Corações Feridos escrita por Tais Oliveira


Capítulo 38
Meu eu em você


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde!!! ♥ Genteeee o Robin vai voltar na sexta temporada! E eu to como??? Cheia de trimilique aqui hehehe não consigo nem respirar, eu crente que iria surpreender vocês com a postagem desse capítulo nesse horário, e descubro que ele vai voltar, eu to caída no chão! rsrsrs :) Espero que agora ele seja valorizado :D
Eu não consigo escrever mais nada aqui, então deixo meus comunicados para a página...

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Esse capítulo foi um dos mais aguardados, depois de "Promessas Evasivas".

Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=gCadlN8fexk

Boa leitura! ♥



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Storybrooke – 1986

 

 Robin, tentava de todas as formas tranquilizar sua irmã que chorava estridentemente. Os gritos da discussão de seus pais se perpetuavam pelo ambiente.

Todavia, tornava-se cada vez mais difícil de controlar a irmã. O próprio, já estava aturdido o suficiente.

Sua mãe, proferia palavras dolorosas, em meio ao pranto.

“Você não pode me deixar! Eu te amo! Nós temos dois filhos...”

A porta bateu abruptamente. O silêncio, sobressaltou.

 Minutos depois, Emma adormeceu. Robin, foi até sua mãe, que estava sentada no chão escorada na porta. As íris azuis de Elizabeth, exalavam dor.

—Mamãe o que está acontecendo?

—Seu pai nos abandonou filho.

—Mas, eu pensei que ele amasse agente.

—Infelizmente, o amor não é suficiente para alguns, enquanto existir a ambição.

Cabisbaixo, Robin conclui.

—Se amar alguém causa tanto sofrimento, eu não quero sentir isso por ninguém.

Elizabeth, acariciava o rosto do filho ao proferir:

—Em tempo algum, deixe de acreditar nesse sentimento Robin. Nos relacionamentos, existem os que causam o amor, outros a dor. Nunca entregue seu coração pela metade. Não siga o exemplo de seu pai, e jamais abandone seus filhos.



                                                         ***

 

Nova York – 2016

 

Maraih Carey - I Want To Know What Love Is

 

[...]

 —Vocês vão ter um bebê.

 Seu coração, pulsava com mais intensidade. As palavras proferidas pela filha, ecoavam na cabeça de Robin. Seus olhos, decifravam as feições de Valerie, que logo esboçou um sorriso radiante. Somente então, percebeu a veracidade daquela notícia.

Com os olhos marejados, cenho franzido e um sorriso estonteante brotando em seu rosto, se pronuncia:

—A Regina está grávida?

Perguntou, sua voz embargada por conta da emoção.

—Sim.

Respondeu a jovem, entusiasmada.

—Eu vou ser pai?

Gargalhou em meio ao pranto, este que tantas vezes fora de dor, agora era de alegria.

—Sim! Vocês dois juntos, conseguiram um milagre.

As mãos dele tremiam. Sua pupila se dilatou, os oceanos azuis tão admirados por Regina, criavam um brilho especial, este desconhecido pela filha até então.

—Eu e a sua mãe... nós vamos ter um bebê!

Suas covinhas não poderiam ser mais perceptíveis. Amor, era tudo que as suas feições retratavam. Por um momento, estagnou fitando a filha. Seus olhares, se encontravam vibrantes, ambos comovidos. As palavras, não seriam suficientes para expressar os sentimentos de cada um.

Por fim, abraçaram-se.

O fôlego, era recuperado. Com certa dificuldade, questionou:

—Por que ela não me disse?

—Isso não importa agora pai...

—Você tem razão.

Disse desvencilhando da filha.

—Eu vou atrás da sua mãe! Ela precisa saber como eu me sinto, meu deus eu quero tanto beija-la, abraça-la...

Valerie sorria, diante da reação atônita de seu pai.

—Então vai pai! As coisas, estão melhorando para nós! Vamos ser uma família de novo!

Sorridente, ele se retirou, apressado.



                                                        ***

 

Mansão Mills

 

Regina estava em seu quarto, deitada. Pensava, em tudo que havia acontecido nos últimos dias... Sorriu, satisfeita com o resultado do julgamento. Isso lhe remeteu a promessa feita a sua filha. Acariciou sua barriga, ao dizer:

—Seu pai precisa saber... (Suspirou.) –Ás vezes sinto vontade, de arrumar as malas e voltar para Washigton. Mas, isso magoaria a sua irmã... e eu me arrependeria.

Foi interrompida, por duas batidas na porta.

—Entre.

Surpreendeu-se ao vislumbrar a figura de Daniel a fitando. Este, esboçou um pequeno sorriso assim que seus olhos se encontraram.

—Daniel... o que está fazendo aqui?

Perguntou, desconfortável.

—Bom, eu... soube que você tinha voltado, e as coisas não foram esclarecidas entre nós.

Se explicou, percebendo o quanto Regina estava pálida.

—Você está bem?

—Eu estava, até agora. Daniel, você pode se retirar, por favor.

—Regina, deixe eu me explicar...

—Eu não encontro justificativa alguma pelo que você fez.

—Tudo que eu fiz, foi por amor.

—Amor? (Gargalhou irônica.) –Estranho esse seu jeito de amar... você foi desleal a mim. Viveu dezenove anos ao meu lado, presenciando o meu sofrimento, a minha dor, a ferida que nunca era cicatrizada, pelo contrário, só me machucava mais ainda. (Seus olhos marejaram.)- Você deixou a nossa filha em uma porta qualquer. E me diz que tudo isso foi por amor? O nosso casamento, foi constituído por uma mentira todos esses anos.

—Eu não mentia quando dizia que te amava.

—Quem ama, não deixa o outro sofrer e se cala.

Cabisbaixo, Daniel sentia seus olhos lacrimejarem.

—Você podia ter acabado com a minha dor, mas não... continuou persistindo no mesmo erro. Não foi só a mim que prejudicou, você tem ideia do sofrimento que causou na Valerie? Você me decepcionou muito Daniel, eu me pergunto se um dia você realmente foi sincero comigo.

