Humans escrita por Arya


Capítulo 12
XI - A culpa é da Cátia Catchaça


Notas iniciais do capítulo

(era para ser beber, cair e levantar, mas eu gostei mais desse título hahahaha)



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“O que foi dito bêbado, foi pensado sóbrio."

***

PAVEL

Ele se sentou com a bandeja de pipoca no colo no meio de Tenma e Tsurugi, enquanto Hikaru, Aoi e Shinsuke estavam com a outra bandeja. Ele viu Tenma colocar Coca-Cola para todos e água para ele, já que o mesmo não gostava do tal refrigerante por se sentir mal após beber. Na realidade, ele não gosta de refrigerante por conta do gás, por isso tem costume de beber água ou suco.

— Gente, a Mayumi disse que, daqui a pouco, ela e mais dois amigos vão vir ver o filme. — disse Hikaru e Aoi caiu na gargalhada, fazendo depois barulho de porco. — Eita, gente.

— Cara, eles estão numa festa e vão vir fazer maratona de filme de terror? Claramente eu na vida. — disse a mesma. — Odeio festas, o povo todo se pegando e…

— Você sendo trouxa. — disse Tsurugi pegando a pipoca da mão do albino e a comendo, que fez Pav fazer a cara de criança prestes a chorar. — Não faz essa… Droga. — ele pegou uma pipoca e levou até a boca do mesmo, que sorriu feliz e a comeu. — O que eu to fazendo? Essa cena deveria ser com o Jake.

— Sim, ela deveria, mas acho que a autora estava sem criatividade e colocou com você mesmo. — disse Pavel piscando os olhos. — Mas foi fofinho, de qualquer forma.

— Jake está irritando com essa glicose anal toda. — disse Shinsuke e todos o olharam assustado por dizer aquilo, afinal… É o Shinsuke, um menino baixinho e fofinho que da vontade de apertar. — Ele vai, tenta beijar o Pav e depois de dois fucking dias age como se nada tivesse rolado, muda de assunto quando o albino tenta falar algo…

— Prefiro até o Pav com o Tsurugi. Sabe jogar futebol, é bonito, bad boy e vai precisar de um médico quando entrar em briga de rua. E bem, todos sabem que o nosso Pavito tem sempre um quase kit de primeiros socorros na bolsa. — comentou Aoi e o garoto ao lado de Pavel fez uma careta cômica. — Viu? Um Jake melhorado. Ok, Tsurugi não é bom em todos os esportes e tal, mas quem se importa?

Hikaru mexeu no computador de Tsurugi que estava conectado a televisão e mostrou que tinha milhares de filmes de terror, o que fez Pav ficar surpreso e admirado. Ele amava filmes de terror, então aquilo era como a mina de ouro.

— Podemos começar ver algum filme e, quando a Mayumi, Claudine e o emo chegarem, eles continuam vendo de onde a gente está e depois começamos outro filme. — sugeriu Hikaru e todos concordaram.

— Vamos ver O bebê de Rosemary. — disse Pav sorrindo. — Já que não tem Psicose, vamos começar pelo o segundo clássico.

***

IRENE

Ao escutar o que Kidou disse, ela arqueou a sobrancelha enquanto Yasmin deu um grito de surpresa. Logo o Yuri olhou Kidou, comentando algo e o de cabelos cacheados olhou para todos e saiu correndo, o que fez o Morozov pensar duas vezes e ir atrás dele.  Ela arqueou a sobrancelha, olhou Kirino andando para fora e a mesma deu uma breve encarada em Dimitri, que fazia carinho na cabeça de Yasmin que, por sua vez, chorava por algum motivo que adivinha? Irene não estava a fim de saber.

Após ver as gêmeas colocando uma música alta e todos em sua volta indo dançar, ignorando o que rolou com Yuri e Kidou, a mesma se levantou rapidamente e decidiu sair, sem querer ajudar o pobre loiro do seu irmão.

Existiam cinco tipos de bêbados, a seu ver: O bêbado agitado, o carente, o sincero demais, o que faz coisas que a pessoa, sóbria, nunca faria e o pior de todos… Kirino Ranmaru.

Imagina um garoto com a cara da Yuno Gasai, bêbado após mais que o Kidou em seu oitavo, sendo que apenas estava em sua quarta cerveja? Ele, para ela, não faz sentido sóbrio, imagina bêbado? Shindou disse que, na última vez que o viu daquele jeito, foi um desastre e ele quase foi preso, além de colocar tudo para fora do nada e fazer coisas que, provavelmente, iria se ferrar depois.

Ela até ficaria longe dele e o deixaria para lá, mas como naquele local ninguém estava o notando e o seu melhor amigo não estava ali, a mesma sentiu certa vontade de ser “solidária” pela a primeira vez na vida e ficar de olho no rosado. Afinal, já tinha menores bebendo, não queremos mais um caso para a polícia além desse, caso forem descobertos, não?

Irene respirou fundo, olhando para os lados e o vendo sentado nos fundos da casa, em uma cadeira de balanço, mas não estava se balançando.  A albina pensou um pouco em seu ato naquele momento, colocando as mãos dentro do seu casaco longo e preto que usava por cima de uma blusa branca e uma calça jeans de cano alto da mesma cor do casaco. Em seus pés, usava um salto alto preto fechado.

Sim, ela sabe que já é uma torre de alta e sim, Irene vai continuar usando salto alto e que se danem os incomodados.

A mesma pensou em sair, mas quando Kirino a viu e acenou, a chamando para mais perto, ela revirou os olhos como se não quisesse estar ali e foi até ele, sentando-se à mesa que tinha na frente do balanço, mas de modo que não o impedisse de balançar. Ele sorriu a mesma.

