Twin Beach escrita por Metal_Will


Capítulo 56
Capítulo 56




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Capítulo 56 - O Novo Emprego de Raquel

- Mas, vovô... - Raquel parecia estar pedindo alguma coisa para seu avô, Senhor Bacamarte, também conhecido como inimigo de infância do seu Joaquim.

- Mas isso não é necessário, Raquel - ele respondia, enquanto arrumava coisas na cozinha - Você devia se concentrar nos seus estudos. Sua mãe está pagando suas despesas, não está?

- Eu sei, mas...eu queria ser mais independente - ela diz. Parece que Raquel estava querendo trabalhar para ganhar um dinheiro extra. A garota se espelhava em Mariana e Thiago, que desde cedo já batalhavam seu dinheiro.

- Trabalhar toma muito tempo. Se eu tivesse sua oportunidade, também só estudava

- Ah, vovô...o senhor sempre se virou sozinho. É muito ruim depender dos próprios pais

- Entendo...mas mesmo que eu fosse te aceitar...aqui já tem muita gente

- Senhor Bacamarte..pedido de porção para a mesa 1! - já dizia um garçom chegando correndo ali.

- Já tá saindo! - ele responde - Viu, Raquel? Estou sem orçamento para contratar mais alguém aqui

- Hmmm...tá bom - ela sai dali, meio chateada. Mais tarde, ela passa no quiosque Twin, buscando uma segunda chance de emprego.

- Trabalhar aqui? - diz Thiago, enquanto servia outra mesa - Você quer mesmo?

- Sim - a ruivinha responde, com um sorriso - Preciso de um bico, pelo menos para não depender tanto dos meus pais

- Eu te entendo - diz Mariana, que também estava ali ouvindo a conversa, enquanto anotava outro pedido - Depender de paitrocínio é um saco

- Não é? Será que o tio Natan não tem nada pra mim aí?

- Olha, sinceramente eu não sei - responde Mariana - Melhor falar direto com ele

- Ele deve estar preparando alguma coisa na cozinha. Pode entrar lá se quiser - diz Renata, enquanto varria o chão.

- Ah, legal! Obrigada, gente! - ela fica toda feliz

- É uma menina esforçada, né? - Mariana comenta com Thiago - Ela merece se dar bem na vida

- Muito esforçada - balbucia Thiago - Se ela trabalhar aqui..também vai poder usar um uniforme, né? - ele começa a imaginar Raquel usando o uniforme vermelho. Ficaria uma gracinha.

- Tá pensando no quê? - ela estranha - Eu conheço essa cara de bobo

- Não, não. Não tô pensando em nada - ele responde, todo vermelho

- Sua cara te condena! Não vai ter uma recaída, heim?

- Imagina, amor. Eu só tenho olhos pra você! - ele abraça Mariana, que ainda não confiava plenamente no autocontrole do namorado.

Enquanto isso, Raquel entra na cozinha, que, obviamente, estava uma bagunça só.

- Err...com licença, senhor Natan? - ela diz, batendo na porta.

- Ah, Raquel! Como vai? Pode entrar...estou meio atrapalhado aqui, mas pode falar

- Sabe o que é...estou precisando de um bico...o senhor não precisa de mais alguém para ajudar aqui?

- Se preciso? Olha...não seria má ideia

- Sério? Que ótimo!

- O problema...é sobre seu salário

- Hã?

- Sim...o orçamento desse quiosque não dá pra contratar muita gente...só contratar o Thiago já foi um aperto

- Sério? Que chato

- Claro que se quiser ajudar aqui seria muito bem-vinda...mas não vou poder te pagar

- É que eu realmente queria ganhar alguma coisa...

- Desculpe, Raquel - ele falava, enquanto andava de um lado para o outro, vendo a altura do fogo, colocando temperos, cortando legumes - Infelizmente, eu não posso te ajudar

- Entendo...de qualquer forma, obrigada - ela sai um pouco chateada, enquanto Tio Natan corria para abaixar o fogo da panela.

- E então? - pergunta Mariana, assim que Raquel sai da cozinha.

- Bem, ele disse que não tem orçamento para pagar mais um funcionário. Foi a mesma coisa que o meu avô disse - Raquel responde, não muito animada.

- Ah, que chato - diz Renata - Mas seria legal você ajudar a gente aqui...mesmo que não recebesse. Faria companhia pra gente

- Eu sei, mas a minha prioridade era mesmo ser mais independente financeiramente. Sem contar que eu preciso estudar.

- Ela tá certa, Renata. Se é para não receber nada, é melhor se dedicar aos estudos

- Mas valeu mesmo assim. Falando nisso, preciso rever algumas matérias. A coisa já tá começando, né?

- Tá bom, Raquel. Até mais - se despede Renata

- Tchau - Thiago também se despede - É uma pena mesmo...seria legal ela trabalhando aqui - ele comenta, após vê-la saindo.

- Está muito animadinho com essa ideia para o meu gosto, senhor Thiago! - critica Mariana - Para de lamentar e volta pro trabalho!

- Tô voltando, amor. Calma

- É...vocês dois se dão bem mesmo - comenta Renata.

Enquanto isso, Raquel andava pela calçada da praia meio chateada por não ter conseguido nada. Talvez fosse melhor se dedicar aos estudos mesmo. Sem contar que ela não tinha experiência nenhuma. Sua única salvação seria encontrar um lugar que acabara de abrir e precisasse de gente sem experiência. E ela mal pensa nisso e um panfleto vem voando na sua cara.