—É claro Regina! Muitas vezes.

Respondeu, se sentando ao lado dela.

—Já sei... quando dizia que me amava.

— Eu sei que cometi um erro irreparável, que causou dor e sofrimento para você, para Valerie. Eu sofri, sei que não vai acreditar em mim... Mas, diversas vezes eu me sentia culpado por ter abandonado a nossa filha. Construímos uma vida próspera, mais rápido que eu pensava... Pensei em contar a verdade para você, mas sabia que iria te perder. Logo depois, você sugeriu que tentássemos ter um bebê, o que me agradou muito, acreditei que assim aliviaria a minha consciência. Os anos foram passando, e infelizmente não fomos capazes de ter outro filho. O nosso casamento enfraqueceu...Tudo isso, serviu para que eu me corroesse ainda mais por dentro, sabia que estava sendo castigado, e ficava triste por você ser afetada por isso. Eu queria a nossa felicidade Regina. Meu amor, foi egoísta. Em meio a tudo isso, surgiu a Ruby, o resto você já sabe.Eu não sei como posso reparar meu erro...

Deixou lágrimas escorrerem pela sua face. Algo, que Regina não via a muito tempo... Perguntou- se, qual foi a última vez que o viu chorar daquela maneira.

—Você não pode. Esse erro jamais será consertado. O passado não pode ser mudado, então eu sugiro que você aproveite a segunda chance que a vida lhe deu. Apesar de tudo, foi presenteado com um filho, então cuide dele, o ame. Seja o pai que você não foi para Valerie, por algum motivo a vida está te proporcionando isso. Não destrua essa possibilidade.

—Vocês está certa. Eu admiro a mulher que surgiu dentro de você. A Regina que vivia comigo, jamais me deixaria sentar ao seu lado, e me escutar. Eu não sei o que Robin fez com você, mas ele viu a mulher maravilhosa que eu não consegui enxergar.

—Se isso é tudo, agora eu prefiro ficar sozinha.

—Tem mais uma coisa. (Retirou da carteira, uma foto de um bebê.)-Se você puder entregar isso a Valerie para mim, não sei se ela gostaria de conhecer, é a irmã dela.

Regina analisou a fotografia.

—É a sua filha com a Ruby?

—Sim.

—Ela é linda!

Sorriu.

— Cada vez que eu pego ela, me sinto culpado, por ter abdicado de viver essas sensações, com você, com Valerie. Se um dia , ela quiser conhecer a irmã pessoalmente...

— Eu vou conversar com ela. Mas, você sabe que Valerie, dificilmente verá você como uma figura paterna.

—Eu sei. Eu não preciso estar junto, se ela quiser. Ruby se ofereceu para fazer isto,  por falar nela,vamos nos casar. Ela vai enviar o convite a você.

—Eu fico feliz por ela. Apesar de tudo, Ruby gosta de você. Mas, eu acredito que não seja uma boa ideia.

—Eu imaginava, de toda forma o convite será entregue.

Depositou sua mão sob a dela, ao proferir:

— Embora, eu esteja de casamento marcado com a Ruby, meu coração será sempre seu.

Levou seu lábio até mão de Regina, a beijando suavemente.

—Atrapalho?

Perguntou Robin, ríspido. Havia escutado a declaração de Daniel, o que certamente não tinha o agradado.

Regina o fitou, percebia o descontentamento no olhar dele. Seu ciúme era evidente.

—É melhor eu ir.

Concluiu Daniel, levantando-se rapidamente. Retirou-se.

—Você não pode entrar dessa forma no meu quarto. Aqui não é o escritório que você entra sem bater.

—Ah claro! Eu interrompi sua reconciliação com o seu ex-marido não é? Se eu não entrasse agora, o que mais ele poderia estar beijando...

—Como? O que você está insinuando? Aliás, o que está fazendo aqui? (Perguntava, alterada.) –Não devia estar na festa de Roland...

“Não quero que vocês discutam mais... Desculpe por isso mamãe.”

Finalizou, sua voz soou baixa. Levou a mão até a cabeça. O que chamou a atenção de Robin, imediatamente.

—Regina? Você está bem?

Caminhou até a cama dela, apressado.

—Estou com falta de ar, um pouco tonta.

Logo, a segura com seus braços musculosos. Regina, pode sentir seu tórax sadio. Sabia que estava amparada.

Ao sentir a brisa da noite soprando em seus cabelos, percebeu que ambos já estavam na sacada. Fitou o olhar dele que carregava aquela azul profundo, que exalava apreensão.

—Está melhor?

Ele perguntou ainda aflito.

—Sim, você pode me soltar agora.

—Você tem certeza?

—Sim, estou bem. Foi algo passageiro.

Devagar, ele a colocou no chão. A manteve perto o suficiente, para que o corpo dela continuasse junto ao seu. Agindo contra seus instintos, Regina recostou sua cabeça na nuca de Robin, este pode sentir a respiração suave dela. Sorriu, o que se propagou ainda mais quando ela colocou uma de suas mãos sob seu peito.

Parte dela, repudiava aquele comportamento. Porém, a outra apreciava o cuidado que ele teve com ela, afinal Robin sequer possuía conhecimento da gravidez. Se preocupou com ela mesmo assim... Ao lado dele, se sentia segura. Além de tudo, apesar de se sentir ofendida, havia apreciado o ciúme que Robin havia sentido de Daniel.

Seu corpo estremeceu, ao senti-lo depositar a mão em sua cintura.

—Você admirava as estrelas em Washington?

Perguntou, contemplando o céu.

—Sim.

Respondeu em um sussurro.

Robin, a encarou preocupado, achava que o ressoar da voz dela significava que ela não estava se sentindo bem novamente. Um sorriso se formou em seu rosto, assim que a fitou.

 Regina estava com seus olhos fechados, desfrutando daquele momento. Optou por fazer o mesmo. Ficaram alguns segundos em silêncio, até ele percorrer sua mão até a barriga dela, a afagando com zelo.

—Por que você não me contou?

“Meu papai já sabe que eu existo!”

