If we could throw away the hate

And make love last another day

Don't give up just for today

Life would be so simple

Together – Demi Lovato (feat. Jason Derulo)

Era tarde da noite quando ele resolveu procura-la, depois de mandar Amber para o quarto e a breve conversa que tiveram, Emily foi para seu escritório e ele passou o resto da tarde com o pequeno AJ. Ele queria chamar Amber para assistir ao filme com ele e AJ, mas ele a conhecia bem o suficiente para saber que ela precisava de tempo, mexer com ela agora seria o mesmo que tentar domesticar um animal selvagem, ele ri com a comparação, selvagem foi como ele definiu Emily certa vez ao vê-la em um julgamento, a verdade era que ele amava a maneira como ela perseguia seus objetivos, ela sempre foi determinada, se fosse justo com sigo mesmo ele admitiria que Emily era uma força da natureza, indomável por sinal.

Ela está em seu escritório sentada apenas encarando um livro qualquer. Ela não sabe ao certo quanto tempo está sozinha olhando o nada, mas sabe já são algumas horas. Ela só percebe a presença de Aaron quando ele está fechando a porta. “Você está sumida por horas” ele comenta, ela dá de ombros “Sua filha deve ter apreciado isso” Ele a observa “Minha filha também se auto exilou” Ela ergueu a sobrancelha “Também?” Ele faz que sim com a cabeça. “Aparentemente ela e a mãe compartilham essa mania de se isolarem quando não conseguem lidar com seus sentimentos” Ela ergueu a sobrancelha “Isso é apenas mais uma na enorme lista de coisas que as duas compartilham” Um lampejo de um sorriso aparece em seu rosto “É uma lista muito grande?” Ela pergunta entrando na brincadeira, “Oh sim, as duas são tão parecidas que eu me pergunto onde estão os meus genes, tenho medo que ela tenha sido feita só por você” Emily ri, ri alto, uma risada de verdade, um som que é melodia em seus ouvidos e o contagia de forma a fazer um sorriso brotar em seus lábios também. “Bem o que posso fazer? Alguém deveria se parecer comigo, os meninos são tão parecidos com você” Ela não estava triste ao dizer meninos “Mas você sabe, ela herdou suas covinhas” Ela disse quando ele escorou em sua mesa, ele estava bem ao seu lado, mas devido ao fato de estar sentada em sua cadeira ela precisava olhar para cima para poder encara-lo. “Você sabe que AJ tem o mesmo sentimento de bondade que você e Anton tinha seus olhos” Por alguns segundos ele se arrependeu em mencionar Anton, ao ver o lampejo de tristeza em seus rosto, mas logo passou quanto ela sorriu tristemente “De onde você tirou esse sentimento de bondade?” Ele deu de ombros “Me lembrei de uma universitária que conheci certa vez. Sobre Anton...” “Ele de fato tinha meus olhos Aaron, mas todo o resto era seu, sua aparência, seu temperamento, ele era uma versão mais jovem de você e não tenho dúvidas que o futuro dele teria sido brilhante” Eles caíram em silêncio por breves minutos “Você sabe o que ele me perguntou na última vez que nos vimos?” Aaron fez que não “Ele me perguntou se eu ainda amava você” Ele olhou para ela interrogativamente “Ele era esperto o suficiente para notar que não estávamos indo bem” Ele desviou o olhar para um canto da sala, lembrando-se do filho lhe olhar com os olhos serenos se ela amava o pai “Ele estava me advertindo por não dar atenção suficiente aos caçulas” Um sorriso triste apareceu em seus lábios “Você sabe ele sempre foi protetor em relação a eles, assim como você. E então ele me fez a pergunta, lembro-me do silêncio que persistiu após a pergunta dele, eu sabia a resposta lógica, mas me sentia ofendida por ele me perguntar eu nunca o respondi Aaron” Ela voltou a encará-lo nos olhos, a essa altura sua mão repousava na coxa dele, ele traçava círculos imaginários em sua mão enquanto pensava no que ela havia dito, ela não o amava? Era isso que estava tentando dizer? Ela percebeu o olhar sombrio que começava a surgir em seu rosto, percebeu então que ele estava entendo as coisas errado. Ela se levantou para se manter, ou melhor tentar ficar na altura dele olhando olho no olho ela disse “Eu queria ter dito a ele que eu amo você com todo o meu coração, apenas nos esquecemos de mostrar isso as vezes” Ele suspirou, quase que em alivio “Você tem toda a razão meu amor” “Eu queria ter dito a ele Aaron, Deus eu queria ter dito isso e muito mais, eu queria dizer que eu o amava, eu o amava Aaron! Ele era meu primogênito, ele que testou minha insanidade com noites sem dormir, com ele minha vida se tornou completa. Deus Aaron eu o amo tanto” Ela a puxou para um abraço, enquanto ela ainda murmura, “Eu sei Emily e ele também sabia” Ela se afastou um pouco do abraço para encara-lo “Aaron, quando as coisas irão melhorar?” Ele deu de ombros “Eu queria ter uma resposta Emily, mas não tenho” Ela suspirou e o abraçou “Eu te amo Aaron Hotchner” “Eu também te amo Emily Hotchner e prometo a você que vamos passar por tudo isso juntos” Ela sorriu, ele amava vê-la assim sorrindo, com o rosto tão próximo ao dele, a distancia foi, até seus lábios se encontrarem. Começou lentamente, mas seus corpos se conheciam há muito tempo e em segundos o beijo se aprofundou, o tempo apenas ampliou a necessidade que ambos sentiam do outro e foi assim que tudo o que estava na mesa foi jogado no chão, sem protestos de Emily por suas coisas estarem sendo jogadas de qualquer jeito e apenas o sorriso de Aaron ao perceber sua esposa abrindo sua camisa favorita de maneira violenta arrancando todos os botões. Eles não se importavam, eles precisavam um dos outros, na forma mais intima possível.

