[Pov’s Naruto On]

Fiquei sem reação. Ino chegou exatamente na hora que não era para ter chegado... Iria controlar a situação, primeiro, iria falar com meu tio e com Stephanie que não iria me casar.

Mas como sempre, Ino sempre chega na hora que a bomba explode e não deixa eu me explicar... Sempre a mesma coisa...

E agora ela acabou de sair pela porta irritada e sem me deixar mais uma vez explicar o que realmente está acontecendo.

— Naruto...

— Naruto ô caralho! Já estou cansado de você se intrometer na minha vida! – esbravejei irritado.

— Abaixe o tom pra falar comigo seu moleque insolente! – Meu tio me respondeu com a mesma moeda. – Eu te criei! Você me deve respeito e....

—... E nada! Não sou mais criança! Não vai me obrigar a me casar!

— Você sabe que desde que a empresa foi criada é assim e é assim que deve ser! Foi assim com todos os membros da família!

— Será que você não percebe que é totalmente ridículo o que está me propondo a fazer? – falei rindo, de tão ridículo que é essa situação.

— Claro que não! Você concordou quando...

— ... Quando eu era um pré-adolescente insensato? Por favor! Eu não sabia o que estava fazendo direito! Você não vai me obrigar a casar. Não tem mais discussão...

— Mas e a empresa? Você sabe muito bem que a família Hendrix tem 50% das ações da nossa empresa.

— E nós temos 50% da deles. Você não acha que seria se fizermos um acordo com a família Hendrix?

— Acordo?

— Sim, acordo. Aposto que não é somente eu que estou cansado dessa idéia de casamento.

Meu tio me olhou sério, e depois de alguns instantes me encarando, pegou o telefone que estava em seu bolso direito e discou alguns números.

Droga! Onde será que a Ino está agora? Eu preciso sair, mas enquanto isso não for resolvido, ou enquanto meu tio não sair do telefone infelizmente não vou poder ir atrás da loira.

Suspirei me jogando no sofá de olhos fechados, e depois de quatro minutos na mesma posição e com meu coração um pouco mais acelerado do que o normal, meu tio me chama tirando-me do meu pequeno transe.

— Naruto.

— Sim? – Perguntei me recompondo.

— Bem, acabei de ligar para a Stephanie e convoquei uma reunião para amanhã.

— Ela não perguntou mais nada? – Perguntei arqueando as sobrancelhas.

— Senti que ela ficou um pouco curiosa para saber sobre o que se trata a reunião, mas acho que ela preferiu não perguntar nada.

— Certo... Bem, preciso sair agora, e... Obrigado por me entender. Embora você tenha hesitado... – Preferi cortar a frase ao meio, não falando mais nada.

— Tanto faz. – ele respondeu dando de ombros. – Só espero que esteja fazendo a escolha certa.

— Eu sei que estou. – Dei um meio sorriso antes de fechar a porta indo direto para o elevador.

Agora só preciso encontrá-la.

**

[Pov’s Ino On]

Assim que cheguei ao parque me sentei num banquinho com uma mesa e numa mesa ao lado tinha dois casais olhando três crianças que estavam brincando em um balanço não muito longe dali.

Abaixei minha cabeça de um modo que ninguém poderia ver meu rosto e lembrei-me de uma das crianças, em particular uma menininha loira que aparentava ter seus três aninhos. Não sei por que, mas me veio uma imagem que nunca tinha nem se quer pensado antes: eu e Naruto estávamos andando e sorrindo. Estávamos alegres, mas não estávamos dando a mão um pro outro e sim pra uma linda menininha de cabelos louros quase bancos, parecidíssimos com os meus, e ela tinha lindos e grandes olhos azuis. Ela sorria e pude jurar que ela tinha o mesmo sorriso maroto que o Naruto dava quando iria pedir alguma coisa.

— Moça? – Escutei uma voz perguntando, e logo depois senti algo tocando meu ombro de leve.

— Sim? – Perguntei me recompondo.

Olhei para cima e vi uma mulher que não tinha mais de seus trinta anos. Ela era loira e seus olhos eram castanhos.

— Você está bem? – A mulher me perguntou com tom de preocupação.

— Não se preocupe, estou bem sim, obrigada. – Dei um pequeno sorriso para mostrar-lhe que estava bem.

