Corações Feridos escrita por Tais Oliveira


Capítulo 12
Chances Mínimas


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente, gostaria de pedir desculpas pela demora... Infelizmente tive problemas pessoais aqui em casa, quem me acompanha no facebook e na página sabe que a minha gata passou por uma cirurgia, e eu realmente não estava em condições de concluir o capítulo... Enfim, aqui estamos com um novo capítulo! Nesse apesar de ser focado em grande parte no lado profissional deles, também será fundamental, a origem de tudo para o começo de um bom relacionamento entre Robin e Regina ♥ Quem já ouviu e a música deles que eu indiquei daquele vídeo vai associar algumas partes... Também consta nele duas dicas de coisas que irão acontecer em um futuro mais distante da fic...
Peço encarecidamente para que assistam a chamada do capítulo, por conta das cenas do julgamento... para que visualizem com mais precisão as cenas está de mais o vídeo,vale a pena assistir...

LINK: https://www.facebook.com/Minhasfanfics/videos/2032934156932564/

Espero que gostem ;) Meninas do Nyah senti falta de alguns comentários no capítulo anterior... Boa leitura ♥



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No capítulo anterior...

Robin guardava suas coisas.

E Regina diz: -Ás vezes você parece a Zelena falando, só que há um porém, ela é minha irmã.E você é...

—Um funcionário?

Ele a interrompe.

—Eu ia dizer o cunhado do meu irmão,mas se você prefere esse termo... (Suspira pela pergunta a seguir.)-Como você parece me conhecer tanto?

Em tom descontraído ele diz:

—Eu não sei, quem sabe fomos amigos em outras vidas.

 Aquela resposta deixou Regina inerte o encarando. Mas logo a mesma diz:

—Boa noite Lockesley!Eu nem devia ter feito essa pergunta.

—Olha doutora...

—Boa noite!Retire-se por favor.

Assim Robin o fez,enquanto se afastava ficou a observando.Todas as luzes apagadas e somente a sala dela iluminado o ambiente.

 Arrependeu-se de sua resposta, a mesma parecia ter feito um sacrifício para fazer tal pergunta e ele não a respondeu como devia. Mas fato é que nem o mesmo sentia-se capaz de responde-la.

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 Três dias passaram-se...

 Um dos dias mais aguardados pela população dos Estados Unidos havia chegado. O julgamento,de um homem que fora acusado de estuprar uma mulher. Deixando a sociedade contra ele.

 Toda a imprensa cobria o julgamento.

  Regina sabia que não seria fácil a defesa daquele caso,foi muito criticada por colegas em ter aceito,mas acreditava na inocência de seu cliente. A família do mesmo jurava que ele não era capaz de realizar tal barbárie.

 Ás vezes em que esteve com ele,Regina sentiu que o acusado estava sendo honesto... No entanto, tinha uma grande conflito consigo mesma “como provar a inocência de seu cliente?” Um caso que lhe gerou horas de estudo. Sabia que a acusação viria em peso, e mesmo seus principais argumentos poderiam não ser capazes de inocenta-lo.

 Fato era que apesar de tudo, Regina não se sentia confiante o suficiente para a defesa do seu cliente. A insegurança predominava sobre ela,algo que nunca havia ocorrido antes.

 Barcellos e Nogueira demonstravam-se tão nervosos quanto ela.

  Todos já estavam em seus respectivos lugares.

 E logo Robert (acusado) foi chamado. Ao adentrar a audiência do tribunal, ele troca olhares caridosos com Regina que o encara determinada,com o intuito de reconfortar a si mesma diante daquelas circunstâncias... Foi a primeiro a depor.

 Sua família e um dos seus colegas de trabalho,presenciavam o julgamento.

A acusação estava indo contudo em cima dele...

—Você abusou de uma mulher,a deixando com medo de enfrentar a vida! Os policiais já afirmaram que ela fez o seu retrato falado, e te reconheceu,foi comprovado que ela sofreu os abusos. Os exames mostram isso!

Barcellos o encarava com cautela.

Logo o promotor foi diante dos jurados e apelou: -Esse homem tirou a virtude de uma mulher que hoje tem traumas,medo de se relacionar com quem quer que seja. Ela foi vítima desse psicopata,ele é o culpado!

