O Livro de Eileen escrita por MundodaLua


Capítulo 18
Conhecendo Sherlock Holmes


Notas iniciais do capítulo

Oiii galerinha linda que lê essa história, boas notícias, eu estou prestes a entrar de FÉRIAS UHULLL. O que quer dizer que, se eu não tiver que arrumar um emprego, vou ter mais tempo para escrever capítulos maiores, e talvez postá-los com mais frequência.



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Eileen deu um leve aperto no braço de Watson, querendo se certificar de que tudo aquilo não era só mais um de seus sonhos desconexos. No momento em que pensou em visitar Londres, ela também lembrou do museu dedicado a obra de Sir. Arthur Conan Doyle, o famoso Sherlock Holmes e seu amigo escritor John Watson. Agora ela via com mais clareza, e depois conversaria sua teoria com o resto de seus companheiros, mas o lugar no qual estavam não era um vislumbre do passado, mas sim algum tipo de dimensão alternativa. Apertou o livro em suas mãos, se contendo ao máximo para não fixar o olhar muito tempo além do normal na face tranquila de seu novo amigo.

Ao chegarem no apartamento, Castiel e Dean pareciam tão calmos quanto a situação permitia, já Sam e Eileen estavam prestes a explodir em excitação. O anjo e o mais velho se entreolharam, a confusão inerente as feições de Cas se tornaram ainda mais fortes. Mal ele se separara de Lúcifer e eles eram trazidos aquele lugar, mas era sempre desse jeito com os Winchesters, não se poderia prever nada.

Assim que entraram, a primeira coisa que Eileen percebeu foi a figura sentada em uma das poltronas da sala, a pessoa abraçava as pernas juntas ao peito, e logo ela soube, aquele era Sherlock Holmes. Algo como um calafrio percorreu sua espinha, nunca se sentira tão enérgica em toda sua vida, e a tentativa de atenuar esse sentimento e agir com calma a estavam enlouquecendo.

— Temos visita Holmes. - Watson anunciou, vendo que seu colega nem mesmo se mexeu do lugar.

— Sintam-se à vontade, eu vou buscar um pouco de água para a senhorita. - Saiu lançando um sorriso terno para Eileen.

Foram deixados na sala sozinhos com Holmes. A menina foi até ele, parando a sua frente, mas não se sentou ou fez qualquer movimento, assistindo enquanto o homem levantava o rosto e a encarava – Americanos… - Ele soltou apenas, e Eileen abriu um largo sorriso.

— Como você soube? - Sam perguntou, eles não haviam falado nada desde que entraram ali.

— Seu irmão – Começou apontando levemente para Dean – Parcialmente bronzeado, claramente ele não conseguiu isso morando aqui. Mais a leve confusão no rosto de todos vocês, o cavalheiro ali – Dessa vez apontou para Cas – Olhou para a janela umas dez vezes nesses poucos minutos em que esteve aqui, está curioso com a paisagem, ele não faria isso se fosse de Londres. Obviamente poderiam ser do interior, ou de algum condado mais simples onde a maioria das trabalhadores braçais, e por consequência, que passam mais tempo ao sol vivem. Mas estão vestidos com roupas caras, o que sugere que deveriam ter algum dinheiro, mas todos parecem claramente desconfortáveis, vocês não vestem isso todos os dias, mas sabem que essa seria a norma de vestimenta daqui. Não trabalham no campo, mas estão levemente bronzeados, tem dinheiro e ainda sim não usam roupas desse tipo no dia a dia. Se fossem ingleses estariam habituados com a paisagem, e não estariam desconfortáveis nas roupas. Isso e também o fato da estrutura óssea no rosto da menina gritar América. E, por ultimo, mas completamente obvio o fato do rapaz ter falado e o sotaque dele provar minha teoria, americanos.

