In The Rain escrita por Charlotte Maddison


Capítulo 2
A Lua


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii!!! Nossa vocês não tem ideia do quanto fiquei feliz com os comentarios. Serio gente, obrigada ♥ ♥ Vocês são uns amores.
Espero que gostem do capitulo.
ps: desculpa pelo titulo não sou muito boa nesse assunto.



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O sol começava a se pôr, dando vários tons de prata ao céu nublado. Receosos os dedos de Adrien envolveram a maçaneta da porta principal da mansão Agreste. Instantaneamente o loiro sentiu vontade de fugir novamente, porem permaneceu, não adiantaria fugir do inevitável. A vida provavelmente faria ele se encontrar com o seu pai, sendo em casa ou não. Respirando fundo, ele adentrou no lugar onde morava. Pequenos tremores percorreram seu corpo, o medo estava o consumindo mais uma vez. O barulho da grande porta sendo fechada ecoou pelo enorme ambiente. Tudo era tão grande, mas tão vazio. Adrien escutou passos apressados se aproximando, logo os reconheceu, era Nathalie. A secretária rapidamente apareceu no campo de visão do rapaz, e assim que a mulher lhe viu soltou um suspiro. Seus olhos transmitiam o alivio que ela nunca diria em palavras.

—Adrien... Acho melhor você ver seu pai...

Ele abaixou a cabeça e assentiu. Sentia-se derrotado, totalmente indefeso. Começou a subir as escadas em direção ao escritório do pai. Havia um nó em sua garganta e suor em suas mãos, o modo como o seu corpo estava reagindo àquela situação demonstrava o quanto temia o pai. Nathalie o seguia sem falar nada, nem ao menos um sorriso ela havia lhe dado.

Em poucos segundos o loiro estava de frente à porta que separava ele de seu pai. Três batidas e uma voz falando “pode entrar”. A porta foi aberta e o loiro entrou encolhido no local de tons frios, não tão frios quanto o homem que estava ali. A porta foi fechada e o silencio tomou conta do local.

Gabriel Agreste se encontrava sentado em uma cadeira luxuosa e a sua frente havia uma enorme mesa muito bem organizada. Seu semblante estava sério e indiferente. Adrien não o encarou e nem disse nada. Apenas permaneceu perto da porta com as mãos no bolso e a cabeça baixa. Gabriel pigarreou e sua voz saiu calma, uma coisa que Adrien não esperava.

—O que você pensou quando resolveu fugir naquele carro?

Adrien fechou os olhos e preparou-se para responder. Será que finalmente o seu pai queria saber como ele se sentia naquele mundo? Aquilo era tão esquisito, mas deixou de ser assim que Gabriel berrou com uma voz carregada de raiva.

—Provavelmente, NADA!- Ele continuou a gritar- Em nada! Você pensou em nada!

Adrien se encolheu. As mãos de Gabriel bateram fortemente na mesa e ele se levantou.

—Será que você não vê? Quando você faz algo, esse algo me atinge diretamente. Então trate de se controlar. Você não é mais um adolescente imaturo!

Uma palavra, isso foi o suficiente para despertar algo no peito de Adrien. Coragem, o sentimento que sempre lhe faltou por todos esses anos, agora começava a se remexer dentro dele.

—Controle? Como posso me controlar? Nunca tive controle sobre a minha vida!

 Suas palavras saíram quase que irônicas. Os olhos verdes encontraram os azuis. Eles se encararam. O homem estava imóvel diante da resposta do rapaz. Porem tratou de se manter firme, aquilo era uma afronta.

—Não fale desta maneira comigo, Adrien! Eu sou seu pai e faço o que é melhor para você.

—Um pai não priva um filho de ir à escola, fazer amigo ou sair de casa. Um pai não enche um filho de afazeres para que os outros o achem perfeito. Ele não faz o filho posar para a empresa onde trabalha somente para conseguir mais fama. Um pai não controla a vida de um filho como se ele fosse um brinquedinho.  Anos atrás eu fazia tudo isso somente por achar que assim eu conseguiria ficar mais próximo do senhor, mas me enganei. O senhor continua a me tratar de uma forma fria e indiferente, como se eu fosse uma pessoa insignificante. Eu nunca quis ser um filho desobediente, muito menos rebelde. Mas eu cansei! Eu cansei de tudo isso!

Adrien falou tudo de uma vez, mas ainda tinha muito mais a dizer. Seu coração batia acelerado, ele sentia a audácia do que havia feito. Seu pai odiava ser enfrentado.

—JA CHEGA, ADRIEN!- Adrien olhou nos olhos do pai e se arrependeu profundamente por ter feito isto. O olhar de Gabriel era assustador. Adrien se lembrava de ter visto aquele olhar somente uma vez, a lembrança era terrível. - Vá para o seu quarto e não sai de lá ate segundas ordens.

O homem voltou a se sentar, seu tom de voz estava frio. Adrien encarava o chão enquanto lembranças terríveis invadiam sua mente. Ele não conseguia falar nada, então simplesmente assentiu e saiu. Não voltaria a discutir com o pai tão cedo, não enquanto a sua coragem estivesse escondida.

Caminhando em direção ao quarto lentamente e com a cabeça nas nuvens nem percebeu a presença da mulher que praticamente corria ao seu encontro. Pouco antes de entrar em seu quarto Adrien sente dedos segurando seu braço e se vira momentaneamente. Nathalie o olha nos olho e diz:

—Por favor, nunca mais faça isso, Adrien.

A voz dela transparecia compaixão. Adrien sorriu. Não esperava que essas palavras saíssem da boca de Nathalie, mas estava feliz em saber que alguém havia se preocupado com ele.

A noite chegou rapidamente. O céu noturno estava cheio de nuvens densas, mas que não cobriam a lua crescente. Adrien a observava. Apoiado no beiral da varanda com os ventos frios a balançar seus cabelos loiros, ele se comparava ao satélite. Todos viam apenas sua parte perfeita e famosa, ninguém via sua parte solitária e tímida. Ele olhou para um ponto qualquer e as lembranças daquele dia corrido, começaram a passar em sua mente. Desde o ato de impulsividade ate o arrependimento.do arrependimento ate a moça de cabelos azulados. Ele parou um pouco e sorriu. Ela não havia o reconhecido, o que era algo raro. Ela o fez sentir-se normal, ate um sorriso verdadeiro ela havia conseguido tirar dele. Ele queria ter podido agradecer a ela por deixá-lo esquecer de seus problemas por alguns segundos. As lembranças continuaram a passar por sua mente e pararam no olhar do pai. Calafrios percorreram seu corpo. Ele não queria lembrar-se do passado, na verdade ele queria esquecer aquela lembrança horrível. Seu olhar foi para a lua, diretamente para o seu lado escuro.

 Em seu passado havia um segredo que era tão escuro quanto o lado oculto da lua.

 


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Notas finais do capítulo

Eu postarei (tentarei, pelo menos) toda quinta-feira. Mas se eu estiver muito inspirada postarei antes.
Ate o proximo capitulo
Bjs da Charlotte♥



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