Regina, abriu os olhos no mesmo instante. Se afastou dele apressada. O que assustou Robin, em um momento ele a tinha tranquila em seus braços, logo depois sua leveza havia se esvaído, cedendo para a fúria novamente.

—Então é por isso que você está aqui? (Perguntou, desorientada.)  Por causa do bebê...

Concluiu com pesar. Seu olhar, emitia amargura.

—Não. Eu estou aqui por vocês dois, pela nossa família, por nós.

—Mentira! (Afirmou, retornando ao seu quarto. Robin a seguiu, desvairado.)  -Você está aqui, porque se sente obrigado.

—Não estou aqui por obrigação Regina, eu vim porque quero consertar as coisas com você. Eu te amo!

—Esse é o problema, alguns dizem eu te amo. Outros sabem amar. Eu não consigo acreditar que você realmente me amou. Me descartou no primeiro problema que surgiu. Não confiou em mim como uma companheira, as coisas não funcionam assim entre um casal Robin. Você preferiu resolver tudo sozinho, sem mim. Por isso, eu prefiro ficar sozinha, ao invés de viver em um relacionamento onde não há verdades.

Robin se magoava cada vez que Regina dizia algo em que deixava explicito a dúvida que sentia do seu amor. Seus olhos marejaram.

—O problema é que você acreditou na mentira, e agora desconfia da verdade. E eu não posso julgá-la por isto, porque sou o único culpado. Eu não sabia o que era certou ou errado Regina, eu só pensava em não perder o meu filho. Será que você só enxerga a sua dor? Eu também me machuquei, a culpa que eu carrego só aumenta. Ainda mais agora sabendo que você sofreu grávida, e se algo tivesse acontecido com vocês? Eu não escolhi um filho para perder outro. Nesse momento, o meu coração se divide entre a felicidade de saber que serei pai. E o remorso do sofrimento que causei em você. Ser ferido por alguém dói, mas ter consciência de que você é o culpado da dor de alguém que você ama, feri muito mais. É difícil olhar para você, sabendo que essa dor que carrega em seus olhos eu causei. Eu sei que errei, não tem um dia que eu não pense nisso. Mas, você também errou comigo. Escondeu de mim a sua gravidez.

—Você diz como se tivesse sido fácil ter partido sem contar a verdade...

—O QUE? Quando você foi para Washington já sabia que teríamos um bebê e não me contou?

—O que você queria que eu fizesse? Foi você quem disse que amava outra. O amor é como uma flor, escolhemos se devemos arranca-la, ou se cuidamos dela. Nós fizemos a nossa escolha. Nesse tempo longe, eu percebi que consigo viver sozinha. Sem você, suas flores, ou seus poemas.

Mente.

O peito de Robin se feriu. “O que ela estava querendo dizer com aquilo? ”

—Regina... (Uma lágrima escorreu pelo rosto de Robin.)-Você está dizendo que não me ama mais?

—Eu preciso descansar agora. Se você puder se retirar.

Disse ignorando a pergunta dele. Se encaminhou até a porta, a abriu em seguida para que ele pudesse sair.

—Eu vou te reconquistar Regina, não irei te perder de novo.

Proferiu, convicto.

Regina, encontrou naquela resposta vestígios do homem que amava.

Estagnado na porta, antes de sair, Robin finalizou.

—Você vai gostar de saber que a Emma, e o Killian se reconciliaram. Um casamento entre os Mills, e os Lockesley irá acontecer.

Aquela pronuncia, deixou Regina confusa questionando em seus pensamentos: “O que Robin quis dizer com isto? Estaria ele disposto a se casar?”

 

                                                           ***

 

 As horas passavam lentamente naquela noite. Robin, não conseguia pregar os olhos, a insônia ainda o perseguia. Pensava em Regina, desesperado.

“Você despertou o amor em mim sem ter a intenção de me amar.”

“Você foi somente um homem de palavras bonitas, Robin!”

“Não desistimos do que queremos, e sim do que nos machuca.”

“Esse é o problema, alguns dizem eu te amo. Outros sabem amar. Eu não consigo acreditar que você realmente me amou...”

“ Nesse tempo longe, eu percebi que consigo viver sozinha. Sem você, suas flores, ou seus poemas.”

O pranto foi inevitável. A culpa irremediável.

—Pai?

Perguntou Valerie se aproximando do sofá.

Secou suas lágrimas, rapidamente.

—Filha? O que está fazendo acordada a essa hora?

—Eu vim buscar um copo de água. Pai, já passa das 03:00 da madrugada, não me diga que você não dormiu ainda...

—Eu não consigo. (Suspirou.) -Estou pensando na sua mãe.

—As coisas vão se resolver pai.

—Eu não sei filha. Regina disse que não precisa  mais de mim, das rosas, dos meus poemas. E se ela não me ama mais? Quando cheguei na casa dela, estava acompanhada pelo Daniel, no quarto.

—Pai... Minha mãe, ainda ama você. Mas, ela é teimosa para admitir isso. Além do mais, suas atitudes não contribuíram muito. Não mude, continue com seus poemas, envie as flores. Com certeza, esses detalhes mantém os sentimentos que ela sente por você intactos. Se ela não te amasse, não estaria tão magoada. Eu vi amor nos olhos de vocês no Sábado, hoje. Talvez a reconciliação não depende só de vocês, quem sabe o destino não intervém.

—Quando foi que você cresceu tanto?

A jovem sorriu, ao responder:

—Eu tive um pai e uma mãe que me ensinaram a amadurecer.

Robin, beijou a testa da filha. Esta, continua:

—No fundo, a minha mãe só quer o homem que ela amou de volta. Você era o companheiro dela, sua força. Você sempre foi o centro de tudo, e quando despencou levou a todos com você.



                                                              ***

 

Nova York – Horas antes

 

—Vamos Marian! Pegue só o necessário, o restante compramos no México!

Afirmava August atônito.

—Você conseguiu os passaportes?

