A Thousand Bullets escrita por Nilika


Capítulo 1
Bullet


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, não sei se alguém aqui me conhece, se sim, peço desculpas por UVVE e TT.
Caso não, seja bem vindo :D

Esta primeira fic é baseada nas músicas:
Bullet - Hollywood Undead
A Thousand Years - Versão Boyce Avenue



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(Minhas pernas balançam para fora da beirada

O fundo da garrafa é meu único amigo

Acho que vou cortar meus pulsos novamente e eu

Morrerei, morrerei, morrerei, morrerei)

Minha vida continuava a mesma de sempre, ficar em casa olhando o teto, enquanto pensava em alguma forma de sair da monotonia, mas nada me passava pela cabeça. O celular desligado ao lado da cama estava há dias sem ser nem tocado.

Ouvi alguém passar do outro lado da porta, mas meu corpo não quis levantar, estava com vontade de pedir socorro, ver se alguém me ajuda a, sei lá, fazer algo.

(Minhas pernas balançam para fora da beirada

Um estômago cheio de pílulas não funcionou novamente

Vou por uma bala na minha cabeça e eu

Morrerei, morrerei, morrerei, morrerei)

Olho para o lado, na escrivaninha ao lado da minha cama está um porta-retratos com uma foto nossa, quando eu ainda era capaz de ver seu sorriso, seus olhos fechados, parecendo até que fazia isso para deixar seu sorriso mais bonito, pena que nunca tive coragem de lhe dizer o quanto você sempre foi bonita, acho que meu orgulho era muito grande.

Sinto meus olhos arderem, minha vista ficar embaçada, mas não sinto as lágrimas caindo, muito menos levo minhas mãos ao rosto para ter certeza, não necessito, a dor não iria parar se tivesse certeza que chorava.

(Eu fui longe demais sim e irei novamente

Isto está durando há muito tempo, vou te dizer como termina

Estou sentado na beirada com meus dois melhores amigos

Um é um frasco de pílulas e outro uma garrafa de gin)

Meus olhos estão ficando pesados, não sei há quanto tempo estou sem dormir, na verdade não faz diferença.

Sinto que alguém entrou no quarto e se sentou atrás de mim na cama, pelo afago nos meus cabelos, sei que é minha mãe. Ela provavelmente fala algo, mas não consigo escutar nada, meus olhos ainda se focam na nossa foto, que lembrei agora, foi logo antes de você se declarar para ele.

(Estou a vinte andares, sim estou no topo

Eu tomei toda a garrafa agora ela está me empurrando para pular

Asfalto para mim, nunca pareceu tão macio

Aposto que minha mãe achou minha carta, agora ela está chamando a polícia)

— Sasuke-kun _ você diz com sua voz suave, o único som que lembro com clareza.

Neste dia você estava mais radiante que o normal, o que fazia vários homens te olharem desejosos, não que isso não acontecesse todo dia, mas quando você estava feliz, ficava mais bonita, e ao que parece eu não era o único ao perceber. Você usava um vestido claro, solto florido.

— Hinata _ digo, minha voz soando estranha até para mim, quando você me abraça, e eu, inconscientemente, retribuo, não me importando se estávamos no meio da praça.

— Vi que você saiu na capa da revista Business Magazine, parabéns _ começou a dizer enquanto andávamos.

— Obrigado _ digo com um pequeno sorriso – Mas que eu saiba, nos encontramos para falar de você.

Hinata, a única pessoa na face da terra que conseguia fazer com que eu falasse mais que uma palavra, sem ser obrigado, e ainda sorrir.

— Entao Sasu... Lembra do Naruto-kun?

— O dobe? _ pergunto mal-humorado, um dos motivos para que eu não gostasse do loiro era a paixão platônica que você tinha por ele, mas agradecia ao mesmo pelo motivo de que, por mais irônico que seja, ele que me apresentou, formalmente, a minha perolada.

— Sim sim _ disse rindo, já tinha cansado de reclamar dos nossos apelidos, agora dizia que parecíamos duas crianças birrentas – Ele voltou para Konoha

— Que legal... _ resmunguei me sentando na mesa que havíamos reservado no seu restaurante preferido.

— Sasu _chamou receosa, me fazendo tirar os olhos do cardápio – Ele me chamou para trabalhar para ele.

— A agência dele é bem famosa

— Eu sei...

O que eu lembro é que depois disso, você mudou de assunto, quando terminamos de comer fomos à praça e você me fez tirar um monte de fotos, as quais me mandou por correio na semana seguinte. E foi então, que eu percebi que algo estava errado.

Um mês depois, notícias do casamento de vocês percorriam o País inteiro, ao mesmo tempo em que me mudei para a casa dos meus pais e não atendi nenhum telefonema seu.

(Eu tenho que aproveitar esta oportunidade antes que eu a perca

Porque agora escuto as sirenes e elas não estão distantes

Acredite quando eu digo que eu fui persistente

Porque eu estou mais cheio de cicatrizes, mais cheio de cicatrizes que meu pulso)

Meus olhos se abrem, e só então, percebi que estava dormindo. Minha mãe pelo jeito abriu as cortinas, mas para minha sorte está de noite, da minha cama consigo ver as estrelas “brincando no céu” como você dizia.

Meu corpo se contorce e acabo vomitando no chão ao lado da cama, não consigo me mover, então fico da mesma forma, às vezes acho que meu espirito saiu do meu corpo, por que todos os movimentos que tenho feito ultimamente foram instintivos.

Quase rio com o pensamento do quanto você iria me bater se me visse nesse estado, mas é uma vontade que passa rapidamente, deixando no lugar apenas uma vontade imensa de fazer meu coração parar de doer.

