Guerra dos mares - Duologia escrita por KhatySeraph


Capítulo 3
3° Mergulho: Um desconhecido apaixonante


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :3
E desculpem a demora 3



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Você tem uma cauda!

Seu pervertido!

Quem era aquele cara? Tudo que ele disse era verdade? Tritões e sereias realmente existiam? Era uma pergunta esquisita. Nada disso poderia ser verdade, todavia, se for um sonho, por que eu mudei depois de tudo? Eu não estava mais olhando para trás, ignorava aquelas pessoas que antigamente me diziam serem meus amigos, mudei minha vida, meu trabalho.

Aquelas palavras me mudaram... Certamente.

Tente viver. Se afogar não vai resolver seus problemas, apenas deixará uma marca dizendo que você é fraca.

Suspirei colocando a xícara de café na bancada para um cliente idoso que lia um jornal. Ele levantou o olhar para agradecer com um sorriso amarelo. Sorri de volta e me virei para atender outros pedidos. Como tinha dito antes, eu mudei; como mudei de trabalho, fui uma boa advogada, mesmo que meus pais tivessem descoberto meu plano, eu estava feliz nesse ramo. Na faculdade "fazia" o curso que meus pais queriam, todavia menti e me transferindo para o que eu queria. Pensei que com isso podia fugir das responsabilidades que meus pais queriam me impor, mas não foi bem assim.

Não consegui fugir de tudo...

Bom, agora trabalho na cafeteria da minha cidade com a vista para o mar. E não dentro de um escritório ou uma empresa milionária dos meus pais.

Sorri, olhando pelas vidraças aquelas ondas que hoje estavam altas. Voltei ao trabalho assim que a gerente me chamou para ajudá-la; seria melhor manter a cabeça desocupada para não pensar se existia mesmo um tritão vagando por ai! Ou melhor, vagando pelo mar!

Naquela parte da tarde, onde o sol raiava no alto do céu, todos estavam na beira na praia se divertindo. É verdade, quando era uma advogada, tinha mais tempo para passear e ir a todos os lugares, mas agora fiz outros planos para minha vida.

Virei-me para atender os próximos clientes sabendo que deveria ser mais pessoas idosas ou homens de terno conversando dando uma "paradinha no trabalho". Fui até o balcão e arregalei os olhos, onde eu era observada por um par de olhos azuis. Pisquei pensando que aquilo só poderia ser delírio, eu não estava bem. Era o mesmo cara daquela noite!

Paralisei observando aquele cara, não conseguia vê-lo da cintura para baixo, todavia era obvio que estava sentado. Tritões podiam sentar em um banco?

Ou melhor! Eles podiam sair da água?

— Vocês admiram os clientes antes deles fazerem seus pedidos? – Ele sorriu, mostrando uma fileira de dentes bem branquinhos.

Balancei a cabeça, confirmando que aquilo era verdade, me aproximei ainda o fitando enquanto ele se divertia com minha situação, o vi girando no banquinho de almofada roxa... E para minha surpresa ele não estava com aquela cauda!

Eu sabia! Ele era humano!

Enganar as pessoas assim era sua maior diversão! Ele me pagaria por isso... Sabia que não estava precisando ir ao psiquiatra. 

Isso também deveria ser obvio. Como ele teria chegado ali sem chamar atenção com uma cauda grande azul? Pisquei, dando de ombros; eu estava ficando louca mesmo. Ele ainda sorria parando de girar no banquinho. Peguei o primeiro copo de água na bancada e joguei em sua face.

Mesmo que ele fosse ou não um tritão, eu me vingaria!

Sorria friamente vendo-o piscar enquanto as pontas de seus cabelos e sua camisa estavam molhadas.

E nada. Mas o que eu queria jogando um copo de água em sua cara? Que sua cauda surgisse no meio do estabelecimento? Isso assustaria as pessoas, certamente. Olhei para o copo não sabendo o que eu falaria. Pediria desculpas? Mas aquilo não foi sem querer, ou foi? Abri a boca para falar algo, mas nada saiu.

