No caos, encontrei você. escrita por sadali3n


Capítulo 1
Na madrugada


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas

Resolvi compartilhar a minha história aqui no Nyah também, espero que gostem.

Boa leitura!!



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Naquela manhã, Alicia Clark saiu da cama cedinho, ela mal conseguiu dormir na noite passada, não estava muito adaptada ao novo ambiente ainda. Sua mãe havia se mudado para Los Angeles há poucas semanas por questão de trabalho, além dela, Alicia também tinha um irmão mais velho, chamado Nick, ele já morava naquela cidade há um ano e meio, em um apartamento meio que entregue às baratas. A relação de Nick com a mãe não era das melhores desde que ele fugiu de casa para viver de uma forma nada convencional, mas entre ele e a Alicia existia uma união forte de irmãos que jamais seria quebrada. Quando acabou seu café da manhã, Alicia resolveu ir a pé para a escola, já que tinha tempo de sobra. Ela gostava de andar, imaginar coisas e pensar na vida, gostava de ser sua própria companhia de vez em quando. Além de ser uma forma de conhecer melhor a vizinhança e a cidade, que estava prestes a sofrer grandes mudanças.

A alguns quilômetros dali, em um outro apartamento do centro da cidade, no terceiro andar, mora Elyza Lex. Ela trabalha como tatuadora, a maior parte da grana que recebe é usado para pagamento do aluguel, das contas (atrasadas, por sinal) e o que sobrava eram merrecas para curtição, bebidas, roupas e claro, comida. Seu pai havia falecido a 6 anos atrás, na época ela tinha 14 anos. Sua mãe se casou novamente após um pequeno intervalo de tempo e havia se mudado para outro país após Elyza se tornar mais madura, mais independente, pois de forma alguma ela aceitou ou apoiou o relacionamento da mãe, e jamais iria ter viajado com os dois. Apesar de se sentir sozinha as vezes e sentir falta da mãe, Elyza não costuma demonstrar o que sente, nem nas ligações ou chamadas de vídeos, nem nos poucos encontros que elas fazem de ano em ano. Ela sempre tenta manter a postura de durona, quando se trata da mãe então nem se fala. A noite é o seu horário preferido, ela costumava sair de casa em sua moto todos os dias e sentia-se livre, definitivamente “a dona do mundo” por boas horas, é a sua válvula de escape das frustrações do dia a dia.

Ao sair de um bar na noite anterior, após cantar em um karaokê até bem tarde e dar boas gargalhadas com algumas amigas ela resolveu pegar um atalho em um beco um pouco escuro e estreito, foi aí que ela viu um homem visivelmente alterado, atirando em outro a queima roupa, mais de três tiros consecutivos, atingindo a barriga, o peito e o pescoço; em seguida ele vasculhou todos os bolsos do corpo que se esvaía em sangue e catou cada moeda que havia restado. Friamente.

Ela freou a moto com a intenção de não ser notada, mas tudo aconteceu tão rápido que eles acabaram frente a frente, sem pensar muito ela começou a recuar com sua moto para sair dali e não se meter em confusão

— Merda! Merda! Merda! – Elyza repetia incessantemente a cada passo que dava para trás, mas ela para ao ser surpreendida pela voz do homem

— Olha só, hoje é meu dia de sorte! Aquele idiota me rendeu 500 dólares e agora Deus me coloca uma beleza toda dessa no meu caminho – o malandro dava risadinhas e reparava Elyza da cabeça aos pés, o que fez ela se sentir desconfortável e com muita raiva - Fica paradinha aí loirinha, não...não, melhor, desce da MINHA moto e vamos aproveitar esse lindo momento para fazer algo mais interessante e quebrar logo esse clima tenso, o que acha? – A face do homem ficou mais séria e ele brincava com a pistola em suas mãos esperando Elyza obedecê-lo

— Sua moto?! – Ela riu e continuou – Só por que você tem uma arma, não significa que é fodão e que pode matar qualquer pessoa e roubá-la, se acha que dessa forma você consegue me intimidar, está muito enganado, eu tenho nojo de pessoas como você! Vai se foder! – As palavras saíram da boca da Elyza sem que ela ao menos pensasse

— Olha, pra ser sincero, eu não gosto de atirar em mulheres, mas não queira me ver irritado por que as vezes a gente é obrigado a fazer o que não gosta.

