Para Sempre escrita por Srta Taques


Capítulo 3
Capítulo 3 — Lembranças.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora,estava um pouco ocupada rs. Mas aqui está. Um capítulo grandinho!! Fiz esse capítulo para mostrar um pouco do medo da Isa, o que aconteceu etc. Boa leitura, espero que gostem!



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Música para acompanhar a leitura.

Isabela Junqueira.

Eu estava chocada com aquela ligação. Nunca imaginaria que ele poderia me ligar, e muito menos dizendo que me ajudaria no plano contra Regina. Ele que tinha tanto medo da Regina descobrir algo e sobrar para ele...

— E como eu sei que você está falando a verdade? — Perguntei. — A Regina deve estar por trás disso, não é? Olha Sandro, fala para ela...

— Ela não tem nada a ver com isso. Nem sonha que estou falando com você. Eu... só quero ajudar.

— Mas eu não confio em você. — E desliguei a ligação, em seguida o celular.

Não queria a ajuda de ninguém. Consegui sair da mansão com apenas com a ajuda da Manuela. Os Vaz apenas distraíram os capangas enquanto eu saía da mansão. Por que eu precisava de ajuda para fazer o mesmo com a Manuela?

Só o tio Raul e a polícia já bastavam.

Coloquei o celular em uma gaveta, e sentei na cama. Tinha momentos que eu queria sumir. Não sabia nem o que estava fazendo ali, enganando todo mundo, principalmente a Rebeca.

O Téo sabe como é difícil acordar todos os dias e ser chamada por um nome que não é meu. E imagino como é a vida da Manuela. Ela deve estar muito brava comigo, e com razão! Saí de lá dizendo que iria tirá-la de lá o mais rápido possível. E quase dois anos depois ela ainda está lá.

Eu sou a pior irmã do mundo.

A pior filha do mundo, se é que a Rebeca vai me considerar uma filha.

Minha relação com a Rebeca mudou muito de uns tempos para cá, mas ainda continuo achando que fui abandonada assim que nasci. O que justifica eu ter "caído" nas mãos de uma mulher tão perversa quanto a Regina?!  O Orlando sabia disso tudo? Que eu não era a filha dele? Ou se sabia, ele estava mentido para mim? Porque eu e a Manuela não tivemos uma infância normal? Por que nós, tão pequenas, sofremos tanto?

Eu queria descobrir a verdade logo. Mas parecia uma tarefa cada dia mais difícil.

—  Manu?! — Rebeca abriu a porta do quarto. — Você está bem? Entrou chorando, não falou nada. Estou preocupada.

— Nada não, mãezinha. Já passou. — Menti, com um leve sorriso forçado.

— Tem certeza que não quer me falar, ou me perguntar nada? — Insistiu.

— Sim.  — Balancei a cabeça. — Você já vai dormir?

— Não. Vou tomar banho primeiro, depois vou fazer algo para o jantar.  E você mocinha, trate de estudar. — Me deu um beijo na cabeça e saiu.

Virei para a porta e sentei na ponta da cama. Passei a mão pela cama e fechei os olhos...

FLASHBACK 01 ON.

— Manuela, fica aí e não faz barulho. — Disse para Manu, que estava em baixo da cama.

— Ai, Isabela... Isso não vai dar certo...

FLASHBACK 01 OFF.

FLASHBACK 02. ON

— Você pode até tentar, mas eu não vou deixar você encostar em um centavo que era do meu pai! Nem que eu tenha que perder todo o tempo da minha vida, você vai ver só! — Falei.

— É? Ah, então quer dizer que você é a grande heroína! Me conta. Como você vai fazer isso trancada num porão, hein? — Regina me encarou.

— Eu dou um jeito.

— Ahhh... Fica falando, falando, falando e sabe quem vai o dinheiro do seu papaizinho de bandeja pra mim? Você mesma!

— Tá louca? Eu nunca faria isso.

— É. Você nunca faria isso mesmo. Mas uma pessoa muito parecida com você. — Regina tirou meu óculos e riu.

FLASHBACK O2 OFF.

FLASHBACK 03 ON.

— Ô Manuela, melhora essa postura aí! Você tem que ser mais imponente.

— Tá. — Sorriu. — E você precisa ser mais humilde né Isa. Não pode agir do seu jeito mandão.

— Eu não sou mandona!

— É sim... — Disse confusa.

FLASHBACK 03 OFF.

FLASHBACK 04 ON.