— Tem certeza? Por que se não estiver, tenho um pequeno kit de primeiros socorros no carro, sabe, quando a gente tem filhos pequenos nunca sabemos quando vamos precisar. – Ela respondeu dando um sorriso tímido.

— Não se preocupe, estou bem sim. – Sorri novamente, mas desta vez um sorriso que realmente possa convence - lá.

— Ok.- Ela saiu andando indo em direção a um homem que estava sentando não muito longe de mim.

Depois de mais um tempo acompanhando os passos da moça hospitaleira que veio falar comigo, senti meu celular vibrando. O peguei e vi na tela, que era a rosada me ligando, então dei um breve suspiro e atendi.

— Ino?! Onde você está garota? O Naruto...

— Não quero saber dele Saky, por favor...

— C-Certo... – ela hesitou antes e continuar. – Mas onde você está? Ele... Bem, ele disse que quando você saiu de lá era cedo e...

— Não se preocupe comigo Sakura. Eu estou bem.

— Bem? Se você andou treinando no espelho para dizer esta palavra, sinto lhe dizer mais não está funcionando! Sua voz está péssima Ino. Vamos, diga onde você está que vou te buscar.

— Já disse para não se preocupar! Que droga Sakura!

— Eu sei o que aconteceu e...

— E o que?! Foi tudo um mal entendido?! Você não estava lá quando... – Senti uma lagrima descendo pelo meu rosto, e acabei não terminando a frase.

— Ino... Você não está se dando chance... Você não está dando chance a ele! Você nem deixou ele se explicar deixou?

Não falei nada. Não tinha deixado ele se explicar, mas...

— Não. – respondi limpando mais uma lagrima que insistia em cair sobre meu rosto.

— Ino, volte e deixe ele se explicar...

— Mesmo que ele tenha alguma explicação pra me dar Sakura, por que ele não me contou antes, seja lá o que estava acontecendo hein Saky? Você não acha estranho? – Sakura nada respondeu, apenas ficou quieta. – Será que ele não acha a nossa relação tão forte assim para não sentarmos e conversarmos como verdadeiros adultos?

— Ino...

— Saky... Você sabe como ninguém que uma relação não se constrói só com amor, mas também tem que ter amizade e confiança.

— Ino, você está certa, mas existe a insegurança. Por isso eu te digo, venha para casa, esfrie a cabeça e converse com ele amanhã.

— Vou fazer isso Sakura, mas não vou ir embora agora. Vou ficar aqui por mais um tempo...

— Ok, mas pode pelo menos me dizer onde está?! Isso me mata Ino!

Dei uma pequena risada sem animo antes de responder.

— Não vou responder testuda. Nem adianta! E vou desligar.

— Hey, Ino! Não desliga, espera...

— Tchau! Mais tarde te ligo! – Desliguei o telefone antes da rosada me xingar.

Insegurança? Será mesmo?

Dei um longo suspiro, cruzei meus braços sobre a mesa e voltei a minha posição de alguns minutos atrás, com a cabeça abaixada.

Estava tudo tão confuso. Pra falar a verdade eu não quero pensar em nada. Quero apenas ficar em um mundinho só meu. Sem preocupações ou certo loiro para me decepcionar e arrancar lagrimas minhas... Ou sorrisos...

— Até quando você vai sair correndo e não me deixando dar as minhas explicações hein Ino? – Virei à cabeça ainda sobre os braços cruzados na mesa em direção a voz, e vi Naruto me olhando sério, e ao mesmo tempo triste basicamente na mesma posição que eu estava; e sua boca estava em uma linha reta, sem nenhuma curvinha sequer. Nunca tinha o visto desse jeito.

— Por acaso estava me rastreando por GPS Naruto? – Perguntei séria, mas pouco acreditando no que tinha acabado de perguntar.

— E da onde você tirou essa idéia absurda? – Naruto perguntou se ajeitando no banco, tirando totalmente seu olhar do meu.

— Acabei de falar com a Sakura, talvez isso tenha a ver? – Perguntei em tom de ironia também me ajeitando no banco.

— Não me faça rir Ino. – Ele disse suspirando.

— Então como me achou? – Perguntei curiosa. Sério, como ele me encontrou se não falei pra ninguém que estava nesse parque?