As pessoas que assistiam ao julgamento bateram palmas. Fazendo com que Regina os encarassem e batesse na cadeira em que estava sentada,o nervosismo começava a expandir-se dentro dela. Seus olhos percorreram o ambiente, encontrando uma mãe devastada,banhada em lágrimas sendo retirada pela filha mais jovem e o pai.

Ambos haviam perdido ás esperanças que teriam a inocência de Robert comprovada.

  Irritada com as acusações em um ato abrupto levanta-se da cadeira,elevando seu tom de voz afirmando:

—OBJEÇÃO!ESSAS ACUSAÇÕES SÃO FALSAS!

É contida por Barcellos e Nogueira que a seguram pelo braço,e a fazem sentar na cadeira. Surpreenderam-se pelo comportamento da chefe,afinal a mesma sempre mostrou cautela e confiança nas suas defesas...

Regina foi repreendida pelo juíz: -Controle-se Dra.Mills.

 Robert foi retirado do tribunal cabisbaixo, as chances de provar sua inocência se esvaiam...

A vítima foi chamada para depor.

—Eu estava caminhando na rua... E de repente fui abordada por aquele homem bêbado.Pedi para que ele parasse,mas ele continuou.Foi horrível!

Disse a mulher aos prantos.

O promotor continua: -Está vendo senhor juiz,o réu merece a pena máxima! E caso, quem sabe até pena de morte!

Regina intervém.

—Protesto!Me desculpe senhor promotor mas para mim o que o senhor acabou de falar blasfêmias.

—Dra.Mills está mais que comprovado,essa pobre vítima reconheceu o réu,todos os vestígios apontam para ele,não há lei que o proteja. Eu se fosse a senhora usaria o tempo restante para realizar um acordo de sentença ao invés de tentar inocentá-lo.

—O que?Meretíssimo eu preciso de mais 30 dias.

Regina pede ao juiz.

—Tudo bem Dra. Mills (Regina abre um sorriso vitorioso,no entanto...) O juiz continua: -A sessão está suspensa,vocês terão 48 horas.

Dito isso bate o malhete.

Regina rapidamente desfaz seu sorriso, e encara Barcellos e Nogueria com um olhar autoritário.

   Terminada a sessão,os três se reúnem ainda no fórum, em um um lugar mais afastado.

Nogueira diz: -Estamos em desvantagem,temos pouco tempo.

Regina que estava pensativa,o encara. E ele continua: -Não há mais o que fazer,você precisa desistir.

—Não!

Barcellos que até então os escutava, concorda com o colega:

—Ele tem razão Doutora, as chances são mínimas.

—Não vou desistir.Essa é a minha defesa!

—Mas a senhora nunca perdeu um caso, e esse será impossível de ganhar. Isso irá lhe prejudicar.

Os dois balançam a cabeça em desaprovação.

 Ao saírem do tribunal,são abordados ppor diversos jornalistas que os aguardavam.

—Como a senhora se sente defendendo um criminoso?

—Está preparada para a sua primeira derrota?

 Regina irritada com aquelas perguntas diz: -Me deixem favor meu trabalho por favor!

  --------------------------------*---------------------------------

 Regina chegou estressada na empresa,não olhou para ninguém,seguiu o caminho para sua sala.Não aceitava a possibilidade de perder aquele caso.

 Para seu azar foi surpreendida pela sua mãe que ocupava seu lugar.

—Mãe?

—O que está fazendo aqui?

—Eu tive que vir né Regina!Você tem que desistir desse caso.Não vê que está prejudicando a empresa!Coloque outro em seu lugar.Antes que o perca.

—O que?Não!Eu fui contratada para defender e assim o farei.

—Regina,será que você não percebe?Não está em condições de defender esse caso. Sua vida pessoal está interferindo na profissional.Você está fraca!Sem potencial.

—É o que veremos.

Suspira e continua: -Eu não acredito que estou ouvindo isso! Trabalho aqui há 13 anos e nunca deixei meus problemas interferirem nos negócios aqui na empresa.

—Se você for será um fiasco,não irá ganhar essa causa.Talvez sua decisão de ir embora seja o melhor mesmo,não tem mais controle sobre as coisas.

Cora se retirou.

Uma lágrima escorreu no rosto de Regina,a dor logo transformou-se em raíva.A fazendo  jogar um objeto contra a parede.