— Se preocupou comigo?

— Não. — respondeu sem sentimentos em suas palavras. Isso não era mentira, mas também não poderia ser considerada uma verdade.

Kirino fez bico e fez o ato de que ia beber, mas Irene pegou e a deixou atrás dela antes que tocasse em seus lábios.

— Ei!

— “Ei” nada, você deveria parar de beber antes que saia vomitando e fazendo o que não deve. — disse Irene com um leve sotaque russo em sua fala, no qual tinha mania de mostrar quando queria falar casualmente com uma pessoa.

E Kirino sabia disso. Lógico, ele era uma das poucas pessoas que a Morozova considerava seu amigo, e não um colega qualquer. A garota fechou o casaco com as mãos e o viu sorrir a mesma.

— Você se importa com as pessoas de um jeito estranho. — disse. —Um jeito que a pessoa fica se sentindo… Indiferente na sua vida.

— Irene sendo Irene. — comentou baixinho sobre si mesma, o que o fez concordar por ter escutado, já que não estava barulhento onde eles estavam.

— Sabe, essa sua autoconfiança e autoestima me deixam surpreendido. — ele falou. — Eu realmente admiro isso facilmente em você, talvez porque eu…  Goste de você.

A mesma colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha após a última fala, revirando os olhos. Bêbado é um porre.

— Você apenas me admira porque queria falar e fazer as mesmas coisas que eu faço, mas se for por ter esse tipo de sentimento… Acho que não seria novidade. Todos me amam, seja a orientação sexual que for. — ela comentou.

— Não é só a sua aparência, Irei. Você é uma garota extremamente linda, admito, mas… Acho que isso não importa. — ele falou e a mesma cruzou os braços, olhando para o lado e revirando os olhos. — Sua personalidade é complicada e assustadora, mas você tem algo que me atrai. Digo… Sabe quantas pessoas nesse mundo tem coragem de encarar uma coisa daquelas que rolou sobre os banheiros de cabeça erguida e ainda conseguir dar a volta por cima? Ou não chorar quando escutou os murmúrios de algumas pessoas no corredor quando descobriu sobre a sua intersexualidade, algo que você guardava em segredo? Eu iria entrar em uma depressão profunda só com aquela coisa do banheiro.

— Você é meio frouxo, chora e faz alvoroço por tudo. Típico de um amigo do Shindou. — disse sincera.

— Eu sei, mas… — ele parou por um tempo. — Você passa dos limites do que alguém normal iria fazer. Mesmo que aja como uma menina rude, no fundo você tem um pouco de bondade. Bem pouca mesmo, menor que o nada, ou se não você não teria feito aquilo pela a Kat.

— Eu odeio injustiças, por isso fiz aquilo.

.Kirino revirou os olhos e falou baixinho e embolado, depois se levantando e indo até a sua frente.

— Você é a garota mais forte que já vi. — disse calmamente, chegando perto dela. A mesma se afastou brevemente. — E eu sei que você, no fundo, gosta de mim.

Ela revirou os olhos e disse baixinho um “Vá sonhando”, reparando na aproximação do mesmo e chegando cada vez mais para trás. Até que o mesmo parou, voltou e fez ânsia de vômito, o que fez a garota o empurrar para mais longe, só que…

E foi quando Kirino Ranmaru assinou seu contrato de óbito, vomitando nos pés da Morozova mais rancorosa que pode existir. Ela segurou a vontade de matá-lo e empurrou a cabeça dele para o lado, segurando as marias-chiquinhas com certo nojo e vendo Yuri, de longe, segurando a vontade de rir ao lado de Kidou, que estava meio bêbado e meio sóbrio depois do que rolou.

***

CLAUDINE

— Ah sim, você ainda não me falou como foi com o Ygor. — disse Mayumi, enquanto as duas estavam falando baixinho do outro lado da piscina, vendo Hasuike, Nagumo e Lorelai do outro lado conversando em alto e bom som.

Minamisawa tinha ido ligar para a mãe, já que era rotina o mesmo ligar para ela quando fosse dez horas da noite e ele não estivesse em casa. Eles estavam esperando passar um tempo para irem escondidos para a casa de Tenma ver o filme, no qual Mayumi descobriu ser “O Bebê de Rosemary”…

E isso é bom motivo dela querer fazer hora ali.

— Bom… Ele falou das opções, conversou com a minha mãe, com todos… Foi bem normal e ele é meio lerdinho em muitas coisas. Teve uma hora que a Violetta o ligou e perguntou onde estava o suéter dele, que ia colocar para lavar já que, afinal, tinha passado da hora. — ela disse e Mayumi passou a mão na nuca. — Daqui a pouco ele só olha para o suéter que estava usando por baixo do jaleco…

— Ah não… — Mayumi riu. — Ivan-senpai e Pavel são realmente filhos dele.

— Principalmente o Ivan, ele é a cara do pai. É como se eles tivessem o mesmo photoplayer. — brincou Claudine e a japonesa concordou.

Elas riram brevemente e logo ficaram em silêncio. Nisso, uma coisa se passou na mente da inglesa, o que a fez morder os lábios e olhar Mayumi, mas logo olhar o trio saindo dali e indo para outro local longe.

— NaguLai ou HasuLori? — perguntou Mayumi e Claudine ficou indecisa.

Era certo que ela tinha mais amizade com Hasuike do que com o Nagumo, mas a Salazar e o outro já tinham um romance a muito mais tempo. Ou seja: Claudine ficava dividida entre apoiar HasuLori por conta da Hasuike, ou seguir seus instintos e shippar NaguLai.

