Twin Beach escrita por Metal_Will


Capítulo 4
Capítulo 04


Notas iniciais do capítulo

Desculpem. No capítulo anterior troquei alguns nomes...seu Joaquim virou seu Juca...dona Joana virou dona Jurema, mas, enfim, eu já arrumei. Nesse cap os nomes estão normais

PS: Isso que dá escrever com sono ¬¬



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/68823/chapter/4

Capítulo 04 - Primeiro Dia de Trabalho

    Aparentemente, Thiago consegue dormir bem em sua primeira noite na Pensão do seu Joaquim. Tudo parecia calmo e tranquilo, até o rapaz perceber que sua cama não estava do mesmo jeito da noite.

    - Hã? O QUE É ISSO?!! - ele grita, assustado.

    - O que é isso o que? - diz Stephany, que aparece do nada no quarto de Thiago, como se estivesse do lado de fora, esperando esse momento (e, de fato, era o que ela estava fazendo)

    - Minha cama...o que aconteceu com ela?

    De fato, os lençóis de Thiago estavam totalmente molhados. Será que alguém havia molhado a cama dele no meio da noite?

    - Como assim? Nossa! - grita Stephany, fingindo surpresa - Thiago! Você ainda faz xixi na cama?

    - QUE?! - ele grita - R-Repete isso, sua...onde já se viu? Na minha idade, fazendo xixi na cama?

    - Bem, pelo menos é o que parece - diz a ruivinha, tirando altas fotos no celular daquela cena. Isso incluia o pijama de estampas de bolinhas smile que Thiago vestia.

    - Seu pijama...é bem legal, né?

    Thiago fica vermelho

    - F-Foi presente da minha vó, tá legal? - reclama Thiago, já nervoso logo de manhã - Vou fazer a desfeita de não usar?

    - Calma. Não tô falando nada

    - Sei

    - O que está havendo aqui? - chega Mariana, uma das gêmeas, ainda sonolenta e esfregando os olhos - Logo de manhã e vocês já estão fazendo bagunça?

    - Foi o Thiago, Mari! Ele fez xixi na cama

    - Xixi...na cama? - repete a loirinha, não acreditando no que ouviu.

    - M-Mentira! Armaram para mim! Foi você, não é? Só pode

    - Eu? E que provas você tem?

    Mariana mexe no bolso do shortinho de Stephany e tira um mini frasco de água.

    - Foi isso aqui?

    - Aaaah, Mari. Estragou tudo - lamenta Stephany

    - Eu sabia! Você quer me desmoralizar mesmo, não é?

    Stefany só mostra a língua, para maior raiva de Thiago. Nisso, seu Joaquim, que também não conseguia dormir com a bagunça, vem ver o que estava acontecendo.

    - Que bagunça é essa, logo de manhã, heim? - bronqueia seu Joaquim

    - S-Seu Joaquim? - gagueja Thiago - Olha só o que a sua neta fez

    - Fez o que?

    O rabugento ancião olha para a cama de Thiago e só consegue achar uma conclusão

    - Ora, essa...onde já se viu? Um marmanjão na sua idade fazendo xixi na cama? É você que vai lavar essas cobertas, tá me ouvindo?

    - Mas eu

    - Não tem mas, nem meio mas...é você que vai lavar, viu, ô? Ô?

    - Thiago? - completa Mariana

    - Que Thiago? - seu Joaquim pergunta

    - Esse Thiago! - diz Stephany apontando para o pobre garoto

    - É. E ainda não me pagou o aluguel, né?

    - Mas...eu ainda nem comecei a trabalhar e...

    - Trabalho? Nem me falem em trabalho! - diz outra voz conhecida, dessa vez da outrora debilitada Dra. Fabíola

    - Hã? Você é...

    Sequer parecia a pessoa que Thiago conheceu no dia anterior. Ela estava totalmente arrumada, num uniforme branco, banho tomado, cabelo penteado, carregando uma maleta e com uma aparência bem madura. Realmente uma médica. Era uma mulher atraente e aquele uniforme dava bastante destaque à silhueta dela. Thiago imagina, por alguns segundos, como ela deveria ficar com roupa de enfermeira, mas a fala dela quebra o transe na hora.

    - Nossa. Tô super atrasada! Mal tomei café! - ela reclama, entrando no quarto para pegar alguma coisa - Tem um papel importante que eu preciso levar para o posto de saúde...cadê...cadê

    - Papel? Aqui?