— Deveria estar preocupado com a quantidade de pessoas que vão aparecer aqui, não vai demorar muito para que vejam a merda que você fez, segue seu rumo e eu sigo o meu, okay?

— CALA A BOCA! Eu vou contar até cinco para você fazer o que mandei... – O homem apontou a pistola para Elyza, que no meio de toda a tensão conseguiu usar a cabeça e teve uma ideia insana.

Quando a contagem já passava da metade, ela sabia que era a hora, desejou uma boa sorte para si mesma e para a sua fiel aliada (sua moto), respirou fundo e deu uma arrancada para cima daquele homem sem que ele ao menos esperasse. Involuntariamente ele atira, felizmente a bala não atinge Elyza e com a força do impacto, o homem caiu um pouco mais a frente desacordado e com algumas lesões pelo corpo. Elyza estava muito nervosa, ela nunca havia feito nada desse tipo antes, ela saiu da moto com as mãos em sua cabeça e se escorou no muro daquele beco imundo para se recuperar antes de seguir seu destino. Olhou para o lado e viu os dois corpos, forçou mais a vista e viu a pistola. Pensou em pegá-la, mas balançou a cabeça em negação.

Voltando para a sua moto, o silêncio é quebrado por uns barulhos estranhos.

— Filho da puta. – Elyza sussurrou

Mas logo percebeu que não estava vindo do corpo do assassino, mas sim da vítima baleada a minutos atrás. Ela tirou seu celular do bolso para ter uma iluminação melhor e se aproximou lentamente daquela pessoa que ela jurava estar morta e agora respirava. Colocou a luz em seu rosto

— Que diabos é isso... - Ela se abaixou perto do corpo sem entender o motivo de alguém com ferimentos tão profundos e fatais estar acordando. Respirando.

Ao abrir os olhos, ela focou mais a luz do celular e percebeu que aquilo definitivamente não era normal. Antes que se afastasse ou corresse o zumbi a segurou pela camisa e tentou mordê-la, ela gritou e andou para trás até tropeçar no idiota que permanecia desacordado no chão, fazendo o zumbi rasgar sua camisa. Gritou assustada mais uma vez, já não sabia o que pensar ou como encarar a situação, que estava fora dos limites.

— O qu...que... é você? – Seus olhos azuis estavam arregalados, cheios de lágrimas, sua voz trêmula, sua respiração ofegante e sua mente tentando decifrar o que havia de errado com aquela pessoa, ela não tinha visto nada parecido com isso antes em toda sua vida, a não ser em filmes, jogos ou seriados.

O zumbi tentou ir em sua direção, mas pareceu perder o rastro, porém ficou entretido com o outro ali presente. Se levantou, deu uns passos tortos e se ajoelhou perto do pescoço do homem e começou a arrancar grandes pedaços de sua pele. Elyza ficou horrorizada, ela se viu em um pesadelo, estava com as pernas bambas mas precisava aproveitar aquela oportunidade pra dar o fora dali. Avistou a pistola mais uma vez, pensou em pegá-la mais uma vez. Pegou. Tentou atirar, mas viu que as balas haviam acabado, guardou-a e em seguida, partiu para seu apartamento o mais depressa que conseguiu. Chegando lá ela tirou sua camisa rasgada e a jogou no lixo, era possível sentir o cheiro de sangue no tecido, também pegou a pistola e guardou em uma gaveta. Elyza se sentia sufocada e precisava falar com alguém sobre o ocorrido, mas tinha certeza que ninguém iria acreditar. Ligou a TV há espera de uma explicação, mas até então tudo parecia muito normal, o que era mais estranho.

Quando amanheceu, Elyza Lex continuava confusa e não pregou o olho nenhum momento. Ela não consegue acreditar no que viu na madrugada, estava sentada no chão do quarto, escorada na parede e com uma caneca de café forte em suas mãos, enquanto toda a cena se repete na sua cabeça várias e várias vezes, é inevitável...no fundo ela sabe que essa merda toda é real! Que pode ter mais deles lá fora, e que precisa estar preparada para o que vier pela frente.

E de repente, ouve-se gritos na rua.

O caos estava apenas começando.


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