E foi quando se lembrou do que estava pensando antes da distração sobre o triangulo amoroso que estavam na frente delas, o que a fez chamar Mayumi para olhá-la com um toque no braço, colocando as pernas dentro da água após desfazer a perna de chinês.

— Eu tenho algo para te contar. — ela disse e a garota a olhou, séria. — Eu conheci a Hasuike Ran.

***

DOIS DIAS ANTES…

CLAUDINE

Claudine se sentou, enquanto sua mãe foi pegar algo para beber enquanto esperava Ygor as chamarem para conversar e Minamisawa foi ao banheiro. Ela olhou os folhetos que sua mãe tinha a entregado sobre as opções que tinha, sendo a primeira falando sobre o aborto.

Ela não queria fazer aborto, não ia se perdoar por fazer aquilo.  Também não queria colocar a criança no orfanato, pois não suportaria imaginar alguém sofrendo o mesmo que ela sofreu naquele local. Roendo as unhas, ela percebeu uma menina sentar ao seu lado.

Ela era ruiva e tinha feições bem parecidas com Hasuike, no entanto não era ela. Tinha uma tatuagem em seu braço, usava uma blusa preta jeans sem manga, de botão, com um short preto curto e um casaco preto amarrado na cintura. Usava um tênis all star vermelho que parecia novo e uma maquiagem de olho pesada, com um batom vermelho escuro.

— Perdeu alguma coisa aqui? — perguntou a mesma fazendo gesto da sua cara. Ela olhou os folhetos e logo Claudine os tampou. — Já passei por isso.

Claudine ficou calada por um momento, e a menina a ofereceu um chiclete e a morena negou, vendo-a colocá-lo na boca e mastigá-lo com a mesma fechada.

— Ficar grávida quando não quer?

— E aborto. — disse.

Claudine engoliu em seco e passou a mão na nuca, fazendo a ruiva ao seu lado, que estava um pouco rouca, sorrir de canto e olhar para o lado.

— O que está fazendo aqui?

— Esperando a minha amiga sair.

——Ah… — ela disse baixinho e mordeu o lábio. — Posso fazer uma pergunta?

A garota colocou os fones de ouvido, cruzando as pernas e começou a fazer uma bola de chiclete. Ela piscou os olhos, reformulando a pergunta várias vezes em sua mente e disse, suavemente:

— Quantos anos você tinha? – viu a menina parar e pensar um pouco, estourando a bola de chiclete e passando a língua brevemente nos lábios para retirar.

— Se isso foi ano passado… Acho que foi depois do meu aniversário, então quinze. — disse.

— Você foi à primeira naquele dia?

Ela deu uma breve risada.

— Eu perguntei a mesma coisa ao médico, já que fui às dez da manhã. — disse olhando para ela. — Não fui nem a primeira da minha idade.

Claudine e a garota que a morena não sabia o nome se encararam por um longo tempo, e depois ela desviou o olhar e a mesma se apoiou com os braços no joelho, passando a mão no pescoço. 

— Você tem várias opções, eu escolhi aquela por simplesmente ser a mais “prática” para mim na situação da minha vida, digamos assim. Eu não podia ficar parada sem trabalhar por nove meses, isso me traria problemas. E como meu pai me colocou para fora de casa… O trabalho é tudo o que eu tenho. — ela disse baixinha a última parte. — Você pode a colocar em um orfanato, ou a doar para um casal que não pode ter filhos, ficar com ele, abortar e… Ah, você tem os folhetos.

Ela pegou os folhetos e riu de leve.

— Eu olhei tudo na internet mesmo. — disse e olhou o celular, entregando-a.

Atendeu e começou a falar baixo para não incomodar muito as pessoas que esperavam, e logo a escutou soltando um palavrão meio alto e depois pedindo desculpa pelo o olhar para os outros, logo desligando.

— Parece que eu entendi errado onde era para ficar. — a mesma se levantou. Nisso, a mãe de Claudine vinha para perto com três garrafas de água. — Boa sorte aí, coelha.

Coelha?

— Não sei se isso era para ser legal ou não. — disse Claudine para a mesma, que riu brevemente enquanto amarrava melhor o casaco na cintura. — Mas prefiro ser chamada de Claudine. Qual o seu nome?

— Hasuike Ran. — disse a mesma sorrindo e se afastando. O coração de Claudine deu uma parada instantânea. — Prazer em conhecê-la, Claudine. Até por aí.

***

PRESENTE

CLAUDINE

Mayumi estava com a cara bege, com a boca aberta.

— A irmã da Hasuike parece uma versão feminina do Fudou. — disse Mayumi baixinho e a garota concordou.

— Sim, é estranho. Eu estou pensando em contar a Hasuike que eu a conheci, não agora porque né… — ela fez sinal que a garota tinha bebido. O que era verdade, mas a mesma não estava tão no alto assim, mas mesmo assim poderiam notar que ela estava começando a ficar. — E tipo, parece que ela foi expulsa de casa. Pelo o que eu entendi, no caso.

— Eu estou com um mau pressentimento sobre isso. Sabe aquele embrulho no estômago maroto? É o que eu estou sentindo sobre esse assunto.

Mayumi concordou, mas antes que elas pudessem falar mais alguma coisa, Minamisawa apareceu e se sentou atrás delas, dizendo que já tinha avisado a Tenma sobre a ida deles até lá e que Shinzuke estava esperando-os na porta de casa, já que o dono da casa e Pavel tinham saído para fazer uma coisa urgente.