—Sim, nós vamos de carro até o aeroporto. Pegaremos o voo com destino a Cancun. Tenho alguns amigos por lá, depois vemos qual é o melhor lugar para ficarmos. Por hora é isso, mas um dia eu volto. Vou me vingar dessa mulher, esse será meu principal objetivo. Regina Mills, não sabe com quem se meteu. Ela e o Lockesley, vão sofrer as consequências por isto.

—Pensamos em vingança depois, agora precisamos fugir.

—Você está certa, vamos.

Selaram seus lábios rapidamente. Pegaram suas malas, saíram apressados.

 Minutos depois, estavam na rodovia, dirigiam em uma velocidade mais rápida que de costume. Exalavam sorrisos gloriosos em sua face. Entretanto, toda a comemoração fora desfeita, assim que escutaram o som agudo das sirenes policiais que os seguiam.

—Como eles descobriram?

Pergunta Marian, nervosa.

—Eles são policias Marian! Eu pensei que levaria mais tempo...

—O que nós vamos fazer?

—EU NÃO VOU SER PRESO, SEGURE-SE!

Aumentou ainda mais a velocidade. Naquele momento, já eram perseguidos por três viaturas.

—August, você está correndo muito rápido!

O mesmo a ignora, e segue na mesma velocidade.

Logo em seguida, perdeu-se em uma curva. O carro capotou quatro vezes, ladeira abaixo. Sentiu, os estilhaços de vidro perfurarem seu rosto. Estava coberto de sangue, entrou em desespero. Aquele momento pareceu não ter fim. Sua consciência, funcionava normalmente já suas pernas...

Com dificuldade, perguntou:

—Marian você está bem?

O silêncio se propagou dentro do veículo, o único som audível eram as sirenes que pareciam estar longe, e o grito de alguns homens.

Com muito custo, conseguiu mover sua cabeça. O pranto que antes era de aflição, agora emitia dor.

—Marian? Diga algo, por favor...

Murmurou, percebendo que ela sequer respirava.

O coração de Marian, havia parado de bater.



                                                            ***

 

Regina acordou com o olhar da filha sob ela.

—Valerie? O que está fazendo aqui tão cedo?

—Bom dia bela adormecida! Não é tão cedo quanto você pensa.

—Que horas são?

—Já passa das 10:00 horas.

—O QUE?

—Relaxa mãe. Tome esse café que eu preparei para você.

Disse Valerie, apontando para o criado mudo. Neste, havia uma bandeja com pães, suco de laranja, e uma xícara de café.

Entretanto, não foi a refeição que chamou atenção de Regina, e sim a rosa que continha ao lado da bandeja. Percebendo o olhar da mãe fitando a flor, profere:

—Seu admirador, trouxe para você.

—Robin, esteve aqui?

—Sim. Deixou a rosa, e disse que não era para mim te acordar. Depois ele foi para o necrotério...

—Necrotério?

Regina perguntou, franzindo o cenho.

—Sim. August, e Marian estava fugindo da polícia, o carro capotou. Ela não resistiu. Parece que o August, ficou paralítico.

—Nossa que horrível... E o seu irmão?

—Meu pai não contou ainda...

—Se vocês precisarem de alguma coisa.

—Mãe... Até quando vai seguir essa situação?

—Que situação?

—Vocês dois... Meu pai,nem dormiu de noite.

—Não sei por que... eu consegui a guarda do Roland para ele.

Disse bebendo seu café.

—Ainda falta você.

—Valerie...

—Ele acha que você ainda sente algo pelo... Daniel. Disse que viu vocês ontem.

—Como seu pai pode achar uma coisa dessas, se eu ainda...

—Continua.

Disse a filha sorridente.

—Daniel, esteve aqui sim. Ele trouxe isso (Pegou a fotografia.) –É a sua irmã.

Entregou para a filha.

—Se um dia, você quiser conhece-la.

Valerie, fitou a foto.

—Eu não sei, se estou preparada...

—Tudo bem. (Coloca sua mão, sob a da filha.)-As coisas acontecem no seu tempo.

Valerie, esboça um pequeno sorriso ao perguntar:

—Eu posso ficar? (Ergueu a fotografia.)

—Claro! (Afirmou, emocionada.) –Até agora você não disse o que veio fazer aqui. Acredito, que não seja para me cuidar enquanto tomo o meu café.

A filha gargalhou, logo respondeu:

—Eu vou vim morar aqui.

Regina que comia um pedaço, encara a filha que continua:

—Meu pai, não quer que você fique sozinha. Ele acha melhor, eu ficar aqui com você. Enquanto não te reconquista. Ele está desesperado mãe, acho que se você pedir a lua, ele encontra uma maneira de trazer um pedaço nem que seja. (Valerie,sorriu.) –Quando nós estávamos em Washigton, você me disse que nos sacrificamos por quem amamos. Foi isso que ele fez...

—É claro que você vai ficar do lado de Robin. Você gosta mais dele.

—Mãe... Eu não trato vocês com diferença. Não concordo com o que meu pai fez, mas eu vejo amor nos olhos dele, cada vez que vocês se encontram.

 

                            

                                                        ***

 

   O entardecer se prenunciava na tão agitada Nova York. Os raios solares já estavam enfraquecidos, as luzes que esses emitiam eram a única claridade que iluminava o quarto de Regina. Esta, permanecia sentada no sofá que ficava próximo a janela de seu quarto.

Sua tarde, havia transcorrido daquela forma, na maioria da parte cuidava de seus trabalhos pendentes em Washington. Nesse momento, saboreava seu chá de maçã com canela.

Em seus tempos vagos como aquele, sua mente divagava, pensando em Robin. O quanto seria agradável ter a companhia dele. Seus devaneios, foram interrompidos pela chegada de Cora em seu quarto.

—Regina...

Disse a mais velha, batendo na porta que estava entre aberta.

—Mãe.

Sorriu, levantando-se do sofá.

—Eu vim ver como você está.

Ambos, abraçaram-se.

—Estou bem.

—E o meu neto?

Perguntou Cora, depositando a mão sob a barriga da filha.

—Está sobrevivendo... (Suspirou. Seu bebê, era definitivamente um guerreiro.) -Mas, eu ainda sinto náuseas, enjoos.