 Ao escutar o barulho de algo quebrando,os funcionários assustam-se. Curiosos voltam-se sob a porta. Logo Robin surge.

—O que está acontecendo?

—Não sabemos,mas a  Dama de Gelo está furiosa.Parece que discutiu com a Dona Cora.

Responde Belle.

—Vou ver...

—O QUE? Não você está louco!

Afirma a secretária.

—Quero saber o que está acontecendo,de repente posso ajudar.

—Ajudar o que?

—Será expulso aos berros da sala.

Graham intervém.

—Não me importo.

Robin responde adentrando a sala da chefe.

—Está tudo bem posso ajuda-la?

Ele pergunta.

—Saia daqui Lockesley,não estou em um bom dia.

Diz Regina passando a mão no cabelo.

—Quero ficar sozinha.

—Eu não vou sair.

—Mas que droga Lockesley!Será que você não pode ser como todo mundo?Ter medo de mim? Me obdecer?A minha mãe deve estar certa mesmo.É melhor eu ir embora,já não tenho controle sob mais nada.

Ela suspira enquanto caminha até o sofá e se senta.

Robin surpreso pergunta: -Ela disse isso?

—Sim ela disse.

—Olha Regina, eu não disse que ia ficar aqui com o intuito de atormenta-la,e sim por que eu quero ajudar. Sei o quanto é orgulhosa para admitir...Enfim,se você quiser eu saiu.

—E você vai me ajudar em troca de que?

—Por que você sempre pensa o pior das pessoas?

Dito isso Robin retira-se.Lamentando para si mesmo que Regina não fosse capaz de ver o bem nas pessoas, em suas ações,infelizmente pessoas como ela não eram acostumadas a ver bondade em alguém...

 Regina suspira mais uma vez,não queria ter pronunciado aquilo. No entanto,havia o feito e como sempre estragado tudo.Robin fora gentil o suficiente lhe oferecendo apoio.

Era difícil para ela acreditar que ainda houvesse pessoas como ele. No mundo dos negócios todos que ela conhecia não faziam nada apenas por ajuda e sim por interesse... mas com Robin tinha algo diferente, ele era especial de alguma forma que ela não conseguia definir,mesmo sendo atrevido ás vezes, por mais que não gostasse admitia isso.

—-------------------------------*--------------------------------

 A noite que se seguiu Regina passou em claro,tentando encontrar alguma evidência que comprovasse a inocência de seu cliente.

Sem resultados satisfatórios.

  Na manhã seguinte cedo Regina já estava na empresa, Hades e Killian também lhe sugeriram o mesmo que desistisse do caso... Ainda assim ela manteve sua decisão. Triste pela falta de incentivo que recebia,até mesmo de seu irmão.

 A hora do almoço havia chegado,antes de ir para o restaurante Robin decidi deixar uns papéis na sala de Regina para que a mesma os revisasse.

Chegando lá,pela primeira vez prática o ato de bater na porta, a fazendo correr os olhos por quem pedia permissão para entrar. Ao vê-lo parado,consente e o mesmo adentra a sala dizendo:

—Não quero incomoda-la,só vim deixar esses papéis aqui quando puder dar uma olhada.

—São urgentes?

Ele sabia que aquela pergunta significava se poderiam esperar mais 24 horas...

—Creio que um dia de espera não irá gerar caos algum.

Regina mesmo não demonstrando sentiu-se bem,não com a resposta,mas sim pelo fato de Robin saber exatamente o que ela tentava dizer com miseras palavras... Ficou o encarando.

Robin percebeu que devia estar atrapalhando e logo concluiu indo em direção a porta: -Desculpe a intromissão.

Regina pela primeira vez em anos, dispôs-se a engolir seu orgulho e exclamou levantando-se rapidamente da mesa: -Lockesley espera!

 Ao escuta-la chama-lo,um calafrio percorreu seu corpo. Era acostumado a ouvi-la o chamando,porém sempre em tons autoritários,mas não como naquele momento, com a voz amena,serena. De uma forma que ele nunca ouvirá antes. Ao virar-se pode ver receio e medo nos olhos de Regina ,que um pouco sem graça continuou:

—Eu sei que posso ter si...