— Acho que está na hora de irmos. — disse Claudine em um tom baixo, levantando-se e colocando as sapatilhas com os pés molhados mesmo. Depois resolvia isso na casa do Tenma. — Eles ainda estão vendo “O Bebê de Rosemary”?

— Sim, estão quase no final. E disseram que poderiam voltar o filme para todos verem desde o começo.

A morena travou e olhou os dois com seus olhos azuis chamativos, depois negando com a cabeça.

— Nem por cima do meu cadáver eles vão voltar aquele filme.

***

YURI

— Kidou, dorme um pouquinho e amanhã nós arrumamos um jeito. — disse Yuri, fazendo carinho na cabeça do garoto, que estava deitado no sofá da sala.

O garoto retirou os óculos do rosto, entregando ao albino e mostrando seus olhos vermelhos que vivem atrás daquilo. Yuri sorriu e passou a mão no rosto dele, olhando-o nos olhos e depois fazendo cafuné, na tentativa de fazê-lo dormir mais rápido e se preocupar menos.

— Irene deve ter ficado estressada com aquilo. — disse o mesmo, se virando de lado.

— Isso é pouco. Irei é muito rancorosa, provavelmente amanhã ela vai jogar o sapato e a calça que ele sujou na cara do Kirino e o mandar limpar. E daqui a dez anos, Irene vai o mandar tomar naquele local por conta do vômito. — disse. Conhecia aquela garota, nasceu pelo o mesmo buraco que ela.

Kidou riu de leve e Yuri sorriu de canto, desligando as luzes pelo o controle que tinha e apenas deixando a do abajur acesa.

O romance entre ele e Kidou começou de um jeito comum para o albino. Yuri estava em uma festa de um amigo do antigo terceiro ano, e o mais novo estava lá junto a Sakuma, que era amigo do mesmo garoto e até por conta disso ambos começaram a se falar, o que fez o mesmo reparar que o mesmo tinha ficado interessado por estar sempre encarando o mesmo na pista com outros garotos e até garotas que, iludidas, ainda não tinham reparado que ele não gosta de ostras.

E como um Casanova nato, o prazer dele é mais a conquista do que a pegação em si. Ele provocava o menino com beijos em outras pessoas o olhando, e até o irritava levemente pelo o mesmo parecer estar aguentando bem aquilo tudo, mas valeu a pena não desistir da conquista. No final da noite, eles estavam se pegando em um dos banheiros da casa, sozinhos por terem fechado a porta do banheiro e estarem ignorando as batidas das pessoas.

Beijos, mãos bobas e carícias foram trocados naquela noite, mas nada sério por conta da interrupção das batidas de uma garota querendo ir ao banheiro os incomodarem profundamente para fazerem algo daquele tipo. Naquele momento, Yuri nem pensava na ideia de que o mesmo ia, no futuro, se tornar seu namorado e algo do tipo ou que, além disso, teriam que esconder e, por gostar bastante do mesmo, o Morozov iria aceitar.

Afinal, Kidou não era como as outras pessoas que ele pegou que eram extremamente burrinhas em achar que o mesmo, um gênio, ia cair em qualquer lábia, ou tentavam o surpreender com coisas que ele já sabia. O garoto conversou com ele bem normalmente, com certa timidez por ser a primeira vez que estava fazendo aquilo, e aos poucos eles ganharam certa intimidade. Quando viram, estavam se pegando na banheira vazia do banheiro.

Agora o menino deitado estava começando a dormir em silêncio na sala, e o namorado dele sorria calmamente o vendo adormecer. E, quando adormeceu, o garoto saiu de fininho e desligou o abajur, voltando para a festa. Ele olhou Allen sentado em um canto, no chão, olhando as estrelas. O mesmo cruzou os braços e foi até o mesmo, se sentando ao lado dele.

— Como está se sentindo?

— Eu quero dar. — ele parou um pouco. —  Não, eu não quero dar, eu quero é distribuir. — disse Allen, numa voz manhosa de quem realmente não estava muito bom da cabeça. Yuri segurou o riso, coçou o nariz e o olhou, vendo o mesmo voltar a falar. — Eu estou com muita vontade de dar. Tachimukai não está aqui, então acho que deve ter algum bi ou gay que não esteja apaixonado.

— Você quer dormir, isso sim. — disse Yuri e o tirou a latinha, o pegando pela a mão e o levantando, mas o mesmo logo se jogou no chão e o puxou. — Venha, vamos arranjar um sofá para você, ok?

Ele logo sentiu seu celular vibrar e o garoto viu o nome “Endou” na bina. O albino revirou os olhos e atendeu, olhando Allen se jogar no chão e olhar as estrelas, tentando fazer um boneco de neve na grama.

— Olá, eu não sei se é uma boa hora, mas… — Yuri escutou Endou falar desesperadamente, o que o fez calcular um pouco para entender o que o menino falava. — O que?

***

JAKE

— Eu acho que você não deveria fazer isso. — disse Katherine, olhando o loiro sentado numa cadeira de sol perto da piscina, mexendo no celular.

— E eu acho que você deveria. — disse Tsunami, um amigo avulso do Genda que eles apenas se falaram na festa. — Qual é bro! Se você tem uma gatinha, no seu caso gatinho, que gosta, o certo é contar.

— Sim, mas…

— Relaxa gatinha. Vamos se refrescar um pouco enquanto ele faz isso. — disse Tsunami a pegando no colo e pulando na piscina junto a ela, o que fez alguém gritar “Hora da Piscina” e muitos pularam lá dentro. Pelo o que parecia, menos ele e Nikolai, que se sentou a duas cadeiras de distância e os olhou, com uma garrafa em mãos.