—Isso é natural, principalmente nos primeiros meses.

Sentaram-se na cama. Analisando as feições da filha, Cora continua...

—Seu corpo, aparenta estar bem, já seu estado emocional. (Disse encarando os olhos da filha. Colocou sua mão sob a dela.) –O que está te incomodando?

Regina, sentiu seus olhos lacrimejarem. Parte sua acreditava que fosse pelos seus hormônios. No entanto, a outra se comovia pelo fato de sua mãe reconhece-la.

—Robin... Eu sinto falta dele.

Respondeu, encarando o chão.

—Eu sei. Vi a forma que vocês se olham Regina. Em todos esses anos, eu conheci poucas pessoas que se encaram da mesma intensidade. As mãos de vocês, não se encontraram por acaso naquele tribunal. Eu vejo amor.

—Eu vejo dor.

—Faça sorrir, ou faça chorar, é amor.

—Eu não sei se ele me ama tanto assim... Acho que ele só quer acertar as coisas por causa do bebê. Robin, se preocupa com a minha gravidez, não comigo.

Cora discorda com a cabeça.

—Você precisa saber de algo, que eu e o seu pai não contamos... (Regina, franziu o cenho.) –Naquela noite, em que você estava hospitalizada, Robin foi ver você. Ele nunca deixou de se importar. Aquela rosa que você encontrou, foi ele que deixou. Ele não sabia que você estava grávida. Seu pai disse que Robin,estava perturbado quando saiu do seu quarto...

—O meu sonho...

Murmurou.

—Como?

—Eu sonhei com ele naquela noite.

—Regina... Daniel, não abandonou Valerie na porta de Robin por acaso, foi o destino.

—Eu não sei...

—Você sabe Regina, não negue a si mesma. Pelo que vejo (Cora encarou a rosa, estava dentro de um copo de cristal, com água. Como costumava fazer.) –Ele continua lhe enviando flores, e você cultivando. Isso me lembra aquela citação do seu pai: “ O amor, é como uma flor; escolhemos se devemos arranca-la, ou se cuidamos dela. ” Você está cuidando da sua. Isso significa que seu coração não está pronto para renunciar desse amor.

—É tão difícil entender o coração.

—Não é Regina. Você só precisa segui-lo. Foi no Robin que você encontrou sua força uma vez, eu vi isso naquela noite quando descobrimos que você teve um filho. (Engoliu em seco.) –Foi o apoio dele que você aceitou. Nos braços dele que se consolou, naquela noite eu percebi o que vocês sentiam algo um pelo outro. Robin te amparou uma vez, e acredito que agora seja sua vez de retribuir. Você me perdoou, acho que pode fazer isso pelo homem que ama também.

 

                                                       ***

  Robin havia acordado recentemente. As noites de insônia, resultaram em um sono repentino. Estava deitado no sofá, quando seus olhos se abriram, percebeu que já havia anoitecido. Entretanto, sequer teve tempo de observar a lua, cheiro queimando se persuadia pelo ambiente.

Logo, escutou o choro estridente de seu filho. Se dirigiu até a cozinha rapidamente. Assim que adentrou, vislumbrou o filho coberto por molho. Valerie, pegava um guardanapo.

—O que está acontecendo aqui?!

Perguntou, correndo até o filho.

—Nós estávamos preparando pizza para você. Queríamos te animar. Eu estava fazendo a massa, e ele cuidava do molho. Era para ser só algo que o distraísse. Mas, eu me descuidei enquanto falava com o Greg...

—Você e esse garoto.

Disse Robin, mais calmo do que Valerie imaginava.

Já com Roland em seus braços, Robin se encaminhou até o banheiro. Os poucos passos, foram suficientes para deixar alguns respingos de molho pelo chão.

Enquanto a água percorria pelo corpo de Roland , Robin o fitava agradecendo mentalmente pelo filho não ter adquirido queimaduras.

Seu filho já estava com um sorriso no rosto, enquanto se ensaboava. Diferente de todas as crianças de sua idade, Roland adorava tomar banho.

Valerie, adentrou o banheiro. Carregava consigo roupas limpas para o irmão.

—Você devia ter me acordado. Sua mãe deve estar te esperando.

Resmungou, enquanto analisava as vestes que a filha havia trazido.

—Pai, você precisava descansar.

—Você se esqueceu da toalha.

Concluiu, ignorando o comentário da filha.

—Eu vou buscar.

Disse Valerie.

 Se dirigia até  o quarto do pai, porém a campainha tocou. O que a fez praguejar. No entanto, ao abri-la foi surpreendida pela presença de Regina.

—Mãe?

Perguntou, ainda perplexa.

 Regina fitou a filha, exalando curiosidade. Afinal, Valerie não estava somente com sua blusa suja de farinha, seu cabelo estava coberto pelo ingrediente. Regina, adentrou o apartamento.

Logo, ouviu a voz de Robin pela distância imaginou que ele estivesse no banheiro.

—E A TOALHA VALERIE?!

—O que está acontecendo por aqui? Que confusão é essa?

Perguntou Regina. Observando as borrifadas de molho no chão.

 No banheiro, assim que Roland escutou a voz que costumava lhe cantar canções agradáveis até o sono chegar.

—Regina!

Afirmou animado, saiu correndo nu pelo apartamento.

—Roland, espere!

Logo, o menino já estava na sala com seu sorriso genuíno, assim que avistou Regina. Antes que pudesse abraça-la, sentiu sua irmã o segurando.

—Roland você não pode sair correndo assim pela casa.

Valerie, resmungou.

Regina sorria.

—Valerie, traga seu irmão, não se esqueça da toalha!

Gritou Robin, tentando manter tranquilidade, o que era difícil. Seu coração, batia acelerado, e sua mente fazia questão de lembra-lo que Regina estava ali a poucos metros...

—Leve o seu irmão de volta para o banho. Eu busco a toalha.

Disse Regina, largando sua bolsa no sofá, e as chaves do carro sob a pequena mesa de centro.