É interrompida por Belle entrando na sua sala ofegante.A jovem além de uma série de documentos carregava sua bolsa, e um grande guarda-chuva.

—Desculpe o incomodo Dra.Mills,mas vim deixar os contratos que a senhora pediu.

—Tudo bem, Belle.

Regina suspira,já havia perdido a coragem de desculpar-se pela maneira que havia tratado Robin na tarde anterior...

Logo questionou em seus devaneios “O que havia lhe dado na cabeça em desculpar-se? O deixando tornar-se ainda mais convencido?Não,definitivamente não.”

Porém algo em sua secretária lhe chama a atenção.

—Por que carrega esse guarda-chuva? O dia está ensolarado.

—Eu vi que há 5% de chance de chuva no fim do dia.

—E você acredita em chances mínimas?

—É claro que sim Doutora,toda chance mínima pode tornar-se máxima.

 Regina associou a chance mínima de inocentar seu cliente, e logo lembrou-se dos 5% de chances que tinha em um dia gerar um bebê. Já Robin, recordou das possibilidades que Marian tem em acordar,que de acordo com as probabilidades são de 5%.

“Seria possível?”

Os dois questionaram em seus pensamentos. Logo estes, responderam a si mesmos. “Não.”

Belle pergunta: -Posso ir almoçar Dra.Mills?

—Ah sim.Pode sim.

—Você vem também Robin?

—Não, a doutora quer falar comigo.

—Tudo bem Lockesley,pode ir também.

—Mas eu achei que quisesse me dizer algo...

—Esqueça.

 Sendo assim Belle e Robin retiram-se, o mesmo pensativo. Jurava que ela fosse lhe... “Não,ela não diria isso.”

 Olhou para a sala da chefe, como a cortina estava aberta pode analisa-la,mesmo que por pouco tempo... Regina estava da mesma maneira que antes, concentrada em seus arquivos.

Sentiu pena dela,mas foi escolha que a mesma fez.

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Á noite já havia chegado, todas as esperanças que Regina alimentou durante aquele dia esvaíram-se.Não tinha encontrado um equívoco,erro,falha... Começou pela primeira vez a duvidar de seu cliente, e pior ainda duvidar de si mesma.

 Ligou a televisão,péssima ideia.

Na mesma rodava uma reportagem sobre o caso,afinal aquele era um dos assuntos mais comentados no momento,tanto nas redes de TV, quanto internet e quaisquer veículos informativos que  fossem.

 Após relembrarem o “crime” cometido, começaram a questionar a sua imagem, algo que Regina não imaginou que passaria,afinal era uma advogada como qualquer outra. Até entender o porquê... Com o questionamento a seguir:

“Esse tipo de pessoa que o governo quer defenda a nação?”

“Regina Mills é a mais cotada para assumir um cargo de advogada da nação,mas seria ela um acerto ou um equívoco?”

“É de fato uma das advogadas mais conceituadas de Nova York,conhecida por não ter perdido nenhum caso dos 46 que defendeu em seus 13 anos de carreira.Contudo estaria ela á beira de sua primeira derrota?”

 Robin estava prestes a ir embora, deixaria com Ruby alguns relatórios para o dia seguinte, não a encontrou.Resolveu ver se ela não fazia alguma atividade em outro lugar da empresa, e para sua surpresa não havia mais ninguém lá, além dele e... Percorreu os olhos e encontrou como sempre a luz da sala da chefe acesa.

Iria embora,mas como sempre sentiu algo gritando dentro de si para que fosse até ela.

“Eu não acredito que estou fazendo isso!Estúpido, essa mulher vai acabar me demitindo isso sim. Mas por outro lado, ela precisa de alguém eu sinto. Mas como é possível? Sentir algo tão intenso? Se eu nem sequer a conheço há tanto tempo?”

Esses questionamentos a levaram até a sala de Regina.

 Ficou parado na porta, assistindo a mesma reportagem que ela. Como Regina estava distraída, ele foi entrando em passos leves, por sorte encontrou o controle do aparelho e o desligou.

 Regina obviamente assustou-se e de imediato olhou para trás.

 Robin com toda sua coragem diz: -Não irá adiantar ficar se martirizando.

Regina o encara confusa, ainda se recuperando do susto que havia levado.

