansioso e preocupado. Moka não havia dado sinal de vida nem sequer no horário de almoço; o quadro de saúde de Gaara ainda era preocupante e o loiro ainda estava decidindo se iria ou não sair essa noite atrás de informações sobre a vampira de cabelos platinados.

 Quase uma semana havia se passado e o Uzumaki havia percebido que Moka estava o ignorando o máximo que pôde. As coisas estavam ficando complicadas. Depois da conversa que Naruto teve com seu tio, ele saiu pelas ruas procurando saber se alguém havia visto a vampira que ele tanto procurava mas infelizmente ele só estava perdendo horas de sono. A única coisa que o consolava era que o estado de saúde do Gaara havia melhorado um pouco, tirando isso, sua vida estava um completo desastre.

— Oi, bem, sou eu outra vez... Não sei o que eu fiz de errado mas por favor, me ligue. Quero resolver qualquer mal-entendido que aconteceu entre a gente. É isso...

Ele já havia perdido as contas de quantas mensagens havia deixado na caixa de mensagens. Mesmo sentado, sua perna deixava transparecer sua inquietude. Levantou de súbito. Estava cansado de ser feito de idiota. Ele queria saber o que estava realmente acontecendo.

Entrou no carro e saiu em disparada para a empresa da Akashiya. Dentro de 15 minutos ele estava dentro do elevador que ia direto para o escritório da Moka.

Andou por um extenso corredor que lhe era ligeiramente familiar. Ele havia a visitado poucas vezes em sua empresa e a sensação sempre era a mesma: o frio quase inexplicável que ele sentia em seu estômago. No fim do corredor ele viu a costumeira secretária baixinha e de seios fartos indo ao seu encontro. Seu cabelo azul dava a ela um ar de adolescente.

— Sr. Uzumaki! – disse bloqueando o caminho. – Não esperava o senhor por aqui.

Naruto olhou para baixo e coçou a nuca antes de responder.

— Eu acho que a sua chefe esqueceu de tirar meu nome do passo livre na portaria.

Kurumu arregalou os olhos mas não respondeu nada.

— Bem, eu quero saber se a sua chefe tem um tempo para conversar com seu sócio. – Ele sorriu tentando parecer doce aos olhos da mulher afinal, era claro que ela sabia que ele estava sendo completamente ignorado pela Akashiya.

—Er... Bem... Moka está em reunião. – O falhar de sua voz denunciou a mentira que ficou obvia para o loiro assim que a ouviu falar.

— Reunião hein... Ela anda bem ocupada esses dias. Mas não tem problema – ele caminhou em direção a uma poltrona para visitas -, eu esperarei bem aqui.

Naruto esperou pacientemente e aproveitou para observar o local onde estava. Ao contrário de sua sala, o escritório de Moka é mais reservado. Não havia nenhuma janela que desse para espiar o que a secretário da Akashiya estaria aprontando. O corredor era decorado com algumas obras de arte e o único barulho que se podia ouvir era os dedos da secretária contra as teclas do computador.

Passou-se quase meia hora e nada da Akashiya dar as caras. O loiro até havia pensado na possibilidade da secretária estar falando a verdade e que talvez Moka estaria mesmo em uma reunião. O Uzumaki que não parava de olhar para o corredor, estranhou quando ouviu o barulho de uma porta se abrindo e arqueou uma sobrancelha quando viu um homem magro e de cabelos negros sair do escritório com Moka. O Uzumaki viu o sorriso que Moka estava nos lábios desaparecer assim que o viu. Seus olhos o encaravam de maneira estranha. O homem que Moka acompanhava o cumprimentou com um aceno saindo em direção ao elevador. Naruto se levantou e deu dois passos à frente.

— Podemos conversar? – Ele a perguntou sem desviar seus olhos dos dela em nenhum momento. O olhar dele era quase sufocante para ela. Encontrar aquelas orbes a deixava embriagada e num gesto quase automático, para se livrar do peso em que os mesmos olhos passavam, ela desviou de sua punição e deu espaço para ele passar.

O perfume amadeirado invadiu seu nariz, e a dor de não poder toca-lo deixava sua garganta seca. Ela seguiu até a sua mesa e se serviu com um pouco de água e mesmo assim a sede não sessava. Apoiou-se na mesa atrás de si e esperou. Esperou o que ela já sabia que viria.

Ficaram quase 2 minutos se encarando. Um observando o outro. Ela não pôde deixar de reparar que o loiro estava com olheiras profundas e que sua barba estava para fazer. Suas roupas estavam ligeiramente amassadas e as madeixas douradas desgrenhadas. Ela nunca havia o visto tão acabado e a culpa só se tornava pior.