—Obrigada mãe. As tolhas estão no quarto do meu pai, no guarda roupa.

Regina consente.

Apressada, percorria os olhos pelo guarda-roupa. Assim que enxergou as toalhas, suspirou. Estavam guardadas na prateleira mais alta. Infelizmente, sua estatura mediana não colaborava. Embora, estivesse de salto, estes não bastavam. Mesmo assim, se esticou o máximo que pode. Com dificuldade, alcançou as toalhas, quando finalmente a puxou, uma caixinha preta, de uma renomada joalheria caiu no chão.

Chamando sua atenção de imediato. Pegou o objeto, franzindo o cenho logo em seguida. Curiosa, abriu. Vislumbrando um lindo anel de noivado, adornado em prata, qual resplandecia seu rosto, este já havia adquirido uma expressão de comoção.

Seus dedos, percorreram o anel, percebia que havia algo escrito no seu contorno: “Regina e Robin. 28/08/16”

Seus olhos estavam marejados, deixou que as lágrimas escorressem quando leu a dedicatória que constava nele; “Quando um homem lhe presenteia com uma rosa, é a maneira que ele encontra de dizer que te ama todos os dias.”

—Robin Lockesley

Escutou a voz dele se aproximando, mesmo assim permaneceu estagnada, contemplando o objeto.

—Regina, não faça esforço. Deixe que eu...

Parou de falar, assim que adentrou o quarto percebendo o que ela havia encontrado.

 Seus olhos, se encontraram. Percebia a emoção que ela emitia, enquanto o fitava, carregava tantas perguntas, mas era incapaz de pronuncia-las.

—Eu vim buscar a toalha, não consegui alcançar, quando eu puxei ,essa caixinha caiu e... (Dizia atônita, sequer respirava.) –Você queria casar comigo?

Perguntou, fungando. Tentava recuperar o fôlego.

Sentiu a mão de Robin sob a sua.

—Eu QUERO casar com você.

Se encararam por segundos. Naquele momento, Valerie adentrou o quarto.

—Mãe,pai e a...

Parou de falar, assim que percebeu as expressões de seus pais. Sua mãe, secava suas lágrimas, e seu pai aparentava nervosismo.

—Eu vim buscar a toalha.

Concluiu, em um murmúrio.

Pegou o objeto e saiu tão rápido quanto havia chegado.

—Eu não sei o que dizer...

Ela proferiu.

—Deixe o nosso amor falar por nós.

Disse enquanto afagava o rosto de Regina com ternura. Esta, ao sentir o toque dele fechou os olhos. Robin, sentia a respiração suave dela. Só ele sabia o quanto havia sentido falta daquela sensação, de poder senti-la.

Com a voz rouca, continuou:

—Uma vez eu disse que decoraria cada traço seu, e foi isso que eu fiz. Eu decorei você Regina, te tornei presente. Mesmo que tivesse ausente...

—Você também disse que não iria me machucar.

Murmurou com pesar, abrindo os olhos.

O coração de Robin, desfaleceu, seus olhos marejaram, seu pulso desacelerou. Por um momento pensou que Regina, havia o perdoado.

Ao perceber a aflição que ele exalava nos olhos, ela continua:

—Minha vida mudou quando você entrou nela, e depois mudou de novo quando você saiu. Eu não sei se estou preparada para outra mudança.

—Eu não quero mudar sua vida, quero permanecer nela.

—Nós já tentamos uma vez Robin. Uma pessoa inteira... Não merece a outra pela metade.

Robin empalideceu. Deixou as lágrimas caírem, percebeu que Regina exalava no olhar a mesma dor que sua mãe, quando fora abandonada pelo seu pai. O que lhe causou repúdio, havia jurado a si mesmo que jamais causaria esse sofrimento em alguma mulher.

“Nunca entregue seu coração pela metade.”

As palavras de sua mãe, ressoavam em seus pensamentos.

—Robin? Você está bem?

Perguntou, preocupada. Analisando o semblante dele, este parecia ter se afetado mais do que ela esperava com aquelas palavras.

Somente naquele momento, Regina compreendeu o que sua mãe quis dizer mais cedo... Robin, realmente estava perturbado, mais do que ela imaginava. No entanto, antes que pudesse dizer algo, profere:

—Sei que errei, compliquei as coisas. Mas, nossos corações querem se amar. Algo que o consciente nega, receoso. Pois ele sabe o que passou, mas o coração mesmo ferido é puro Regina. Ele se machuca, mas nunca deixa de acreditar no amor.

A delicadeza de cada palavra, escolhida por Robin, a encantava. Era ainda mais difícil manter seus princípios, ao fitar os olhos penetrantes que ele possuía.

—Eu quero sentir amor.

Sussurrou.

—Me sinta.

Proferiu, aproximando seus rostos. Sentiam, a respiração ofegante um do outro.

Regina, tremia com os olhos fechados, enquanto a mão dele percorria seus lábios. Os roçaram, um no outro. Os dela, ainda hesitantes, no entanto, ao sentir aquele beijo doce, se entregou.

Havia almejado por determinado momento. Tinha passado noites mal dormidas,o desejando. As lágrimas derramadas por ambos, misturavam-se, banhando seus rostos.

O beijo que começara suave, tornava-se intenso. Suas línguas juntas, formavam uma bela melodia. Regina, sentia uma mistura de medo e agonia. Infelizmente, o ar estava sendo escasso. Robin, não queria interromper o beijo selado. Tinha receio do que viria a seguir... Mas, sabia que assim como ele, Regina também devia precisar de ar.

Relutante, desvencilhou seus lábios. Sua respiração permanecia acelerada, nem por isso deixou de dizer:

—Regina não vai embora, por favor. (Suplicou.) –Me deixe provar o homem que eu posso ser. Se entrega de novo para mim?

Perguntou, roçando seu nariz no dela. Sabia o quanto ela gostava.

—Robin... (Sussurrou, com a voz embargada.) –Você foi um imbecil, um covarde. (Este, suspira cabisbaixo.) –Embora, tenha me ferido, eu sei que nunca serei completa sem você.