- Ai, o que é isso? - ela reclama, mas lê o papel. "Quiosque Katana. Grande inaguração essa sexta!"

"Quiosque Katana?", ela pensa, "Inauguração? Será que eles..."

Ela olha adiante e, de fato, vê um quiosque com a placa Katana e com alguns ideogramas japoneses. Seria um tipo de restaurante oriental? A garota não tinha nada a perder, tinha? Ela se aproxima do local, meio tímida, com passos lentos. Parecia vazio e sme ninguém. Claro...ainda não tinha inaugurado. Mas se iriam inaugurar, quem sabe eles não teriam uma vaga para ela? Não custava nada tentar. Ela chega mais perto, procura alguém no balcão, mas não havia ninguém. Raquel ainda olha para os lados, distraída, mas estava vazio. Ela tenta olhar para o fundo, quando, do nada, alguém fala por trás dela.

- Boa tarde!

- Aaahhh! - a garota se assusta - Que susto!

- Se assustou, é? É porque estava fazendo algo suspeito, não é? - diz a figura. Era uma garota não muito alta, oriental, cabelos até o ombro e de óculos. Vestia um avental com o logotipo do quiosque, uma camiseta de alcinha, jeans e sapatos roxos.

- Não, não. Não sou suspeita

- Não? Então porque veio aqui? O quiosque só abre na sexta - ela falava de forma reprovadora, mas ainda sorria. Parecia estar brincando. Ou não.

- Eu sei...foi por isso que vim aqui

- Veio sem ele estar aberto? Como assim?

- É que...eu estou procurando trabalho!

- Trabalho? Sério?

- Sério

- Puxa. Que coincidência. Também estamos procurando pessoas para nos ajudar

- Estão? Que ótimo! Eu preciso muito de um bico

- Claro. Ainda nem colocamos o anúncio direito. Só preciso avisar a Kátia. Kátia!!!

 Ela chama uma outra garota. Também era oriental, mas parecia um pouco mais séria. Usava um rabo de cavalo e tinha um corpo bem curvilíneo, o que não era muito comum, pelo menos para as japonesas que Raquel tinha visto na vida.

- O que houve, Kate? - pergunta a mais séria - Por que tanta gritaria?

- Encontramos uma nova garçonete! - Kate sorria - Nem precisamos procurar muito, né, maninha?

- Ah, então vocês são irmãs?

- Isso. Meu nome é Kate Himura e ela é Katia Himura. Resolvemos abrir um quiosque de comida japonesa na praia

- Comida japonesa na praia? Será que vai dar certo?

- Você é formada em administração ou algo relacionado à empreendimentos? - pergunta Katia

Raquel faz que não com a cabeça, meio nervosa

- Então não questione nosso investimento - ela responde, sem esboçar nenhum sorriso - Se quer trabalhar aqui, é melhor não dar muito palpite!

- Ah, desculpe - Raquel fica nervosa - N-Não vou fazer mais isso

- Err...qual é o seu nome? - pergunta Kate, a mais simpática

- Raquel

- Então, Raquel...você tem algum currículo?

- Estou meio desprevenida, mas posso trazer daqui a pouco e...

- Não precisa. Preencha essa folha aqui - diz Katia - Precisamos estar preparadas para tudo...até para candidatos a emprego que não tenham currículo.

Raquel preenche a folha com nome, dados cadastrais, formação e objetivos profissionais. Katia analisa na hora.

- Hmmm...acho que podemos contratá-la - diz a irmã mais antipática.

- Mesmo? - Raquel fica toda contente - Que bom! Preciso muito de um bico

- Sim. Se é aluna da Universidade local, deve ser boa. E sua pretensão salarial é de acordo com nosso orçamento...e sue horário combina com o nossa, já que só abrimos depois do almoço mesmo. O único problema é que você não tem experiência, não é? - pergunta Katia

- É...esse é o meu primeiro emprego

- Não se preocupe - diz Kate - Com nosso treinamento, você vai se sair bem

- Ai...eu posso trabalhar aqui mesmo?

- Falamos que sim, não falamos? - repreende Katia - Abra mais os ouvidos

- T-Tá - Raquel se desculpa de novo. Kate a acompanha até a saída.

- Desculpe a minha irmã mais velha...ela pode ser meio brava, mas é uma boa pessoa

- Aposto que sim

- Então...venha aqui amanhã à tarde para começarmos seu treinamento - diz Kate - Mas esteja preparada

- Pode apostar que sim!

Enquanto isso, tio Natan dá um grito lá da cozinha.

- Tio? O que houve? - estranha Mariana - Cortou o dedo?

- Antes fosse....foi um golpe terrível!

- Golpe? - pergunta Thiago. Tio Natan mostra um panfleto para eles.

- Quiosque Katana? - lê Thiago - O que é isso?

- É um quiosque novo que abriram bem do lado do nosso! - ele responde - Isso é péssimo!

- Péssimo? Mas parece um quiosque de comida japonesa...nós servimos frutos do mar e porções simples...não chega a ser uma concorrência, chega? - pergunta Renata

- Claro que é! Todo mundo gosta de comida japonesa! Estamos arruinados! O que mais falta para piorar?

Nisso, Raquel chega toda animada para dar a última notícia aos amigos.

- Gente! Gente! Vocês não vão acreditar! Eu fui contratada pelo Quiosque Katana!

Tio Natan só consegue chorar de desespero. Então...eles tinham uma colega ao lado do inimigo? E agora?


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo...mais detalhes sobre as irmãs Himura e mais confusões para essa turma. (nossa, pareço o narrador da Sessão da Tarde o.O)



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