Ele estava em um dilema de ligar para o Pavel e entregar o jogo todo, por mais que já esteja quase todo entregado depois do incidente do piano. Ele se abriu com Tsunami e com Kat naquela noite, e ambos discordavam do que ele poderia fazer: De um lado, Katherine dizia que era melhor ele fazer isso quando estivesse ao vivo. E, do outro, Tsunami o mandando não perder tempo.

Jake estava meio alterado, em sua sétima garrafa, e meio melancólico. Talvez fosse se arrepender depois, mas… Ele estava determinado naquele momento, e provavelmente seria complicado de achar outra fonte de determinação para fazer aquilo. Então procurou o mesmo nos contatos e apertou para ligar, colocando na orelha logo em seguida…

E o pânico atacou. O que ele iria falar para o garoto? “Olá, eu gosto de você, só queria dizer isso mesmo. Tchau.”? Ele poderia desligar a ligação e dizer que ligou sem querer, mas já era tarde demais assim que os incontáveis “bips” pararam e ele escutou a voz do garoto.

— Olá. — ele disse normalmente, como se tivesse concentrado em algo naquele momento. Provavelmente no filme. — Poderia falar quem é? Eu não olhei a bina, desculpe.

— Sou eu, Jake. — disse colocando a cerveja de lado.

— Oh, oi Jake! — ele disse alegre, como se tivesse prestando mais atenção naquele momento. — Como está a festa? Aconteceu algo com seus irmãos?

— Tirando o fato de o Kirino ter vomitado nos pés da Irene e o Kidou se declarar o namorado anônimo… Nenhum problema. — disse e Pavel ficou calado, logo sussurrando um “Kidou?”. — Mas eu não liguei para falar disso com você.

— Ah sim, fala. — disse o mesmo, e ele escutou a voz de Tenma chamando o nome do Morozov, que apenas disse que já estava indo.

— É meio complicado. — disse o mesmo. — É a minha primeira vez e eu estou realmente nervoso com tudo isso, admito.

— Você parece estar bêbado após uma cirurgia em que o homem morreu. — disse ao loiro, e o albino tinha dito que estaria aqui há duas horas. — Fala logo, está me deixando curioso.

Jake riu de leve.

— Bem, você sabe que eu sou péssimo com palavras, não? Coisas românticas não são comigo, em muitos e muitos casos, e nem musicais. — disse Jake e Pavel concordou, assim rindo de leve ao lembrar-se dele se perguntando quem era Rihanna em um dos primeiros diálogos de ambos juntos. Aquela risada era algo tão bom para o mesmo… — Você sabia que eu adoro quando você ri? É a única música que eu poderia escutar sem enjoar, mesmo que no final todos sabem que você faz barulho de porco, por isso é sempre vítima de ataques de cócegas.

Jake olhou as pessoas dentro da piscina e Tsunami o chamando:

— Seu sorriso é encantador, gosto daquilo desde que se vimos. Na realidade, não é segredo de ninguém que um Morozov tem seus sorrisos amáveis. — disse o White. — Lembra-se do dia em que fugimos do inspetor no meio do tempo de geografia, já que você se perdeu na escola? Nossa você sorria tanto… E eu acho que foi a coisa que mais gostei naquele momento.

Pavel ficou em silêncio por um tempo, o escutando falar como se tivesse prestando atenção em tudo.

— Eu quero o abraçar, poder sentir seu cheiro mesmo sem se preocupar em ser estranho o puxar para um abraço do nada. Naquele dia do piano, se você soubesse o quanto eu queria te beijar, acho que nunca teria recuado, não importa quem estivesse chegado naquele momento. Acho que deveria ter te puxado e o beijado mesmo com o fato que você recuou, mas… Não tinha coragem. — ele fez uma pausa, vendo Tsunami e Hijikawa saindo da piscina. — Pavel, entende o que eu to tentando dizer?

— A-acho que sim… — ele falou.

— Eu estou querendo dizer que eu gosto de você. Mais do que deveria, admito. — disse Jake, e a sua voz foi ficando mais lenta e devagar. — Mais do que deveria, pois não mereço ter esse sentimento retribuído. Por quê? Porque eu não mereço você, só irei o machucar e…

Retiraram o celular da mão de Jake e o desligou na cara de Pavel, assim colocando na mesa do lado da cadeira. Hijikawa e Tsunami pegaram Jake pelo os dois braços e o jogaram na piscina, depois entraram.

E assim o mesmo, por conta de Tsunami e Hijikawa, esqueceram-se completamente de que tinha ligado. Rapidamente e sem dor, como o adormecer.

***

TENMA

Ele olhou Pavel desligar o telefone e o olhou, colocando a mochila no chão e ajeitando o capuz na cabeça.

— O que ele queria? — perguntou o moreno, abrindo a mochila verde surrada que tinha colocado no chão assim que acharam aquela parede e tirando alguns spray de tinta e o recorte da silhueta do desenho que tinham feito.

O mesmo o olhou por um tempo, meio avoado e colocou o celular no bolso da calça que usava, o olhando e pegando o papel com o recorte.

— Ah… — ele começou. — Ele disse que gostava de mim. E que queria me beijar naquele dia do piano, quer me abraçar, e que gosta do meu riso e do meu sorriso… — Pavel estava abaixando o tom de voz a cada palavra, logo Tenma o imaginou extremamente avermelhado.

— O que? Meu Deus, Pav! Isso é muito bom! — exclamou Tenma surpreso e Pav o mandou calar a boca. — Ok, desculpe.

— Eu sei. Estou assustado, mas sabe… Jake estava bêbado, então não vou criar expectativas. disse o mesmo, pegando uma lata de spray. — Vamos logo colocar a criança pescadora aqui e assinar, precisamos ir para a sua casa logo.