Lágrimas de comoção percorreram o rosto de Robin. Fazendo com que Regina deslizasse suas mãos pela face abatida dele.

—Não chore mais o erro cometido.

Esta, esboçava o sorriso elusivo em meio ao próprio pranto, este que ele tanto deslumbrava. Sentia falta, da paz que encontrava naquele riso.

A mão dela sob a sua, o acalmava. O olhar dela, o compreendia.

—O que eu posso fazer para provar que te amo?

—Faça meu coração feliz.

—Com todo o prazer, todos os dias.

Sorriu, demonstrando suas covinhas. Levou uma mexa do cabelo dela para trás da orelha.

—Eu amo você.

Robin, proferiu.

Selaram seus lábios.

Abraçaram-se, completamente nos braços um do outro. Enalteciam naquele momento, seus sentimentos, sem dor, rancor, eram guiados apenas pelo amor.

Escutou a risada dela, em tom ameno.

—Por que você está rindo?

A encarou, percebendo o sorriso grandioso que ela emanava.

Logo, esta deposita suas mãos sob o tórax de Robin. Este, ainda a tinha envolta de seus braços, as mãos estagnadas na cintura dela.

—Você está cheirando a molho.

Ela confidenciou.

Robin, retribuiu o sorriso.

—Acho que eu também preciso de um banho...

Concluiu.

Regina aproximou seus lábios na nuca dele, sussurrando em seu ouvido:

—Você instalou aquela banheira aqui?

—Aham.

Ele respondeu, malicioso.

—Então, eu acho que devo fazer o sacrífico de tomar um banho com você.

—Pois para mim, não será sacrifício nenhum.

Foi até a porta de seu quarto, e a trancou.

—Roland, tem o mesmo costume que eu...

—Entrar sem bater.

Regina finalizou.

Ambos sorriram, logo esta fora surpreendida por Robin que a pega no colo. Escutando as gargalhadas que ele tanto gostava.

Entram no banheiro que havia no quarto dele. Fitam a banheira com volúpia. Robin, vangloriou a si mesmo por tê-la instalado.



                                                        ***

  Na sala, Valerie penteava os cabelos do irmão. Este, já vestido.Seus olhares atentos na porta do quarto de seu pai.

—Val, você acha que eles vão fazer as pazes?

—Eu não sei... Mas, espero que isso aconteça. Eles já estão um bom tempo conversando.

—Eu quero que tudo volte a ser como era antes.

—Eu também...

A jovem parou de falar, assim que escutou a porta do quarto do pai sendo trancada, sorriu.

—Por que você está sorrindo mana?

—Você não ouviu? Eles trancaram a porta...

—O que isso significa?

Perguntou o menino,ingênuo.

—Bom, é... (Não sabia como explicar para o irmão o que estava acontecendo.) -Significa que eles voltaram, e estão comemorando...

—Obaaa! (Bateu palmas.) –E nós não podemos comemorar também?

—Não!

Gargalhou.

—Ahhh.

—Mas, nós podemos assistir um filme!

Um sorriso se formou no rosto de Roland.

—Eu quero assistir O rei leão!

—Vou fazer a pipoca.

 

                                                            ***

 

   Regina, sentia o sabonete percorrer pelo seu braço delicadamente. Robin, possuía uma sutileza. Seu corpo inteiro se arrepiava, a cada toque dele. Naquele momento, beijou sua nuca. A fazendo sorrir, ainda estremecia cada vez que ele recostava sua barba por fazer, contra sua pele.

—Robin...

Murmurou.

—Eu sei que você gosta.

Ele respondeu no mesmo tom.

Logo, sentiu a mão máscula dele contornar seus seios.

—Humm...

Grunhiu. Não esperava por aquele contato. A banheira estava coberta por espumas, o que a impedia de vislumbrar o que poderia ocorrer...

Robin, considerava os gemidos de Regina efeitos sonoros graciosos. Seus dedos percorriam os traços dela, se perdendo nas ansiadas de seu corpo.

—O meu desejo mais profundo é te querer.  

Confidenciou, em um sussurro. Sua voz havia adquirido uma ronquidão, o que fez tudo ficar mais atrativo para Regina.

Esta, levou sua mão até o lóbulo da orelha de Robin, a acariciando com zelo. Fechou os olhos, apreciando o toque dela. Sua pele macia, contrastando com a áspera que ele possuía.

—Poderia facilmente citar um poema agora.

—Então recite Robin... De preferência aquele que você fez pra mim.

—Qual deles?

—Tem mais?

—Claro, você é a mais pura dentre meus versos.

Aquelas palavras, arrancaram um sorriso estonteante do rosto dela.

—Eu quero ouvir aquele que você citou, quando me pediu em namoro.

—Seu pedido será atendido milady... Nos teus olhos castanhos encontrei o meu refúgio

 Foste capaz de exterminar meu repúdio

Nos teus braços encontrei o amor

Nos teus beijos o calor

E da alma você foi capaz de tirar a dor.

Eu te amo!

Disse convicto. Segurou a mão dela, a beijando logo em seguida.

Regina podia perceber a sinceridade, e vivacidade que seus oceanos azuis possuíam. Sorriu. Sentiu, a mão dele deslizar até sua cintura, paralisando em sua barriga.

—Uma pequena semente do nosso amor, se forma em seu ventre. (Sorriu genuinamente.) –Meu eu está em você Regina. (Beijou o ombro dela.) –Nesse momento você me faz o homem mais feliz do mundo, em todos os aspectos. Eu nunca imaginei que pudesse ser pai, depois de tanto tempo.

—Eu também não... ainda mais no meu caso. A vida nos proporcionou um milagre Robin! (Afirmou com um olhar glorioso. Depositou sua mão sob a dele.) –Nós vamos ter um bebê!

“Mamãe e papai, estão felizes. O tom de voz deles mudou, os dois se sentem presenteados com a minha chegada. Eu não vejo a hora de estar com eles.”

—Obrigado Regina, por me proporcionar tantas alegrias. Não só como um casal, também como uma família. Obrigado, por acreditar em mim.