    - Achei

    - O que é isso? - pergunta Thiago

    - É um atestado de óbito que eu preciso assinar

    - Atestado...de óbito?

    - Mas não se preocupa, foi mais morte por velhice do que outra coisa

    - Não é isso. Tô pensando em como você deixa um documento tão importante jogado num quarto que nem é seu!

    - É mesmo, né? Nem lembro como veio parar aqui

    "Ela devia estar bêbada", pensa Thiago, "Tudo bem. Eu me acostumo"

    - E não muda de assunto, não, ô.. - grita seu Joaquim

    - Thiago! - diz o próprio, já sem muita paciência

    - É! Que seja! Vai lavar essas cobertas. Seu....seu mijão

    - Mijão? - repete a médica, sem conter a risada - Por que?

    - Você não viu? Olha o que ele fez na cama?

    Thiago mal podia esconder sua vergonha. Mas o pior ainda estava por vir

    - Ah, isso...relaxe, é comum acontecer esse tipo de coisa. Quando você produz mais espermatozóides do que precisa, ocorre isso que chamam de polução noturna.

    - QUE?! - Thiago fica ainda mais envergonhado. Mariana também não fica muito com cara de quem gostou da comparação. Já Stephany estava adorando a situação.

    - É. Polução noturna. Você pode evitar isso se liberar os espermatozóides de vez em quando. Você sabe, quando você...

    - Shhh! Fabíola! Não tá vendo que tem criança aqui? - bronqueia Mariana, tapando os ouvidos de Stephany

    - Bah, ela não tá falando nada que eu já não tenha estudado - retruca Stephany - Eu sou da nova geração!

    "Essa pirralha", pensa Thiago, já com raiva

    - Bom, chega de bobagem! Deixa eu ir trabalhar que eu ganho mais! Tchau!

    Fabíola vai embora. Thiago também se dá conta da situação.

    - Caraca! Eu também tenho que trabalhar! Vocês me dão licença? Preciso me trocar

    - Ah, sim. Claro - diz Mariana, de forma madura - Vamos gente

    Não demora muito para Thiago devorar todo o seu café e sair correndo para o trabalho

    - Vou nessa! Ainda preciso achar o tal quiosque

    - Não quer esperar a gente? - pergunta Mariana - Eu também tenho que ir junto com a Renata. A gente pode ir junto

    - Tudo bem. Eu me viro sozinho. A Dona Joana me falou o ônibus que passa lá. Tchau

    Thiago sai às pressas da casa. Dona Joana admira a atitude dele

    - Menino de fibra, heim? Trabalhador

    - Espero que sim - comenta Mariana, não muito animada

    - O que você achou dele?

    - Ué, normal! O que mais eu vou achar? - retruca a loirinha, já querendo mudar de assunto o quanto antes - E a Renata? Não acorda nunca?

    - Você sabe que ela tem certa dificuldade para acordar, né?

    - Se sei...vivo há 18 anos com aquela criatura

    - Uaaaaah!!! - boceja Renata, que chegava, ainda vestindo sua leve camisola rosa. Thiago não estava lá, mas com certeza ele ficaria paralisado com a transparência da roupa da moça.

    - Você ainda tá de camisola, menina? - reclama dona Joana - Não vai trabalhar hoje?

    - Vou - responde Renata, ainda com sono - Mas vou tomar café primeiro. Cadê o Thiago?

    - Já foi trabalhar - responde Stephany, tomando o leite que sobrou do cereal direto da tigela

    - Ele sabe onde é o quiosque dele?

    - Saber, não sabe...mas a dona Joana disse que deu o número do ônibus para ele

    - Na verdade eu também não lembrava muito bem dos ônibus que passam na praia...até a Stephany me lembrar do número 6

    - Número 6?! - dizem as duas gêmeas, em coro (Renata até acorda depois dessa)

    Uma hora e meia depois, Thiago chega na praia e se depara com o quiosque que tanto falava. Era ali, não era? Quiosque Twin...só podia ser ali. Uma hora e meia? Por que o ônibus demorou tanto? Ele se aproxima do local e vê um homem de cabelos não muito curtos, alto, olhos claros, barba por fazer, um chapéu pequeno (daqueles de praia), camisa floral e bermuda. Thiago vestia também uma camisa normal e calça jeans.

     - No que posso ajudar? - diz o cara

     - Procuro pelo seu Natan

     - Natan...sou eu. Sobre o que seria?

     - Eu disse que vinha para um teste para ser garçom desse Quiosque

     - Ah, então é você que me ligou outro dia! Como você se chama mesmo?

