De Corpo e Alma escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 25
Culpa


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas,voltei!!! Sorry, demorei demais né? Nem sempre consigo postar os capítulos na ordem e no dia que quero.
Sem enrolar, vamos ao que interessa.
Boa leitura. Aguardo rewiews(sem ameaças de morte,please!rsrsrs).
Bjinhos flores.



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Sala do doutor Charles

Duas semanas depois

Sentado na poltrona de frente para mim, as mãos cruzadas, Daniel espera pacientemente que eu inicie a conversa, adiada várias vezes, em parte pelo ritmo alucinante dos últimos dias, em parte por uma certa dose de resitência de minha parte.

Apesar de ter prometido a Sarah não bancar o durão,é difícil ver todos os seus demônios interiores despertarem de uma só vez.  Lembranças que julgava mortas e enterradas ressuscitaram com força total. Some a isso os fatos de o homem responsável pelo início de todo esse pesadelo não ter sido preso ainda; de nossos pais estarem, propositadamente, evitando nos encontrar apesar dos esforços de Claire (havia tentado marcar um jantar em família diversas vezes,sem sucesso)e de Maggie ter ido parar na cadeia por conta de um paciente que atendi e que recusou a fazer o exame de dosagem de álcool no sangue. Cada evento trazendo a tona uma lembrança específica de meu passado,nenhuma agradável. Além, lógico, da pressão natural de nossa profissão.

A única coisa boa nesses dias foi a descoberta, graças a interferência de Downey, das habilidades cirúrgicas de minha esposa, me deixando pra lá de orgulhoso e feliz não apenas por ela, por seu crescimento profissional e pessoal (nitidamente percebido por todos) mas também pelo fato de ela se tornar uma opção futura para a residencia cirúrgica na emergência, o que aliviará consideravelmente a pressão sobre mim visto que Samantha aceitará a proposta do Memorial, em Houston, e ninguém havia sido contratado em definitivo para substituí-la, me fazendo ter que conciliar o início de minha especialização em cirurgia cardíaca com meus turnos na emergência. Claro que ela estava apenas começando e tinha ainda um longo caminho pela frente, mas só o fato de ter mostrado interese já era meio caminho andado.

Suspiro encarando-o pela décima vez.

—Não sei exatamente como fazer isso, por onde começar - admito.

—O começo é sempre a melhor opção - brinca, me fazendo sorri - Pelo que Sarah me adiantou, além de não cessarem ou diminuírem, os pesadelos estão mais frequentes não é isso?-  pergunta e confirmo com um aceno.

—Pensei que fossem acabar quando voltasse ao trabalho. Com tanta coisa pra pensar e me ocupar, imaginei que acabariam ou pelo menos diminuiriam.- confesso - A verdade é que agora, além de reviver o dia do ataque, outros eventos acabaram despertando lembranças desagradáveis, que julgava mortas , e se revelaram estar apenas...

—Adormecidas - completa antes de mim e concordo.

—Nem sempre mente cheia é sinônimo de sono tranquilo. - filosofa - Às vezes acontece justamente o contrário.

 _O fato é que isso está acabando comigo!- admito, passando a mão nos cabelos -  Não consigo dormir direito, acabo  ficando mais irritado e impaciente. Sem falar que estou começando a atrapalhar o sono de Sarah também. - constato - Ela não reclama, mas tenho notado que anda cansando rápido além de sonolenta, o que me faz sentir culpado.- paro um segundo - O pior é essa sensação de impotência, de não saber o que fazer pra resolver isso já que usar medicamentos não é uma opção. Pelo menos não a principio. - desabafo, largando o corpo na poltrona, fechando os olhos, tentando relaxar um pouco.

—Suponho que dormir em quartos separados também não seja uma opção,não é mesmo? -  abro os olhos encontrando-o com um sorriso divertido no rosto - Brincadeira. Relaxe doutor Rhodes, relaxe. Já pensou nisso? Tentar relaxar um pouco.- sugere - Sei que não é fácil, mas acredito que deva tentar começar por ai.

—E como faço isso no meio dessa tempestade toda?- pergunto.

—Aproveitando cada momento de descanso que surgir, seja em casa ou aqui, na companhia de sua esposa, dos amigos.- sugere - Recarregar as energias, como dizem, se preparando para a segunda fase.

—Segunda fase??- questiono.

—Se reconciliar com seu passado.- diz - Procurar resolver as pendências existentes.- diz - Isto pelo menos está sob seu controle já que a prisão do homem responsável pela agressão sofrida por vocês traria alívio mas não depende do senhor.- concordo com ele - Conversar também ajuda,seja comigo ou com sua esposa. O importante é não guardar para si. Ficar remoendo só vai piorar as coisas - aconselha.