— Vem cá, por que você me trata tão bem assim, em? — Era a minha pergunta para a Manuela.

— Ah, porque sou sua irmã ué.

— Eu sei, mas é que as vezes eu te trato meio...

— Trata mesmo... Mas eu entendo. É o seu jeito, né? Eu sei que no fundo você gosta tanto de mim quanto eu gosto de você.

FLASHBACK 04 OFF.

FLASHBACK 05 ON.

— Olha, trata muito bem nossa mãezinha. Diz pra ela que eu sinto muita a falta dela e que eu a amo muito. Na verdade, você que vai ter que dizer isso como se fosse eu, né. — Disse Manuela, antes de eu descer pela treliça.

— É,eu sei disso Manuela. Não sou lerda como você não, tá? Agora preciso ir.— disse indo em direção para a janela, mas voltei. — Ah, e tem mais uma coisa. Não deixa a Priscila se sobressair. Você canta muito melhor do que ela e vai fazer muito mais sucesso, tá legal? E isso ia deixar meu pai muito orgulhoso, não se esquece.

— Ah, pode deixar!

— Agora eu vou praquele fim de mundo e vou dar um jeito de provar que a Regina é uma criminosa e não pode ficar com a herança.

— Enquanto eu fico aqui tentando arrumar um jeito de provar que você foi roubada e que nossa mãe nunca soube de você! — Completou Manuela.

FLASHBACK 05 OFF.

FLASHBACK 06 ON.

— Você não gosta de mim? Cadê aquele seu jeitinho doce, hein? Azedou rápido, né! — Enfrentei-a.

— Muito pelo contrário, filha. É por te amar mais que tudo nesse mundo que eu tô impondo limites. — Rebeca respondeu séria.

FLASHBACK 06 OFF.

Voltei dos meus pensamentos e vi que Rebeca ainda estava no banho, o chuveiro ainda estava ligado. Me apoiei na cabeceira da cama, colocando um travesseiro nas costas e outro no colo. Ao lado da cama, tinha uma escrivaninha, e nela, um porta-retrato com uma fotografia do primeiro show da banda Manuela e Seus amigos.

Era a Manuela que havia cantando naquele show. Mas era eu na foto. Passei o dedo no vidro que protegia a foto e lembrei da briga mais horrível que eu tive com a Rebeca, pouco tempo depois de eu ter voltado para o Vilarejo.

FLASHBACK ON.

Era uma noite de domingo, aproximadamente sete horas. Eu tinha ficado o dia inteiro em casa, nem comido direito havia comido. Entrei na sala, e sentei no sofá. Liguei a televisão e comecei a trocar de canal, quando Rebeca tira o controle da minha mão e desliga a televisão.

— Ei! Eu tava assistindo!

— O que está acontecendo com você? Não sai de casa, nem come direito!

— Sabia que é errado se meter na vida dos outros?!

— Eu não estou me metendo. Estou preocupada com você, filha!

— Ah sim... Mas eu estou bem. Por que? Acha que estou diferente? Não gosta mais de mim? — Provoquei-a.

— Claro que não... Eu te amo, e muito!

— Me ama o caramba. — Estava eu mesma, Isabela, discutindo com Rebeca. Nem lembrei que estava me passando pela Manuela. — Não gosto que se metam na minha vida.

— CHEGA MANUELA! — Ela gritou. — Mais respeito. Eu sou a sua mãe, não estou querendo me "meter" na sua vida! Estou preocupada! Eu entendo que o sequestro foi traumatizante. Eu entendo. Mas me desrespeitar já é demais!

— Ah, agora tudo o que eu falar é falta de respeito. Isso aqui tá uma droga! Vou sair, espero que quando eu voltar não esteja esse clima pesado. — Fui em direção a porta.

— Volte aqui Manuela. — Ela falou sério. Eu voltei. — Você não vai sair para lugar nenhum, nem hoje, nem amanhã! Você está de castigo, ande. Para o seu quarto.

— Eu te odeio!

— E eu te amo. Até você aprender a me respeitar, tratar as pessoas com educação e ser a menina educada e gentil que sempre foi, você só vai de casa para a escola, e escola para casa. E se eu ver que você me desobedeceu, eu não vou aumentar o castigo, nem piorar ele, se é o que está pensando. Só vou ficar desapontada. Não sei o que aconteceu nesse sequestro, mas com certeza, alguém mudou a sua cabeça completamente. Você é amada por todos! E eu espero que você me obedeça, Manuela.