—Você de novo? O que você ainda faz aqui?

—O mesmo que você,trabalho.

—Não precisa ficar até tão tarde, têm seus filhos para cuidar.

Ela diz se aproximando.

—Você sabe por que eu ainda estou aqui.É tão difícil acreditar assim? Que eu quero te ajudar? Eu sei que nem um coração tão gelado aguenta passar por tantas críticas e manter-se...

—Ok,ok! É isso que você quer saber?Sim! Eu estou completamente perdida sem saber que caminho seguir,no começo eu confiava em mim. Até todos dizerem do que eu sou ou não capaz, ou até mesmo de me tornar a advogada insana que todo país pensa que sou.

—Não é se questionando que irá conseguir algo,tenho certeza que deve estar deixando alguma coisa desapercebida.

—Não há Lockesley! Já revisei tudo, letra por letra. Já os li uma porção de vezes e nada. Como pude ser tão imprudente?

—Não se cobre tanto.Todos estamos sujeitos a errar Regina! Venha, vou ajuda-la, você vai me explicar toda a situação e juntos vamos tentar  resolver isso.

—Não há o que resolver Lockesley, esse caso já está perdido (Regina Suspira.) –Ela está certa,eu não vou conseguir...Não tenho potencial.

Robin  nega com a cabeça: -Eu não penso assim... Você é a melhor Regina!

—Dê uma segunda chance a si mesma.

   Pela primeira vez em anos Regina ficou sem palavras... Nada conseguiu dizer, sua surpresa e admiração ficaram estampadas em seu rosto. Como Robin podia a deixa-la daquela maneira com apenas algumas palavras? Ou como ele poderia pronuncia-las daquele jeito? Lhe causando tanta intensidade?

Por fim, ainda desconcertada perguntou:

—Você acredita em mim?

—Sim.

 Aquela afirmação bastou, se antes ela o admirava pela sua bondade,passou a apressiá-lo ainda mais.

Robin depositou nela a esperança, coragem o que ninguém havia feito,nem mesmo seu irmão. Ele acreditou nela,quando todos duvidaram de sua capacidade.

—Sabe Regina eu andei pensando naquela pergunta que você me fez outro dia.Sobre como era possível eu lhe conhecer tanto...

—Você ainda pensa sobre aquilo?

Regina questiona surpresa por ele sequer gastar parte do seu tempo, pensando em algo que ela havia dito.

—Sim.

Ela o encara com curiosidade e o mesmo continua: -E acho que não fui sincero com você. Mas te respondendo com sinceridade, eu não sei. Apenas sinto,é algo que nem eu compreendo. Sei que deve estar querendo me demitir por isso e por ser um...como você diz? Atrevido?Enfim, só vim até aqui porque te vi sozinha assistindo algo que não te fazia bem, realmente só quero ajudar, sem interesse.Agora se você quiser que vá embora e passe por aquela porta,porque ousei olhar no fundo dos seus olhos, e dizer a verdade. O faça, mas esse é o meu jeito e eu não vou mudar.

—Eu não vou manda-lo embora. Mesmo lhe achando um atrevido ás vezes e sabendo que ainda teremos muitas discussões um tanto quanto calorosos... mas no fundo preste bem a atenção,pois essa será a única vez que ouvirá essas palavras soarem dos meus lábios. Eu gosto da sua sinceridade, você é um homem de caráter e mesmo sendo um chato eu gosto disso!

—Fico lisonjeado milaydi.

—Milaydi?Com certeza é melhor que Dama de Gelo.

Ela esboça um sorriso.

—Assim é bem melhor,um sorriso lhe cai muito bem.

Trocam olhares durante um tempo, até que Robin continua: -Olha eu posso imaginar o que te disseram nesses últimos dias, e a pressão que está pondo sobre si mesma. Mas acredite essa não é a solução...

Robin para de falar, curiosa Regina pergunta: -O que foi?

—Você não está ouvindo?

—Ouvindo o que?

 Logo um trovão é escutado por ambos.

—Chuva.

Robin diz. Os dois vão até a grande estilhaça de vidro que há atrás da mesa de Regina e começam a cuidar a tempestade pela cidade.

—Como aquela menina pode ser tão útil ás vezes.

Para Robin foi inevitável perceber o sorriso genuíno que brotava na face de Regina, bem diferente do que exalava a minutos atrás...

