Dangerous Woman escrita por Letícia Matias


Capítulo 31
31


Notas iniciais do capítulo

Oii gente como vcs estão hoje?
Chegou mais uma #DangerouWednesday yaay! Nem acredito que a gente já tá em Junho. Socorro gente não quero que esse ano acabe rápido assim não kkkkkk
Bom, aqui está mais um capítulo. Espero que gostem ;)



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Não sei o que pensar. Nunca imaginei que veria Kyle assim.
–O que aconteceu? - insisto com a voz baixa.
Kyle respira fundo fechando os olhos e balança a cabeça. Se endireita, sentando ereto com aa costas apoiadas na parede. Eu tiro minhas mãos de seus braços.
–Meu... Pai, tentou se matar.
Meus olhos se arregalam enquanto olho para o garoto de cabelos vermelhos na minha frente que encara o teto do banheiro.
–Ligaram da clínica onde ele está.
Sinto meu coração doer por ele. Quero perguntar o que teria... Levado seu pai a tentar uma coisa dessas, mas não pergunto. Não é uma boa hora para enchê-lo de perguntas.
–Eu sinto muito. - sussurro e sento ao seu lado. Encosto minha cabeça em seu braço. - Sinto muito Kyle.
Ouço-o suspirar e sua voz sai baixinha:
–Obrigado, boneca.
Sinto meus olhos se encherem de lágrimas por ele. O que leva uma pessoa a tentar suicídio? Um pai! Os pais e as mães não deveriam ser fortes o tempo todo? Serem exemplos para os filhos? Deveriam ser robôs na maior parte do tempo e sempre se demonstrarem forte para os filhos! Não é isso o que os pais fazem?
Ficamos sentados em silêncio, a luz do banheiro está apagada e o banheiro está um pouco escuro. A única claridade que entra ali é a pouca luz que vem do céu que já está quase escuro do lado de fora, pela janelinha quadrada do banheiro. Estou fitando o suporte para colocar papel higiênico ao lado do gabinete branco da pia. A chuva lá fora está amena e fico feliz por isso.
–Você quer ir na clínica? - pergunto depois de um tempo.
Não obtenho resposta e olho para Kyle. Ele está adormecido, sua boca entreaberta, as lágrimas no seu rosto já secaram. Sinto algo queimar dentro do meu peito. Eu sinto muito mesmo por ele.
Pego o celular de sua mão e me levanto. O coloco em cima do gabinete da pia. Não sei como tirar Kyle dali já que ele é bem mais pesado do que eu. Sofri para tirá-lo bêbado do táxi e praticamente desacordado na noite de sexta para sábado. Pego seu celular e saio do banheiro. Fico agradecida por seu telefone não ter senha. Vou até a lista de contatos de Kyle e disco o número da única pessoa que pode me ajudar agora e que pode me explicar algo dessa história toda. A pessoa atende dizendo:
–Olha, é bom que seja importante porque você me acordou de uma soneca muito gostosa.
–Chloé, é a Alice.
–Alice? Eu... O que está fazendo com o celular de Kyle?
–Eu preciso que você venha até o apartamento dele. - digo e olho para o Kyle adormecido no banheiro.
***
Abro a porta logo depois de ouvir a campainha tocando. Chloé olha para mim com as sobrancelhas unidas e me mede. Eu me sinto constrangida e automaticamente tento puxar a camiseta mais para baixo, para tentar esconder mais minhas coxas. Deveria ter tirado a camiseta branca de Kyle e colocado minhas próprias roupas. Chloé está vestindo uma calça jeans azul escura, uma jaqueta roxa de moletom e all-star. Seu cabelo está preso em um rabo de cavalo.
Ela balança a cabeça.
–Eu vou deixar para perguntar sobre você depois. - ela entra e fecha a porta. - Onde é que está ele? O que aconteceu exatamente? - ela vai para o banheiro e para na porta.
Suspiro e paro ao lado dela e respondo com o tom de voz baixo.
–Ele só disse que o pai dele tentou se matar e ligaram para ele de uma clínica.
Chloé fecha os olhos e suspira alto.
–O que aconteceu? Por que o pai dele tentou fazer isso?
Chloé olha para mim.
