Dangerous Woman escrita por Letícia Matias


Capítulo 35
35


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Tudo bem com vocês? Espero que sim.
Nossa hoje foi um dia que meu Deus... quanta emoção! O crush veio pedir emprestado um apontador pra mim kkkk e eu surtei!!! Gente eu super surtei e depois ele me encontrou na rua com a minha amifa e devolveu e eu não sei quem ficou mais vermelho eu ou ele!GENTE SURTEEEEI. Hahahaha. Olha, ainda vou ter que contar a história do crush pra vcs... Vcs têm que me ajudar. Mas enfim, hoje foi um dia de fortes emoções pra mim e será pra vocês também porque é nossa #DamgerousWednesday e tem capítulo novo com uma descoberta por aí ♡
Espero que gostem :)



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Kyle nos leva para comer em um bar pequeno dentro de um shopping que eu nunca fora. O bar é escuro, tem várias luminárias com luz amarelada penduradas no teto dando ao ambiente pouca iluminação. Mas é bonito e confortável. Gosto de ambientes assim. Nos sentamos em uma mesinha quadrada de madeira e esperamos uma garçonete vir nos atender.
Uma garota de cabelos azuis chega à nossa mesa e nos dá boa noite entregando um cardápio para cada. Vejo ela olhando para Kyle enquanto mastiga um chiclete de menta - sei disso porque o cheiro do chiclete era forte e dava para sentir. Me incomodo com o fato de ela estar olhando para ele. Me incomodo porque eles têm estilos parecidos. Olho para Kyle que está concentrado no menu. Sean também está olhando concentrado para seu cardápio e eu tento focalizar no meu.
Olho para o menu que seguro em minhas mãos e leio item por item que está escrito com letras de mão cor de mostarda. Há porções de muitas coisas, mas o que me chama atenção é o macarrão com almôndegas.
–E então, já decidiriam? - a garçonete de cabelo azul pergunta.
Olho para frente e vejo Kyle me olhando.
–Vou querer o macarrão com almôndegas. - digo para a garçonete que anota o pedido em uma caderneta.
–Vou querer a porção de batatas-fritas com arroz e filé mignon. - Sean diz.
Olhamos para Kyle que diz:
–Pode trazer um macarrão para mim também.
– E para beber?
–Uma cerveja. - digo e Sean olha para mim imediatamente.
Meu irmão não diz nada e apenas pede o mesmo. Kyle pede uma Coca-Cola. Acho que já bebeu demais por hoje.
A garçonete sai e ficamos em silêncio.  Aproveito para dar uma olhada no bar. Seu balcão grande pega toda a extensão do bar. É um local apertadinho, mas muito bonito e tem estilo.
– Então Kyle, a Alice falou que você estuda da New York University.
Olho para Sean. Kyle se ajeita na cadeira e concorda com a cabeça.
–Sim.
–Qual curso você faz mesmo? - Sean pergunta.
–Artes Plásticas.
–Ah. E por que você escolheu esse curso?
Kyle coça a barba por fazer.
–Acho que sempre gostei muito de desenhar. Minha mãe era uma artista. Ela pintava muitos quadros quando eu era pequeno e sempre me deixava pintar com ela. Acho que isso despertou meu interesse.
Meu coração pula do meu peito. Eu não sabia do motivo até agora e era um motivo tão... Fofo!
Se controla, Alice!
–Enfim, eu... Quis fazer algo para manter a memória dela sempre viva, sabe?
–Memória? - Sean franze o cenho.
–Sim. - Kyle assente e coça o nariz. - Ela ah... Morreu quando eu tinha 10 anos. Ela... Se matou.
Meus olhos ardem no mesmo instante e eu sinto meu estômago se revirar violentamente. Não posso acreditar no que estou ouvindo. Não quero ter um ataque de choro ali, não na frente dele. Mas não consigo aguentar. Me levanto da cadeira abruptamente e me viro para ir para o banheiro que está atrás de uma porta grafitada. Fecho a porta e me sento no chão com o corpo encostado nela. As lágrimas começam a sair dos meus olhos. Eu sinto muito por ele. Sinto muito por sua família esquisita e trágica. Me sinto incrivelmente mal por Kyle. Minha raiva desaparece e acabo sentindo pena do garoto de cabelos vermelhos.
Cubro a boca com a mão para abafar o choro que quer sair com intensidade. Não posso permitir.
Não sei bem por quanto tempo fico no banheiro. Mas fico o suficiente para me acalmar um pouco mais. Olho o reflexo do meu rosto em um espelho redondo acima da pia pequena e branca do banheiro. Meus olhos me traem, estão um pouco úmidos. Mas não há nada que eu possa fazer. Fico feliz por meu nariz não estar vermelho nem o resto do meu rosto. Fungo e abro a porta.
Saio do banheiro de cabeça baixa e me dirijo até a mesa. Me sento sem olhar para nenhum dos dois, entretanto sinto os dois pares de olhos sobre mim. Fico feliz que o macarrão tenha chegado e me foco em olhar para ele e comê-lo.
Levo uma garfada até a boca e mastigo. O sabor é ótimo, ainda mais gotoso do qual eu comi no restaurante perto do Dangerous Woman. Mas por alguma razão, o macarrão e as almôndegas, a cada garfada, ficam mais difícil de engolir. Forço a comida por minha garganta e evito o tempo inteiro olhar para Kyle ou para meu irmão. É a refeição mais difícil que já tive que fazer.
***
O jantar foi mais desconfortável do que eu imaginara. O silêncio na mesa era tão desconfortável e palpável... Mas nenhum de nós se atreveu a quebrá-lo por um bom tempo. Apenas quando tínhamos terminado de comer foi que Kyle quebrou-o, perguntando como estava a comida.