—Eu não imaginava que 5% pudessem significar tanto.

Diz Regina.

—Ás vezes as chances são mínimas tornam-se máximas!

Conclui Robin, e logo a mãe de Robert entra na sala de Regina apressada exclamando: -Eu acho que tenho algo que pode ajudar!

Regina e Robin se encaram ainda mais surpresos.

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  Na manhã seguinte passava-se das 10:00 horas quando Regina chegou ao tribunal com Nogueira e Barcellos que também estavam mais animados com as novas informações. Ignoraram a imprensa e seguiram seu caminho.

 Ambos assim que adentraram a sala onde seria realizada a audiência eram observados,Regina estava no meio, do seu lado esquerdo Dr.Barcellos e no direito Dr.Nogueira,caminhavam com determinação e confiança. Regina apesar de um pouco nervosa,tenatava não demonstrar. E de fato conseguia.

Robin estava lá, sentou-se próximo a família do réu. Havia levado uma testemunha importante e como prometido ficou para assistir a audiência, ficaria atento a cada detalhe,talvez pudesse ajudar Regina e seus colegas.

 O promotor ficava os encarando... Até que o juiz adentrou o ambiente, todos levantaram-se e se deu o início da sessão.

 O réu é chamado para depor, o promotor novamente mantém suas mesmas acusações. Até então ganhando a confiança dos júri responsável pela sentença.

 Regina ás vezes procurava pelo olhar de Robin que o correspondia,lhe tranquilizando.

 -Eu sou inocente!

Exclamou o acusado que já estava sem esperança alguma de que seria possível comprovar a verdade.

 Foi pedida a sua retirada e a entrada da vítima, o momento em que Regina aguardava, depositava ali a única chance que tinha para salvar a dignidade de seu cliente e a dela mesma.

 Logo posicionou-se em frente a mulher e disse:

—Eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas certo?

—Certo.

—Por favor que entre os aparelhos.

No local foi trazido uma televisão e um DVD, Regina colocou um CD ali dentro e começou a rodar o depoimento da mulher no dia do julgamento.

—Bom como vocês podem ver, essas foram as palavras ditas por Verônica no último dia 23 de maio.Hoje dia 25 lhe pergunto segue esse seu discernimento? É realmente a verdade?

—Sim!

—Os senhores ouviram essa afirmação?

Regina pergunta para o júri, indo até sua bancada e pegando alguns papéis.

—Aqui comigo carrego que essa afirmação da senhorita Verônica é um tanto quanto equivocada,meu cliente têm sérios problemas de epilepsia.(Regina articulava com as mãos mostrando os exames,logo em seguida os entrega para o juiz que os observa por alguns segundos, e lhe entrega  a mesma os leva até a bancada do júri  os mostrando os dados que constavam no papel.)-Desde criança ele sofre com a doença, e não pode sequer tomar um gole que seja de qualquer tipo de bebida alcoólica, comprovado isso pergunto como meu cliente poderia ter abusado de Verônica bêbado? Se tivesse bebido estaria no momento do abuso sofrendo ataques epilépticos.

Aquela informação deixou Verônica nervosa. Não imaginava que Robert possuía tal doença.

 Levantando aqueles questionamentos Regina conseguiu gerar a atenção dos jurados e de quem assistia ao julgamento,um murmúrio foi gerado. Os veículos de TV que filmavam tudo começaram a noticiar essa nova informação .

 Regina aproveita o empasse e segue seus instintos revelando mais coisas...

—Verônica você também disse não conseguir arrumar um emprego certo? Por carregar traumas ao ter que sair da rua e tudo o mais...

—Sim.

—E você também nunca mais namorou alguém?

—Não.

—Possui amigos por aqui?

—Não, sou sozinha senhora.

Diz com lágrimas nos olhos.

—Você passa por dificuldades?

—Todo dia.

—É mesmo?

—Sim.

—Pois não me parece, de acordo com essas provas (Regina mostra uma série de fotos, comprovando Verônica dirigindo um belo carro, roupas de marca, um belo apartamento.) –Segundo essas fotos parece que a nossa vítima começou a ostentar um vida extravagante ,nos últimos meses, depois da denúncia contra meu cliente...

Regina é interrompida pelo promotor.