Tenma assentiu. Mesmo que o albino dissesse aquilo, provavelmente já estava pensando no que iria dizer ao White sobre seus sentimentos. O moreno sorriu e abraçou o albino, esperando que o loiro não tenha falado aquilo em vão.

Pav era seu melhor amigo, e até mesmo Tenma sabia que ele era muito puro para aquele mundo.

— Eu vou lhe proteger do mal, ok? — brincou e o Morozov riu, retribuindo o abraço.

— Ok... — eles se separaram. — Vamos logo com isso.

***

KAZEMARU

Ele abriu os olhos de baixo d’água, vendo a morena de cabelos cacheados na frente dele, também de olhos abertos. A piscina poderia estar cheia de gente, mas ele tem certeza absoluta que sentiu como se estivessem apenas eles dois ali. Mesmo que muitos discordem, ele tem que admitir que achasse a garota uma das meninas mais bonitas que estavam na festa, se não a mais. Mesmo com o cloro da piscina fazendo seus olhos arder um pouco, o mesmo não se importava de ficar ali por um tempo vendo aquele rosto gentil segurando o ar.

No entanto, bolhas saíram de sua boca e ela voltou a superfície, e o azulado fez o mesmo.

— Droga. — ela fez bico. — Quero revanche!

— Essa já é a nossa oitava revanche. — disse comentando, passando a mão no cabelo e tendo um enorme infarto ao notar que mergulhou com o cabelo amarrado.

De acordo com um site que leu isso podia ressecar o cabelo, além de criar muitos nós. Ele começou a tirar e a morena o ajudou, rindo da situação… Até que ela perdeu a paciência e arrebentou o prendedor de cabelo do mesmo, o que fez Kazemaru sentir seu coração parando aos poucos ao escutar o barulho de algo arrebentando.

— Você tem mais, Kaze. Para de drama— disse a mesma, se pendurando nas costas dele como uma criança no pai quando está em piscina funda e não sabe nadar.

Ela começou a procurar em volta o seu amado loiro. Terumi tinha a empurrado na piscina, mas aparentemente não tinha entrado o que fez até o azulado, de certa forma, o procurar por algum tempo se preocupando onde diabos ele estava.

— Ei, Tsunami! — exclamou Morgie.

— Fala minha Moana! — ele mandou um beijo para ela, que a fez revirar os olhos.

Ao contrário de Kaze e Morgie, no qual estavam sóbrios por não ter bebido muito, Tsunami exagerou e muito no álcool, e aparentemente até Jake, que estava com ele rindo parecendo despreocupado.

— Onde está o Aphodit? — perguntou.

O de cabelos rosados deu um breve riso e disse que estava lá dentro, ajudando a Fuyuka porque ela tava passando muito mal. Aparentemente, ela foi se deitar no quarto de hóspedes. Morgana saiu das costas de Kaze e o garoto a seguiu até sair da piscina.

Ao contrário da Sivan que estava colocando o vestido por cima do biquíni molhado, o azulado pode escutar o menino moreno dizendo que ele adora briga de mulher em festa, principalmente quando se trata de puxão de cabelo.

Ele olhou para frente, vendo a garota indo na frente para a casa e o garoto apertou o passo, logo a alcançando. Passou a mão no cabelo solto com a toalha que tava jogada em cima de uma das cadeiras e depois a colocou no pescoço, olhando Morgie.

— Espero que a Fuyuka esteja bem. Ela tem cara de ser extremamente fraca com bebida. — disse a mesma, pegando a toalha do pescoço de Kazemaru e começando a tentar secar um pouco de seus cachos negros que o mesmo adorava cutucar e enrolar em seus dedos.

Logo entraram na casa e foram até os quartos sorrindo e conversando sobre coisas aleatórias como o fato de Kidou ser gay, algo que nem Jesus deveria acreditar. Foram quando chegaram na porta do quarto de hóspedes, onde eles escutaram alguns gemidos e...

É impressão minha ou está tocando 50 reais como plano de fundo?

A cara de Morgana ficou pálida, enquanto de Kazemaru estava surpresa e esperando que ambos estivessem pensando errado naquele momento. No entanto, ao escutar coisas indecentes da voz de Aphodit, a morena arregalou os olhos.

— Você acha que... — perguntou Morgana com a voz baixa e falhada.

— Ou o Aphodit bateu o dedo mindinho em algum lugar e a Fuyuka gosta de concordar com ele. — disse Kazemaru e ele segurou a mão da mesma antes de abrir a porta. — Você não precisa ver isso.

— Não. — disse Morgie. — Eu preciso ver isso.

Ela se soltou do garoto de cabelo azul e abriu a porta, acabando por ambos verem algo que eles não queriam acreditar. Fuyuka estava nua e em cima de Aphodit, no qual estava sentado apoiado com os braços atrás deles, igualmente nu. Eles pararam e se tamparam ao ver os dois petrificados na porta.

— Desculpa por ter atrapalhado, queria ver como a Fuyuka estava. Mas... Parece que está melhor, não? — disse Morgana sorrindo.

— Morgana, eu...

— Vai tomar no cu, Afuro Terumi. — ela disse e saiu correndo, batendo a porta e passando direto pelo Kazemaru com certas lágrimas nos olhos.

O mesmo pensou por um tempo, com aquela imagem do rosto de Morgana começando a se encher de lágrimas e algo apareceu dentro dele... Algo que não é bom, e talvez fosse para o inferno se Jesus estivesse o olhando e percebendo todas as palavras inadequadas dirigidas ao loiro traidor.