Ele tirou o cabelo, que caia em seus olhos, molhado.

— O atendimento é ótimo. – Brincou ele. – Mas precisava me molhar? Está brava por ontem à noite? Eu não tenho culpa se você me chamou de E.T.

Então ele sabia de ontem à noite, tudo aquilo foi verdade. Ele tinha uma cauda. Era um tritão!

— Não vai falar nada? – Ele apenas me olhava de cima a baixo, me analisando porque não falava. Era como se eu estivesse em choque por ver um fantasma.

— Ameli, o que é isso? – Virei-me, vendo a gerente, com seus cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, e seu avental branco em seu corpo a deixando-a extremamente linda.

Talvez isso explicasse porque sempre vinham alguns surfistas aqui pedindo para ela atendê-los. Ela estava com as mãos na cintura, furiosa vendo o cliente à minha frente, encharcado e a prova do crime em minhas mãos.

Arregalei os olhos, abrindo a boca para me defender, mas o que eu falaria? Eu diria apenas queria saber se ele realmente era um tritão e seria demitida no meu primeiro dia de trabalho? Apenas baixei o olhar não falando nada, seria ridículo.

— Ela me ama, por isso que jogou água em mim. – Se pronunciou meu suspeito tritão. – Não se preocupe com isso, somos bons amigos. – disse ele, dando ênfase na última palavra.

 O olhei com vontade de acertar agora o copo na cabeça dele, todavia, assim realmente perderia meu emprego. A gerente suspirou, balançando a cabeça, sem fazer mais perguntas e se virou para atender outros clientes.

— O que faz aqui? Não deveria estar na água? E como você consegue sair?

— Quantas perguntas, pode repetir? – perguntou ele, apoiando o cotovelo na bancada.

— Você realmente é um tritão?

Ele assentiu, dando de ombros, parecendo que aquilo era a coisa mais comum, mas não era! Isso não era nada comum, existir um tritão! Coloquei o copo de volta no balcão suspirando irritada.

— O que vai querer?

— Você, depois que sair daqui. – Sorriu ele para mim, porém, apenas semicerrei os olhos fazendo-o suspirar. – Você é difícil. Eu apenas quero conversar. Não sou pervertido, como você me chamou.

Arregalei os olhos sentindo minhas bochechas arderem. Sim, eu tinha o chamado de pervertido depois de vê-lo quase em cima de mim na beira do mar, mas era diferente, não era? Desviei o olhar não querendo mais falar com ele. E pelo jeito ele não entendeu esse sinal.

— A comida de vocês é estranha. – disse olhando o cardápio preso na parede atrás de mim.

O que ele comia então? Alga? Peixes?

Como eles sobreviviam debaixo da água? Será que dormiam?

Suspirei.

— Quer comida de peixe? – Provoquei.

Ele piscou para mim.

Realmente não sabia o que ele comia, mas se achava a comida dos humanos estranha não queria nem imaginar o que comiam debaixo da água. E como ele sabia tanto do mundo humano?

Será que sua raça vivia no meio dos humanos?

— Vocês vivem como?

Ele tirou os olhos do cardápio fitando-me. Seu sorriso mostrava que queria jogar. Só esperava que ele realmente não fosse um idiota! E depois por que eu estava tão interessada nele?

Era um ET!

Nunca me apaixonaria por um ET e por humano nenhum, homens só serviam para atrapalhar.

— Que tal um trato?

Arqueai a sobrancelha.

— Conte-me mais do mundo humano e eu conto mais do meu mundo. – Sorriu ele com ternura.

Não iria amolecer com um sorriso daqueles! Não mesmo!

Suspirei, cruzando os braços.

