Young Gods - Interativa escrita por honeychurch


Capítulo 8
capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas preciosidades (✿◠‿◠)
Eu tenho conferido as visualizações e notei que ainda tenho leitores ♥
Por isso eu resolvi voltar de verdade.
Bem eu sou uma tosca e perdi as antigas fichas, ainda lembro de algumas coisas, mas se vocês quiserem mandar qualquer coisa sobre os personagens de vocês eu ficaria muito grata (mas isso seria um favor e não uma obrigação). Também queria que vocês me mandassem um hey, talvez dizendo qual personagem vocês criaram, ou sei lá, só um “continua essa joça” já me faria feliz :)
Também estou abrindo novas vagas para dar uma revitalizada.
Esse capítulo é bem curtinho eu ia escrever mais antes de postar, mas não queria fazer a espera ser muito grande :)
beijos ;*



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h a r r e n h a l           

— É uma pena que eu só tenha dois vestidos pretos. Quantos você tem, minha querida Wyla.

            Lynesse tinha uma tigela de framboesas no colo, e ocasionalmente uma das frutinhas vermelhas era jogada para o chão com o sacolejar da carruagem.

            Três das meninas estavam sonolentas, mas Lynesse esbanjava a energia que lhe era tão natural. Lady Wyla deu um longo suspiro, e puxou sua manta para mais perto do queixo antes de responder à prima com um “três” apático.

            – Oh! Bem ao menos você tem três, eu não sei como farei para ter uma boa presença na corte com apenas dois vestidos! E não sei se seria de bom tom encomendar vestidos novos agora, e também por nada neste mundo eu sairia do luto tão cedo! Mesmo que meu doce Raynard tenha me enviado tecidos tão bonitos e coloridos, eu não os usarei antes que o tempo de luto por nossa querida Cassandra tenha acabado. Pobrezinha, ela iria se casar com um belo príncipe, e logo seria rainha de um belo reino, onde construiria uma bela família, porque a morte deve te tocá-la antes que todas essas coisas belas acontecessem?

            Lynesse colocava mais uma framboesa em sua boca enquanto, com os olhos esbugalhados, esperava que uma das moças que viajava com ela lhe desse uma resposta.

            – Quem pode entender a vontade dos deuses? Aceitá-la, mesmo quando há inconvenientes e dúvidas, isso é o que faz de nós bons fiéis.

            Tanto Wyla quanto Elyse eram agradecidas pelo fato de Lady Denia Mooton ter tamanha gentileza e paciência para lidar com Lynesse quando ela começava a tagarelar sobre o doce Raynard.

            – Bem eu espero que isso não aconteça comigo, ou com nenhuma de nós! Desde que recebemos a triste notícia da morte de minha querida Cassandra eu estou sempre pedindo a papai que me deixe casar com Raynard de uma vez, um casamento simples e rápido me faria a mais feliz das criaturas, eu só espero casar com meu bom, doce, e amável Raynard. E ele pensa o mesmo, pois me mandou uma carta quando soube o que tinha acontecido à princesa, e tentou me consolar com suas belas palavras, mas eu estava triste demais para consolos. Ah! Ele disse que iríamos nos casar da próxima vez que nos encontrássemos, se assim meu pai permitisse, pois ele não temia cair nos braços da morte, se antes tivesse a oportunidade de cair nos meus! Meu doce, docíssimo Raynard! Tem mais de um ano que eu não o vejo! Mais de um ano inteiro! Meu peito queima de saudades! E só de pensar que da próxima vez que eu o vir ele será meu marido! Eu fico tão contente que eu poderia...

            Seja lá o que fosse que Lynesse seria capaz de fazer, ela não pôde contar, pois foi interrompida por um sacolejar brusco da carruagem. Ao menos cinco framboesas voaram para o colo de Elyse, que se viu tentada a jogar, frutas e prima pela janela.

            – Você deveria dormir agora, minha querida Lynesse, todas devíamos, o Sol já está se pondo.

            Lady Moonton disse com sua infindável paciência.

            – Ah, não! Eu não posso! Estou empolgada demais, animada demais! E não fizemos nada o dia inteiro, como eu poderia estar cansada?

            – Precisa ao menos tentar, precisamos chegar com aparências descansadas e bem dispostas na corte, caso contrário, imagine o que dirão?

            – Você está certa! Minha amada Denia! Você está tão certa! Não acredito que ainda não tenha arranjado um noivo! Devemos todas dormir!

            E empurrando a tigela para Denia, Lynesse puxou a manta até o pescoço e em menos de dez minutos estava dormindo.

            – Graças aos deuses, pensei que ela nunca se calaria!

            Wyla exclamou aliviada. Ela tinha sido mandada para Correrrio para ser a dama de companhia da tia, e amiga da prima, mas o único membro da família Tully com o qual fora capaz de fazer amizade era Elyse.

            Ela não era apenas inteligente, bela e sensata, ela também era uma forte candidata ao trono, visto que todos concordavam que o príncipe era apaixonado pela prima, e Wyla achava que não poderia haver situação melhor do que estar em uma amizade que era ao mesmo tempo agradável e útil.

            – Ainda bem – Elyse cochichou divertida para a amiga sentada ao seu lado – que Harrenhal é tão grande, não vamos precisar ouvir a voz dela por dias, se soubermos onde nos escondermos.