—Uma vez eu namorei um homem que me ensinou a enxergar o coração das pessoas, ele viu o melhor em mim. Agora estou retribuindo.

—Humm... (Aproveitou que Regina estava distraída, para pegar o anel que ele havia buscado no quarto, quando voltou para pegar os roupões.) – E esse homem, você estaria disposta a se casar com ele?

Perguntou, mais nervoso do que imaginava. Ainda mais depois que sentiu a tensão que o corpo dela emitia, mesmo sem poder vislumbrar a expressão facial dela sabia que havia sido surpreendida.

Um silêncio se estabeleceu. O que angustiou Robin. Pensou na possibilidade de Regina, não sentir-se amada o suficiente para aceitar seu pedido.

Regina, se virou para encara-lo. Um sorriso radiante, em meio aos seus olhos lacrimejantes. O fitava com esplendor.

—SIM!

Respondeu, emocionada.

Com as mãos ainda tremendo, tão comovido quanto ela. Robin, colocou o anel no dedo de Regina.

 A puxando contra si, unindo seus lábios, em um beijo quente e umedecido. Pode sentir, os seios dela já enrijecidos, contra seu tórax.

Provavelmente provocados pelas carícias realizadas anteriormente. Já Regina sentiu a ereção de Robin contra sua vagina. O que a deixou ainda mais excitada. Desejo que se propagou ainda mais quando ele a envolveu em seus braços musculosos.

—Eu acho melhor voltarmos para o quarto.

Ela sugeriu, desprovida de fôlego.

—Concordo plenamente.

Dito isso, Robin levantou-se da banheira, vestindo seu roupão.

Concedeu sua mão a Regina, contemplou o corpo escultural da noiva com satisfação, antes de cobri-la.

—Sinceramente, eu não vejo necessidades de nos vestirmos com isso Regina.

—Nós estamos molhados Robin.

—Eu não me importo!

Afirmou a pegando no colo, da mesma forma que antes.

A deitou na cama com cuidado. Beijavam-se, com voracidade. Lentamente se pôs sob Regina, com cautela para não machuca-la. Depositou beijos suaves pelo pescoço dela.  Se encararam por segundos, o desejo era mútuo.

—Me ame, do jeito que só você sabe. Eu quero suas mãos em mim.

Ela sussurrou.

Robin deslizava sua mão pelas pernas de Regina, concedendo ao seu pedido, em uma carícia prazerosa. Esta, levou seus dedos até a fita que prendia o roupão dele. Entretanto, sente a mão deste a interromper.

—O que foi?

Ela pergunta, franzindo o cenho.

—Regina, isso não corre o risco de prejudicar o bebê?

Sorriu, ao responder:

—Eu não teria chegado a esse ponto se fizesse.

—Me desculpe, é que eu tive medo de machucar vocês.

—Tudo bem. Não se preocupe, se eu sentir algo te aviso ok?

Robin consente.

Ambos despidos, a penetrou com suavidade. A fitava, o amor refletia nos olhos de cada um. Se entregavam um ao outro, como se fosse a primeira vez. Se pertenciam. Seus lábios também se encontravam, explorando o sabor um do outro. Em beijos, inebriantes.

Ritmavam seus corpos com maestria.

Á noite, era silenciosa. A lua cheia e prateada, era a única luminosidade no quarto. Moldando os movimentos, realizados pelo casal.

—Você está maravilhosa!

Ressoava Robin. Enquanto, afagava os seios dela.

—Eu te amo Regina.

Declarou.

—Eu te amo Robin.

Proferiu, enquanto suas mãos percorriam as costas dele.

As estocadas, continuavam leves. Mesmo assim, a faziam delirar. Aos poucos, Robin aumentou a velocidade. Escutando os gemidos de sua noiva. Seus corpos se moviam, em perfeita sintonia. Ambos, formavam sua própria poesia.

 Chegaram em seu ápice, juntos. Seu membro volumoso a penetrou com mais intensidade. Logo, a sentiu molhada. O orgasmo, havia os atingido.

Robin, beijou a testa dela com carinho.

Por conta do frio, se cobriram com uma coberta logo em seguida. Regina debruçou sua cabeça no peito de Robin, como costumavam fazer. Sentiu a mão dele acariciar seu cabelo, enquanto ela deslizava a mão pelo seu tórax espesso. O sono predominava sobre ela, um dos efeitos da gravidez. Estava praticamente adormecida nos braços do homem que amava, até este chama-la.

—Regina?

—Sim.

—Vamos conversar.

—Estou com sono.

—Só um pouquinho.

—Tudo bem. Sobre o que você quer conversar?

—Sobre o nosso casamento.

—Você não devia ter gastado tanto dinheiro nesse anel.

Concluiu fitando o anel.

—Você diz como se não tivesse recebido joias mais caras do que essa.

—Robin... Você realmente vai abordar esse assunto agora?

—Tudo bem... Então, como você imagina nosso casamento?

—Quero tudo muito discreto, vamos no cartório assinamos os papéis. Depois fazemos uma pequena comemoração...

—Eu não penso assim...

—Não?

Franziu o cenho.

—Eu quero ver você entrando até mim, vestida de branco. Em uma cerimônia, eu não me casei assim antes. E gostaria que a primeira vez fosse com você.

O olhar dela emitiu uma ternura, ao fita-lo.

—Robin, eu já me casei na igreja assim uma vez. Você sabe que não posso de novo.

—Não precisa ser numa igreja, já sei o lugar perfeito!

—Qual?

—A casa do lago.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Enfim, fizeram as pazes. ♥ E esse casamento hein?
Marian teve o castigo que mereceu, morreu como devia ter sido há três anos atrás... Agora não tenho cabeça para explicar o motivo de August ter sobrevivido... Estou muito tombada para isso.
Sei que estou atrasada com os comentários, não vou poder responde-los agora porque estou ajudando em prol de uma causa aqui na minha cidade. Não sei quanto tempo vai levar...
Ainda hoje, comece a responder, não deixem de comentar, vocês me deixam muito felizes. ♥ :) Beijossss!