Assim que Aphodit abriu a porta e o empurrou para sair da frente, ele segurou o braço dele com força e fechou a porta com uma batida, percebendo que Fuyuka ainda estava sem roupa.

— Me larga! — exclamou Aphodit.

Kazemaru sorriu. Já não estava mais com os sentidos bons.

Por conta disso, ele fechou o punho e fez força para trás, o socando no rosto com força que ele nem imaginava que tinha. Por fim, o soltou, fazendo assim o loiro cambalear para trás.

— Soltei. — disse estalando os dedos da mão que socou a cara do mesmo. — Isso é por ter feito a Morgie chorar, seu babaca.  

E então o derrubou no chão, se colocando em cima dele e começando a socar a cara do mesmo. Assim que Fuyuka se vestiu e saiu do quarto, ela gritou e tentou parar, mas acabou levando uma cotovelada na barriga, o que a fez decidir chamar ajuda enquanto gritava. Aphodit tentava parar os socos e inverter as posições, mas nada disso deu certo.

Foi preciso de Fudou, Genda e Dimitri para segurá-lo e terem certeza de que ele não ia partir para cima do mesmo, enquanto Suzuno e Nagumo levantaram e seguraram um frágil loiro que estava com a cara toda machucada dos socos. O azulado se contorcia, tentando se soltar dos três garotos que o seguravam.

— FILHO DA PUTA! — gritou pela a nona vez. — SE VOCÊ CHEGAR PERTO DA MORGANA E A FAZER CHORAR NOVAMENTE, EU JURO QUE ESPANCO TANTO A SUA CARA QUE NEM A RECONSTRUÇÃO FACIAL VAI AJUDAR!

— Parece você comigo. — disse Fudou a Dimitri, que apenas revirou os olhos.

***

KIM

Ela olhava a confusão de longe ao lado de Sakuma, mas logo eles decidiram que era melhor ir até Morgie. Não que ela fosse a melhor em consolos, mas como já tinha acabado a briga depois que seguraram Kazemaru, ela decidiu ir apenas para ver o que rolou mesmo.

Ao chegarem a Morgana, que estava em um balanço que tinha na varanda e que tinha um pequeno vômito em baixo de um jornal na frente, mas não atrapalhava. Ao lado dela, tinha uma Irene de perna de chinês, sem sapatos.

— Olá. — disse Sakuma e a coreana acenou se sentando em uma cadeira perto do balanço, mesmo que a puxando um pouco mais para perto. — O que houve? Aphodit fez algo?

— Morgana ganhou galhada. — disse Irene enquanto Morgie estava encolhida no canto.

— Delicada. — sussurrou Sakuma enquanto Kim riu da direta da albina. — Mas... Porque ele te traiu?

— Talvez ele goste da tábua branquela da Fuyuka. — ao dizer aquilo,o “caolha” arregalou os olhos e soltou um “O que?”.

— Sempre soube que ela era sonsa. — disse Sakuma e Irene concordou com a cabeça. — Era muito gentil demais.

— Toda puta sabe fazer papel de Pavelesado. — disse Kim. — Querem apostar quanto que o Pav deve ser cheio do fogo também? Todo mundo que é muito bonzinho tem um fogo que supera o calor do Brasil esses dias.

— Eu não quero apostar nada. Sai da mesma barriga que aquela coisa. Eu sei como é o tamanho do fogo dele. — disse Irene e a de cabelos roxos caiu na risada.

Ela parou de rir e olhou Morgana e Sakuma se sentando ao lado dela, a puxando para um abraço para consolá-la em silêncio. Logo a albina empurrou o de cabelos negros para sair do meio delas e respirou fundo, fechando os olhos e colocando os pés no chão que deveria estar gelado, mostrando que suas unhas do pé eram limpinhas e provavelmente pintadas de base, ao contrário das da mão, que estavam pintadas de vermelho escuro.

— Repita comigo, Sivan. — disse a albina. — “Eu sou Morgana Sivan.”

A morena hesitou confusa, mas logo fez e repetiu:

— Eu sou Morgana Sivan. — disse.

— “Eu sou filha de um homem que já morou na rua, e no final salvou vidas no Afeganistão.” — disse e a mesma repetiu. — “Eu tenho um cabelo maravilhoso, um corpo impecável e uma personalidade, ao contrário de muitos que habitam esse mundo.”

Kim olhou Sakuma, que deu a mesma encarada enquanto escutava Morgana soluçar de tanto chorar enquanto repetia.

— “Eu mando em treze garotos e cinco garotas no clube de basquete, mesmo sendo baixinha.” — disse a albina abrindo os olhos e olhando Morgie quando ela não repetiu na hora, mas logo continuou quando ela assim o fez. — “Se ele não me valoriza quem vai sair perdendo é ele. Não preciso chorar por alguém que não sabe lidar com o meu poder.”.

Morgana a olhou, engolindo o choro e repetindo. Irene fez sinal que ela poderia parar de esperar a mesma falar algo para a mesma repetir e respirou fundo.

— Repita esse final sempre que você quiser chorar por aquela coisa oxigenada que era o seu namorado. — disse a mesma. — Porque é verdade. Nós, mulheres, já temos que lidar com as pessoas nos olhando na rua e assobiando, ou homens em bar nos olhando como se fossemos o último pedaço de carne no mundo. Temos problemas muito maiores do que um namorado idiota que não valoriza o que nós somos que nos troca por qualquer uma.

Ela fez uma breve pausa e jogou o casaco ao lado de Morgie.

— E, como eu mandei você repetir, não precisamos dar corda a alguém que não sabe lidar com o nosso poder. — disse.

