Capitulo 17

POV – Suzannah

- Annabeth? – Sério, eu já estava começando a ficar preocupada. Primeiro aquela sensação estranha, como se alguém estivesse me vigiando atentamente, esperando um erro qualquer para poder me atacar ( ridículo, se quer a minha opinião) e depois Annabeth simplesmente começa a correr por ai gritando e depois fica com essa cara de ‘olhando para dentro’.

Quando não agüentei mais a tensão, eu agarrei seus ombros e a chacoalhei com força. Ela arregalou os olhos cinzentos e me olhou surpresa, como se eu tivesse acabado de me transformar em um dragão e estivesse dando um discurso sobre a paz mundial. Mais uma vez, ridículo.

- Qual é o seu problema?  - Eu perguntei irritada.

- Eu... Eu...- Ela gaguejou e quando eu comecei a ter esperança de tirar alguma coisa da boca dela, seus olhos se encheram de lagrimas.

- Annabeth o que está acontecendo ? Me diga, por favor.- Eu disse, tentando ser um pouco mais gentil, apesar da raiva que ainda zumbia nos meus ouvidos.

- Eu... Ele... Não, eu não...- A umidade em seus olhos finalmente vazou.

Suspirei. O azar tinha escolhido esse dia para se vingar de mim, só podia.

- Annabeth, se acalme e pelo menos tente me explicar o que está acontecendo.- eu disse pausando cada palavra, para que ela entendesse.

Um curto silêncio em que mais lagrimas desceram por seu rosto pálido.

- Percy... alguma coisa...- ela engoliu o que pareceu ser algo grande.- alguma coisa o pegou.

Ah. Meus. Deuses.

Como eu era estúpida. O cara de quem eu gostava sumia sem deixar rastros, a namorada do cara fica arrasada, bem na minha frente e eu nem suspeito de nada.

Percebi que continuava com as minhas mãos envolvendo os braços de Annabeth e voltei a aperta-los.

- Alguma coisa o que? – Eu perguntei em pânico.- Onde ele está Annabeth? Me diga, pelo amor dos deuses.

Trovão, mas eu nem me importei.

Ela balançou a cabeça com firmeza e algumas lagrimas saíram voando.

- Eu... eu não sei.

- O que.. o que vamos fazer ?- percebi que a minha expressão devia estar parecida com a dela, mas sem as lagrimas. Eu não sou muito de chorar e eu não ia quebrar essa regra hoje, por pior que fosse a situação.

Ela olhou em volta ainda meio perdida então a expressão ‘ olhando para dentro ‘ voltou aos seus olhos e eu estava prestes a sacudi-la de novo quando uma determinação como eu nunca tinha visto antes dominou seus olhos e ela olhou para mim.

- Vamos voltar ao acampamento. Quiron saberá o que fazer e podemos escolher guerreiros para nos acompanhar – ela disse sem qualquer sinal da confusão de dois segundos atrás.

- Ok, eu acho.

- στάση, προπονητής της καταδίκης. – Era grego, eu tinha certeza. Eu entendi alguma coisa como ‘pare, carruagem da danaçao’.

Então, do bueiro logo abaixo de nós, um taxi se formou. Não era dos taxis que você costuma achar em Manhattan. Em primeiro lugar, era inteiramente cinza chumbo e sua consistência era estranha, como se fosse feito de fumaça.Em segundo lugar uma velha que parecia ter uns 150 anos e tinha um olho só pareceu na janela e disse com a melhor voz de taquara rachada:

- Para onde, para onde ?

Annabeth abriu a porta do carro, embora eu esperasse que sua mão simplesmente passasse por ela e entrou.

Eu a segui e fechei a porta, que para a minha surpresa era tão rígida quanto qualquer outra porta.

- Acampamento meio-sangue. – Ditou Annabeth para a velha.