–Olha Ally, acho que não sou eu quem deve te contar essas coisas. Só... Se troca, tudo bem? Vou te levar para casa e depois ir para o hospital com o Kyle.
Franzo o cenho. Acho que não estou convidada para participar dessa reunião familiar no hospital - seja ele qual for.
Concordo com a cabeça e vou para o quarto de Kyle. Fecho a porta e enquanto me dispo para colocar minhas próprias roupas, fico questionando qual pode ser o motivo de o pai do garoto de cabelos vermelhos tentar se matar. O que levaria ele tentar suicídio? Onde estava a mãe de Kyle?
Lembro-me de seu rosto com lágrimas e seus olhos vermelhos e sinto os meus arderem. Não gostei de vê-lo daquele jeito. Eu ainda tinha uma característica forte de não poder ver ninguém sofrendo, mais precisamente chorando. Eu não aguentava e acaba sentindo a dor da pessoa e chorando igualmente.
Ouço alguns murmúrios vindos de fora do quarto, mas não entendo nenhuma palavra. Após vestir o cropped, abro a porta do quarto e vejo Kyle com as duas mãos na cintura olhando para a janela da sala. Chloé está ao seu lado olhando para seus pés. Kyle olha para mim e meu coração dispara. Seus olhos estão razoavelmente inchados e parece que ele não dorme há uma semana.
–Bom, vamos indo. - Chloé diz e agita a chave do carro de Kyle. - Vou deixar você na sua casa, Alice.
Concordo com a cabeça e olho para Kyle novamente, procurando em seu rosto algum sinal de que ele gostaria que eu fosse com eles no hospital. Eu não acho esse sinal em seu rosto e particularmente me sinto chateada por isso. Eu não gostaria de deixá-lo em uma hora dessas. Contudo, não seria muito legal e nem gentil da minha parte se eu o pressionasse a deixar-me ir com eles dois. Estava claro que era um problema de família -qual eu não sabia de nada- então eu não tinha direito de me meter, pelo menos por ora.
***
No carro, o silêncio não foi quebrado o caminho inteiro. Eu olhava para Kyle disfarçadamente a cada um minuto. Ele pareceu não notar, apenas olhava pela janela ao seu lado enquanto Chloé dirigia e eu estava no banco de trás, calada como os dois.
Eu queria que ele soubesse que ele podia falar comigo se precisasse e eu queria dizer isso para ele, mas não era uma boa ideia. Não com Chloé ali.
Quando Chloé para em frente ao meu prédio, gotinhas muito finas estão caindo do céu. Limpo a garganta antes de falar.
–Obrigada Chloé. - falo e ela olha para mim e sorri rapidamente.
–Tudo bem, nos vemos amanhã.
Concordo com a cabeça e olho para Kyle. Ele está calado e olha pela janela. Não sei se devo dizer algo para ele ou não, apenas saio do carro e um vento gelado atinge meu corpo misturadas com gotinhas finas de água gelada. O céu já está escuro, os carros passam com faróis amarelos e de LED acesos fortemente. Apesar da chuva há várias pessoas nas calçadas caminhando com guarda-chuvas transparentes e pretos, todas vestindo um casaco para se proteger do vento frio.
Olho para Kyle já do lado de fora do carro. Ele olha para mim, sua testa encostada na janela. Tento sorrir um pouco para ele, mas estou paralisada. Ele também não faz nada, apenas me olha e Chloé acelera o carro desaparecendo entre os outros que estão na avenida.
Respiro fundo e fico parada ali, olhando para o carro preto parado entre dois carros pratas na avenida rodeada de prédios residenciais iluminados por luzes dos apartamentos. O semáforo fica verde e o carro preto-assim como todos os outros- avançam me deixando ali, sozinha na garoa fina.


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Notas finais do capítulo

Sei que não foi um capítulo muito esclarecedor, mas tudo no seu tempo hein. Algo me diz que vocês vão gostar dos próximos pelo fato de que iremos conhecer alguém muito importante nessa história ♡
Obrigada por sempre comentarem.
Amo vocês e atê nossa #DangerousFriday.



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