Kim ficou calada por um segundo e sentiu um vento frio passar por eles, que fez balançar os cabelos de Irene. Droga, por que o vento? Seu coração bateu um pouco mais forte e ela se perguntou se tinha ficado bêbada mesmo tendo bebido tão pouco, ao contrário da sua irmã que bebeu quase uma caixa inteira e agora estava jogada na cama do Genda, dormindo como uma pedra.

— Você, por acaso, tem um textinho que pensa todo dia quando quer mostrar uma fraqueza? — perguntou Sakuma.

— Não. — disse seriamente, olhando o da pele bronzeada. — Eu sei que sou linda e maravilhosa, e tenho mais personalidade que muitas pessoas.

— Você é um pouco filha da puta de vez em quando. — disse Kim se lembrando de uma história do passado que tinha escutado em uma conversa entre Ivan e Dimi, quando foi fazer um trabalho junto aos irmãos Morozov e a sua irmã gêmea no meio do ano passado. — Mas a sua personalidade...

— Eu sei, eu sei. Não precisa de discursos fofos.

— Me diz... Você gosta de garotas? — perguntou Kim em um tom de brincadeira e Sakuma analisou aquilo com o canto de olho, mas logo revirou os olhos e encarou Morgie, que tinha parado de chorar e prestava atenção na conversa.

Antes que Irene pudesse responder, eles escutaram alguém os chamando enquanto se aproximava lentamente.

— Então... — eles viram Yuri aparecer na luz da lua, já que aquela parte da casa estava apagada. — Cadê o Nikolai?

Kim pensou um pouco junto a todos, que apenas piscaram os olhos.

— Bora, gente! — ele disse. — O corpo dele não reage como o nosso para bebidas, ele é muito fraco e pode até entrar em coma alcoólico.

— O QUE? — exclamaram Kim e Morgie ao mesmo tempo.

— Meu Deus... Acho que o Genda estava certo sobre ser melhor vermos Moana a dar uma festa. — comentou Sakuma baixinho.

— Isso vai dar uma ressaca de consequências.

***

KATHERINE

A mesma sorriu e saiu da piscina ao mesmo tempo em que Niko. Ela tinha ficado vazia de um minuto para o outro, provavelmente por conta da confusão que deu dentro da casa em que eles estavam. No entanto, ela não quis se envolver... Não agora. Estava com preguiça.

O azulado riu e ficou ao lado da mesma na borda da piscina, mexendo levemente as pernas. Ele sorria levemente o que era meio estranho para alguém que tinha acabado de presenciar um garoto se declarar para alguém que gostava.

— Sobre o Jake e o Pav... — ela começou e Nikolai riu.

— Eu decidi não me meter na vida deles, então estou de boas. — disse sorrindo. —Enfim,  e você, gosta de alguém?

Katherine pensou um pouco e negou. Não gostava de Niko, apenas o achava bonito.

— Nem acha ninguém bonito? — perguntou. — Tipo... Eu?

Kat travou e se lembrou do episódio do banheiro, no qual as garotas repararam que os meninos podiam escutar a conversa delas e vice-versa. Ela mordeu o lábio e o empurrou de leve, sorrindo meio envergonhada.

— Não precisa se envergonhar, eu sei que sou lindo.

— Russos. — resmungou de brincadeira. — É de nacionalidade ser narcisista?

— Acredite, eu sou tudo menos narcisista. — ele disse calmamente. — Então... Eu também a acho bonita. Afinal, você é bonita.

Ele piscou os olhos muitas vezes que fez até a loira estranhar, porém não disse nada. O mesmo foi chegando mais perto da mesma, o que a fez se afastar um pouco. No entanto, ele fechou os olhos e Kat, sem notar, o deixou chegar mais perto... E mais perto...

Até que os lábios de ambos se tocaram.


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Notas finais do capítulo

...E O RESTO VAMOS VER EM "A ressaca de consequências". #apanhamtopeloofinal
Eu tive q tirar umas cenas pra deixar plot pra outros caps e tal, por isso nn são todos os persos q aparecem nesse cap. Se nn me engano, uma cena YasDimi foi cortada e uma da Zakuro tbm, mas elas vão ser lembradas no próximo cap (pelo menos a da Zakuro, pq acho q vai ter outra cena YasDimi, enton)...
E pra quem ta curioso sobre um detalhe: Não gente, nn rolou uma pegação marota entre a Hasuike, Nagumo e Lori. Rolou um babado fortíssimo, mas como disse: Vamos economizar nos plots. -q
E ai né... Mtas coisas pra processar: Kirino vomitando na Irene, Jake ligando pro Pav, Claudine encontrando a Hasuike Ran (já virou até OC, gente. Amei essa guria, e nem era para ela ter destaque e ceninha assim, mas ok, vai ter sim e quem reclamar ela fica ainda com o Fudou #apanhamto), Morgie sendo cornuda, Kim crushando a Irene (tadinha hahahahha), Allen dizendo q quer distribuir, primeira ceninha do Kidou e do Yuri (e sim, vai aprofundar a coisa deles no decorrer da história), Kazemaru lutador de MMA, Irene consolando a Morgana e filosofando... Psé, é a vida.
Se bem q eu to cheia de ideia, então nem precisava, mas ok... #apanhamtomasévdd
E...´É isso.
tumblr da fic: http://weare-just-humans.tumblr.com/

Em breve colocarei uma cena do próximo cap q eu já tenho feita, hehehe...
E o próximo.. So sai no próximo mês, pq agr vou me focar em atualizar duas vezes PFSI (ou uma). ♥
XOXO



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