     - Thiago! - ele responde, admirado do quanto as pessoas esquecem fácil dos nomes ali.

     - Ah, Thiago - repete o figura - Era esse o nome mesmo. Não era para você ter chegado há uma hora atrás?

     - Bem, tive um probleminha e...

     - Tudo bem. A gente entende. Ei, meninas, venham aqui!

     "Meninas?", pensa Thiago, "Já gostei...será que elas trabalham de biquininho? Ai, meu Deus, só de imaginar"

      Mas as meninas já eram figuras conhecidas do rapaz.

      - Hã? Vocês?

      - VOCÊ?! - grita Mariana, espantada

     Eram as gêmeas Raposo. Estavam com uma camisetinha vermelha minúscula com o logo do Quiosque, uma canga estampada, chinelos havaianas e um tipo de flor no cabelo. Bonitas, digamos assim, a ponto de deixar Thiago paralisado por alguns instantes.

      - Thiago! - exclama Renata - Então no fim você vai ficar no mesmo quiosque da gente?

     - Mas...como...mas como vocês chegaram tão rápido? Aquele ônibus demora tanto que..

     - Na verdade, a dona Joana te falou o número do ônibus que dá mais voltas para chegar na praia

     - Tem um que vem para cá em 10 minutos

      - Acho que a Stephany se confundiu quando disse o número para a dona Joana - comenta Renata, inocentemente.

     "Stephany", pensa Thiago, já deduzindo o motivo de tudo.

     - Oh! Droga! Mas tudo bem...agora...eu não tinha a menor ideia de que iria trabalhar no mesmo quiosque de vocês.

     - Nem pelo nome? - questiona Mariana

     Thiago olha para cima e vê "Quiosque Twin". Twin, gêmea...é...fazia sentido.

     - Gêmea...em homenagem as meninas aqui - explica Natan, abraçando as duas meninas - São minhas sobrinhas preferidas!

     - Somos as únicas, tio - reclama Mariana

     - Pois é, né? Mas são minhas preferidas. Hahuha

     - Hã? Ele é tio de vocês?

     - Sim. É o irmão do nosso pai, o tio Natan.

     - Mas mesmo assim vocês moram na pensão ao invés de morar com o tio de vocês?

     - Bem...

     - É que a minha casa é meio perigosa - justifica Natan - Um apartamento minúsculo com lixo e bagunça para todos os lados não é muito amigável

     - Entendo - concorda Thiago, pensando na bagunça que deve ser a casa dele

     - Sabe como é...me separei há pouco tempo

     - Sei...

     - Então, chega de papo. Meninas, expliquem o serviço para ele, sim?

     - Tá

     Renata começa a explicar os básicos sobre o quiosque, enquanto Mariana, mais retraída, apenas ouvia e fazia um outro comentário. No fim, Thiago parecia ter entendido tudo perfeitamente bem

     - Beleza. Posso começar agora

     - Bom ver que você está disposto! - comenta Renata

     - Que coisa! Por que não contaram antes sobre o quiosque? Teria evitado toda essa confusão!

     - Pois é...mas aconteceram tantas coisas. A gente mal teve tempo de conversar, né? - diz Renata, sorridente

     - E nem vamos ter agora - diz Mariana, se levantando - Os clientes estão vindo!

     Começou o batente. Thiago se arrepende de ter ido ao quiosque com uma calça jeans tão grande. Simplesmente havia pego a roupa de sempre e estava tão ansioso que nem se tocou de que iria trabalhar numa praia e precisaria de roupas mais leves. Mesmo assim, conseguiu se dar bem no primeiro dia de trabalho. Atendia clientes, anotava pedidos, entregava nas mesas. Além de administrador, Natan também era o cara que cuidava de todos os alimentos. As gêmeas, além de garçonetes, eram muito úteis na parte contável. Mariana, em especial, era muito boa com números. Não era de se admirar que tirou o primeiro lugar no vestibular.

Apesar de ainda estar meio sem-jeito, Thiago consegue se comunicar bem e trabalhar bem. Ganhou até a simpatia de alguns clientes.

      - Ei, chega aí - diz um dos clientes, um cara de cabelos castanhos e não muito alto - Você sabe diferenciar as garçonetes?

      - Bom...de longe é difícil dizer quem é Mariana e quem é Renata. São iguaizinhas

      - Não, nem tanto...tem um jeito fácil de saber quem é quem

      - Sério?

     Que jeito será esse?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Twin Beach" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.