— Isso foi incrível. - Eileen começou, seu sorriso se tornando ainda mais largo – Como soube que Sam e Dean são irmãos? - Perguntou, e Holmes pareceu quase lisonjeado com a expressão no rosto da menina, não era sempre que alguém recebia com tanto entusiasmo suas deduções.

— Eles tem quase o mesmo tom de verde nos olhos que não é fácil de se encontrar normalmente, só acontece quando um dos pais tem olhos azuis e o outro olhos castanhos, ainda sim a chance desse tom de verde acontecer é de aproximadamente 15%. Também o formato da orelha, quase pontiaguda, também um traço genético recessivo, também difícil de se encontrar normalmente. Os dois carregam traços raros, o que sugere que devem ser irmãos.

— Incrível, não é? - Disse Watson enquanto voltava da cozinha. Entregou um copo com água para Eileen.

— Sem dúvidas. - A menina respondeu. Olhou para seus amigos, Cas e Dean pareciam confusos, enquanto Sam, assim como Eileen carregava um sorriso e olhar de admiração.

Fizeram uma rápida apresentação e Watson contou a Holmes o que havia acontecido. Eileen viu claramente a curiosidade no olhar do detetive quando ele se voltou para encara-la. Assim como Pâmela, ele parecia capaz de ver além da máscara humana, enxergando a entidade sobrenatural da menina. Um início de sorriso dançou nos lábios do homem, e Eileen só pode imaginar que tipo de expressão ela fazia naquele momento. Mas ela não pode se impedir de também analisar a figura a sua frente, era como descrito nos livros, nariz aquilino e olhos cinzentos. Ficaram alguns segundos nessa mútua observação, antes que Watson soltasse o que pareceu um pigarro para chamar-lhes a atenção. Eileen quebrou o contato primeiro, levantando os olhos para o médico.

Mas antes que Watson dissesse alguma coisa, passos apressados foram ouvidos nas escadas, e logo um homem rompeu porta a dentro, vestia algo parecido com o que seus amigos usavam, tinha o rosto corado e a respiração ofegante. Parecia totalmente assustado, demorou alguns segundos recobrando a própria respiração enquanto o grupo o admirava chocado. Os olhos eram com os de Dean, mas o rapaz era ruivo e muito mais baixo do que todos ali com exceção de Eileen. – Eu procuro Mr. Sherlock Holmes. - Seus olhos passearam com certo frenesi por todos os rostos masculinos da sala, até que o próprio Holmes ergueu a mão.

— Mr. Holmes eu preciso ser rápido, eu receio que a polícia já esteja atrás de mim. Estão me acusando de matar uma jovem chamada Edith Miller, mas eu nunca ouvi esse nome em minha vida, e tão pouco cometi assassinato algum. - O rapaz disse em um inspirar. Voltando seus olhos para sua plateia encontrou a maioria das faces em total confusão, mas Holmes tinha um brilho de interesse nos olhos.

— Por favor caro amigo, sente-se e diga seu nome primeiro. Depois pode nos contar com mais calma os acontecimentos. Eu tenho certeza que a Yard, assim que aparecerem aqui, poderão esperar alguns minutos para que você termine seu relato. - O homem se sentou, suspirando, Eileen achou que ele começaria a chorar, mas o rapaz se conteve e começou sua história.

— Meu nome é Oscar Parker, na manhã de hoje eu fui acordado pela minha esposa, Amy Parker, desesperada, dizendo que alguns policiais estavam na frente da nossa casa e queriam falar comigo. Eu fui até eles, perguntei o que queriam, e fui informado de que seria preso, sendo a acusação o assassinato de uma tal Edith Miller, na noite do dia anterior. Vocês podem imaginar meu espanto ao ouvir tal acusação, uma vez que na noite passada eu estava sentado em frente a minha lareira, na companhia de minha esposa. Logo tentaram me imobilizar, mas eu não deixaria que minha mulher me visse em tal desonrosa situação, então eu lutei e eventualmente consegui fugir por uma passagem escondida entre a minha casa e a casa vizinha.