Na manhã seguinte os membros da casa foram acordados por um grito estridente. Aaron e Emily levantaram quase que automaticamente, eles se vestiram o mais rápido possível; sorte que após os eventos na mesa de Emily decidiram repetir no quarto deles. Ao entrarem no quarto de Anne se depararam com a mesma em pé em cima da cama gritando para que AJ tirasse o lagarto de lá, Emily riu ao ver o filho saindo do quarto da irmã perplexo pelo comportamento de garota, como ele mesmo descreveu. Após meia hora, por incrível que pareça a família estava completa para o café da manhã, Amber percebeu que seus pais pareciam estar mais relaxados e o próprio AJ se divertia ao contar a mãe sobre o como foi divertido encontrar Amber gritando de cima da sua cama por causa de Batman seu lagarto de estimação. Após terminar de comer Amber ficou ali, apenas observando a família, lembrando-se de outros tempos, mas foi interrompida pela campainha e logo a entrada de seus amigos na cozinha.

“Bom dia senhor e senhora Hotchner, bom dia AJ” Henry disse como sempre muito cordial, Paget apenas chegou sorridente dizendo “Bom dia Hotchners” O fato dela e Amber terem crescido juntas ajudou para que Paget tivesse liberdade com a família, isso e o fato de ambos os seus pais serem amigos dos pais de Amber. “Bom dia crianças, posso perguntar o que fazem aqui tão cedo?” Emily perguntou “Nossa tia Emily, nem parece feliz em ver sua afilhada preferida” Paget se fez de ofendida, mas isso não a impediu de pegar um cookie. “Eu não disse isso Paget, apenas estou curiosa” “Amber tem trabalho comunitário, mexi uns pauzinhos e consegui para que fosse na igreja das freiras que minha joga boliche” “Trabalho comunitário?” Hotch perguntou, Amber foi rápida em se levantar e pegar sua bolsa “Vovó explicou para a mamãe” Ela se apressou em sair “Tchau mãe, tchau pai, tchau AJ”. Do lado de fora da mansão Amber suspira “Vai ser um longo dia” “Que nada, vai ser muito divertido” Paget disse entusiasmada enquanto entrava no carro.

AJ estava andando pela casa a procura de Veloz, sua amada tartaruga, quando notou que sua mãe estava assistindo ao noticiário, ele decidiu entrar e perguntar a ela se ela não tinha visto Veloz, ao entrar ele começa a prestar atenção no que a mulher do programa de fofoca fala “Emily Hotchner advogada de carreira, esta enfrentando tempos difíceis, após a morte do filho ela está no centro de um escândalo politico...” nesse momento ele pergunta a mãe “Tia Erin não gosta de escândalos políticos” Emily imediatamente ao perceber a presença do filho desliga a televisão, “É, ela não gosta. O que te traz aqui rapazinho?” “Veloz fugiu. De novo.” Emily sorriu para seu caçula “Quer ajuda para procura-lo?” O pequeno assentiu alegremente e logo ambos estavam a procura da tartaruga fujona.

