Guerra dos mares - Duologia escrita por KhatySeraph


Capítulo 2
2° Mergulho: Meu tritão


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais um capitulo ♥
Estava pensando em não postar mais essa historia aqui no nyah, apenas ficar com ela no Wattpad antes que eu mande para a editora, até por que talvez não vejam o final da historia tudo mais(sei que o povo daqui do nyah não ta acostumado com isso), mas teve 4 leitores muitos lindos que gostaram e não queria fazer essa crueldade principalmente com eles que ja começaram a ler... Então, volte o/
Boa leitura ^^



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Minhas pernas me levavam a algum lugar, um lugar distante. Eu não tinha mais nada... Minha vida estava acabada. Minha carreira estava no final, meus amigos viraram as costas para mim, não tinha mais ninguém...

Caminhando e caminhando, apenas me dei conta de onde estava quando meus pés nus tocaram a areia quente. Mesmo sendo uma noite de lua Nova, que brilhava tão feliz no céu esperando sua amante, ao nascer do sol... Fechei meus olhos, sentindo inveja. Eu não esperava ninguém como ninguém me esperava. Eu estava sozinha.

Abri meus olhos verdes, analisando o mar. Morava em La Jolla, uma pequena cidade da Califórnia, sozinha. Meus pais viraram as costas para mim, então me joguei no trabalho. O único trabalho que pensei que me ajudaria.

Todavia, não ajudou.

Parei na beira daquele mar, desejando fazer parte dele, descobrir seus segredos, o que ele guardava dentro de si. Olhando a lua, que iluminava algumas partes daquela água escura, suspirei, indo em direção à ponte de pesca. Não havia ninguém por perto e raramente passava um casal caminhando felizes.

Senti a madeira sob meus pés e continuei caminhando, sendo atraída por aquela água cheia de ondas. Parei no final da ponte, olhando para baixo. Suspirando, com apenas um desejo: unir-me aquelas águas profundas, subi no parapeito, ainda olhando para as águas escuras até pular.

Eu não tinha nada a perder. Ninguém estava me esperando, ninguém sentiria minha falta. Sumir desse mundo seria a melhor coisa a fazer... Deixei a água entrar em meus pulmões; eu estava afundando depressa. Seria melhor morrer com os pulmões cheios de água do que com a pressão sob meus ossos. Fechei os olhos, já ardendo. Agora só estava esperando isso tudo acabar... Tudo...

Meus sentidos estavam se perdendo... Eu finalmente iria partir... Abandonar esse mundo... Ou pensava que ia.

Algo quente tocou meu braço. Algo que fazia minha pele formigar mesmo naquelas águas geladas. Era tão quente e a sensação, tão boa. Eu queria descobrir mais daquilo que me tocava, que me puxava. Tentei abrir os olhos, mas vi apenas um tipo de cauda tão azul que se camuflava ao mar, mas não aguentei mais, e fui vencida, perdendo a consciência.

Talvez eu estivesse delirando? Eu realmente morri? Talvez...

Ainda sentia dor. Quando morremos não sentimos mais dores, certo? Mas eu estava sentindo algo além de dor: a água e aquele toque quente e gostoso, mas isso não era a única coisa que estava sentindo... Sentia alguém perto de mim... Alguém que tentava me chamar, mesmo não sabendo meu nome ou quem eu era, estava preocupado... Porém, fazia anos que alguém se preocupava comigo. Isso só pode ser um sonho... Ou algo passageiro antes de morrer, não era?

Abri os olhos devagar. Minha visão estava embaçada apenas conseguia enxergar uma... Pessoa! Meus olhos ardiam, todavia, conseguia ver que meu salvador sorria alegremente em me ver reagindo. Tossi um pouco de água enquanto piscava várias vezes para que minha visão melhorasse.

Voltei a olhar meu salvador que parou de sorrir assim que percebeu que eu o encarava. Sua expressão ainda era de preocupação, mas mostrava nervosismo ou medo, um sentimento que eu não conseguia decifra-lo. Tentei mexer minhas pernas até ver que ele estava com uma parte do corpo em cima delas, olhei para seu peito nu e musculoso. Ele realmente era lindo, porém não me intimidei, mesmo tendo um cara praticamente nu em cima de mim preocupado! Olhei para minhas pernas vendo que por estar de shorts sentia mais a pele quente dele.

Arregalei os olhos, levantando a mão e acertando a palma em seu rosto. O mesmo piscou, não entendo minha reação. O empurrei para que saísse de cima de mim. As pequenas ondas ali estavam com suas correntezas fortes, mas não me preocupei com isso.

— O que está fazendo? – Corei enquanto desviava meu olhar.

Seus olhos azuis me analisaram confuso, como se não soubesse o que eu estava falando ou minhas intenções.

— Seu pervertido! – resmunguei olhando-o de soslaio.

O mesmo desviou o olhar como se tivesse procurando alguém. Será que ele sabia falar minha língua? Suspirei ignorando o fato de ele estar me ignorando, mas me senti feliz; era a primeira pessoa que se preocupava comigo, era a primeira pessoa que, mesmo sendo ignorando, não virou as costas para mim. Suspirei, voltando a olhar.

— Por que me bateu? – perguntou ele.

— Então você fala minha língua. – sussurrei de deboche. – P-Porque você estava em cima de mim... E-e está praticamente nu!