“Não pensei em mais nada além do fato de que precisava limpar meu nome, e quem melhor para provar que eu sou inocente do que o famoso Sherlock Holmes. E eu preciso agora, mais do que nunca estar ao lado da minha esposa, Amy descobriu algumas semanas atrás que estamos esperando nosso primeiro filho.” - O homem se permitiu um pequeno sorriso nesse ponto.

Holmes estava pronto para falar, mas mais passos vieram da escada, e logo a figura fardada de um homem nos seus 40 anos, de costeletas bem aparadas e feições de fuinha apareceu na sala já quase em sua completa lotação.

— Eu imaginei que ele estaria aqui. - Disse, e não demorou para que Eileen soubesse que esse era Lestrade – Prendam-no, não vamos cometer o mesmo erro de hoje de manhã.

— Acalme-se Lestrade. - Holmes começou – Eu acredito que o rapaz queira terminar a história dele.

— Ele não precisa, temos mais de dez testemunhas que afirmam ter visto Mr. Parker carregando o corpo de Edith Miller para um beco em Cadogan Square, onde nós a achamos, morta. Agora eu peço licença a todos vocês, mas nós não vamos negar o óbvio aqui.

— Devo lembrá-lo Lestrade, que essa não é a primeira vez que nos encontramos em uma situação como esta, e não seria a primeira vez que o óbvio se provou errado. - O detetive disse, a voz cheia de uma calma inabalável.

O inspetor soltou uma pequena risada de escárnio – Certo Mr. Holmes, se acha conveniente trabalhar em um caso já resolvido, terá bons três dias até que Mr. Parker seja julgado e mais dois dias até que ele seja enforcado por assassinato. - Lestrade indicou aos outros policiais que deveriam trazer Oscar, e assim eles fizeram – Por hora ele virá conosco. – Dito isso a comitiva deixou o apartamento, sobrando apenas os seis que já ali estavam.

—Eu não acho que tenha sido ele. - Castiel soltou, chamando a atenção dos demais. Sua capacidade de percepção, como um anjo, era maior que a de humanos, e ele sabia, aquele rapaz falava a verdade.

— Eu concordo Mr. Castiel, a linguagem corporal do homem sugeria inocente, e até mesmo desconcertado. Ele não foi culpado pela morte de Edith Miller. Agora, se nosso grupo quiser alguma emoção por hoje sugiro que venham comigo, pretendo dar uma olhada no corpo da jovem, que eu acredito estará em st. Barts. E depois eu darei uma olhada no local onde o corpo foi achado.

— Nós adoraríamos – Dean começou – Mas nós temos que resolver uns assuntos aqui.

— Dean! - Sam e Eileen chamaram juntos.

— Podemos conversar um minutinho? - Eileen continuou, eles então se dirigiram para a escada.

Lá, Dean ouviu uma longa súplica do porque aquilo era uma espécie de sonho de infância se tornando realidade. O mais velho perdeu as contas de quantas vezes rolou os olhos, não era possível em sua mente que dois adultos estivessem tão animado por dois personagens de livros. Mas Sam gentilmente o lembrou do Dr. Sexy, fazendo com que o mais velho simplesmente se calasse, e aceitasse que eles ficariam ali por mais algum tempo. Ao voltarem para a sala, os demais já estavam prontos para sair. Watson sugeriu que Eileen ficasse, mas ante as afirmações efusivas de que era muito importante que a menina os acompanhasse, e logo em seguida a garantia de Holmes de que adoraria a presença de Eileen, eles seguiram em direção a st. Barts.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, como eu disse no início, eu vou entrar de férias, o que com sorte vai significar mais tempo para ler, e mais leitura significa mais inspiração o que me faz escrever mais rápido. Então me desejem sorte.
Comentem se gostaram, eu absolutamente AMO os comentários de vocês.