Ele respirou fundo e, pela primeira vez não a olhou nos olhos.

— Você ouviu alguma das minhas mensagens?

— Sim.

— E não pensou em responder nenhuma?

Ela não respondeu.

Ele riu sem humor.

— Eu sabia que fazia tempo que eu não transava com ninguém mas você chegar a nem me dar um fora direito é humilhante. – Naruto riu novamente.

— Não foi por causa disso, Naru...

— Não. Olha, se não foi bom, se você não gosta de mim e estava com medo disso acabar com a nossa parceria era só ter me dito, Ok? Eu posso ser profissional, Akashiya. Eu iria entender perfeitamente. Não sou nenhum adolescente besta!

— Me desculpe, eu...

— Você o que? Não queria me magoar? Era só ter falado. Não precisava me deixar tentando falar com você durante todos esses dias igual a um idiota, Moka. Cacete! – Ele riu sem humor. – Às vezes eu acho que se tivesse seguido os caminhos do Jiraiya não me ferraria tanto.

— Naruto...

— Moka – ele foi em sua direção ficando há menos de um metro da rosada -, temos uma reunião semana que vem, não é mesmo? Se você quiser eu posso botar meu homem de confiança no meu lugar. Você não é obrigada a ficar batendo de frente comigo por aí. – Ele segurou seu queixo e ela trancou a respiração. – Afinal, quero o melhor para os meus sócios.

Ele encarou a imensidão de seus olhos esmeraldinos, soltou seu queixo e saiu da sala deixando uma Moka totalmente desnorteada. Ela tentou achar em sua mente o porquê de não correr atrás dele nesse exato momento. Tentou lembrar da razão mais forte que tinha e se lembrou de que era melhor ficar longe dele do que ficar sem ele. A vida dele era mais importante do que os caprichos que seu corpo e coração queriam.

As lágrimas quentes escorregavam por sua pálida face e a raiva que lhe tomou conta deixou seu registro na mesa do escritório que foi partida ao meio deixando papéis espalhados por todo o chão e quando viu seu reflexo no espelho, encarou seus próprios olhos, agora escarlates. A tristeza a consumia a cada minuto. Encarar a sua verdadeira forma só a lembrava de que nunca poderia ser feliz com o homem que ela amava. Se ele descobrisse a sua verdadeira natureza algum dia, com certeza a olharia com pavor nos olhos, correria e diria que ela é um monstro. O que era de fato, verdade.

***

Passou mais um cartucho para Shikamaru e guardou seu canivete no bolso do seu sobretudo. A noite estava um pouco mais fria que o normal e o tempo dava indícios de que o dia seguinte iria ser chuvoso. Andaram por mais algumas quadras não muito preocupados, a área onde patrulhavam estava bem pacífica ultimamente.

— Então quer dizer que o garotão levou um fora? – Kiba não perderia a oportunidade de zoar seu amigo.

— Não enche Kiba.

— Ah, qual é, não fique sofrendo por causa de garotas, Uzumaki. Tem um monte por aí que você pode usar e depois não irão ficar pegando no seu pé.

— Eu não me importo com isso, Ok? Só preste... Vocês ouviram isso?

O loiro escutou um barulho esquisito vindo de um dos corredores. Sacou sua armar e seguiu em direção a um beco sendo seguido por Kiba e Shikamaru. Quando viram o porquê do barulho ficaram atônitos. A vampira de cabelos prateados e olhos escarlates estava cercada de aparentes inimigos e, a mesma quebrava os pescoços de uns e chutava o estômagos de outros com grande maestria. Naruto não conseguia esboçar nenhuma reação. Viu toda a cena acontecer diante de seus olhos e ela, era exatamente igual a Moka dos olhos escarlates de seu sonho de alguns dias atrás. Ela estava distraída e parecia não notar a presença de seus espectadores. O último vampiro que havia sobrado, Moka o jogou contra a parede e quebrou seu pescoço sem piedade. Quando virou-se, viu Naruto apontando-lhe uma arma e seu rosto tinha um misto de sentimentos o suficientes para a deixar preocupada. A confusão em seu rosto era clara e evidente. Os trajes que Naruto vestia a deixou extremamente confusa e ela logo reconheceu a figura que estava ao seu lado. Era o mesmo caçador que ela havia ajudado há algumas noites. Olhou para ambos e constatou algo que estava em sua frente o tempo todo e nunca quis enxergar: Naruto fazia parte deles. Naquele momento o destino tratou de pregar uma peça em ambos. A coincidência era tão ridícula, que pareciam estar dentro de uma pegadinha de muito mal gosto.

 


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Notas finais do capítulo

Se gostou deixe seu comentário! Daqui a alguns dias estarei postando mais um capítulo!
Bjos!



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