Cruzei os braços e olhei para um caramujo do mar, entrando de volta para areia molhada, enquanto lutava contra a correnteza. Pisquei voltando a olha-lo. O homem apenas me analisava, nem ao menos se mexia, era como se algo estivesse o segurando ali.

Suspirei, irritada. Por que ele não falava comigo? Para que tanto mistério? Revirei os olhos, me preparando para me levantar e dar as costas para ele, não entendia para que tanto mistérios... Mas algo me fez ficar sentada com meus olhos arregalados...

Olhava para a enorme cauda que balançava atrás dele, uma cauda que não parecia ser de mentira, a mesma que tive o vislumbre enquanto ele me salvava. Apontei, não acreditando, naquela cauda de duas tonalidades de azul. Ele piscou, acompanhando meu dedo, mas não se incomodou em eu estar apontando para aquela cauda sobrenatural. Ele voltou a olhar para mim, ainda sem se incomodar, como se o que eu estava vendo era realmente verdade, mas não era! Como uma pessoa pode ter uma cauda? Isso é estranho!

— Você tem uma cauda! – Berrei.

Logo depois olhei para os lados vendo se tinha alguém por perto. Já que não havia voltei a olha-lo. Seus cabelos negros como a noite estavam encharcados tapando um de seus olhos azuis.

— Como isso é possível? Você é um E.T?

Ele arregalou os olhos e depois caiu na areia, gargalhando, me deixando mais confusa ainda. Ele estava rindo daquela situação? O que ele era? Ele tinha cauda! E parando para analisa-lo melhor, suas orelhas também eram diferentes, bem como seus braços. Sua orelha era como de uma pessoa normal, mas logo ficava mais pontiaguda com uma espécie de barbatanas azul com verde. Em seu braço no cotovelo tinha a mesma espécie de barbatana poucas escamas.

— Eu? – Perguntou ele. – Um E.T? Você vê muito filme.

Isso era verdade. Toda sexta e sábado era o dia do cinema onde eu e Milk, ficávamos espalhadas no sofá, olhando uma sessão de filmes de vários gêneros. Balancei a cabeça me tirando dos meus devaneios e encarando aquela situação. E segundo, aquele ET sabia o que era filmes?

Então ele é realmente humano! Como pude cair nisso...

— Então o que você é? – Convencida de que tudo aquilo era uma mentira.

Ele arqueou uma sobrancelha não acreditando que eu tivesse perguntado aquilo.

— Sou um tritão. – disse, por fim, dando de ombros. – Sabe o masculino de sereias?

— Sereias? Sério? Aquelas com cauda que seduzem os marinheiros e depois os devoram? – Pisquei enquanto o olhava arquear novamente a sobrancelha como se debochasse do que falei. – Espera! Você vai me devorar?

Levantei-me, enquanto ele gargalhava mais ainda.

— Não irei devora-la. Se eu quisesse fazer isso, acha que teria conversado tudo isso?

Dei de ombros.

Isso era verdade. Eu cai, ou melhor, me joguei no mar. Ele poderia ter me devorado naquela hora. Tritão olhou para trás como se estivessem esperando alguém, suspirando, ele voltou a me olhar.

— Preciso voltar, mas tente viver. Se afogar não vai resolver seus problemas, apenas deixará uma marca dizendo que você é fraca. – Ele olhou novamente para trás enquanto uma onda vinha. – Lembre-se disso.

Deu um passo para trás fugindo da onda. Ele pegou impulso, adentrando as águas escuras.

— Espero que nos vejamos novamente. – Gritou ele para mim, e mergulhou.

Pisquei, olhando em volta, perguntando-me se aquilo realmente aconteceu, e se não era um sonho ou algo do tipo. Vendo que o mesmo casal, que vi passando por mim, voltava, decidi acreditar. Aquilo não era um sonho. Certo. E eu conheci um tritão! Mesmo ele sendo lindo e sexy, era esquisito. Ele tinha uma cauda!

Suspirei me virando pensando nas palavras que ele disse. Não queria deixar aquela marca, não seria fraca. Não precisava da opinião dos outros, eu viveria a minha.

— Espero que vejamo-nos de novo, pequena mergulhadora. – Ouvi de relance enquanto me virava.

Qual era seu objetivo? Realmente esses seres fantásticos existiam? Todos aqueles contos de fadas que conhecíamos poderia ser verdade?

Olhei para o céu negro, não queria ser fraca, todavia não queria voltar para a minha família, não queria ser aquela que não era eu. Quero andar com meus próprios pés... Quero ser forte! Aquele tritão...

Parecia que ele sabia meu interior, era tão estranho, porém, aconchegante ficar perto dele.

O que eu estava pensando! Eu estou ficando louca! Tritões não existem! Sereias também não! Preciso ir ao médico! 


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Notas finais do capítulo

ahahahahahha, esse encontro deles foi o melhor :v ~ele que espere o copo de água e.e
gostaram do "encontro" deles :v, tritão abusado esse hem e.e Mais sei que vão adorar ele ♥ mesmo tendo o mudado um pouco da antiga versão. O que esperam acontecer? Será que ela vai querer dessa vez afogar ele ahahahahaha.
Se preparem para dar risadas, ehehe.
Espero que tenham gostado ♥