— Uma vez você me disse que costumava vir aqui quando era criança com seus pais, então, como aqui é um lugar especial, e como te procurei em todos os lugares possíveis que talvez você estivesse e não estava, acabei lembrando desse parque. – Naruto me respondeu olhando para o nada.

— Mesmo assim isso não... Não justifica o que aconteceu mais cedo. – Naruto voltou sua atenção para mim.

— Você não deixou eu me explicar Ino. E eu realmente estou um pouco triste com isso... Você não está confiando em mim, não quer me escutar na hora que eu mais preciso Ino!

— E qual é a explicação que você quer me dar Naruto? Se era algo tão...

— Ino... – Naruto falou colocando a mão no meu queixo de leve me interrompendo. – Desculpe não ter falado nada antes, é que realmente não esperava...

— O que você não esperava? Ficar noivo? – Ri de nervoso falando a ultima frase.

— Não daquele instante pelo menos. – O loiro virou o rosto me impedindo de lhe olhar nos olhos.

— Não naquele instante...? – Sussurrei. – Então você sabia Naruto, ou melhor... Você a pediu em casamento!

— Não! Não a pedi! Ino olha pra mim. Olha bem nos meus olhos. – Naruto segurou meu rosto de uma forma que eu o encarasse. – Você acha realmente que eu te enganaria?

Olhei bem no fundo dos seus olhos e quando fui falar não saiu nenhum som. Nada, nadinha mesmo. Então, quando consegui desviar os meus olhos do dele consegui responder.

— N-não. – Respondi envergonhada. 

Escutei o loiro da um longo suspiro, e logo depois se afastou de mim.

— Me desculpe. – Falei de cabeça baixa.

— Vou te explicar o que realmente aconteceu.

— Certo... – Respondi ainda não o encarando.

— Quando eu tinha doze anos, meu tio explicou que para manter o patrimônio familiar teria que me casar com a filha de um dos sócios da empresa Hendrix, já que eles têm 50% das nossas ações na empresa, isso é feito para manter harmonia entre as duas famílias. Com isso, é escolhida uma criança de cada família para se casarem, assim, não existindo nenhum confronto de ambos os lados. 

— Mas isso é ridículo!

— Eu sei. – Naruto respondeu rindo.

— Mas quando isso começou? E por que já que só eles têm 50% das suas ações?

— Quando começou realmente não sei te dizer, mas meu tio me explicou na época que antes, um membro da família Hendrix e da Uzumaki eram casados e acabaram se divorciando um tempo depois que eles abriram duas empresas juntos, já que era uma família...  Eles fizeram uma separação de bens e com isso, os Uzumaki também têm 50% das ações deles.

— Mas se é assim por que a briga? Não era mais fácil cada um devolver os 50% de cada um?

— Então... Eu propus isso ao meu tio um pouco antes de vim procurar você...

— E...?

— E ele convocou uma reunião pra amanhã de manhã.

— C-certo... Desculpe... Eu não...

— Podia imaginar...? É, acho que eu também surtaria. – Ele falou distante, mas logo depois deu um leve empurrãozinho em mim com seu corpo.

— Eu não surtei. Eu só...

— Ficou louca de ciúmes?  - Olhei para o loiro envergonhada, e logo depois desviei o rosto.

— O que você queria? Qualquer um ficaria bravo!

— É, acho que é normal. Sabe, não é todo dia que você chega ao apartamento do seu namorado e descobre que ele está noivo e não é de você.

— O que você faria se fosse com você? – Naruto me encarou e logo depois chegou mais perto e segurou meu queixo.

— Primeiro não deixaria você se casar com ninguém que não fosse eu, segundo, te raptaria de perto dele.

— E terceiro...?

— Terceiro... Perguntaria se você quer casar comigo? – Naruto me deu um selinho rápido e se afastou por alguns instantes até tirar uma pequena caixinha vermelha de seu bolso, logo depois, ele abriu a caixinha e me mostrou um pequeno anel que parecia ser de ouro com um pequenino brilhante muito bem esculpido. Era simples, mas era lindo.

— Mas o que...?

— Yamanaka Ino, deseja se tornar a senhora Uzumaki?

— S-senhora Uzumaki?