Dangerous Woman escrita por Letícia Matias


Capítulo 41
41


Notas iniciais do capítulo

oi oiii pessoal! Cheguei com mais um capítulo(atrasadinho) mas ainda vale.
Senti saudades de vocês :)
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687405/chapter/41

Do lado de fora do prédio, estamos parados e encostados no carro de Kyle. Por algum motivo estranho da metereologia, o Sol está quente e isso não é normal no outono americano. Kyle está de braços cruzados olhando o movimento ao redor enquanto eu olho para ele. Estávamos discutindo o fato de eu querer ir a pé até o Dangerous Woman e ele querer me levar. A verdade é que eu queria andar. Isso me daria tempo para pensar em tudo o que acontecera nas últimas vinte e quatro horas. Mas eu não poderia me expor desse jeito para ele e falar "Eu quero ir andando para ficar lembrando do que fizemos".
–Aqui parece ser um bom lugar para morar. - ele diz e olha para mim.
Dou de ombros. Meus olhos estão estreitados por causa do sol.
–Eu não tenho do que reclamar.
Ele assente.
–Podemos continuar a conversa no carro a caminho do Dangerous Woman.
Suspiro derrotada e me dirijo até a porta do carona. Kyle desencosta do capô do carro e sorri triunfante. Entro no carro e digo:
–Só dessa vez você venceu.
Kyle sorri e eu não posso deixar de dar risada. Entro no carro e bato a porta com cuidado. Ele faz o mesmo e coloca a chave na ignição enquanto eu coloco o cinto de segurança. Ele olha para mim como se eu fosse louca.
–O quê? - pergunto franzindo o cenho.
–Por que está colocando o cinto?
–Por que não colocaria?
Kyle sorri e balança a cabeça.
–Não acredito que você anda sem cinto de segurança.
–Na verdade, sim.
Faço cara feia.
–Você é um delinqüente. Coloca logo esse cinto. - falo cruzando os braços em frente ao peito.
Kyle arqueia as sobrancelhas mas não discute e coloca.
–Ótimo, assim ninguém morre ou é arremessado pelo vidro.
Kyle ri, mas eu não acho graça nenhuma naquilo. É um assunto muito sério. Eu sempre fora acostumada e amedontrada pelos meus pais. Eles sempre obrigaram Sean e eu a usarmos o cinto de segurança com quem quer que estivéssemos e isso era o correto.
O carro começa a andar e eu comento:
–Hoje o dia não está normal. Está muito calor pra um dia de outono. - olho para o céu pela janela.
–Pois é, mas eu gosto de calor. Frio não é muito minha praia.
Olho para ele e sorrio.
–Você adoraria a Califórnia então.
Ele assente.
–Eu fui uma vez para Santa Mônica com a escola e adorei. Mas nunca mais voltei.
Sorrio.
–Sabe o que eu sempre quis fazer?
–O que? - ele pergunta olhando pelo retrovisor e para a frente.
–Ir a um festival musical.
Ele olha para mim.
–Está brincando comigo?
Ele tem uma expressão de divertimento no rosto.
–Não. Digo, eu nunca fui em nenhum show, sabe? Nem em nenhum festival de música como o Coachella ou a Tomorrowland. Sempre quis ir.
Vejo Kyle sorrir de lado e balançar a cabeça.
–O que foi? - pergunto rindo.
Ele coça a cabeça e diz olhando da rua para o retrovisor.
–Fico me perguntando do que mais seus pais te privaram.
Fico em silêncio e olho pela janela. De muitas coisas, Kyle, muitas mesmo.
***
Quando ele para em frente ao Dangerous Woman, o letreiro como todo dia de semana está apagado. Olho para Kyle.
–Você vai para a faculdade?
–Primeiro vou ir para casa e pegar minhas coisas.
Concordo com a cabeça.
–Obrigada. - digo com a voz baixa.
–Pelo quê?
Dou de ombros.
–Por ter me trazido.
–Não seja por isso, boneca.
Reviro os olhos.
–Sabe, eu não curto muito esse apelido.
–Desculpa, boneca.
Dou risada e levanto a mão para empurrar seu ombro. Kyle a segura e olha para meu rosto. Sem dizer nada, se inclina e me dá um beijo.
Quando ele para de me beijar, diz:
–Provavelmente não consiga te ver hoje. Tenho que trabalhar depois da faculdade
Concordo com a cabeça mesmo decepcionada. Mas eu entendo.
–Tudo bem. Te vejo... - paro de falar. - Quando?
–Vamos ver. Eu te ligo.
Concordo com a cabeça.
–Tchau. - abro a porta da picape e saio.
Torno a fechá-la e ouço um tchau baixinho do garoto de cabelos ruivos.
***
Quando passo pela porta de entrada, vejo que o bar está mais cheio do que o normal. Estou sinceramente nada a fim de trabalhar hoje, mas é a vida.
Ando em direção ao balcão onde Sam está limpando. Ele olha para mim e sorri:
–Que cara é essa?
–Que cara? - pergunto sorrindo.
Ele estreita os olhos azuis.
–Essa carinha. O que você vez Alice Carson?
Dou risada.
–Nada. Eu não sei do que você está falando.
Nesse mesmo instante ouço alguém chamar meu nome. Viro-me e sinto uma náusea tomar conta de mim. É Mike. Ele está vindo em minha direção, vestindo um terno de risca de giz cinza escuro e está mexendo no primeiro botão do paletó.
–Oi tudo bem com você?
Forço um sorriso.
–Oi Mike, tudo bem sim.