Nossa conversa é interrompida pelo som som do meu bipe,me chamando para mais um atendimento. Me despeço marcando um novo horário para a tarde do dia seguinte.

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Sala de atendimento Trauma 4

—Aqui, toma um pouco de água - me oferece Maggie e aceito -Respire fundo e não baixe a cabeça. - ordena e obedeço.

Estava terminando um atendimento em companhia de April quando senti uma tontura forte e acabei desmaiando, caindo em cima (para minha vergonha) do paciente. Will veio em meu socorro, chamado por April, e agora me examinava em uma das salas, preocupado. Maggie e Natalie chegaram pouco depois.

—Sente-se melhor?- questiona Nat e balanço a cabeça afirmativamente,sem conseguir falar ainda.

—Se alimentou direito?Dormiu bem?- quer saber Will, ainda me examinando.

—Sim pra primeira pergunta e mais ou menos pra segunda - falo,entregando o copo a Maggie, agradecendo com um sorriso sem graça - Que vergonha! O que o senhor Lockhart deve ter pensado?

—Não pensou nada demais.- informa April - Até brincou com o fato dizendo que fazia anos que uma mulher bonita não desmaiava por sua causa!-  repete o comentário do homem nos fazendo rir.

—O que aconteceu?- escuto a voz, tensa, de Connor chegando por detrás de Natalie, que abre passagem para ele - Você está bem? Lilian me avisou que havia desmaiado. Por que não me chamaram?- pergunta, olhando para Will mas antes que responda, me adianto.

—Estou bem Connor. Foi só um mal estar passageiro. Nada de mais. Will já cuidou de tudo - afirmo, pedindo seu apoio com o olhar.

—Mais ou menos. -diz  - Quero que faça alguns exames, só por desencargo de consciência e para descartar quaquer problema, e não adianta fazer cara feia! - avisa ao me ver fazendo uma careta - Até porque se não fizer, meu colega aqui, que por sinal é seu marido, vai ficar zangado comigo - pisca para Connor que sorrir. -Vamos? - chama e concordo, me levantando.

—Posso acompanhar?- pergunta Connor, mais para Will do que pra mim.

Depois de fazer uma bateria de exames, incluindo teste de gravidez, mesmo avisando estar tomando anticoncepcional, Will me libera para voltar ao trabalho,me pedindo que faça um lanche antes disso. Connor me leva até a lanchonete do hospital, me acompanhando em lanche rápido visto que ele próprio não havia almoçado ainda.

No final da tarde meus exames ficam prontos e apesar de tudo estar bem, ele pede a Connor para ficar alerta.

 _Agora que sabemos que está tudo bem com Sarah, que tal darmos uma passada no Molly's?- convida Lilian ao final do expediente- Pra relaxar um pouco,dançar, sabe como é! Soube que vai ter um cover de uma banda de reggae cantando por lá hoje.

—Opa, já gostei! - comemora Ethan.

—Não é uma má ideia. Vamos ?- Will chama virando-se para Natalie e  depois para nós.

—É tudo que meu médico recomendou! - Connor fala sorridente, o braço envolvendo meus ombros.

—Com certeza doutor Rhodes! - ouvimos doutor Charles afirmar - Ele mesmo,inclusive , ira seguir essa recomendação .- enfatiza, passando por nós,dedos erguidos, ensaiando passos de dança e o seguimos rindo.

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Molly's

Narrador

Dentro do bar, as pessoas se aglomeram a espera do início da apresentação. Assim que chegam, Hermann os leva até as mesas que separará para o grupo. O lugar passou por uma pequena reformar recentemente criando um espaço para apresentações intimistas.

Quando a apresentação começa, todos se animam, começando a dançar ao ritmo da música ...

Trecho instrumental

"...Humm,humm,humm...Se a vida as vezes dá uns dias de segundos cinzas e o tempo tic taca devagar; Ponha teu melhor vestido,brilha teu sorriso e vem pra cá, vem pra cá...Se a vida muitas vezes só chuvisca , só garoa e tudo não parece funcionar...Deixe esse problema a toa, pra ficar na boa, vem pra cá...Do lado de cá, a vista é bonita, a maré é boa de provar...Do lado de cá, eu vivo tranquila e o meu corpo dança sem parar...Do lado de cá,tem músicas, amigos e alguém para amar....."

Do lado de cá

Chimaruts

 

 


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Notas finais do capítulo

Bjinhos flores!



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