Teria que jogar, mas por que estava tão interessada no mundo dele? Tinha problemas demais no meu mundo. Por que aquela pessoa fazia minha cabeça girar, fazia-me ter sentimentos que não havia muito tempo.

— Fechado. – Bufei.

Acho que realmente queria saber mais sobre aquele tritão.

Talvez não tivesse problema de conhecer mais sobre aquela raça já que ele queria saber mais sobre os humanos.

— Então, o que vai pedir? – perguntei arrumando meu avental.

— O que me sugere? – Sorriu ele olhando para o cardápio.

Seus olhos pareciam se interessar por tudo, todavia pareciam ter medo de descobrir mais afundo. Ele estaria quebrando regras? Olhei para o cardápio vendo algo que ele poderia gostar. Estamos em um Starbucks então não seria difícil escolher algo para um tritão, certo?

Conclui escolhendo algo pequeno para ele.

— Vou trazer um Muffin de chocolate e um café.

Ele assentiu confiando em minha escolha. Ele mal tinha me conhecido, e já confiava tanto em mim? Bom, era apenas uma sugestão de comida em um estabelecimento, todavia era algo que poucas pessoas demonstraram para mim.

Nem meus pais me deram a chance de provar que eu era confiável, tudo desconfiavam, principalmente quando disse que não queria a empresa. Logo depois disso minha vida realmente mudou, nunca mais tive a confiança, a companhia e o amor deles...

Por algo assim... Os pais trocavam seus próprios filhos por uma empresa...

Segurei forte meu avental fazendo os olhos azuis daquele tritão caírem sobre mim, ele voltou a ter aquele olhar preocupado como daquela vez.

Poderia confiar mais em um tritão do que minha família. Podia confiar mais em um cara estranho, todavia ele poderia virar as costas para mim no final, certo?

— Não se preocupe. – Sorriu ele. – Sei que vou gostar de sua escolha.

Pisquei, quase deixando as lagrimas escaparem ao ver aquele sorriso e confiança que ele transmitia.

Realmente teria alguém que poderia não me abandonar?

Sorria de volta o fazendo arregalar os olhos, talvez não esperasse essa reação de mim, todavia estava feliz por ter o encontrado.

Fiz o pedido do que tinha escolhido para ele e minutos depois levei seu alimento fazendo-o arregalar os olhos dizendo que estava gostoso, realmente acho que tritões não comiam Muffins. Ri disso vendo-o devorar o Muffin e logo depois tomar todo o café e agradecer a mim.

— Só tenho uma pergunta.

O fitei esperando.

— Como vocês pagam?

Como nós pagávamos? Por que não me lembrei de que ele não teria dinheiro se ele vivia no mar.

Suspirei, todavia ele tinha sido honesto.

— Com dinheiro. – Ele olhou para a xicara com um olhar tristonho.

Ele realmente não tinha dinheiro.

— Como posso pagar? Não tenho dinheiro... – Ele levantou o olhar. – Desculpe-me.

Sorri balançando a cabeça.

Ele realmente era diferente de tudo que sonhei ou tentei imaginar.

— Não se preocupe, eu pago. – Olhei para o lado vendo minha gerente atender dois garotos que sorriam quase babando. – Você fica me devendo na próxima.

Ele assentiu.

— Vai ter que me contar muito sobre sua raça.

Ele sorriu.

— Fechado. – Continuou a sorrir. – Obrigado.

Assenti e mandei-o não me perturbar agora que precisava atender outras pessoas, dei um iogurte de banana Frappuccino para fazê-lo ficar quieto, todavia era estranho ter seus olhos sob mim.

 


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Notas finais do capítulo

Então gostaram desse :v ahahahahah Pobre do senhor tritão.... Ele apenas queria um café ~ou não :v ahehehehhehehe

Próximo capitulo saberemos o nome do senhor tritão, ansiosos? eheheheh
Vou deixar a parte mais engraçada e eles fazendo as pazes ~acho :v para o proximo ♥♥♥



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