–Que bom. - ele diz. - Eu não te vi na festa da Chloé, o que aconteceu? Você estava lá e depois sumiu.
–Ah... - passo a mão pelo rabo de cavalo preso. - Pois é, eu... Eu...
Paro de falar quando ouço a porta do bar se abrindo. Ai Deus! Meu coração dispara quando vejo Kyle entrando por ela e olhando para mim e para Mike. Mike também olha para ele. Estamos muito próximos. Kyle se aproxima olhando para Mike e para mim alternadamente.
–O que está fazendo aqui? - pergunto ansiosa e forçando um sorriso para amenizar minha pergunta.
Kyle franze o cenho para mim e olha para Mike novamente.
–Você deixou cair o celular da tua bolsa. - ele estende o IPhone branco para mim.
–Ah. - digo e pego-o da sua mão.
–Oi, você é o primo da Chloé não é? - Mike pergunta.
Sinto Kyle passar o braço por meus ombros e olho para Sam que tem os cotovelos apoiados no balcão e segura o queixo com as duas mãos olhando aquela cena bizarra.
–Sou sim e você é o Mike. - Kyle responde estreitando os olhos.
Mike não deixa de perceber a atitude esquisita que Kyle está tendo e infla um pouco mais o peito.
–Então Alice, eu estava pensando se você não estaria a fim de sair pra jantar hoje à noite. Abriu um restaurante ótimo de...
–É, legal mas nós já temos planos. - Kyle interrompe Mike.
Olho para seu rosto. Seus olhos verdes não me olham, ao invés disso ele encara Mike com a expressão dura.Seu braço ao redor do meu ombro está me deixando muito desconfortável. Está claro que ele está querendo marcar o território dele.
–Ah... - decido intervir. - É, me desculpe Mike. Nós vamos sair hoje mesmo. - dou de ombros e dou um sorriso murcho.
–Tudo bem. - ele responde olhando para mim sorrindo sem mostrar os dentes. - Se cuida, vejo você por ai.
–Claro! - sorrio. - E... Me desculpe ter sumido da festa da Chloé. É... Uma longa história.
–Tudo bem. - ele repete sorrindo e olha para Sam. - Tchau Sam, até mais.
–Tchau bonitão. -Sam responde parado do mesmo jeito olhando para nós. Mais especificamente para mim.
Mike olha para mim e depois para Kyle e passa por trás de nós. Fecho os olhos e levo meus dedos até minhas têmporas, pressionando-as de leve. Olho para Kyle que coloca as duas mãos na cintura.
–Posso falar com você?
Franzi o cenho e olhei para Sam que arqueou as sobrancelhas e disse:
–Lá em cima. - ele aponta para a escada em espiral do lado do palco vazio que leva até o camarim das meninas.
Suspiro e ando em direção a ela. Kyle me segue e nós dois subimos os degraus.
Paro em frente a um espelho e olho para ele que passa a mão pelos cabelos vermelhos e desgrenhados.
–Olha eu não quero ser chato, mas não quero você de papo com esse cara.
Arqueio as sobrancelhas.
–O quê?
Kyle olha para meu rosto e dá de ombros.
–Não quero você conversando com ele. Está na cara que ele está interessado em você e...
Dou risada
–Não está não Kyle. Nós nem sequer saímos juntos e...
–Ele quer dormir com você. - Kyle me interrompe e eu me calo surpresa. Ele continua. - Eu sei disso. Vi isso nas atitudes dele.
Cruzo os braços.
–Você não está sendo justo. Ele é uma ótima pessoa. E se eu dissesse para você parar de ver a Lara?
Kyle respira fundo olhando para o teto.
–A Lara é parte da fraternidade. Não tem como eu não vê-la.
Sinto um calor tomar meu rosto.
–Ótimo. Mike é um freguês do bar, não posso deixar de vê-lo. - dou de ombros.
Kyle estreita os olhos e ouvimos passos se aproximando. Ambos olhamos para a escada e sinto vontade de revirar os olhos quando vejo Violet se aproximando com cara de nojo. Ela está vestindo num vestido bege balonê de malha e uma sandália prateada.
–Credo que cabelo é esse? - ela diz olhando para Kyle e depois para mim.
Olho pra ela com raiva e ela revira os olhos.
–Já estou saindo, vocês podem continuar . - ela pega uma bolsa em cima do sofá preto pequeno e torna a passar entre Kyle e eu. Kyle olha para ela com desprezo, assim como eu. Esperamos Violet descer os degraus e então olho para Kyle.
–Não tem o porquê você estar com ciúmes.
–Não estou com ciúmes! - ele fala na defensiva e seu rosto fica vermelho.
Fico espantada com essa reação dele e faço força para não rir.
–Olha Kyle, eu tenho muito o que fazer. Não podemos ter essa conversa esquisita agora.
Ele dá de ombros e anda até o primeiro degrau da escada.
–Obrigada por me trazer o celular.
Ele olha para mim e não diz nada. Apenas desce os degraus me deixando sozinha e suspirando.
Alguns minutos depois, vejo Sam subindo as escadas e sei que terei que contar tudo para ele. Tudo mesmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram desse capítulo? Eu espero que sim!
Encontro vocês na nossa #DangerousMonday ♡
Amo vocês



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dangerous Woman" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.