—Objeção meritíssimo! O que a Dra. Mills está insinuando com essas informações?

—Estou concluindo sem sombra de dúvidas que Verônica foi subornada a acusar o meu cliente! Senhor juiz, jurados (as) como podem ver meu cliente um homem inocente acusado de algo que não cometeu. A vitíma infringiu a lei e mentiu não uma,mas duas vezes sob juramento da verdade. Como ela poderia ter melhorado suas condições de vida sem trabalhar? Justo no período de seis meses quando acusou injustamente meu cliente. Você está tendo a chance de dizer realmente a verdade novamente, o faça.

O promotor intervém.

—Não diga mais nada!

—Deixe a doutora prosseguir, controle-se.

Ordena o juiz.

—Todos aqui sabemos que você foi abusada, os exames comprovam isso. O que lhe pergunto é você tem certeza que foi Robert?

Desesperada e chorando ela diz:

—Eu não sei.

—Quem foi que te pagou?

Verônica fica em silêncio.

Regina irritada afirma:

—QUEM PAGOU PARA VOCÊ CULPA-LO?!DIGA!

—Eu não sei, eu não sei.

Diz Verônica aos prantos.

—Pare! Está passando dos limites!

Disse o promotor.

Verônica foi retirada da sessão estava tendo uma crise de nervos.

 Regina volta para seu lugar e pede para que Nogueira faça as considerações finais. Sendo assim ele vai até o júri e começa, olhando para a chefe.

 -Todos aqui presenciamos um caso de grande repercussão que questionou todo o país (Nogueira olha para Regina e continua.)-Senhores acho que ficou claro a grande possibilidade que há aqui de um inocente ser culpado de um crime que não cometeu. A Dra. Mills comprovou diversos argumentos dos quais é possível distinguir a inocência de um homem que ficou preso por 180 dias, por um julgamento precipitado. Fica a cargo de vocês lhe darem a absolvição desse terrível engano.

Nogueira e Regina mais uma vez trocam olhares e ela consente com a cabeça.

Uma hora depois...

 Todos aguardavam a decisão dos jurados.

Um policial carregando o envelope em mãos entra no ambiente,todos levamtan-se, o mesmo entrega o papel para o juiz que o olha e logo o devolve, logo o documento é entregue a uma das juradas.

 Barcellos se surpreende com a atitude de Regina que pega sua mão e a de Nogueira. A mesma estava aflita,nunca havia lhe visto tão ansiosa com o resultado de um julgamento. Mas apertou a mão dela com força demonstrando confiança.

—E a decisão do júri concluiu... (Todos se olhavam curiosos.)-Robert é considerado inocente.

 Regina, Barcellos e Nogueira se abraçam comemorando. A família dele também não conseguia conter-se, vibravam de felicidade.

 Após ser cumprimentada por muitas pessoas pelo bom trabalho exercido,Robin chega até ela.

—Finalmente consegui te cumprimentar.

Ele diz perto do ouvido dela, o que lhe causou um arrepio. Ao virar-se encontra aqueles belos olhos azuis lhe encarando exalavam orgulho.

—Lockesley!

—Parabéns Doutora!

Ele lhe estende a mão e Regina retribui o cumprimento dizendo:

—Obrigada...

—Pelo que?

—Por... por ter acreditado em mim.

—------------------------------*------------------------------

Próximo capítulo...

 Robin cuidava de Roland, ainda estava febril,mas felizmente as temperaturas haviam diminuído um pouco.

 O menino estava deitado no sofá,nos braços do pai. Assistiam desenhos.

 Regina caminhava atentamente no corredor  procurando pelo apartamento 133, como constava nas suas anotações.Durante o caminho até ali questionou-se diversas vezes se não estava sendo muito intrometida... mas Roland estava doente, e ela havia ficado preocupada desde que descobriu.

“Vou ficar uns minutos, só para saber como ele está. Depois vou voltar para casa.”

405,406... 407. Suspirou e bateu na porta.

 -Regina?

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Muito curiosas com esse final?
Ah agradeço as meninas do Spirit somos 57 favoritos obrigada! ♥
Não percam o próximo capítulo,teremos Roland,Robin,Regina...
Um grande beijo á todos e obrigada por tudo vocês são maravilhosos ♥