Vidas Secretas escrita por skammoon


Capítulo 22
Capitulo 22


Notas iniciais do capítulo

Jardim de lembranças



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Percebi que estávamos saindo da cidade. Eu não fazia ideia de pra onde Luan estava me levando.

Ele entrou em uma trilha de terra, as arvores aos nossos lados eram enormes. Não demorou muito pra que ele parasse.

Desci confusa da moto, olhei em volta pra todo matagal e ri.

—O que esta acontecendo? – perguntei.

—Aguarde e confie.

Ele pegou minha mão me puxando para o meio de algumas arvores. Meu cabelo enroscou em alguns galhos.

—Chegamos. – ele sorriu.

Ajeitei meu cabelo e depois pude prestar atenção no lugar. Era um jardim, cheio de flores de todos os tipos, principalmente rosas vermelhas e peônias. Mais a frente havia uma pequena cachoeira. Ali não tinha matagal seco ou qualquer coisa que deixe a natureza feia. Aquele lugar era incrivelmente lindo. Pássaros e borboletas voavam por todos os lados.

—O que achou? – ele me olhou.

—É incrivelmente lindo. – eu ainda estava admirando.

—A minha mãe dizia a mesma coisa.

—Dizia?

—Sim.

—Você nunca me falou sobre sua mãe, na verdade, você nunca me falou sobre sua família.

—Eu posso dizer tudo hoje.

—Por que esse lugar é tão importante?

—Ah. – ele suspirou se sentando na grama entre as flores, e eu me sentei ao seu lado. – minha mãe nos trazia aqui todo fim de semana.

—Me conte mais.

—Primeiramente eu tenho dois irmãos, Tyler e Stefan. Tyler é o caçulo, eu sou o do meio e Stefan o mais velho. Nossa mãe nos deixou quando eu tinha apenas oito anos.

—Ela...

—Morreu. – os olhos deles ficaram vermelhos, e eu sabia que ele iria se emocionar. – ela tinha câncer.

—Ah eu sinto muito, amor. – o abracei.

—Foi muito difícil aceitar aquilo, principalmente para meu pai. Lembro-me como se fosse ontem, a expressão no rosto dele, tão desesperado e magoado quanto nós. – ele suspirou. – ela amava tanto esse lugar. Trazíamos um pano para sentar, ela sempre pegava os floridos, dizia que combinava perfeitamente com o jardim. Ela montava uma cesta enorme cheia de coisas pra gente comer, tinha de tudo, desde o salgado até o mais doce, minha mãe sabia exatamente do que gostávamos. Meu pai não conseguia parar de sorrir ao lado dela. Nós nos jogávamos na cachoeira, brincávamos de tudo e a alegria dela, o sorriso em seu rosto era tão lindo. – uma lagrima escapou de seus olhos – nós éramos felizes.

—Agora entendo porque é tão marcante. – sorri limpando suas lagrimas – esse lugar é realmente lindo, sua mãe tinha um ótimo gosto.

—Sim. – ele sorriu – ela era a pessoa mais doce de todas, não tinha como não ama-la.

—Eu posso imaginar.

—E uma vez, um pouco antes dela morrer... – ele se virou pra mim, não conseguindo conter as lagrimas. – ela me disse que quando eu estivesse com a mulher certa, que eu iria querer para o resto da vida, era pra mim traze-la aqui, disse que era pra contagiar toda alegria que eu sentia, também disse pra mim trazer meus filhos – ele soltou um risinho – ela disse que não existiria lugar melhor e que tinha certeza que essa mulher iria se apaixonar tanto quanto ela.

—E essa mulher...

—É você meu anjo.

—Ah Luan – fiquei emocionada – eu nem sei o que falar, ela tinha toda razão do mundo, eu...

—Tem outra coisa – ele continuou – quando eu fiz todo aquele discurso pra dizer que te amava, é porque ela me disse, que quando eu soubesse quem realmente era a pessoa certa pra mim, era pra dizer “eu te amo”, ela pediu pra que eu não dissesse pra nenhuma outra sem ter sentimentos verdadeiros.

—E como você soube que eu era essa pessoa?

—Minha mãe disse que eu saberia com alguns sinais – ele sorriu – primeiro, que eu sentiria um vazio quando não estivesse com essa pessoa, que eu iria querer estar com ela em tudo, toda hora, eu sentiria meu coração acelerar cada vez que ela se aproximasse, iria ficar nervoso e ansioso para os encontros que teríamos, o primeiro beijo ia ser marcante, o melhor de todos, aquele que eu gostaria de ter toda manha quando acordasse, ela disse que eu saberia se é amor ou não, disse que eu sentiria, não sei como explicar Malu, assim como ela disse, o amor não se explica, se sente.

—Isso é profundo. – não consegui segurar as lagrimas. – você não faz ideia do quanto sou feliz com você, o quanto eu te amo, tenho certeza que sua mãe esta nos olhando e esta muito orgulhosa do homem que você se tornou.

—Você acha que ela se orgulharia do que sou?

—Com certeza meu amor, eu não mudaria nada em você. – coloquei a mão em seu rosto – qual o nome dela?

—Elena.

—Elena... – eu sorri olhando para o céu – quero que saiba que seu filho é o melhor de todos e prometo que vou o fazer muito feliz.

Ele me abraçou tão forte, seu coração estava tão acelerado quanto às lagrimas que rolavam em seu rosto.

—Vem. – ele tirou a camisa e me pegou no colo.

—Onde?

Ele riu e quando percebi estávamos dentro da cachoeira.

—Ah meu Deus! – eu ri.

Brincamos um com o outro, fiz o possível pra deixar ele feliz ali, no lugar mais especial da vida dele.

Nós mergulhamos e eu o beijei embaixo d’agua.

Seus olhos verdes estavam brilhando e a covinha estava exposta com seu largo sorriso.

Depois de um longo tempo na agua, nos deitamos na grama entre as flores olhando um para o outro.

—Obrigada. – ele disse.

—Pelo o que?

—Por tudo, inclusive por esse dia, você lembrou-me minha mãe, foi incrível.

—Podemos repetir isso quantas vezes você quiser, agora esse lugar também é especial pra mim, é totalmente lindo e te deixa feliz, e se você esta feliz, eu também estou.

—Minha linda. – ele me deu um beijo suave e apaixonante.

—Meu lindo. – falei entre o beijo.

—Eu te amo.

—Eu também te amo.


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