O paradeiro da tartaruga acabou por ser debaixo da cama de Anne, “Seus animais parecem gostar muito da sua irmã” Ela fez uma observação “Posso ter deixado ele aqui ontem” “Pode?” “Meus animais me fazem feliz, pensei que eles deixariam Amber feliz também” Emily sorriu com a inocência do filho “Nem sempre o que faz uma pessoa feliz é a mesma coisa que faz outras pessoas felizes querido” “Percebi isso essa manhã mamãe” Ela riu da conclusão do filho e enquanto ele a olhava curioso ela disse apenas “Que tal você colocar Veloz na casa dele e saímos para tomar um sorvete” os olhos de Aaron Júnior brilharam em realização.  

Elizabeth acordou feliz essa manhã, tão feliz que até pensou em chamar o marido para almoçarem juntos. Ela não sabe exatamente o porquê, mas ultimamente Ethan tem mexido com seus sentimentos (um pouco além do normal) e ela sentiu a necessidade de fazer o mesmo, ela sorriu com o pensamento infantil, mas não era mentira que parte do relacionamento deles era baseado em disputas, isso sempre fez as coisas ficarem mais interessantes. Ela encarava dois vestidos, ela se sentiu estupida, ela não era uma adolescente querendo impressionar o namorado. Ela acabou então optando por um belo vestido verde escuro, de mangas compridas e que valorizava bem seu corpo. Ela encarou o espelho, o tempo foi gentil para ela, ela havia mantido a silhueta esbelta e embora não fosse muito alta, os louboutin faziam com que ela tivesse uma altura adequada. Sorridente ela saiu de casa.

Ela sabia que Ethan estaria passando a manhã na casa de Dave e possivelmente a tarde também, ele e Dave estavam muito ocupados ultimamente tentando limpar a imagem de Aaron. Ao chegar na casa de Dave, ela notou um carro diferente, não pertencia a ninguém que conhecesse, ela estaria interrompendo uma reunião? Ela deu de ombros se tudo desse errado, ela iria pedir cobertura a Erin, embora sua amiga odeie quando é interrompida em reuniões. Quando ela adentrou a casa, ela sentiu um nó se formar em sua barriga, ali de pé, conversando bem perto estava aquela mulher. Logo ela notou que estava apenas Ethan e Dave acompanhados de Catherine Wilde, de repente ela se arrependeu da decisão que tomou pela manhã. “Bom dia Elisabeth não esperávamos você por aqui hoje” Dave disse, enquanto seu marido se aproximava “Aconteceu algo?” Ethan perguntou “Oh não, não aconteceu nada. É...” De repente ela se sentiu envergonhada pela sua ideia “Erin e eu tínhamos combinado de sairmos para algumas compras hoje, não me diga que você fez ela desistir da ideia Dave?” Ela jogou um sorriso falso. Quase que ao seu sinal Erin desce as escadas e cumprimenta a todos, ela havia ouvido boa parte da conversa, elas não haviam combinado nada, e aparentemente sua amiga precisava de cobertura e que maneira melhor de se vingar do marido do que compras? “Ah Beth, que bom que você chegou. Achei que não viesse mais” Ela disse colocando seu melhor sorriso, se despediu dos presentes na sala e saiu com a amiga de longa data.

Ambas entraram no carro de Dave, já que Liz havia vindo de taxi. “Para onde senhora?” O gentil motorista perguntou “Para o shopping Jimmie” Liz a olhou não muito expressiva “O que foi? Havíamos combinado de fazer compras não é?” a morena suspirou “Você sabe que não Erin” Erin riu “Acho que você planejou uma surpresa para o seu marido, mas quem se surpreendeu foi você ao ver aquela mulher. Então vamos nos vingar dos nossos maridos da maneira que podemos Beth. Vamos fazer um belo desfalque em suas contas bancarias” Ambas riram enquanto Jimmie dirigia pelas ruas de Washington.