Fui para o quarto irritada e bati a porta.

FLASHBACK OFF.

Aquela briga foi a mais terrível porque eu me arrependi de cada palavra que disse a ela. De alguma forma, ela não merecia isso... No mesmo dia, o Joaquim me perguntou como ia a minha relação com a Rebeca. Aposto que foi a pedido da Manuela. Então eu disse que estava mais ou menos, nem boa, nem ruim. Eu menti. Estava horrível. No dia seguinte, não consegui nem olhar para a cara da Rebeca de tanta vergonha. Tanto que acordava mais cedo e dormia mais cedo para não encontrá-la e começar uma nova conversa. Tinha medo de me exaltar e acabar brigando.

Obedeci a ordem dela. Ia de casa para a escola e escola para casa. O Teo, o Matheus e a Dóris vinham todo o dia lá em casa. A pedido da Rebeca, pois eu tinha me isolado demais deles e acho que nem se preocupavam tanto comigo.

Mas vi que estava enganada.

Mesmo de castigo, a Rebeca se preocupava comigo e só pensava no meu bem-estar.

Fiquei de castigo por uma semana. No domingo de manhã, ela me liberou e disse que não queria que isso acontecesse novamente, eu a abracei sem jeito e disse que também não queria.

E não aconteceu.

A partir dali, minha relação com a Rebeca melhorou muito. Acabei percebendo que isso não valia a pena. Rancor no coração não leva a felicidade. E o que eu mais queria era ser feliz. Já tinha sofrido muito com a Regina.

O chuveiro foi desligado. Rebeca abriu a porta do banheiro  e saiu com um roupão branco.

Virei para o lado e fingi estar dormindo. Percebi que ela entrou no quarto e se aproximou de mim, fazendo carinho em meus cabelos.

— Dormiu... Claro! Brincou o dia inteiro com os amigos, como não ia cansar... Dorme bem.

Ela se vestiu e apagou as luzes. Abri os olhos, mas não demorou muito para fechá-los de novo. E dessa vez de verdade.

 

No dia seguinte, escutei o celular vibrando de dentro da gaveta. Tirei e atendi a ligação. Era o tio Raul. Ele disse que finalmente haviam conseguido pegar a Regina e que a Manuela estava em segurança com ele e o Otávio e que estavam no carro e que chegariam em poucos minutos. Coloquei uma roupa e saí. Nem falei com a Rebeca direito. Caminhei pela praça, até que avistei o carro do tio Raul. A Manuela estava lá, sorridente.

— Que saudades de você, Isa! — Ela me abraçou quase me sufocando.

— Você está bem, Manu? Tem certeza.

— Claro que sim. Quero ver a minha mãe, vamos Otávio, não aguento mais de tanta saudade!

Paramos na frente de casa e saímos. Entramos em casa, e paramos na porta. Entramos lentamente, e ficamos parada na sala.

— Rebeca, vem cá! Rebeca! — Chamou Otávio.

— O que foi... — Disse, mas parou de falar assim que nos viu. — FILHA! — Abraçou Manuela.

— Mãe? — Perguntei assustada.

— Quem é você? Você não é minha filha! 

— Você teve gêmeas, Rebeca...

—  Não, eu não tive. Eu tenho certeza!

 

— NÃO!!! — Berrei, me levantando da cama e a chorar descontroladamente.

— Manu? — Rebeca acendeu a luz.

Ela me abraçou. Tentei me livrar, mas ela conseguiu me acalmar. Respirei fundo, e percebi que era apenas um pesadelo. Um pesadelo que eu morria de medo que se tornasse verdade.

— Foi só um pesadelo. — Acariciou os meus cabelos. — Mas você tá até soluçando, deve ter sido horrível.

— E foi...

— Manu. — Ela pegou nas minhas mãos e sentou na cama, e fez menção para eu sentar em seu colo. E sentei. — Se foi alguma coisa comigo, pode ter certeza, que eu vou te amar para sempre.

— Mesmo se tivesse outra filha? — Perguntei nervosa.

Droga! Não queria ter feito a pergunta. Ela me olhou de forma estranha. Queria tanto saber a resposta, mas ao mesmo tempo, tinha medo dela.


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Notas finais do capítulo

Peguei algumas cenas da novela e escrevi, a maioria dela com a Manuela. Espero que tenham gostado, beijoss. Até o próximo capítulo.



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