            Não era possível não sentir o coração batendo mais forte no peito quando se olhava para Harrenhal, não importava quantas vezes o visse a imagem sempre era arrebatadora. O castelo era colossal, e isso por si só já era motivo o suficiente para encantamento, mas havia mais. Algum rei Hoare resolvera revestir todo o castelo com um tipo de pedra branca e brilhante de Essos, e quando o sol batia Harrenhal brilhava como um sonho. Um palácio celestial, que de tão alto tinha nuvens adornando-lhe as torres. Enfeites de bronze polido faiscavam, e se faziam visíveis a milhas de distância, impossíveis de serem ignorados. De perto, no entanto, se podia ver o magnífico trabalho de pedra entalhada que adornava os muros, ameias, torres e janelas, dando uma textura quase orgânica para a gigantesca massa de pedras.

            E isso é claro, era o que se podia ver do lado de fora por dentro as galerias eram ainda mais bonitas. Gerações e mais gerações de reis Hoares tinham competido para ver quem seria capaz de fazer de Harrenhal um castelo ainda mais magnífico, e assim contrataram artistas, arquitetos e inventores para reformarem cômodos e mais cômodos, até que não sobrasse mais nada do antigo estilo árido das ilhas.

            Elyse duvidava que algum outro lugar no mundo pudesse competir com Harrenhal, pois aquele castelo era o cenário perfeito para abrigar uma corte dos sonhos. A perfeita síntese da glória que o reino poderia alcançar um dia. O que significaria ser a rainha daquele lugar? A senhora de tamanho encanto?

            Ela só conseguia pensar que seria impossível sentir medo dentro do lar dos sonhos.

            – Estou feliz que esteja aqui.

            Edmund era um rapaz dócil e amável, que sempre parecia feliz em ver os parentes Tully, em especial sua prima.

            – Foi muita gentileza sua ter preparado tudo isso, principalmente quando sabe que sua companhia teria sido o suficiente.

            O príncipe sorriu, e então fechou os olhos sentindo os dedos de Elyse passando por seus cabelos enquanto repousava a cabeça no colo dela.

            A verdade era que a jovem dama Tully tinha esperado encontrar um Edmund desconcertado, mas encontrara um rapaz tranquilo, que recebera a família com sorrisos sinceros, e preparara para as primas um pequeno sarau em um dos jardins, com tocadores de harpas, vinho da árvore e doces.

            Os jovens Tullys e as damas que os acompanhavam estavam agora debaixo de um caramanchão coberto de flores, sentados em divãs confortáveis e ouvindo uma balada melancólica em alto valyriano.

            Elyse dividia o dela com o primo, que repousava desfrutando de seu toque com a inocência e carinho de um pequeno filhote.

            Ele era, de tantas maneiras, tão ingênuo. Naquele dia, por exemplo, Elyse se vestira com um vestido preto e dourado que fazia do colo dela uma bela visão, mas para o primo não faria diferença se ela estivesse vestida de septã. Edmund era como um menino, sem malícia alguma, por isso mesmo era difícil de acreditar quando diziam que ele tinha tomado uma amante Essossi.

            – Sua amiga não gosta de música?

            Elyse perguntou e Edmund abriu os olhos por um momento e olhou para a bela e exótica moça que estava sentada em um almofada bordando, depois voltou a relaxar no colo da prima.

            – Não, ela prefere poesia, ontem ficamos lendo poesia até tarde, tive que pedir mais velas.

            A voz dele era monótona e desinteressada, enquanto parecia desconsiderar tudo e se concentrar apenas nos dedos de Elyse, que nunca paravam de percorrer seu cabelo.

            – Eu poderia ler poesia com você, se me pedisse.

            Ela podia sentir que estava começando a sentir ciúmes do primo, não por conta de qualquer envolvimento físico que ele e a garota essossi poderiam ter, o que a incomodava era pensar que tinha sido substituída nas afeições do príncipe, que ele em breve poderia recorrer a outro colo para repousar sua preciosa cabeça.

            – Não, você não gostaria desse tipo de poesia, e além disso, eu gosto de ouvir musica com você, e a única com quem eu danço sem constrangimento.

            As bochechas dele coraram, e Edmund apanhou a mão livre de Elyse para brincar com ela.

            – Você tem dedos tão delicados, e mãos tão bonitas.

            Disse com uma voz baixa e encantada.

            – E você é o único rapaz no mundo que já reparou nas minhas mãos.

            – Eu não culpo todos os outros, existem tantas coisas bonitas em você para serem notadas. Mas aqui, pegue, pode fazer com que dêem mais atenção para as suas mãos.

            Edmund tirou o anel mais bonito que usava e o colocou no dedo da prima.

            Ele era tão amável, tão doce, e tão generoso, ele era tudo que Elyse precisava. E olhando para a pedra faiscante agora em seu dedo, ela não pode se conter.

            – Vamos ao lago amanhã, só eu e você, ninguém precisa saber.

            Os dedos delicados de Elyse migraram dos cabelos de Edmund para o seu pescoço, percorrendo um longo e lento caminho até se perderem na gola de seu gibão.

            – Eu gostaria – Edmund respondeu com a respiração pesada – você acha que seria uma boa ideia?

            – Acho – Ela se inclinou para responder contra o ouvido dele – E se não contarmos a ninguém, quem irá dizer que não é?

            – Você tem razão, você sempre tem razão.


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Notas finais do capítulo

Também acho que ficou mal escrito mas eu fiquei meio obcecada com a relação Edmund x Elyse, me julguem ;*