–Ótima. Melhor filé mignon com batata-frita que eu já comi.
Kyle olha para mim.
–O macarrão estava ótimo.
Que droga! Minha voz está rouca. Kyle assente e tira a carteira do bolso.
–O que está fazendo? - Sean pergunta.
–Ah... Pagando a conta?
–Não, nós podemos rachar. - digo pegando minha bolsa. - Cada um paga o que...
Kyle pega a bolsa da minha mão e eu olho para ele com o cenho franzido.
–Não, eu pago.
–Tudo bem, então. - Sean fala e dá de ombros. - Já que você insiste.
Sinceramente, é o pior jantar  que já tive. Quero que Kyle não prolongue a noite e nos leve de volta para meu apartamento.
***
Do lado de fora do shopping, espero com Sean na calçada Kyle ir buscar seu carro onde ele estacionou, na rua de trás. O vento está gelado e eu me abraço para tentar diminuir seu impacto contra meu corpo. Meu irmão alto e grande passa o braço em volta de mim trazendo-me perto dele.
–Você está bem?
Olho para seu rosto. Seus olhos de avelã analisam meu rosto.
–Sim. - digo e sorrio sem mostrar os dentes. - Só estou cansada.
–Você dormiu a tarde inteira. - Sean me pressiona.
Suspiro e fico grata quando Kyle para o carro perto da calçada. Sean tira o braço da minha cintura e eu entro no carro, no banco do passageiro. Sean entra no banco de trás.
–Vocês querem ir para algum outro lugar? - Kyle pergunta olhando para Sean.
–Não. - apresso-me a dizer. Kyle olha para mim. - Digo... Amanhã temos que acordar cedo e Sean vai embora amanhã.
–Ah. - Kyle fala e concorda com a cabeça.
Ele começa a dirigir e novamente o silêncio está ali, presente e me matando. Não estou aguentando.
Kyle não aguenta o silêncio e liga o rádio para preenchê-lo.
Sorrio serenamente ao ouvir a melodia de Wild World. Sean e eu costumávamos a cantá-la o tempo todo após vermos todas as gerações de Skins.
–Essa música te lembra alguma coisa? - Sean pergunta no banco de trás e eu olho para ele sorrindo.
–Claro que sim.
Kyle olha para mim com atenção e eu digo:
–Sean e eu assistíamos uma série chamada Skins. Essa música é como um hino da série e nós vivíamos cantando.
Kyle sorri enquanto Sean canta o refrão no banco de trás e logo eu volto a ficar em silêncio, apenas ouvindo a música enquanto olho as avenidas movimentadas-mesmo com chuva.
***
Quando Kyle estaciona em frente ao meu prédio, Sean diz:
–Ei cara, legal te conhecer. - ele estende a mão para Kyle. - Obrigada pelo jantar.
–O prazer foi meu. - Kyle troca um aperto de mão com Sean. -Volte mais vezes para Nova York.
–Com certeza. - Sean diz e olha para mim. - Vamos?
–Ah... Posso falar com você um pouco? - Kyle pergunta.
Olho para seu rosto por um momento. Suspiro. Ele é tão bonito e seus olhos verdes brilham tanto! Odeio o fato de eu não conseguir recusar seu pedido.
–Vai subindo. - entrego o molho de chaves para Sean e ele sai do carro.
Observo meu irmão encolher os ombros e abaixar a cabeça enquanto atravessa a calçada larga e sobe os pequenos degraus de concreto antes de passar pelo portão preto do prédio.
Olho para Kyle quando vejo que Sean já está dentro do prédio. Ele olha para meu rosto.
–Você está bem?
–Na verdade, não. - digo e encaro minhas mãos no meu colo. -Hoje foi um dia difícil.
Sinto a mão de Kyle segurar meu queixo e me obrigar a olhar para ele. Encaro seus olhos verdes. Suaa pupilas estão dilatadas por causa do escuro ali no carro.
–Olha, você quer saber o que aconteceu, eu posso te contar amanhã. - ele dá de ombros. - Mas preferia não te abalar com essas histórias da minha vida, Alice. Eu nem deveria ter falado sobre minha mãe lá no restaurante. Foi um erro, mas eu estava sendo honesto.
Respiro fundo e fecho os olhos enquanto sinto ele segurar meu rosto com as duas mãos.
–Está tudo bem, Kyle. - sussurro.
–Não quero que você perca seu tempo pensando nessa história, tudo bem?
Abro os olhos e olho para seu rosto. Ele está esperando uma resposta minha.
Concordo com a cabeça.
–Eu... Tenho que ir. - digo. - Dirija com cuidado. - falo e me viro para abrir a porta, mas Kyle a fecha novamente.
Eu olho para ele com o cenho franzido e ele segura meu rosto novamente com as duas mãos e pressiona os lábios contra os meus. Sua língua acaricia a minha gentilmente e eu ouço um gemido abafado saindo de sua boca enquanto seguro seu rosto com minhas mãos também.
Logo depois que Kyle termina de me beijar, ele me dá um beijo na testa que faz com que eu sinta vontade de chorar com aquele gesto.
–Te vejo amanhã? - ele pergunta e eu faço que sim com a cabeça.
–Tchau. - digo e abro a porta do carro.
Saio e sinto a garoa fina me envolver. Antes de eu fechar a porta, ouço um "tchau" baixinho de dentro do carro.
Não olho para trás para olhá-lo, apenas entro no prédio.


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Notas finais do capítulo

E ai, vcs gostaram?
Quero agradecer pelas perguntas que vcs me mandaram. Vou responder elaa na sexta-feira okay?
Amo vcs e até nossa #DangerousFriday ♡



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