(Eu tenho tentado por muito tempo com uma faca cega

Mas hoje à noite eu certifiquei que a afiei duas vezes

Eu nunca tinha comprado um terno antes em minha vida

Mas quando você vai conhecer Deus você sabe que quer estar bonito)

Consigo mover meu corpo, trocando o lado da cama, até por que, mesmo não sentindo o cheiro do vomito, apenas de saber que ele está ali, me intriga.

E qual a minha surpresa ao ver uma foto nossa, no seu aniversário de 27 anos, aquele dia que ficou tão bêbada que eu tive que te levar arrastada da boate, e no dia seguinte tinha manchete com essa foto nossa, na qual você nem parecia tão ruim assim, dizendo “O Empresário e a Modelo? Será que essa dupla tinha escondido o romance até agora? ”.

(Então se eu sobreviver eu te vejo amanhã

Sim eu te vejo amanhã...)

(Minhas pernas balançam para fora da beirada

O fundo da garrafa é meu único amigo

Acho que vou cortar meus pulsos novamente e eu

Morrerei, morrerei, morrerei, morrerei)

A porta do meu quarto abriu novamente, e dessa vez pude ver minha mãe entrando, ela sorriu para mim, parecia feliz em me ver, mas a expressão mudou ao ver a bagunça que eu fiz do outro lado da cama. Voltei minha atenção ao quadro, tentando fixar sua imagem em minha mente, algo me dizia que não tinha muito tempo. O que se comprovou ser verdade quando minha mãe se colocou na frente do quadro e disse algo que não consegui entender, parecia que meus sentidos só tendem a piorar, qualquer barulho que eu ouço parece algo se quebrando, o que piora minha dor de cabeça.

(Minhas pernas balançam para fora da beirada

Um estômago cheio de pílulas não funcionou novamente

Vou por uma bala na minha cabeça e eu

Morrerei, morrerei, morrerei, morrerei)

Mais alguém entrou no quarto, não me interessei em ver quem era, sabia que não era você, você já deveria ter esquecido de mim. Com minha vista embaçada, só percebi que algo branco se aproximava de mim e mexia no meu corpo.

(Chegamos ao céu, lá se vai a luz

Nada mais de sol, porque é sempre noite

Quando você não consegue dormir, bem você não consegue sonhar

Quando você não consegue sonhar, bem o que significa a vida?)

Estava olhando o branco, minha mãe havia me internado, um médico me alimentava via intravenosa, afinal, eu já não tinha mais tanto movimento do meu corpo.

Acho incrível o fato de como você, que sempre me fazia tão bem, ser o motivo de eu estar neste estado, mas a culpa na verdade é, e sempre será, minha, por não ser o suficiente para você.

(Nós sentimos um pouco de pena, mas não enfatizamos

Os velhos estão ficando velhos, assistindo o jovem morrer

Uma mãe e seu filho, e alguém que você conhece

Sorriem um para o outro e percebem que você não)

Sinto a vida se esvaindo do meu corpo, às vezes tenho alucinações com você, você fica fazendo piada do meu estado, chega até a me matar, dizendo que eu sou fraco, que deveria morrer de uma vez, eu chego a acreditar que é verdade, acho que grito/choro por que logo aparecem médicos para me dar calmantes.

Concordo com você, eu deveria morrer, acabar de vez com essa vida insignificante, mas não consigo, afinal, se eu estiver vivo, posso pelo menos te ver nas revistas.

(Você não sabe o que aconteceu com aquela criança que você criou

O que aconteceu com aquele pai, que jurou que ficaria

Eu não sabia porque você não disse

Agora mamãe sente culpa, sim mamãe sente dor)

(Quando você era jovem, nunca pensou que morreria

Descobriu que poderia, mas você é medroso demais para tentar

Olhou-se no espelho e disse adeus

Subiu ao telhado para ver se poderia voar)

(Então se eu sobreviver eu te vejo amanhã

Sim, eu te vejo amanhã...)

(Minhas pernas balançam para fora da beirada

O fundo da garrafa é meu único amigo

Acho que vou cortar meus pulsos novamente e eu

Morrerei, morrerei, morrerei, morrerei)

Agora fico mais tempo sedado do que acordado, acho que meus médicos devem me achar problemático, o único problema nisso é que nas poucas horas que fico acordado, só penso em você.

(Minhas pernas balançam para fora da beirada

Um estômago cheio de pílulas não funcionou novamente

Vou por uma bala na minha cabeça e eu

Morrerei, morrerei, morrerei, morrerei)

Não sei há quanto tempo estou aqui, quanto tempo faz desde a última vez que te vi, mas parece que faz muito, a essa altura você já deve ter se casado e tido filhos, pena que eles, provavelmente são loiros.

(Eu queria poder voar

A caminho do céu

Tão alto quanto um pássaro

Oh eu poderia tentar)

Já cheguei a fazer uma comparação, seus filhos com aquele ser loiro, com certeza superenergéticos, espero que pelo menos um tenha lhe puxado, e se eles fossem meus, teria certeza que eles seriam bem mais parecidos com você do que comigo, mesmo todo Uchiha sempre tendo os mesmos traços, eu teria certeza de deixar o trabalho de lado, passar o máximo de tempo com vocês, e ser uma família feliz. Mas quando lembro da aliança em sua mão no jornal, essa imagem da nossa família se desfaz em pedaços, assim como meu coração.

(Eu queria poder voar

A caminho do céu

Tão alto quanto um pássaro

Oh, eu poderia tentar)

(Oh, eu poderia tentar)

Se eu ainda tivesse uma chance, faria de tudo para ter você para mim.


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Notas finais do capítulo

Amanhã posto o outro ;p
Até ♥



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